A TV Anhanguera, afiliada a Rede Globo transmitiu na noite desta quinta-feira, 31, o debate entre os candidatos do Tocantins que disputam a vaga no Executivo Estadual para as eleições suplementares que acontecem no dia 03 de junho.
Da Redação
Dos sete candidatos, o governador interino, Mauro Carlesse (PHS) não compareceu. Em um olhar mais crítico, é possível até afirmar que a ausência do candidato que atualmente esta a frente do executivo estadual foi uma estratégia sábia definida pelo candidato e sua equipe, já que o governador seria alvo dos demais adversários que certamente focariam em questões voltadas para as ações de governo do candidato que foram impedidas pela Justiça.
Nada fugiu do convencional e esperado pelo eleitor para esta noite calorosa de feriado. Já o debate, em momento algum se esquentou, e não saiu do campo superficial de propostas sobre temas apresentados pela equipe organizadora, que não trouxe nada de novo e, algumas alfinetadas entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas que levaram muitos telespectadores ao riso.
A senadora Kátia Abreu, que disputa a vaga ao governo tampão pelo PDT abriu a rodada de perguntas, direcionada ao candidato Marlon Reis, do Rede Sustentabilidade. Kátia questionou o juiz, o que faria em seu mandato para equilibrar as contas do Estado.
Marlon destacou a instabilidade financeira do Tocantins. Segundo ele, “fruto da corrupção, de velhas práticas políticas com desvio de verbas nas inúmeras obras”. O candidato frisou ainda que abomina este tipo de pensamento e atitude por parte da classe representante da sociedade.
Em um espaço destinado ao candidato ausente, Marlon Reis questionou Mauro Carlesse sobre a prática do uso da máquina pública para os atos eleitorais. Direcionando sua pergunta a senadora Kátia Abreu, o candidato da Rede frisou em quais seriam as medidas para suprir a falta de efetivo da Polícia Militar.
Kátia Abreu salientou que seria possível resolver esta questão com o banco de horas, servidores da reserva, formação aos profissionais para que eles estejam capacitados para a busca pelos criminosos. Sobre esta alternativa que seria adotada por Kátia, Marlon replicou ser impossível, já que segundo ele, a Lei Estadual de nº 2.689/2012 já prevê o banco de horas para os servidores, e que apesar de estar em vigor é uma medida paliativa que tem pouco retorno. A senadora disse que antes de apresentar a medida conversou com os policiais que apresentaram tal alternativa a ela até uma solução definitiva para o caso.
Em um tom irônico, Carlos Amasta do PSB, definiu a ausência de Carlesse como reflexo da realidade tocantinense, um abandono. Aproveitou o tempo destinado a pergunta ao candidato ausente para pedir apoio dos tocantinenses para promover o que ele rotulou de verdadeira mudança.
Candidatos ao governo do Tocantins: Carlos Amastha, Kátia Abreu, Mauro Carlesse que não esteve presente, Vicentinho Alves, Marcos Souza, Marlon Reis e Mário Lúcio
Amastha questiona Avelar
Em seguida, o colombiano naturalizado brasileiro, questionou o candidato Mário Lúcio Avelar, (PSOL) sobre quais seriam suas prioridades na Educação. O candidato que se comportou durante as duas horas e meia de debate como uma metralhadora giratória teve uma postura fora do perfil de um cidadão que disputa a vaga a função mais importante em um estado. Avelar, foi infeliz, inadequado e demonstrou pouca preocupação em apresentar de fato propostas consolidadas para a realidade do Tocantins.
Como resolver os problemas da Educação
Sobre a educação, o candidato evidenciou que o número de analfabetismo no Estado é de 16%, e para melhorar estes índices, ampliar a qualidade na educação pública e trazer resultados palpáveis será preciso uma reforma no currículo da educação infantil, possibilitando uma melhor base educacional. Para os adolescentes e jovens, o candidato pontuou a importância de formações que qualifiquem as pessoas para o mercado de trabalho. Apesar de todas as questões, o candidato não explicou como faria isso em seis meses de gestão.
Amastha replicou que “educação é tudo, educação é futuro. Palmas é a Capital brasileira com melhor Índice de Desenvolvimento na Educação Básica do Brasil (Ideb). Avelar prosseguiu: “Falta gestão, falta democracia, falta investimento para os professores, por isso temos uma educação tão deficitária”.
Avelar provoca senador
Na bancada dos questionamentos, Avelar escolheu o senador Vicentinho Alves. Lembrou que o candidato tem o apoio do presidente da República, Michel Temer, de Marcelo Miranda, Marcelo Lélis assim como citou o PR e uma possível ligação do partido com a Lava Jato.
O senador apresentou as certidões de Nada Consta emitidas pelo Supremo Tribunal Federal. “O senhor está faltando com a verdade pois tenho certidões emitidas pelo STF, e Tribunal de Contas da União (TCU), de que não tenho ou respondo algum processo”, disse. Em um tom de elegância e formalidade, Vicentinho Alves afirmou que Mário Lúcio Avelar era mentiroso, caluniava-o e estava ofendendo-o. Além disso, o senador apresentou a sociedade uma suposta compra irregular de lotes feita pelo candidato na criação do Tocantins, e complementou: “Não posso perder tempo em responder provocações de quem não possui 1% de intenção de votos nas pesquisas e está aqui para fazer algazarra”.
Amastha diz que Marlon precisa sair do campo do discurso
Com o tema “Meio Ambiente”, após direito de resposta sobre suposta calúnia do candidato Mário Lúcio Avelar, Amastha questiona Marlon Reis sobre seus projetos voltados para a temática. O juiz ressaltou que “sustentabilidade e meio ambiente precisam andar juntos”. Já Carlos Amastha disse que é preciso sair do campo do discurso, e mostrar na prática, como ele fez em Palmas.
Vicentinho direciona todas as suas perguntas a Marcos Sousa
Com todas as perguntas voltadas para o candidato Marcos Sousa, o senador Vicentinho Alves (PR), fez questão de destacar que sua pergunta iria a um candidato legítimo, assim como ele, sem indeferimentos. E questionou quais propostas o candidato teria para a fomentar a cultura no Estado. Marcos Sousa (????) disse que é preciso investir em festivais, pois isso desenvolve as regiões, faz com que talentos sejam revelados e estimula a economia local. Vicentinho Alves que frisou sua naturalidade, disse que sua primeira ação, se eleito for, voltada para o assunto seria a implantação da Fundação Cultural, no intuito de resgatar a cultura e estreitar laços com os artistas regionais.
Marlon Reis diz que sua candidatura é uma arma contra corrupção
Durante sua abordagem sobre Obras Públicas, Mário Lúcio Avelar questionou sobre como seria a atuação de Marlon Reis para coibir a corrupção no Tocantins. O candidato que muito explorou o tema frisou que uma das suas primeiras ações para debater e reduzir a corrupção no Tocantins foi o lançamento da sua candidatura. “precisamos abolir estas velhas práticas, em que se corrompem em tudo. Esta prática é tão recorrente que estamos a mercê de franjas daqueles que governam, a mudança faz parte do processo histórico e vamos fazer a nossa parte”. A declaração de Marlon Reis abriu pedido de resposta aos candidatos Carlos Amastha, Vicentinho Alves e Kátia Abreu. A equipe negou o direito de resposta dos candidatos.
Avelar ataca Carlesse
Ao falar sobre funcionalismo público, Kátia disse que pretende valorizá-los com o pagamento da data-base, progressões, que é de direito, e políticas públicas voltadas para a formação destes servidores. Já Mário Lúcio de Avelar, questionado pela candidata disse que as famílias tocantinenses vivem o caos, que hoje a máquina pública é ferramenta de nomeação de indicações da Assembleia Legislativa e que muitas promessas e acordos feitos pelo governador interino não tem estrutura para serem cumpridos, pois só haverá equilíbrio quando existir uma gestão preocupada e rigorosa.
Sobre o turismo, Marlon Reis questiona Mário Lúcio de Avelar Segundo o candidato será preciso investir em desenvolvimento sustentável e rede de hotelaria para atrair visitantes. Aponta o turismo local como estratégia para fomentar a economia, o desenvolvimento, linhas de créditos, cooperativismo para trabalhar o setor.
Kátia alfineta Amastha
Marcos Sousa pergunta a senadora Kátia Abreu quais os seus projetos para fomentar o desenvolvimento econômico. Kátia diz que reduzirá a taxa de impostos para atrair investidores, pois segundo ela, “não podemos permitir tantos abusos de órgãos que deveriam proteger o cidadão como o Procon. Portanto reestruturaremos as taxas de impostos para que a população não seja refém de multas com valores abusivos, e os empresários de taxas altíssimas que o impedem de investir”. Já Marcos Sousa concorda com a senadora e complementa: ”O Brasil é um país de privilégios, precisamos reinventar nossa nação”.
Sobre a Lei da Ficha Limpa, Marlon Reis acusou Vicentinho Alves que rebateu ao garantir que ainda enquanto deputado federal votou a favor da aprovação, pois estava de comum acordo. Sobre o Agronegócio, Vicentinho adotou um discurso voltado para a agricultura familiar, parcerias entre instituições financeiras, e pastas do governo para promover o crescimento. Já Marcos Sousa, salientou que é preciso pensar além, no pequeno produtor, em recuperação de estradas viárias para facilitar o escoamento de grãos e carnes.
Demagogia
A senadora Kátia Abreu disse que conseguirá acabar com a fome a curto prazo por meio de projetos voltados para o social, como “aluguel social”, “distribuição de gás de cozinha” e ações de “distribuição de renda.” Sobre estas propostas da senadora cabe destacar que o tocantinense conhece a realidade financeira do Estado, sabemos que não há recursos em caixa, o que demonstra que a senadora tem zombado do povo tocantinense, não respeita a população, ou realmente não conhece o que se passa. Cerca de 25% da população, ou seja 250 mil seriam beneficiadas com estes projetos. Levar esperança a um grupo de pessoas ciente de que não é possível fazer, a não ser que se tenha uma vara mágica, é pior do que apresentar a eles dados reais e dizer o que de fato é possível fazer.
Sejamos práticos, realistas, temos um orçamento apertado, em que pouco se fará neste período, será preciso muita dedicação para ajudar os tocantinenses. Estas propostas pouco se consolidariam, mas caso houvesse essa possibilidade seria para as eleições de novembro. É preciso ter calma e respeitar os passo a passo deste processo.
Mário Lúcio de Avelar disse que é preciso empoderar a sociedade, e associar os custos dos projetos com o retorno nos investimentos. O candidato citou o município de Campos Lindos, o 12º na produção do Estado e o penúltimo quando se refere a pobreza. “Investir na Educação, é investir na saúde, no resgate da dignidade”, disse.
Ficha Limpa
Amasth disse a Marlon Reis que é ficha limpa. O candidato retrucou e citou ações movidas pelo Tribunal de Contas da União, e Ministério Público Estadual que envolve o ex-prefeito da Capital. Sobre Gasto Público Mário Lúcio Avelar disse que a sonegação fiscal sangra este Estado. “Precisamos de pessoas coerentes, pois fazer promessas é muito fácil, mas isso é grave.”
Considerações
A maioria dos candidatos mostrou no debate o seu poder de fazer muito em pouco tempo. É importante destacarmos que este trata-se de um mandato tampão que acontecerá por um período de seis meses, com inúmeras restrições da Justiça. Um debate sem propostas solidas, consistentes em um período de tamanha desilusão com a política brasileira. Ninguém disse de fato o que consegue fazer em seis meses diante de tantas limitações para melhorar a saúde, segurança pública, educação, políticas públicas voltadas para os adolescentes e tantas outras questões. Debate fraco, jogo de comadres... sonolento, nada de novo.
Prometeram o mundo, a quem quer apenas condições dignas para viver e trabalhar no Estado que escolheu pra chamar de seu. Lembrem-se: As eleições acontecem domingo, que Tocantins você espera para os próximos meses? A decisão é individual, e o coletivo trará o resultado soberano de todos os tocantinenses.
Eleições 2018
Conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do Tocantins, o Estado possui atualmente 1.000 .026 eleitores aptos a exercer o voto no dia 03 de junho, para as eleições suplementares. Ainda de acordo com TRE este número pode ter um aumento de até 3% para o processo eleitoral de outubro, que acontecerá em todo o País para a escolha dos novos representantes como presidente da República, senador, deputados federais e estaduais, e governador.
Candidatos
Carlos Enrique Franco Amastha
Com 57 anos, brasileiro naturalizado, nasceu na Colômbia, em Barraquilla, foi prefeito de Palmas por dois mandatos. É empresário, e candidato ao Governo do Tocantins pela coligação “A verdadeira mudança”, conta com o apoio dos partidos, PSB, PT, Podemos, PC do B, e PTB e tem como vice-governador, o petista Célio Moura para as eleições suplementares.
Kátia Regina Abreu
Com 56 anos, a senadora Kátia Abreu, é brasileira, nasceu em Goiânia (GO). A pecuarista disputa o governo do Tocantins pela coligação “Reconstruindo o Tocantins”, com o empresário Marco Antônio Costa na função de vice-governador. A coligação é formada pelas legendas PDT/ Avante/ PEN/ PSD/ PSC.
Marcos de Sousa
O empresário Marcos de Sousa nasceu em Dom Cavati (MG), tem 64 anos e foi confirmado como candidato ao Governo do Tocantins durante a convenção estadual. Filiado ao PRTB, conta com o vereador Sargento Genilson, de Gurupi que ocupa a vaga de vice-governador.
Mário Lúcio Avelar
O candidato é mineiro, nasceu em Belo Horizonte (MG), é servidor Público e atuou como promotor de Justiça no Tocantins e Procurador da República. Disputa as eleições suplementares pelo PSOL. O professor Mayt Maia é o seu vice-governador
Marlon Reis
Natural de Pedro Afonso, é advogado, candidato ao governo do Tocantins pelo Rede Sustentabilidade. O candidato conta com o apoio do Coronel Edvan de Jesus Silva para participar das vagas ao governo e vice, no Palácio. O ex-juiz Márlon Reis (Rede) confirmou sua participação como candidato ao Governo na eleição suplementar e apresentou o coronel como seu vice. A convenção aconteceu em um hotel em Palmas no sábado onde o criador da Lei Ficha Limpa pode apresentar seus projetos para o Tocantins.
Mauro Carlesse
O empresário e governador interindo do Tocantins, é natural de são Paulo, nasceu 1960 é candidato ao governo do Tocantins pela coligação Governo de Atitude. Conta com o apoio dos partidos PHS, DEM, PTC, PRB/ PMN/PP/PPS. A função de vice-governador é ocupada pelo deputado estadual Wanderley Barbosa, para as eleições suplementares.
Vicentinho Alves
O aviador, nasceu em 1957, em Porto Nacional, é candidato ao governo do Tocantins. Senador, Vicentinho Alves disputa as eleições suplementares pela coligação “É a vez dos Tocantinenses”, formada pelo PR/ SD/ Pros/ PMDB/ PPL. Seu candidato a vice-governador é o vereador de Araguaína, Divino Betânia Jr.