O ex- prefeito de Palmas, Carlos Amastha, derrotado nas eleições suplementares, ficando com o terceiro lugar, fez muito bem ao não comparecer ao “encontro dos derrotados” que se transformou na reunião das oposições ao governador Mauro Carlesse
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Essa atitude acabou sendo boa tanto para Amastha quanto para os demais membros e dirigentes dos partidos oposicionistas, rotulados pelo ex-prefeito de Palmas de “vagabundos, corruptos, preguiçosos, incompetentes” e mais um bocado de asneiras pejorativas à classe política tocantinense.
A ausência de Amastha deixou claro que serão duas caminhadas: a das oposições unidas e a do ex-prefeito. Cada qual com sua turma, cada um cuidando de si.
SEPULTURAS
Sem a união das oposições – com Amastha de fora – o caminho seria um nocaute avassalador em favor de Carlesse, deixando 90% das lideranças sem mandatos, seja de governador, senador, deputado federal e deputado estadual.
A saída encontrada, com a união das oposições, proporcionará a construção de uma “arca de salvação”, onde todos deixarão de lado as “sandálias da humildade” e percorrerão descalços, mesmo, com todas as vaidades deixadas de lado, da forma mais humilde possível, os caminhos que os levarão à reconquista da credibilidade junto aos eleitores e, consequentemente, dos votos.
De outra forma, correm o risco de ser varridos da vida pública, pois, muitos já estão com suas sepulturas políticas abertas, faltando apenas um pequeno passo em falso para que caiam, para sempre e todo o sempre, dentro delas, dada a perigosa delicadeza do atual momento político.
PROPOSTAS
E, tendo em vista que a única certeza da vida é a morte e, neste caso, é uma morte política, os oposicionistas devem se segurar na esperança de que tem jeito pra tudo nesta vida.
A oposição tem ótimos nomes que podem, com sabedoria, construir uma via alternativa, apresentando propostas palpáveis e plausíveis, que venham a chamar a atenção dos eleitores, principalmente daqueles que se abstiveram de votar ou votaram em branco ou anularam seus votos na eleição suplementar.
Outros votos importantes a serem conquistados são os que foram computados em favor de Amastha, Kátia Abreu e Vicentinho, que perfazem um contingente de mais de 70% do eleitorado, que não é ideologicamente ligado a nenhum partido político.
Somando os votos recebidos por Vicentinho e Kátia, mais os votos nulos, em branco e as abstenções, têm-se aí um montante de 70 a 76% de eleitores que flutuam em busca da melhor opção. Pode estar aí o segredo para abrir novas e boas oportunidades para o Tocantins voltar a crescer.
Os eleitores conhecem bem os nomes do todos, mas esperam uma proposta diferente, que seja coerente, realizável e que aponte para uma solução visível. Há milhares de empresários, comerciantes, estudantes que acabaram de sair de uma graduação ou de uma formação técnica, trabalhadores e idosos esperando ouvir da boca dos políticos que eles estão preocupados com cada uma dessas categorias, com o povo e, não, com os interesses próprios. São pessoas que querem ser prioridade e, não, massa de manobra, um mero instrumento para o enriquecimento dos candidatos.
Uma pessoa que acabe com a farra das nomeações, dos cargos em comissão, que realize concurso público, que celebre convênios com empresas para que dêem preferência à mão de obra local. É esse o candidato que os tocantinenses querem ver nas eleições de outubro.
É isso, ou Mauro Carlesse praticamente não terá oposição e vencerá com a força do Diário Oficial já no primeiro turno.
COLIGAÇÕES PROPOCIONAIS E O RISCO DE PERDER O MANDATO
Ficou muito difícil para os atuais detentores de mandato nos Legislativos estadual e federal, filiados aos partidos de oposição ao governo Mauro Carlesse, conseguirem uma reeleição.
O momento é melindroso e delicado principalmente para que acabou, durante seu mandato, se afastando das suas bases eleitorais. A transferência de votos que já era complicada, ficou ainda mais difícil. As redes sociais dominam o ambiente político e dão o tom da rapidez com que a informações circulam entre os eleitores.
Da mesma forma eu ficou mais ágil disseminar sua propaganda eleitoral, ficou mais difícil esconder malfeitos ou evitar o desgaste provocados pelas fake news.
Mesmo assim, ainda há alguma chance, uma luz no fim do túnel para os oposicionistas, que é a união dessas oposições, que proporcione que os partidos se ajudem mutuamente na construção de um pacto. O primeiro passo foi dado na residência da senadora Kátia Abreu, na última semana.
Muita gente criticou a reunião, mas é, efetivamente, o primeiro passo para que alguma chance de sobrevida seja dada aos oposicionistas, principalmente aos detentores de mandatos no Congresso Nacional e para os deputados federais Vicentinho Jr., Irajá Abreu e Dulce Miranda.
Poderíamos incluir a deputada federal Josi Nunes, mas, já se sabe que ela iniciou conversações com o grupo de Mauro Carlesse e, ao que parece, escolherá outros caminho.
Aos candidatos a candidato, o momento é de reflexão. Principalmente entre os membros dos partidos chamados “nanicos”, que só terão alguma chance se fizerem coligações entre si, para que não sejam usados como “buchas”. Esses partidos podem eleger de quatro a cinco deputados estaduais e um federal.
DIAS DECISIVOS
Os próximos 10 dias serão decisivos para todos, inclusive para os senadores Vicentinho Alves e Ataídes Oliveira, candidatos à reeleição.
Aos proporcionais, tanto os já detentores de mandatos como aos postulantes, o que vale, mesmo, é o coeficiente eleitoral. O resto, é balela!
Até o próximo capítulo.