Por Edson Rodrigues
Como diz o ditado: Pau que dá em Chico vale para Francisco! Agora, zeramos os ponteiros e começaremos tudo de novo. Nos bastidores da política funciona da mesma forma e aqueles o qual eram aliados, companheiros, há alguns meses, passam a ser adversários.
É um jogo de interesses em que regra é clara, na política partidária o importante é ganhar a eleição. E aí com o resultado em mãos uns cuidarão de seus interesses, outros trabalharão pelo povo e, Deus fica encarregado de olhar por todos nós. Como dizia o saudoso Tancredo Neves, “em política o que não se pode é perder”.
Pois bem, nos meses de maio e junho passamos por uma eleição suplementar, não podemos cá dizer que foi um processo democrático com o êxito esperado, devido o grande número de abstenções, onde foi perceptível a desmotivação do tocantinense à política. Mas hoje no Tocantins esta fase já faz parte de uma história passada, o foco são os próximos anos.
Restrições
A partir deste sábado, 07 de julho, iniciamos as campanhas de sucessões no Brasil. No nosso caso em específico a segunda eleição de 2018, com mais dois turnos pela frente. O Executivo inicia seu governo, pois até esta segunda-feira, Mauro Carlesse continua governador interino, com uma série de restrições. Ações como contratações de pessoal, ou dispensa dos servidores em comissão, obras de prestações de serviços, de concorrência, licitações, aditivos, tudo está suspenso a partir de hoje.
O Palácio Araguaia também está proibido de publicações retroativas a partir desta data. Fica vedada qualquer publicação de cunho financeiro no Diário Oficial da União, ou no Diário Oficial do Estado. O que tinha que fazer, já foi feito!
Muita cautela
Os pré-candidatos, pois assim são chamados até as convenções partidárias, também não devem participar de ações governamentais como entregas de obras ou ordem de serviços. Patrocínio de eventos, apoios culturais, divulgação dos nomes que possa configurar propaganda eleitoral antecipada é crime. Quem fizer pode ter o registro de candidatura suspenso.
A partir deste sábado, toda cautela é pouca em era de fake news, redes sociais, e smartphones. O Tribunal Eleitoral estará de olho e os candidatos terão adversários suficientes para monitorá-los e denunciá-los sem titubear. Como temos visto, a execução da lei tem sido célere, portanto, não haverão favoritos. A todos o rigor da Lei!
Solidariedade dá início às alianças
Independente de quantos candidatos ao governo do Tocantins teremos nestas eleições, o governador eleito, Mauro Carlesse é a única certeza, na atual conjuntura que continuará na disputa. Fica claro também, que com base no histórico eleitoral, o número de eleitores, e toda a trajetória que o Tocantins passou nestes 30 anos, que a concentração maior será em torno de dois candidatos, mesmo que existam mais, e o governador Mauro Carlesse será um deles, pois além de estar a postos, hoje tem uma grande visibilidade por governar o Estado, logo tanto adversários quanto aliados e imprensa colocarão Carlesse nos holofotes das análises.
Dezenas de candidatos que farão parte do palanque de Mauro Carlesse, o candidato conta com o apoio de 18 deputados estaduais, cinco federais, com possibilidade de conquistar o solo de mais quatro deputados estaduais do solidariedade como reforço. Os deputados federais tem a possibilidade de conquistar reforço político de mais de quatro candidatos a deputado estadual. O vice-presidente nacional do Solidariedade, o ex-deputado federal Eduardo Gomes, atualmente goza de uma posição vantajosa, já que com bom relacionamento nas bases governista e oposicionista poderá escolher quais coligações serão feitas pela legenda.
Eduardo Gomes é pré-candidato ao Senado
Hoje, Gomes é o principal nome na disputa ao senado. Articulador político, nas pesquisas realizadas no Estado tem sido a primeira ou segunda opção do eleitorado para o cargo de senador. Mesmo com a função de vice-presidente nacional do Solidariedade, Eduardo Gomes, pré-candidato, certamente seguirá a decisão do colegiado da legenda no Tocantins, coordenada pelo presidente estadual do Partido, o deputado Vilmar do Detran que discute com a bancada estadual formada por quatro deputados e com as lideranças municipais sobre quais coligações serão realizadas, já que o grupo possui legenda para um bom tempo disponível durante o horário gratuito de rádio e TV, fundo partidário e principalmente aceitação do público.
Coligações: As articulações para a grande costura
Ah! Um processo eleitoral pode ser comparado a um jogo de xadrez. Um movimento errôneo e xeque-mate! É preciso estar ligado em cada detalhe, cada peça, cada movimento do adversário, e principalmente pensar antes e melhor que ele. Não é uma tarefa fácil, mas o resultado depende significativamente da análise de cada passo. E eles precisam ser milimetricamente calculados.
Não se faz política sozinho, mas nem sempre as alianças são tão prósperas quanto se gostaria. Logo, muitos candidatos correrão o risco de ao invés de não somar, subtraírem na disputa. É preciso muita cautela, principalmente quando paramos para observar aqueles partidos pequenos, nanicos.
Neste caso, há muitas alianças com políticos que já detém de mandatos eletivos e buscam uma reeleição. Isso se dá por dois principais motivos. Se o candidato foi eleito, ele já possui um número elevado de votantes que podem somar e contribuir com outro candidato, dependendo da função que disputa.
Outra questão está ligada a um jogo de interesses que o coloca em vantagem por apresentar melhor estrutura como os “comitês”, hoje apenas salas, melhores reuniões com equipamentos, folders de propostas, enfim custos que exigem de disposição financeira, gastos com dinheiro, que na maioria das vezes os iniciantes possuem valores limitados.
Outra questão que precisa ser analisada com imensa cautela são os apoios municipais. Alguns somam, outros não passam de “buchas”. Isso tudo deve ser visto antes das convenções, e esta regra vale para todos os candidatos, deputados estaduais, federais, senadores, governo e presidência. Uma coligação mal feita e serão obrigados a se desdobrarem para convencer o eleitor de que é a melhor escolha. Vale lembrar que o voto não é vinculado. Essa é uma faca de dois gumes.
Já o eleitor não tem muito que se preocupar, ele pode escolher candidatos sem se preocupar com seus partidos, coligações. Não há lei que lhe exija o vínculo, o voto é livre e cada um escolhe quem quiser, conforme sua análise, sua perspectiva de representação. Este ano, o votante terá que escolher dois candidatos ao senado, o deputado estadual, federal, governador e presidente.
Ao contrário dos demais candidatos eleitos que possuirão mandatos de quatro anos, 2019 a 2022, os dois senadores eleitos pelo tocantinense terão oito anos de mandato que segue até 2026, logo é fundamental que os eleitores assistam os programas de rádio, TV, no horário gratuito de propaganda eleitoral. Usem das redes sociais dos candidatos, questionem-no, participem dos debates, sejam mais que expectadores, tenhamos uma postura diferente, sejamos participantes do processo que definirá o nosso futuro.
A importância do voto
O eleitor que não votou nas eleições suplementares já deu o seu recado à colasse política. Agora não é mais um processo eleitoral que definiria um mandato para seis meses, estamos falando de quatro, oito anos. Terceirizar o voto, abster-se, anular, lhe tira o direito de crítica, de cobrança, de partícipe, e te transforma num cidadão que não usou o microfone quando lhe dado o direito à manifestar-se.
Vamos agir como uma sociedade consciente, que participa, cobra, está atenta a tudo, e principalmente que sabe e quer escolher porque vive em um país democrático.
Economia
Dificuldades à vista. Cá estamos fazendo projeções de que dias difíceis virão. É só analisar como estamos, o que está acontecendo e que herança iremos receber. A economia do Brasil está estagnada, o país continua em um período longo ao que tudo indica de recessão. A inflação aumenta, e as perspectivas de dias melhores nos próximos anos só reduzem. Independente da reeleição do presidente da Republica, do governador do Tocantins, todos colhem os frutos da instabilidade financeira, do desempregado ao patrão, todos sofrem.
Tocantins
O Tocantins passa por um período de calamidade pública em que do empresariado, instituições financeiras, órgãos públicos, e até o servidor, o empregado e o comerciante tem comprado menos, arriscado pouco não investindo nada. Não há como crescer se a economia não gira.
Hoje, a folha de pagamento do servidor público estadual custa quase 70% da receita líquida do Estado. Assim não sobra para investimentos em áreas fundamentais como saúde, segurança e infraestrutura. Falta dinheiro para a manutenção das rodovias, para a saúde, e tantas outras questões. A luz vermelha em sinal de emergência tem piscado, e nós seremos os responsáveis por apagá-la.
Precisamos tanto no Senado, quanto na Câmara e Assembleia Legislativa de pessoas que possam contribuir com o futuro governador para desenvolver ações pontuais e melhorar a nossa economia. Essas pessoas precisam ter bom trânsito nos ministérios e secretariados tocantinenses para juntos nos tirarem desta situação humilhante, em que hoje somos o único estado que não pode receber recursos da União por meio de convênios ou emendas parlamentares.
O Tocantins atualmente limita-se a receber repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), verba destina à saúde e educação o que tem gerado um desequilíbrio não apenas só do atual governador, mas é uma somatória de mais de 12 anos de governos passados que precisa ser resolvidos por homens e mulheres que serão eleitos.
O Brasil está na UTI, nós somos os médicos. Não podemos pensar pequeno, agir com mediocridade ou egoísmo. É hora de fazermos a nossa parte como cidadãos brasileiros. Fazer jus ao nosso hino nacional e mostrar que “Um filho teu não foge à luta”!