Por Flávio Herculano
O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou, nesta quarta-feira, 15, inquérito civil público para investigar supostas irregularidades em procedimento licitatório da Assembleia Legislativa que resultou na contratação da empresa Fênix Assessoria & Gestão Empresarial por R$ 6,4 milhões pelo período de um ano, para a prestação de serviços de limpeza e manutenção predial e serviços de recepcionistas, copeiros, garçons e ascensorista.
Segundo os termos do contrato, a contratação terá valor mensal de R$ 538.385,52 e o custo por um garçom será de R$ 11,5 mil, por uma copeira será de R$ 10,8 mil e por um servente, R$ 4,6 mil. Isso porque os produtos a serem utilizados pelos profissionais estariam embutidos no valor, conforme foi noticiado na imprensa.
Na portaria de instauração do inquérito civil, o Promotor de Justiça Edson Azambuja explica que, por estarem embutidos outros custos na contratação dos serviços profissionais, a licitação praticada pode vir a ser considerada do tipo “guarda-chuva”, em que o contratante deixa de descrever adequadamente os bens e serviços a serem licitados, realizando o procedimento genérico.
Ainda de acordo com o Promotor de Justiça, esse tipo de licitação, que agrupa itens em lotes, deve ser praticado apenas em situações excepcionais que não contrariem os artigos 23, 54 e 55 da Lei das Licitações (Lei nº 8.666/93).
“Numa licitação, o agrupamento de itens em lotes deve ser visto como alternativa excepcional, uma vez que o parcelamento do objeto é medida que se impõe como regra, desde que não haja prejuízo para o conjunto a ser licitado nem perda da economia de escala, conforme preconiza a jurisprudência consolidada na súmula 247 do Tribunal de Contas da União”, pontua trecho da portaria de instauração.
Na investigação do MPE, será apurado se a contratação respeitou os princípios da legalidade, da legitimidade e da economicidade, que a Constituição Federal impõe ao serviço público.
Como diligência inicial, será requisitada à Assembleia Legislativa cópia integral do procedimento licitatório, do contrato administrativo e do termo de homologação do contrato.
Com Assessoria
Com o tema “Educação para Consumo - Jovem Consumidor" o Procon Tocantins por meio do núcleo de Guaraí ministrou palestra para alunos do Colégio Estadual Raimundo Alencar Leão. Os estudantes das séries do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do 2º e 4º ano do ensino médio. A ação foi realizada em parceria com o gerência de Educação para Consumo de Palmas.
Na ocasião, os jovens puderam aprender sobre a importância do consumo consciente, a importância em saber controlar os gastos e sobretudo o que é o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Para a chefe de núcleo Maria Júlia o momento foi oportuno para que os jovens pudesse tirar suas dúvidas e aprender mais sobre a relação entre consumidor e fornecedor. “É fundamental que os estudantes conheçam e exerçam a lei, o principio da transparência que assegura ao consumidor a plena ciência das obrigações fundamentada no CDC, assim como direito a informação”, explicou Maria Júlia.
O diretor do Colégio, Nelson Maciel , destacou a importância da ação na escola “É importante a parceria entre Procon e escola. Com certeza as orientações propiciará aos alunos o desenvolvimento pleno em conhecer o Código de Defesa do Consumidor, exercer seus direitos e deveres e ainda favorecer no aprendizado e gerar cidadãos críticos”, afirmou Maciel.
Por Cinthia Abreu
Uma ação judicial da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) que pede uniformes adequados, produtos de limpeza e produtos para higiene pessoal para os presos da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas e para as presas da Unidade Prisional Feminina (UPF) teve sentença favorável da Justiça.
A sentença requer, em sede de antecipação de tutela, obrigar o Estado a fornecer a todos residentes na CPP de Palmas e UPF roupas/uniformes, calçados adequados, sabão para limpeza das roupas, pasta de dente, sabonete, papel higiênico, fio dental, escova dental, bem como absorvente higiênico na Unidade Prisional Feminina.
Período
A periodicidade compreende o fornecimento mensal nas duas unidades prisionais de sabão para limpeza das roupas; pasta de dente, sabonete e papel higiênico semanalmente; um fio dental mensalmente e uma escova dental a cada três meses; e absorvente às presas da UPF mensalmente.
Cumprimento
A Ação foi proposta pela DPE-TO ainda em 2009, e está sob a responsabilidade da 17ª Defensoria, do defensor público Neuton Jardim. Ela foi deferida na sexta-feira, 10, e estabelece 15 dias para providências.
Casa haja descumprimento, a sentença estabelece multa diária pessoal em desfavor do responsável pela Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) no valor de R$ 500 até o limite de R$ 50 mil sem prejuízo das demais sanções penais e administrativas.
Da Redação
O Senador Vicentinho Alves se reuniu nesta terça-feira, 14, com o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para tratar da liberação da construção da Ponte de Xambioá, cujas obras ainda não começaram em razão de liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendendo o processo licitatório.
O DNIT recorreu ao Supremo Tribunal Federal com pedido de suspensão de liminar e o processo encontra-se para despacho da Ministra Carmen Lúcia, Presidente do STF, desde novembro de 2017. Como o Ministro Dias Toffoli vai assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal no próximo mês, o processo terá que ser deliberado por ele, caso até lá não seja proferida decisão.
O Senador Vicentinho Alves, conseguiu junto com os demais membros assegurar recursos para a realização desta importante obra que faz uma interligação dos Estados do Maranhão e Tocantins. Os esforços do senador em prol desta conquista contribuirá em favor do desenvolvimento não apenas dos dois estados, mas do Brasil.
Acompanhado do Diretor-Executivo do DNIT, Dr. Halpher Luiggi e da Procuradora Federal junto ao DNIT, Dra. Maria Lúcia Squillace, o Senador Vicentinho Alves explicou ao Ministro Dias Toffoli a importância da construção da Ponte de Xambioá para consolidar a infraestrutura de transportes do País, tendo em visto o seu caráter de integração nacional.
O Diretor do DNIT informou que existe dotação orçamentária para a obra e que todos os procedimentos necessários para o seu início foram adotados pela autarquia. O Ministro Dias Toffoli assegurou que, caso a matéria fique para a sua deliberação, decidirá de maneira célere para não haver mais prejuízos devido ao longo atraso para o início das obras.
Detentos reclamam que marmitas estão contaminadas e relatam que já houve casos de infecção. Preso baleado com secreções expostas e um cadeirante, sem condições de acessibilidade, também foram situações identificadas pela DPE-TO
Por Cinthia Abreu
Alimentos com insetos e caramujos, falta de medicamentos e atendimento médico são as principais reclamações dos presos do pavilhão B da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas, durante mutirão de atendimento realizado pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) na segunda-feira, 13. O mutirão atendeu os 286 presos do pavilhão e foi realizado em dois momentos pelos defensores públicos Napociani Póvoa (coordenadora do Núcleo de Defesa do Preso – Nadep), Fabrício Brito e Arthur Luiz Pádua Marques (coordenador do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde – Nusa), com apoio de equipe de assessores e estagiários da Instituição.
“O problema não é mais só a comida ruim. É pão fedendo a barata, ‘xepa’ [marmitex] com moscas e caramujos, nem bicho tem condições de se alimentar desse jeito”, desabafou um preso. Na mesma cela, um colega de detenção contraiu infecção alimentar e foi encaminhado ao Hospital Geral de Palmas [HGP], onde realizou cirurgia e retornou para a prisão. “Eu fiquei uns dois meses morrendo de dor dentro da cela porque o meu intestino não digeriu direito essa comida, até que me mandaram para o hospital e viram a urgência. Já faz mais de 20 dias que eu fiz a cirurgia, mas nunca me mandaram de volta para retirar os pontos. Enquanto isso, estou aqui com os pontos abertos e correndo o risco de uma nova infecção”, declara outro detento.
Em outra cela, um preso denunciou à Defensoria que foi baleado dentro da CPP em 18 de março deste ano, perdendo o movimento do braço direito. A ferida tem secreções expostas, porém, segundo o preso, nem sequer enfermeira é disponibilizada para o tratamento. “Como é que a gente tem esperança de sair alguém melhor daqui de dentro, se estou desse jeito há cinco meses e não me dão o atendimento médico que é de direito.”
Um detento cadeirante no Pavilhão B está sem condições de acessibilidade e sem atendimento médico especializado. A situação dele já havia sido mostrada pela Defensoria em maio deste ano (relembre esse caso clicando aqui), mas continua sem solução. A DPE-TO solicitou prisão domiciliar para o assistido, o que aguarda providências da Justiça.
A CPP de Palmas conta, atualmente, com 687 presos. Contudo, as visitas médicas ainda são precárias para a quantidade de pessoas que necessitam ser atendidas. O plantão do dentista, por exemplo, acontece somente uma vez por semana. Outro problema detectado é a falta de medicamentos básicos e, principalmente, psicotrópicos injetáveis para os pacientes que sofrem com problemas psiquiátricos.
Relatório
O defensor público Arthur Pádua elaborou relatório dos atendimentos, que será encaminhado à Secretaria Estadual de Cidadania e Justiça (Seciju) para providências. O documento expõe que profissionais de saúde informaram que falta comunicação deles com o setor de saúde prisional a respeito dos detentos que saem da unidade, visto que eles sequer ficam sabendo quem deixou a CPP.
Ainda de acordo com o relatório, os presos que são transferidos de outras unidades hospitalares para a CPP de Palmas não são encaminhados com os prontuários médicos. Inclusive, 13 presos que foram transferidos recentemente com sarna contaminaram outros presos, sendo necessário realizar o tratamento e dedetização das celas. Na data da vistoria, inclusive, um preso entrou com tuberculose sem qualquer informação para o setor de saúde, identificando apenas após a consulta do processo do detento.
Quanto a alimentação dos presos, foi informado à Defensoria que a empresa Embrasil tem um contrato firmado com outra empresa para o fornecimento da alimentação e que o contrato já estabelece o que deve ser fornecido no cardápio. Quanto ao atendimento médico, os profissionais da Embrasil alegaram que muitas pessoas precisam de atendimento, mas a falta de agentes para transportar os presos impossibilita o tratamento em saúde.
Necessidades
Outra reclamação coletiva dos presos é quanto à assistência social. Segundo eles, uma carteirinha para visitas demora em média três meses para ser emitida, em virtude da demora de agendamento com a assistente social, em média de três meses. Dentre as principais demandas individuais, o cálculo e a progressão penal foram os principais assuntos abordados pelos detentos.
Superlotação
No mês de maio deste ano a DPE-TO realizou mutirão no Pavilhão A e, em abril, outra equipe atendeu ao Pavilhão B. A superlotação é, atualmente, o principal problema da CPP de Palmas, com 264,2% acima da capacidade permitida. A Casa de Prisão Provisória conta com 687 presos, porém, a capacidade é somente para 260. As celas do Pavilhão B, por exemplo, têm capacidade para quatro reeducandos, mas abriga, em média, 15.