No acumulado dos três primeiros meses de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 615.173 vagas; pedidos de seguro-desemprego batem o terceiro maior número desde março de 2017
Por Thaís Barcellos
O mercado de trabalho formal desacelerou e registrou um saldo positivo de 136.189 carteiras assinadas em março, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência divulgados nesta quinta-feira, 28. No mês anteiror, foram criados 329.404 vagas com carteira assinada.
Em março de 2021, houve abertura de 153.431 vagas com carteira assinada. O resultado do mês passado decorreu de 1,953 milhão de admissões e 1,817 milhão de demissões. No acumulado dos três primeiros meses de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 615.173 vagas.
O mercado financeiro já esperava uma desaceleração no ritmo de abertura de vagas formais em março, mas o resultado veio acima da maioria da pesquisa do Estadão/Broadcast, de 125 mil postos de trabalho. Os pedidos de seguro-desemprego aumentaram no mês passado. Foram 674.603 pedidos de seguro-desemprego em março, contra 550.265 em fevereiro. Também é o maior valor para o mês desde março de 2017 (702.842). "Foi um número ainda anterior de vários momentos desde a década passada. Se olharmos de 2012 a 2017, o volume de solicitações de seguro-desemprego era superior a março de 2022", ponderou o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcolmo, que reconheceu uma "relativa ascensão" nos pedidos, mas classificou o movimento como "normal".
Dalcolmo lembrou que o Benefício Emergencial de Manutenção e Renda (BEm), que permitiu às empresas cortarem salários e jornada ou suspenderem os contratos durante a pandemia, segurou as demissões nos últimos dois anos. Segundo ele, é possível que os pedidos de seguro-desemprego aumentem mais nos próximos meses, à medida que acaba a proteção provisória conferida pelo programa, que vigorou até agosto de 2021.
"Foi, portanto, uma política pública bem desenhada, já que objetivou a preservação dos empregos durante a pandemia e, em segundo lugar, a construção de uma ponte de mesmos empregos para momento de economia mais aquecida, para empregadores serem retidos."
Além disso, o secretário de Trabalho da pasta, Luis Felipe Oliveira, afirmou que o aumento dos pedidos tem correlação com a normalização da atividade econômica ou com aquecimento da economia. Segundo Oliveira, com o maior número de movimentações no mercado de trabalho, há crescimento de pedidos de seguro-desemprego, especialmente quando as relações de emprego não são tão estáveis. "É natural, esse tipo de aumento é muito comum, como já aconteceu em outros anos."
Setores
A abertura de vagas em março foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 111.513 postos formais, seguido pela construção civil, que abriu 25.059 vagas.
Já a indústria geral criou 15.260 postos com carteira assinada em março, enquanto houve um saldo de 352 contratações no comércio. Por outro lado, na agropecuária foram fechadas 15.995 vagas no mês. O coordenador Geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos do Ministério do Trabalho e Previdência, Felipe Pateo, atribuiu o corte líquido de vagas na agropecuária (-15.995) a fatores sazonais, como o fim da safra de açúcar no Nordeste, mas também à seca no Sul do País e em São Paulo.
No terceiro mês do ano, todas as 23 das 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 34.010 postos de trabalho. Em contrapartida, o maior fechamento líquido de postos de trabalhos formais em março foi registrado em Alagoas, com saldo negativo de 10.029 vagas. Os outros Estados que tiveram cortes de vagas também são da região Nordeste: Pernambuco (-6.091), Sergipe (-2.502) e Rio Grande do Norte (-1.069).
Mesmo com queda de 2,89% em março, a expectativa é de que o valor da dívida pública chegue à casa dos R$ 6 trilhões no fim do ano
Por Maria Eduarda Angeli
A Secretaria do Tesouro Nacional divulgou nesta quinta-feira (28/4) o resultado da Dívida Pública Federal (DPF), que teve queda de 2,89% em março, somando R$ 5,56 trilhões. A expectativa, porém, é de que a DPF volte a aumentar, fechando o ano de 2022 na casa dos R$ 6 trilhões.
Em fevereiro, o valor do endividamento — interno e externo — do país somava R$ 5,73 trilhões. A queda foi justificada pelo Tesouro a partir da redução do número de títulos da dívida pública emitidos e uma maior quantidade de resgates dos títulos já existentes, ferramenta utilizada pelo governo para tentar suprir o deficit entre gastos e arrecadação.
Atualmente, a maior parte dos títulos pertence a bancos e outras instituições financeiras, que possuem 29,5% de participação, seguidos dos fundos de investimentos, que detêm 23,3%, e fundos de previdência, com 22,9%.
Em nota, a Secretaria do Tesouro explicou que "o estoque da DPF apresentou redução de R$ 165,4 bilhões em relação ao mês anterior [fevereiro], refletindo o resgate líquido de R$ 204,7 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 39,3 bilhões".
Em 2021, a Dívida Pública aumento de 12% em relação ao ano anterior, alcançando os R$ 5,61 trilhões.
Papeis
Também recuou o custo médio para emissões de papeis da dívida, que foi de 8,59% ao ano para 8,68% ao ano. "Em março, a curva de juros locais perdeu inclinação diante da leitura do mercado sobre duração do ciclo de alta de juros", completou o Tesouro.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
A arrecadação do governo federal teve alta real de 6,92% em março sobre igual mês do ano passado, a R$ 164,147 bilhões, divulgou a Receita Federal hoje (28)
Por Bruno Domingos
O resultado, novamente impulsionado por ganhos do governo com royalties de petróleo diante da cotação elevada do barril, foi o maior para o mês na série histórica da Receita corrigida pela inflação, iniciada em 1995.
Se considerada apenas a receita administrada pela Receita Federal, que engloba a coleta de impostos de competência da União, a arrecadação teve uma alta real de 5,89% no mês.
Em contrapartida, as receitas administradas por outros órgãos, que são sensibilizadas sobretudo pelos royalties decorrentes da produção de petróleo, deram um salto de 49% acima da inflação.
No acumulado do primeiro trimestre, o crescimento real da arrecadação foi de 11,08%, a R$ 548,132 bilhões, também com o desempenho mais forte para o período na série iniciada em 1995.
Nos três primeiros meses do ano, os ganhos com royalties somaram R$ 23,4 bilhões, ante R$ 14,7 bilhões no mesmo período de 2021, o que representa uma alta de 59,4%.
Análise do fisco também aponta uma melhora na maior parte dos indicadores econômicos em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, como em venda de bens (+0,3%), venda de serviços (+7,4%), valor em dólar das importações (+19,0%) e valor das notas fiscais eletrônicas (+12,4%). Houve recuo na produção industrial (-4,8%).
No recorte por tributos, a Receita registrou alta real de 24,7% nos ganhos com Imposto de Renda de empresas e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O Imposto de Renda retido na fonte de trabalhadores aumentou 18,0%.
Houve queda nas receitas de Imposto de Importação (-29,1%) e de IPI (-6,1%). Os dois tributos sofreram cortes de alíquotas pelo governo nos últimos meses.
Medida Provisória que destina dinheiro ao Programa Crédito Brasil Empreendedor foi publicada nesta segunda, 25
Por Karina Sena
Micro, pequenas e médias empresas terão acesso facilitado ao crédito a partir de agora. O governo federal publicou nesta segunda-feira, 25, a medida provisória (MP) que cria o Programa Crédito Brasil Empreendedor, com potencial para alavancar R$ 23 bilhões em financiamentos.
Além de liberar dinheiro, o pacote também amplia o prazo do Pronampe, medida que havia sido aprovada em abril na Câmara dos Deputados. Ela concede ao governo mais tempo para restituir os recursos utilizados ao fundo garantidor a partir de 2025.
Outra decisão importante contida no texto é a de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até o fim de 2023 para três programas: Pronampe, Peac (Programa Emergencial de Acesso a Crédito) e PEC (Programa de Estímulo ao Crédito). Todos atendem pequenos negócios com receita bruta anual de até R$ 300 milhões.
Dos R$ 23 milhões previstos na MP, R$ 21 bilhões irão para Peac via Fundo Garantidor para Investimentos, enquanto cerca de R$ 2 bilhões serão destinados ao Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab). O governo também estima que a extensão do Pronampe deve alavancar aproximadamente R$ 50 bilhões junto aos bancos.
Em fevereiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a mencionar que o governo esperava movimentar cerca de R$ 100 bilhões com o programa, mas a expectativa foi reduzida.
Deputados do PT pedem a Justiça reparação de Moro por prejuízos financeiros, políticos e morais ao patrimônio público nacional e à Justiça brasileira (com vídeo)
Com Estadão Conteúdo
O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) reagiu à ação popular em que deputados petistas pedem que ele seja condenado judicialmente a pagar indenização aos cofres públicos pela conduta na Operação Lava Jato.
Em vídeo publicado no Twitter nesta quarta-feira, 27, Moro disse não saber se o PT é "um partido político ou grupo de comediantes". "Vou relembrar rapidamente o rastro de danos que o PT deixou ao longo de 14 anos e você decide quem prejudicou quem: compra de deputados no famoso caso Mensalão, refinarias superfaturadas, financiamento de porto em Cuba, o Petrolão", disse.
"Quem acabou com a economia e os empregos foi o PT, aliando incompetência e corrupção. A Lava Jato impediu que a Petrobras quebrasse e permitiu que ela recuperasse mais de R$ 6 bilhões. Quem você acha que deve ressarcir quem? Se você cochilar, eles vão voltar com tudo", afirmou também o ex-presidenciável, que enfatizou ainda que o partido vai perseguir "todo mundo que foi contra a corrupção no governo deles".
Na ação, os parlamentares petistas argumentaram que é "chegada a hora de o ex-juiz, ex-ministro e agora pré-candidato Sérgio Moro reparar a sociedade por suas condutas atentatórias ao patrimônio público e à moralidade administrativa, as quais tiveram severos impactos na economia do país e em sua estabilidade democrática e institucional".