País tem mais 570 mortes pela doença, elevando o total de vítimas fatais da doença para 624.413, segundo o Ministério da Saúde

Por Gustavo Basso

 

O Brasil rompeu nesta quarta-feira (26) uma marca preocupante e atingiu um novo recorde de casos. Pela primeira vez desde o começo da pandemia foram registrados mais de 220 mil novos casos de Covid-19 em 24 horas.

 

As secretarias estaduais de saúde do país registraram ao todo 224.567 infecções entre esta terça (25) e quarta-feira.

 

Com esse novo recorde, a média móvel dos últimos sete dias também segue em alta sustentada desde a semana do natal, e apresenta agora 159.877 casos. O número de pessoas que morreram em decorrência da doença também atingiu o mais alto desde novembro: 570 óbitos.

 

Apesar de muito mais baixa que nos piores momentos da pandemia, a média móvel de óbitos também acompanha a alta junto com os casos, e bateu 350 nesta quarta.

 

Para o infectologista e epidemiologista Marcos Boulos, ainda estamos longe do pico de novos casos. “Os índices de transmissão estão em 1,8 em São Paulo, e 1,9 no Brasil, o que quer dizer que estamos dobrando os casos diariamente; amanhã será maior que hoje, e depois, maior que amanhã”, avalia a professor da Faculdade de Medicina da USP.

 

Boulos diz ser difícil calcular quando exatamente atingirmos o máximo de contaminação, mas isso poderia levar semanas, impactando os sistemas de saúde já em colapso relativo:

 

“Essa variante tem uma transmissibilidade muito alta, levando a tantos casos; alenta ela ter uma letalidade menor, mesmo sem vacinas, mas com este número de infectados, já temos e teremos ainda mais uma demanda exagerada por leitos de enfermaria e mesmo de UTI”, afirma.

 

Boulos explica que esta demanda sobrecarrega todo o sistema, mesmo para pacientes com outras doenças. Enquanto moradores com sintomas respiratórios já levam de 4 a 6 horas para serem atendidos, pacientes de outras patologias ou que aguardam cirurgia tem seus casos adiados para priorizar a emergência sanitária causada pelo coronavírus.

 

No principal hospital para casos respiratórios de São Paulo, na Brasilândia, a ocupação de UTI está próxima de 96% desde semana passada, enquanto os leitos de enfermaria estão com 90% de lotação. A média nos hospitais municipais da capital paulista é respectivamente 69% e 66%.

 

Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e coordenador do InfoGripe, que monitora a SRAG (Síndrome Respiratórias Agudas Graves) em todo o país, os números das secretarias estaduais exigem cautela:

 

“Estes dados são compilados por data de divulgação; com o apagão ocorrido no sistema do Ministério da Saúde por quase um mês, houve muitos casos de dezembro que ficaram represados e não computados”, observa. Para ele, no entanto, isso não desmente a gravidade do tsunami ômicron.

 

“Este problema não muda o fato de que as contaminações estão crescendo de maneira muito expressiva”.

 

Posted On Quinta, 27 Janeiro 2022 02:15 Escrito por

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinalizou à coluna ser favorável a começar aplicação da 4ª dose da vacina contra Covid-19 no Brasil

 

Por Igor Gadelha

 

A quarta dose já vem sendo aplicada em países como Chile e Israel. Além disso, a aplicação é discutida em nações como a Alemanha e os Estados Unidos, em razão do aumento de casos da variante Ômicron.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinalizou à coluna ser favorável ao início da aplicação de uma segunda dose de reforço (ou quarta dose) da vacina contra a Covid-19 no Brasil.

“Faz parte de estratégia já prevista em 2021. Anualmente se vacina pra Influenza”, afirmou o ministro, ao ser questionado sobre o assunto nesta quarta-feira (26/1).

Queiroga ressaltou que o tema está “em estudo”, nesta semana, na Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização Covid-19. O grupo foi para avaliar medidas de combate à pandemia no âmbito do Ministério da Saúde.

“Tema em estudo na Câmara Técnica. Quando houver um posição oficial será divulgada”, destacou o ministro em conversa com a coluna por mensagem.

 

Nota técnica já recomenda 4ª dose

Desde o final de dezembro de 2021, uma nota técnica do ministério já recomenda a quarta dose no Brasil. Por ora, no entanto, somente para pessoas imunossuprimidas e quatro meses após o primeiro reforço.

A quarta dose já vem sendo aplicada em países como Chile e Israel. Além disso, a aplicação é discutida em nações como a Alemanha e os Estados Unidos, em razão do aumento de casos da variante Ômicron.

 

Posted On Quinta, 27 Janeiro 2022 02:13 Escrito por

ONG afirma que presidente não fez progressos no controle da corrupção e adotou medidas antidemocráticas que violam direitos

Com dw.com

O Brasil caiu duas posições no ranking mundial da corrupção, segundo o levantamento da Transparência Internacional divulgado nesta terça-feira (25/01). Entre 180 países analisados, o Brasil passou a ocupar a 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) no ano passado. Em 2020, estava na 94ª posição.

 

A ONG cita o presidente Jair Bolsonaro - junto com Nayib Bukele, de El Salvador, - como chefe de governo latino-americano que se elegeu prometendo combater a corrupção mas, contrariando as próprias promessas, "essas figuras populistas não fizeram progressos no controle da corrupção, mas sim adotaram medidas antidemocráticas e regressivas que violam os direitos das pessoas."

 

 

A Transparência Internacional cita o Brasil como um dos países das Américas onde a corrupção está minando a democracia e os direitos humanos.

 

"Ao longo de 2021, a região testemunhou graves ataques às liberdades de expressão, imprensa e associação, direitos civis e políticos fundamentais necessários para construir democracias saudáveis e livres de corrupção."

 

De acordo com a Anistia Internacional, o Brasil é um dos países latino-americanos - assim como Venezuela, El Salvador e Guatemala, por exemplo - cujos "governos usaram intimidação, difamação, notícias falsas e ataques diretos contra organizações da sociedade civil, jornalistas e ativistas - incluindo aqueles que combatem a corrupção - como uma forma de desacreditar e silenciar os críticos".

 

Terceira pior nota brasileira

 

O IPC é elaborado desde 1995 com base na análise de dados, pesquisas e avaliações de especialistas. Em 2012, o índice passou por um revisão metodológica, que permitiu traçar uma comparação histórica a cada ano.

 

Numa escala de 0 a 100 pontos, o Brasil alcançou 38 pontos. Esta foi a terceira pior nota da série histórica, repetindo a pontuação registrada na edição anterior do IPC.

 

O desempenho deixa o país abaixo da média global, que é de 43 pontos, e abaixo da média regional da América Latina e Caribe (41 pontos).

 

O Brasil também fica abaixo da média do Brics (grupo de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que foi de 39 pontos, e inferior à do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, que teve 54 pontos.

 

As maiores pontuações foram alcançadas por Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia (os três países com 88 pontos). Logo depois, estão Noruega, Cingapura e Suécia (85 pontos).

 

Já as piores avaliações do ponto de vista mundial ficam com Venezuela (14 pontos), Somália e Síria (13 pontos) e Sudão do Sul (11 pontos).

 

Corrupção gera violação de direitos humanos

 

Em seu relatório, a Transparência Internacional afirma que o aumento da corrupção provoca diretamente um crescimento nas violações de direitos humanos e enfraquecimento da democracia no país afetado.

 

"A corrupção possibilita violações de direitos humanos, dando abertura a uma espiral perversa e desenfreada. À medida que os direitos e as liberdades vão se erodindo, a democracia entra em declínio, dando lugar ao autoritarismo, que, por sua vez, possibilita níveis maiores de corrupção", alerta o texto.

 

A pontuação do Brasil em 2021, de 38 pontos, foi a mesma do ano anterior. A queda em duas posições ocorreu devido à melhoria no índice obtida por outros países. A melhor pontuação brasileira foi em 2012 e 2014, com 43 pontos, quando o Brasil esteve no 69º lugar. Entre 2014 e 2018, já havia despencado para o 105º lugar, e, em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, o país caiu ainda mais, para a posição 106, a pior na série histórica.

 

 

 

Posted On Terça, 25 Janeiro 2022 16:19 Escrito por

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga se a atuação do ex-juiz Sergio Moro causou prejuízos à construtora Odebrecht durante as investigações da Lata-Jato e se ele obteve vantagens pessoais ao trabalhar para o escritório de advocacia Alvarez & Marsal depois de deixar o serviço público. O escritório norte-americano presta serviços para a construtora, agora chamada Novonor.

 

Por FÁBIO ZANINI

 

Adversários apontam contradição entre a atitude de Sergio Moro (Podemos) agora de não revelar quanto recebeu da empresa Alvarez & Marsal e a de quando ele chefiava a Lava Jato.

 

Em 2016, o então magistrado quebrou sigilos do ex-presidente Lula (PT) e de sua empresa de palestras para saber quem o remunerava. Além disso, como juiz, o hoje pré-candidato fazia referências frequentes à transparência.

 

Usou esse argumento, por exemplo, quando divulgou conversa entre Lula e Dilma e levantou o sigilo da delação de Antonio Palocci.

 

"Publicidade e transparência são fundamentais para a ação da Justiça e não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos suspeitos de corrupção", disse, sobre o caso Palocci.

 

Em 2016, ao levantar o sigilo sobre os procedimentos que envolviam Lula na Lava Jato, argumentou que seu objetivo era "garantir transparência e ampla defesa".

 

No mesmo ano, ao retirar sigilo de interceptações telefônicas de Lula que envolviam conversas com a então presidente Dilma Rousseff (PT), Moro disse que a atitude propiciaria "não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal."

 

"A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras", complementou o então juiz.

 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (24), Moro disse que vai revelar seu salário, mas não agora, pois não pretende ser curvar, segundo ele, ao abuso do Tribunal de Contas da União.

 

Em dezembro, como revelou a coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo o ministro do TCU Bruno Dantas determinou que a Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-magistrado depois que ele deixou a empresa, em outubro, para se lançar na política.

 

Dantas acolheu um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU. E determinou também o levantamento, no Judiciário, de todos os processos de recuperação judicial em que a Alvarez & Marsal atuou no período da Lava Jato.

 

O ministro afirmou em despacho que atos de Moro durante a Lava Jato "naturalmente" contribuíram para a quebra de empresas como a Odebrecht —e quer saber se a Alvarez & Marsal foi beneficiada por eles ao se envolver na recuperação da empreiteira e de outras organizações investigadas sob o comando do ex-juiz.

 

 

Posted On Terça, 25 Janeiro 2022 07:09 Escrito por

O Ministério da Saúde vai prorrogar por mais 30 dias o custeio de leitos de UTI adulto e pediátrico destinados ao tratamento da Covid-19.

 

POR MATEUS VARGAS

 

Os conselhos de secretários de saúde de estados (Conass) e de municípios (Conasems), além do Fórum Nacional de Governadores, haviam pedido para o governo federal manter o pagamento, que se encerraria no próximo dia 31, por causa do aumento de internações recente.

 

Em nota, a Saúde disse que renovará o financiamento para manutenção de 14.254 leitos espalhados em todo o país.

 

"Vale informar, ainda, que o Ministério da Saúde segue monitorando a situação epidemiológica no país e caso seja necessário novas prorrogações a pasta irá avaliar", disse a pasta.

 

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que a decisão da Saúde é acertada.

 

"Importante decisão para um momento em que vários Estados e municípios tem muitas regiões de saúde, com elevado número de pacientes e não só para Covid, mas também outras doenças. Decisão acertada e agradecemos", declarou Dias, que coordena os debates sobre a resposta à pandemia no Fórum Nacional de Governadores.

 

A renovação do custeio dos leitos deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

 

O avanço da variante ômicron fez aumentar os casos de síndrome respiratória grave, segundo a Fiocruz.

 

No domingo (23), o Brasil bateu, pelo 6º dia nesta semana, o recorde de média móvel de casos, que agora é de 148.212 infecções por dia, aumento de 309% em relação aos dados de duas semanas atrás. A média móvel de mortes também continua subindo e agora é de 292 óbitos por dia, aumento de 129%.

 

"Já temos 7 Estados com 70% ou mais da capacidade dos leitos ocupados, para doença respiratórias agudas e graves (Covid 19, destacadamente variante Ômicron e H3N2/Influenza), além de viroses e diarréias). E demais Estados em situação de elevação no nível de ocupação", afirmou ainda o governador do Piuaí, em nota.

 

No último dia 12, o Conass também pediu que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apoie medidas como a ampliação da testagem, da cobertura vacinal. Gestores do SUS ainda cobram que o ministro, além de atuar na compra das doses, faça campanha de estímulo a imunização das crianças.

 

Posted On Segunda, 24 Janeiro 2022 06:27 Escrito por
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