"O Senado tirou da gaveta a proposta de mudar a legislação sobre abuso de autoridade – medida vista por integrantes da Lava Jato como uma tentativa de intimidar juízes e procuradores que combatem a corrupção. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, senadora Simone Tebet (MDB-MS), marcou para esta quarta-feira (25) a votação do projeto de lei das Dez Medidas de Combate à Corrupção.

 

Com Estadão Conteúdo

 

Apresentadas ao Congresso pela força-tarefa da Lava Jato, as Dez Medidas foram desfiguradas, em 2016, em votação no plenário da Câmara. Uma das mudanças feitas pelos deputados foi incluir mais rigidez contra o abuso de autoridade – o que não constava no projeto original.

 

A votação na CCJ vai ocorrer em meio à divulgação de supostas conversas do ex-juiz da Lava Jato e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro, com outros integrantes da operação.

 

Críticos da Lava Jato dizem que os diálogos – cuja autenticidade ainda não foi comprovada – revelam que Moro abusou de sua autoridade ao dar orientações para o Ministério Público Federal (MPF) investigar e denunciar o ex-presidente Lula. Pela lei, juízes têm de ser imparciais e não podem favorecer nenhuma das duas partes (acusação e defesa).

 

Presidente do Senado critica Moro às vésperas da votação

Na noite de segunda-feira (24), durante jantar oferecido pelo site Poder 360, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pela primeira vez subiu publicamente o tom contra Moro. Nos bastidores, isso foi visto como uma justificativa para a mudança na lei do abuso de autoridade.

 

"Em sendo verdade, são muito graves [as supostas conversas]. Muito graves. [Moro] ultrapassou o limite ético", disse Alcolumbre. "Não era para ter tido conversa naquele nível. Se isso for verdade, terá um impacto grande em relação a procedimentos."

 

O presidente do Senado também afirmou que, se Moro fosse um parlamentar, já estaria cassado pelo que supostamente disse. "Se fosse um deputado ou um senador [no lugar de Moro], ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não [que obteve as conversas de aplicativo de mensagens]."

 

Depois de criticar Moro, Alcolumbre buscou afagar p ex-juiz. O senador contou que trabalhou pessoalmente para convencer os colegas de casa a desistirem de propor uma CPI para investigar Moro. Argumentou que essa não é a agenda de um país que tem "desempregados, pessoas precisando de hospital, médico". "Convenci várias pessoas a não fazer isso."

 

PGR diz que novo abuso de autoridade favorece o crime

Também na segunda-feira (24), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se reuniu com dirigentes de associações do Ministério Público e do Judiciário para tratar das possíveis mudanças na lei sobre abuso de autoridade.

 

Ao fim do encontro, a Procuradoria-Geral da República informou que, "na avaliação da PGR e das associações, tais medidas, se aprovadas pelo Congresso, vão fortalecer o crime organizado, prejudicar o combate à corrupção e destruir o sistema penal acusatório".

Posted On Quarta, 26 Junho 2019 03:56 Escrito por

É preciso que fique bem claro o que o Senado fará amanhã ao tentar aprovar, em definitivo, o projeto de abuso de autoridade e o que essa medida, caso validada pelos parlamentares, poderá representar para o combate à corrupção no Brasil

Por Diego Amorim

 

Antes de mais nada, é preciso entender o contexto.

Políticos adoram falar em abuso de autoridade de magistrados e membros do Ministério Público. O assunto, de fato, é recorrente nas rodas de conversas em Brasília — e não é de hoje. Sempre aparece alguém para contar um caso de um juiz ou promotor, por exemplo, que excedeu suas prerrogativas e, por isso, deveria ser devidamente punido.

 

Mas a questão é mais profunda.

O tema, em discussão no Congresso há pelo menos uma década, está alicerçado em dois principais pilares: um deles é um projeto de lei apresentado em 2016 por Renan Calheiros, alvo de mais de uma dezena de procedimentos criminais e que hoje, aliás, poderá se tornar réu em um deles no STF. Condenar o que chama de abuso de autoridade sempre foi uma das bandeiras preferidas do senador.

 

Tendo o ex-senador Roberto Requião como relator, o projeto do alagoano que modificava a lei original sobre crimes de abuso de autoridade, datada de 2009, acabou sendo aprovado em abril de 2017 no Senado — por 54 a 19 votos — e a tramitação só parou ali graças à pressão da sociedade e dos alertas feitos pela Lava Jato, que seguia prendendo poderosos e desvendando esquemas espúrios em diversos níveis.

 

O segundo pilar do abuso de autoridade está associado ao projeto das 10 medidas contra a corrupção, que inclui esse debate. Tal projeto, de iniciativa popular, foi completamente desfigurado e aprovado na Câmara, em uma madrugada de 2016, no mesmo dia em que o país estava em choque após a queda do avião com o time da Chapecoense.

 

Vindo da Câmara, vale lembrar o cronograma, esse projeto chegou ao Senado em 4 de abril de 2017. Somente em 14 de dezembro de 2018 foi distribuído, na CCJ, para a primeira relatora, senadora Simone Tebet.

 

Em 21 de março deste ano, com Simone já no comando da comissão, o projeto foi redistribuído para o novo relator, o ex-deputado mineiro e senador de primeiro mandato Rodrigo Pacheco, líder do DEM no Senado.

 

Pacheco ficou com a matéria durante 83 dias, até que recebeu a ordem de apresentar seu relatório. Quando? Exatamente dois dias depois dos primeiros vazamentos de mensagens envolvendo o então juiz Sergio Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. A leitura do parecer, favorável ao projeto, foi realmente feita no dia seguinte, como item extrapauta em sessão da CCJ. A ordem partiu de Davi Alcolumbre, presidente do Senado e seu correligionário.

 

Desde o início da legislatura, Pacheco vinha sendo cobrado por boa parte de seus colegas para apresentar logo seu parecer. O avançar da tramitação do tema também era do interesse de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e de outros líderes partidários.

 

Sim, embora estivesse analisando o assunto havia quase três meses, Pacheco precisou concluir às pressas seu relatório, levando em conta o projeto vindo da Câmara e o de Renan Calheiros. O entendimento era de que o Congresso precisava dar uma resposta ao conteúdo daquelas mensagens roubadas.

 

Na semana passada, a matéria só não foi votada, e muito provavelmente aprovada, diretamente no plenário do Senado porque este site e vocês, leitores, pressionaram os senadores a tempo. Caso contrário, o assunto seria apreciado no plenário sem votação prévia na CCJ e sem qualquer apresentação de requerimento de urgência.

 

Agora, está tudo pronto para que o projeto seja votado amanhã pela manhã na CCJ e, à tarde, no plenário do Senado. O texto final ainda não está concluído. Mas a forma como o assunto tem sido tratado até aqui sugere claramente qual a real intenção dos interessados nele.

 

Em instantes, O Antagonista publicará trechos de uma entrevista exclusiva feita na manhã de hoje com o relator da matéria, senador Rodrigo Pacheco.

Posted On Terça, 25 Junho 2019 16:04 Escrito por

Faltam confirmar adesão organizações de Sergipe, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Em Brasília, o ato começa, às 10h, no Museu Nacional. Informações foram dadas em entrevista coletiva de imprensa, convocada por entidades responsáveis pela manifestação nacional

 

Por Samara Schwingel

 

Representantes de entidades de trabalhadores da educação federal concedem coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (13). O encontro conta com equipes de Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), ANPG (Associação Nacional de Pós-graduandos), Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) e Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), que definiram ações conjuntas e unificaram o discurso em defesa das universidades e institutos federais.

 

Técnico-administrativos em educação, docentes e estudantes promovem, nesta quarta-feira (15), a “Greve nacional da educação”, em protesto contra os cortes anunciados para as universidades federais. Também há uma greve geral dos trabalhadores (não só da educação), marcada pelas centrais sindicais para 14 de junho.

 

Paralisação nacional em 15 de maio

“Sobre o dia 15, temos agendados atos nas capitais das 21 unidades da Federação que aderiram, além de outras grandes cidades. Será um dia bastante movimentado”, informa Heleno Araújo, presidente do CNTE. "Faltam confirmar Sergipe, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, mas acreditamos que todos vão aderir."

 

“A educação está dando uma grande demonstração de força construindo esses atos unitários. É uma pauta que interessa a toda a sociedade. No dia 15, vamos parar nossas atividades e vamos para a rua”, afirma Antônio Gonçalves.

 

O ato em Brasília:

Em Brasília, os integrantes do movimento se reunirão em frente ao Museu Nacional, às 10h, da quarta-feira (15). De lá, caminharão até o Congresso Nacional, passando pelo Ministério da Educação (MEC), terminando a passeata na Rodoviária do Plano Piloto. Não há previsão de horário de término. O ato será acompanhado por carro de som. Haverá distribuição de panfletos.

Confira a programação da manifestação em Brasília, de acordo com Luis Antonio Pasquetti, presidente da ADUnB (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília):

10h — Concentração no Museu Nacional
11h — Marcha em direção ao Congresso Nacional (usando as três faixas à esquerda no mesmo sentido da direção dos veículos, para não atrapalhar o trânsito)
12h — Chegada à “Rua das Bandeiras”, próxima ao Congresso Nacional (permanência de uma hora e 30 minutos), onde o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deve estar no momento
13h30 — partida em direção à Rodoviária
14h30 — dispersão, usando as faixas à esquerda
Confira orientações da ADUnB para a manifestação de quarta (15), em Brasília:
"Para garantir a segurança de todos e todas, manifestantes e da sociedade, repassamos as seguintes orientações:
1. A manifestação é pacífica em defesa da educação pública e do direito à aposentadoria;
2. Combine de ir à manifestação em grupo. Ande SEMPRE junto ao grupo. Nem na saída da manifestação saia separado;
3. Não aceite provocações, tampouco provoque;
4. Não incite a violência;
5. Não deprede o patrimônio público;
6. Não use máscaras, nem nada que cubra o rosto;
7. Não solte bombinhas ou fogos de artifício durante a manifestação;
8. Siga as orientações da coordenação do ato;
9. Leve seus documentos de identificação pessoal. O policial não pode prender você por estar sem documento. No entanto, na ausência de documento, você pode ser levado à delegacia para fins de identificação;
10. Você tem o direito de filmar e registrar tudo;
11. Você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade;
12. Leve água e lanche para consumo próprio;
13. Sapatos confortáveis ajudam caso você precise sair do local da manifestação por causa de alguma confusão;
14. A manifestação faz parte de um movimento democrático assegurado pela Constituição Federal. Você pode levar faixas, bandeiras e cartazes. Manifestar é um direito seu! Sem violência!"
O ato no resto do país
Confira onde se concentrarão os manifestantes em todas as unidades da Federação que aderiram ao movimento até agora em diferentes locais do país no link.
Veja as instituições que terão atividades acadêmicas interrompidas por adesão ao dia de paralisação pela educação de quarta-feira (15), de acordo com a Fasubra.
No entanto, o número total de institutos e universidades que vão aderir pode ser muito maior, pois a lista abaixo cita apenas as entidades filiadas à Fasubra:
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Universidade Federal de São Carlos (Ufscar)
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Universidade Federal de Itajubá (Unifei)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG)
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Universidade Federal do Tocantins (UFTO)
Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Universidade Federal do ABC (UFABC)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR)
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR)
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Greve geral em 14 de junho

“Depois do dia 15, só temos programada mobilização para o dia 14 de junho. Entre esses dois dias, estaremos trabalhando, nos preparando para a greve do dia 14”, completa Heleno Araújo. “Dia 14 vamos parar tudo: transporte, educação, toda a classe trabalhadora”, observa Marcelino Rodrigues, coordenador geral da Fasubra.

Os porta-vozes não souberam informar detalhes da programação de 14 de junho. "Ainda não tem uma programação certa. Só sabemos que vão paralisar o dia todo e talvez, à tarde, tenha uma passeata", diz.

 

 

Questionado sobre a possibilidade de greves prolongadas, que durem mais de um dia, Antônio Gonçalves rebate: “Nacionalmente, não pensamos em outra atividade, mas cada local pode ter uma articulação nesse meio tempo”. Ou seja, o movimento de algumas universidades e institutos federais pode até decretar greve, mas não será nacional ou geral.

Reclamações

“O governo fala de contingenciamento, mas não vai haver recomposição desses recursos. E as instituições públicas são as que mais produzem conhecimento no pais”, reclama Antônio Gonçalves, presidente do Andes.

“De fato, 95% da pesquisa brasileira é feita no ambiente das universidades públicas. Essas pesquisas fazem diferença na vida das pessoas. Fomos surpreendidos com a suspensão de verbas. É um cenário de apagão da ciência brasileira”, critica Manuelle Marques, da Anpg. “É um ataque à soberania brasileira e à universidade, que tem sido produtora do senso crítico. A justificativa é que essas bolsas estariam ociosas, mas sabemos que não é verdade”, diz Manuelle Marques, da Anpg, sobre os cortes aos benefícios da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Manifestação da Ubes
Confira artigo de Pedro Lucas Gorki, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) sobre a movimentação do dia 15:

"Cortes na educação: A gota d’água vai virar um tsunami
Na segunda-feira (6/5), eu estava junto às centenas de estudantes que protestavam do lado de fora do Colégio Militar do Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca. Dentro, o presidente Jair Bolsonaro, cujo governo anunciou, recentemente, o corte de 30% do dinheiro da educação. Enquanto Bolsonaro estava fechado, cercado por alto esquema de segurança, com medo da reação popular e de encarar os jovens que lá estavam, o protesto dos secundaristas ganhava o apoio da população, das pessoas que passavam a pé, nos carros, dos trabalhadores, de quem escutava as reivindicações e concordava com elas.

 

A reação popular contra os cortes na educação, liderada pelo movimento estudantil secundarista e universitário, pode resultar nas maiores manifestações do Brasil desde a posse presidencial em janeiro. Até Bolsonaro já sabe que essa foi a gota d’água que vai virar um tsunami. Bolsonaro não gosta muito de estudar e não é lá muito bom de história – a ponto de falar que a ditadura no Brasil não existiu ou que os ditadores assassinos de países como o Chile e o Paraguai foram pessoas importantes. Mas ao ignorar ou desconhecer que, neste mesmo continente, foi a juventude que enfrentou e derrubou os regimes mais autoritários, pode ter cometido um erro que as ruas não vão perdoar. Nós vamos para cima.

O movimento estudantil está protagonizando, nas diversas regiões do país, um levante unificado contra a tentativa de destruição do nosso ensino. Toda essa força vai desaguar, no dia 15 de maio, em uma jornada nacional nas ruas, nos institutos federais, nos colégios, construindo uma grande paralisação nacional da educação.

 

A mobilização dos atos foi rápida. Em poucos dias, o movimento se espalhou em assembleias, debates, protestos, ações diretas. Os jovens têm acompanhado com preocupação a transformação ideológica covarde de um Ministério da Educação que vira as costas para alunos e professores, voltando-se apenas para o fanatismo de extrema direita e para os lucros do setor educacional privado. A declaração do ministro Abraham Weintrub de que as universidades públicas devem ser punidas por promover “balbúrdia” foi a gota d’água.

 

Ao atacar o ensino superior, o governo mentiu, dizendo priorizar a educação básica. Mas o MEC cortou recursos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. Um bloqueio de pelo menos R$2,4 bilhões de reais.

 

Enquanto publica decretos de posse de arma para enriquecer a indústria do tiro e tenta emplacar a reforma da Previdência e o fim das aposentadorias para agradar aos bancos e a previdência privada, Bolsonaro tira dos salário dos professores, da merenda, dos laboratórios, das bibliotecas, da reforma das quadras e das salas de aula das escolas públicas. E é por isso que a UBES e o movimento estudantil secundarista estão no centro desse debate e vão conduzir os milhões de estudantes da educação básica para resistir a esse governo. Vamos ensinar ao ministro da Educação que as escolas e universidades brasileiras devem ser prioridade, inclusive para garantir o crescimento econômico.

 

Mais de 100 institutos federais já deram o seu recado, aderindo à campanha #TiraAMãodoMeuIF. O movimento já conta com paralisações e protestos em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Com roupas pretas e palavras de ordem, os secundaristas denunciam que, devido aos cortes no orçamento das instituições, muitos alunos não poderão, sequer, concluir o ano letivo. Não bastasse promover a perseguição nas escolas, a censura de alunos e professores; a tentativa de obrigar todos os estudantes do Brasil a repetir o seu slogan partidário de campanha eleitoral no pátio das instituições, Bolsonaro agora quer estrangular a juventude da forma mais direta e cruel: tirando os poucos recursos do setor educacional e tentando matar de fome o sistema de ensino brasileiro.

 

O que o governo não sabe é que essa mesma juventude já resistiu a momentos tão ou mais duros que esse, ao longo dos últimos 70 anos. E tem uma força invencível quando está unida. Já derrubamos presidentes e ditadores quando conseguimos contagiar a sociedade e ela ficou do nosso lado. Cada estudante secundarista também tem uma mãe, um pai, um vizinho que não concorda com a retirada de dinheiro da educação e que precisa de muito pouco para ser convencido a ir às ruas conosco. E se isso acontecer, já seremos numericamente um movimento incontrolável e incontornável. Um governo que perde popularidade de forma inédita nos seus cinco primeiros meses, deveria ter mais sabedoria ao escolher seus inimigos. Mexer com a juventude brasileira é coisa séria. Não aos cortes. Vamos à luta!" *Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

 

Posted On Segunda, 24 Junho 2019 07:39 Escrito por

Veja destaca a liderança de Rodrigo Maia na articulação política. IstoÉ mostra a caça ao Hacker de Moro e Época expões as críticas do general Santos Cruz, demitido do ministério

 

Veja

O Calendário Maia

Em meio à desarticulação política do governo, o Congresso vai apresentar uma agenda de propostas para o país. Liderado por Rodrigo Maia, o pacote inclui mudanças no FGTS, autonomia do Banco Central, simplificação de impostos e redução dos juros bancários. No vácuo da desarticulação política do Executivo, o Congresso prepara uma agenda que será implementada após a aprovação da reforma da Previdência .

Maia acha que, se seu plano der certo, atingirá dois objetivos: terá sido responsável pela recuperação da economia e pavimentará o caminho para alçar voos maiores na eleição de 2022. Em 2018, ele chegou a cogitar uma candidatura à Presidência. Cauteloso, o deputado arma que não quer ocupar o espaço do governo, mas apenas colaborar.

 

Istoé

No rastro do hacker de Moro

Desde que o site The Intercept Brasil revelou as trocas de mensagens privadas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato em Curitiba, o Brasil acompanha apreensivo à divulgação, em doses homeopáticas, do teor das interceptações – fruto da violação de celulares de autoridades brasileiras. O constrangimento ao qual foram expostos os integrantes da Lava Jato e o ex-juiz que se tornou símbolo do combate à corrupção no País pode mudar de lado.

A Polícia Federal planeja-se para, nas próximas semanas, tentar emitir uma contundente resposta ao que classifica de ação orquestrada perpetrada por criminosos de alto calibre. Sob a coordenação do diretor-geral Maurício Valeixo, a PF acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a privacidade dos procuradores e expuseram as vísceras da Lava Jato.

 

Época

'É um show de besteiras', diz general Santos Cruz sobre gestão Bolsonaro

Uma semana após sua demissão da Secretaria de Governo da Presidência da República, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz criticou o governo de Jair Bolsonaro por perder tempo com “bobagens” quando deveria priorizar questões relevantes para o país.

“Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada. Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante.

Posted On Domingo, 23 Junho 2019 22:48 Escrito por

Cerco aos hackers: PF segue no encalço dos criminosos que violaram as conversas mantidas entre Moro e integrantes da Lava Jato; pistas estão sendo seguidas no Brasil e no exterior, e agentes veem respostas próximas

 

Por IstoÉ - Germano Oliveira

 

Desde que o site The Intercept Brasil revelou as trocas de mensagens privadas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato em Curitiba, o Brasil acompanha apreensivo à divulgação, em doses homeopáticas, do teor das interceptações – fruto da violação de celulares de autoridades brasileiras.

 

O constrangimento ao qual foram expostos os integrantes da Lava Jato e o ex-juiz que se tornou símbolo do combate à corrupção no País pode mudar de lado. A Polícia Federal planeja-se para, nas próximas semanas, tentar emitir uma contundente resposta ao que classifica de ação orquestrada perpetrada por criminosos de alto calibre. Sob a coordenação do diretor-geral Maurício Valeixo, a PF acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a privacidade dos procuradores e expuseram as vísceras da Lava Jato.

 

Em investigações preliminares, os agentes da Polícia Federal já identificaram conexões no Brasil, em especial em Santa Catarina, e no exterior, com o suposto envolvimento de agentes na Rússia e até em Dubai, nos Emirados Árabes. Segundo agentes ouvidos por IstoÉ , a PF pode estar perto de alcançar os responsáveis pelo hackeamento ilegal, o que, se confirmado, constituiria uma bomba capaz de provocar uma reviravolta no caso.

 

 

As pistas da principal linha de investigação levam à Rússia. É onde reside o americano Edward Snowden , notório aliado do jornalista Glenn Greenwald , dono do site The Intercept Brasil . Em 2013, Snowden se aproximou dos irmãos bilionários Nikolai e Pavel Durov, que criaram o Telegram, um sistema de comunicação por mensagens similar ao WhatsApp. A PF suspeita que Snowden possa estar por trás do esquema de bisbilhotagem e divulgação das mensagens de membros do Ministério Público Federal. Recentemente, Snowden elogiou o Telegram por sua resiliência na Rússia, depois que o governo proibiu o aplicativo e pressionou para que liberasse o acesso às mensagens privadas dos usuários. Na PF,há quem acredite que o americano refugiado na Rússia possa ter se valido de recentes contatos com os Durov para ter acesso aos diálogos envolvendo as autoridades brasileiras.

 

Condinome: “lucky12345”
A partir da investigação sobre os passos de Snowden, informantes do Brasil na Rússia puxaram um outro fio do novelo: o que leva a Evgeniy Mikhailovich Bogachev, de 33 anos. Criador do vírus Cryptolocker e do ardiloso código Zeus, ele é procurado pelo FBI americano por crimes cibernéticos. Um rastreamento identificou que Slavic ou “lucky12345”, como é conhecido, teria recebido US$ 308 mil em bitcoins (a moeda virtual). Resta saber se o depósito foi realmente a contrapartida financeira por ele ter participado do processo de quebra do sigilo telefônico dos procuradores. O dinheiro teria circulado pelo Panamá antes de chegar a Anapa, na Rússia, onde foi transformado em rublos. Na última semana, o nome do agente russo veio à tona pela primeira vez através de um perfil anônimo no Twitter .

 

Embora parecesse inverossímil num primeiro momento, por conter erros de grafia e tradução, IstoÉ confirmou que a PF segue sim o rastro da pista, considerada importante pelos agentes hoje à frente do caso. Em especial, pelos indícios de que Slavic, uma espécie de laranja no esquema, possa estar ligado a Snowden. Um relatório de segurança da Ucrânia aponta que “lucky12345” atua sob a supervisão de uma unidade da espionagem russa.

 

Mas por que os bilionários irmãos Nikolai e Pavel Durov, do Telegram, se aliariam a Snowden e Slavic na tentativa de desqualificar a principal operação de combate à corrupção da história recente do Brasil? Agentes da PF colheram informações que os levam a crer que os Durov, atualmente abrigados em Dubai, podem ter agido com motivações puramente ideológicas. Adeptos do islã, eles teriam ficado enfurecidos com a proverbial predileção do presidente Jair Bolsonaro por Israel em detrimento aos árabes. Em abril, depois de recebido com honras pelo premiê Benjamin Netanyahu, o presidente anunciou a criação de um escritório de negócios em Jerusalém “para a promoção de comércio, investimentos e intercâmbio” bilaterais. Netanyahu saudou a abertura de um gabinete brasileiro na cidade e pediu que aquele fosse o primeiro passo para a abertura da embaixada brasileira em Jerusalém – o que provocou a ira dos islâmicos e, consequentemente, dos Durov. Bolsonaro, ao alcançar o poder, foi o principal beneficiário da Lava Jato, conduzida por Moro. Desmoralizar o juiz e a Lava Jato significaria enfraquecer o bolsonarismo e trazer a esquerda lulista de volta ao jogo. Confirmada a tese, Greenwald teria sido a ponta final da operação comandada pelo trio Snowden, Slavic e Durov.

Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, está à frente da operação para achar responsáveis pela violação das conversas

 

Não custa lembrar que Greenwald e Snowden foram parceiros num trabalho desenvolvido em 2013 e que expôs dados secretos da Agência de Segurança Nacional (NSA), do governo dos EUA. O material interceptado por Snowden, também de forma ilegal, foi divulgado por Greenwald no jornal inglês The Guardian e em outros jornais pelo mundo afora, como O Globo , no Brasil. Graças aos documentos vazados, o jornalista ganhou os prêmios Pulitzer e Esso. Pressionado a divulgar detalhes de sua operação, Snowden acabou se asilando na Rússia, onde passou a ser protegido pelo presidente Vladimir Putin. Enquanto que Greenwald se refugiou no Brasil, casando-se com o brasileiro David Miranda, atual deputado federal pelo PSOL e acabou fixando residência no Rio de Janeiro, de onde opera o The Intercept Brasil . Atualmente, Snowden é presidente da Freedom of the Press Foundation. Um dos co-fundadores é Greenwald. Na última semana, a PF considerou realizar uma operação de busca e apreensão dos computadores do dono do The Intercept e conduzi-lo para prestar depoimento, mas fontes ligadas ao ministro entenderam que esse fato poderia transformar o jornalista em mártir e o governo ainda corria o risco de ser acusado de cercear a liberdade de imprensa.

 

Trabalho de profissional
Algo é certo: a PF já sabe que o acesso ilegal ao aplicativo Telegram dos procuradores não foi realizado por amadores. “Não foi uma ação de um adolescente por trás de um computador. Tratou-se de um trabalho feito por uma organização criminosa altamente especializada”, endossou Moro em depoimento que prestou no Senado na quarta-feira (19) . De fato, segundo fontes da PF, o trabalho de hackers na quebra de sigilo de celulares e computadores foi coisa de profissional. Além de envolver equipamentos caríssimos que alcançam a casa dos milhões de dólares, fogem completamente do padrão de hackers de menor poder destrutivo, conhecidos como “defacements”, que se notabilizaram por fazer as chamadas “pichações políticas” em sites e organizar malfadados ataques a transações bancárias. No dia 4, o suposto hacker tentou se passar pelo ministro da Justiça enviando uma mensagem a um funcionário do gabinete de Moro, depois de ativar uma conta no Telegram.

 

Sem descartar as pistas que surgem pelo caminho, na última semana, a PF adicionou uma organização criminosa que operava em Santa Catarina ao rol dos suspeitos. Na terça-feira 18, a PF desencadeou a operação “Chabu” (vulgo “deu errado”) em Florianópolis, com o cumprimento de sete mandados de prisão e 23 de busca e apreensão. O objetivo foi a desarticulação de uma quadrilha que vinha quebrando sigilos de autoridades no estado para o vazamento de operações policiais e ações de órgãos públicos. Para a PF, a quadrilha pode estar envolvida na operação de hackeamento dos celulares dos procuradores do Paraná.

 

Entre os presos, está o delegado da PF Fernando Amaro de Moraes Caieron e o policial rodoviário federal Marcelo Roberto Paiva Winter, ambos especializados em crimes cibernéticos e tráfico de drogas. Foram presos ainda o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido), e o ex-chefe da Casa Civil Luciano Veloso Lima.

 

Todos eles utilizavam a estrutura da empresa Nexxera, de tecnologia, para cometer as ilegalidades. Segundo fontes ligadas ao diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, a análise dos documentos apreendidos será decisiva para apontar a existência do elo do grupo com os hackers da Lava Jato . Assim como a conexão Brasil-Rússia-Dubai, o elucidamento do caso parece estar próximo. Quem acompanha as investigações assegura: se os indícios encontrados até agora se confirmarem, a PF estará bem perto mudar o rumo do rumoroso episódio que monopolizou as atenções dos brasileiros nas últimas semanas.

Nota de esclarecimento da Nexxera:

O Grupo NeXXera, empresa com mais de 27 anos de história, vem a público repudiar e contestar a matéria denominada “Cerco aos Hackers”, da revista IstoÉ, assinada pelo jornalista Germano Oliveira e reproduzida pelo portal de notícias IG.

 

Na última terça-feira, 18 de junho, o Grupo NeXXera colaborou espontaneamente com depoimentos para a Polícia Federal sobre a “Operação Chabu”. O papel do Grupo NeXXera, de fato, no caso, foi de contribuição ao processo.

Vale ressaltar, também, que ao contrário do que a matéria diz “O PREFEITO DE FLORIANÓPOLIS, GEAN LOUREIRO (SEM PARTIDO), E O EX-CHEFE DA CASA CIVIL LUCIANO VELOSO LIMA, UTILIZAVAM A ESTRUTURA DA EMPRESA NEXXERA, DE
TECNOLOGIA, PARA COMETER AS ILEGALIDADES”, pode se comprovar equivocada pois, no próprio depoimento do prefeito, quando perguntado sobre NeXXera, o mesmo diz: “QUE FOI PROCURADO POR ELES, NO ANO PASSADO, NA PREFEITURA, MOMENTO EM QUE OFERECERAM GRATUITAMENTE UM PROJETO PILOTO QUE POSSIBILITARIA O PAGAMENTO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS ATRAVÉS DE CARTÃO DE CRÉDITO; QUE ESSA TRATATIVA NÃO EVOLUIU, POIS A CAIXA CONTINUA SENDO A INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA QUE CONCENTRA O RECOLHIMENTOS DESSES TRIBUTOS; QUE NUNCA FOI NA SEDE DA EMPRESA NEXXERA; QUE ESSE FOI O ÚNICO ENCONTRO QUE TINHA POSSIBILIDADE DE CONJUNÇÃO DE INTERESSES ENTRE A INICIATIVA PRIVADA E A
PREFEITURA”.

 

Além disso, outros dois pontos que comprovam que a matéria foi de pura concepção imaginária é que, primeiramente, o Grupo NeXXera conta somente com clientes privados e não possui nenhum cliente na administração pública. Outro ponto é que a empresa é um gateway de pagamento além de outras tecnologias para empresas e não uma companhia de investigação de dados.

 

Ciente de sua inocência e vítima de uma falácia sem provas, o Grupo NeXXera está à disposição para mais esclarecimentos e contribuirá sempre que preciso for com as autoridades competentes.

 

 

Posted On Sábado, 22 Junho 2019 05:20 Escrito por
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