Partido também chancelou o nome do general da reserva Walter Braga Netto como candidato a vice na chapa
Bolsonaro joga para a base e radicaliza discurso em convenção nacional, dizem cientistas políticos
Por Elisa Martins
O PL oficializou neste domingo, 24, a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Também foi chancelado o nome do general da reserva Walter Braga Netto como candidato a vice na chapa.
O anúncio foi feito no momento em que Bolsonaro chegou ao palco do ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, onde ocorreu a convenção do partido para o lançamento oficial da campanha eleitoral.
O presidente marcou presença no evento acompanhado de sua esposa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Ao flar sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e convocar apoiadores para protestos no dia 7 de setembro, no discurso da convenção nacional do PL, neste domingo no Maracanãzinho, no Rio, o presidente Jair Bolsonaro seguiu o script dos últimos meses e jogou para a base de seu eleitorado. Segundo o cientista político Carlos Melo, do Insper, em São Paulo, embora Bolsonaro tenha deixado mais implícita desta vez a polêmica das urnas eletrônicas, o presidente escalou o grau de radicalidade ao associar povo a Exército e convocar população às ruas "pela última vez".
— Mais uma vez, o presidente falou só com seus eleitores. Foi um discurso para a base, que gosta de ouvir termos como "o Exército é o povo", ou formulações que inferiorizam o Supremo. Mesmo havendo ali uma intenção de acenar para os jovens ou para as mulheres, com (a primeira-dama) Michelle, ele jogou para o próprio público. Bolsonaro foi Bolsonaro — opina o cientista político Carlos Melo, professor do Insper, em São Paulo.
Para Melo, Bolsonaro seguiu "o script". Criticou adversários, como o ex-presidente Lula, e o STF, cujos ministros chamou de "surdos de capa preta".
— Ele diminui o STF e diz que quem faz as leis são o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Mas o Executivo não faz as leis. É mais uma provocação, pelo histórico de problemas com o Supremo. E no discurso ele aguça esse conflito — diz o cientista político.
Porém, os maiores pontos de alerta do discurso de Bolsonaro são os que ganharam tom de ambiguidade, segundo Melo:
— Quando ele chama o (general Walter) Braga Netto (que deve ser vice na chapa com Bolsonaro) e diz: "Esse é nosso Exército" ele até tem certo cuidado de não repetir uma formulação que usa com frequência, de se referir às "minhas Forças Armadas". Ele desloca a menção ao Exército para "o povo". Mas é importante lembrar que esse povo a quem ele se refere se armou fortemente nos últimos quatro anos. Literalmente. Fica uma interpretação dúbia e perigosa. "O povo é nosso Exército" quer dizer "deixamos as Forças Armadas onde devem ficar", como uma instituição do Estado, ou a referência é a um povo tão armado quanto um Exército?
Outro momento de radicalização foi, segundo Melo, quando Bolsonaro convocou seus apoiadores a protestarem no 7 de setembro, dia da Independência.
— Mais uma vez foi ambíguo. Dizer aos eleitores "vamos às ruas pela última vez" quer dizer o quê? Que é o último 7 de setembro do mandato? É reconhecer que outro pode ganhar? Ou é ir às ruas de uma vez por todas? Mais uma vez pode ser uma convocação a algum tipo de ação extrema, o que seria muito grave — afirma Melo. — É parecido a quando (o ex-presidente americano Donald) Trump chamou os apoiadores a marcharem até o Capitólio. Depois ele disse que não incentivou.
O cientista político lembra ainda que o fato de jogar apenas para o próprio eleitorado pode gerar um problema para Bolsonaro em outubro:
— Para ganhar essas eleições, Bolsonaro vai ter que ampliar seu público, falar com a nação, e não só com quem já é seu eleitor. Mas, no discurso dessa convenção, não há nada que permita concluir que ele está nesse caminho. O que ele faz é consolidar o próprio eleitorado, e isso será insuficiente no pleito deste ano — diz o cientista político.
A socióloga e professora de opinião pública na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) Jacqueline Quaresemin avalia que, apesar da tentativa da campanha, o discurso de Bolsonaro não irá atrair o eleitorado feminino. A primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou a discursar no evento deste domingo, que tocou diversas vezes a música "Mulher Brasileira" com a perspectiva de melhor a aprovação de Bolsonaro entre mulheres.
— É uma imagem forte dos dois junto (Michelle e Bolsonaro), passa a imagem da família. Mas se olhar todas as pesquisas, ele já cristalizou a rejeição feminina.
Segundo a socióloga, Bolsonaro discursou para inflamar a base. Quaresemin avalia que a tendência é que ele siga nesse discurso até o 7 de setembro. Ela diz que o presidente poderá usar a data em que convocou manifestações para testar a radicalização do seu eleitorado.
— A característica do presidente não aceitaria um discurso moderado. O ponto mais crítico é essa provocação para o 7 de setembro. Essa convocação não tem uma proposta patriótica, mas de testar uma estratégia para radicalizar no dia da eleição ou depois.
Quaresemin aponta que Bolsonaro usa termos amplos —como ao convocar a população às ruas "pela última vez"—, permitindo interpretações diferentes e possibilitando que ele possa "desfazer" a declaração em caso de “pegar mal” ou não ter engajamento nas redes. Mas diz que a fala para atrair apoiadores ao 7 de setembro remete a discursos de líderes autoritários.
Para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a segurança das urnas eleitorais é indiscutível, e se tornou um dogma sua violação. A birra entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) com TSE, vem de muito tempo e tem gerado tensão desconfiança e insegurança.
Bravatas e soberbas das partes tem demonstrado a não existência de harmonia entre os poderes. É nítido o ativismo do STF e representa risco, assim como a desconfiança do presidente ao sistema de votação e apuração das eleições.
Por Antonio Coelho de Carvalho
Começando pelo começo, em 2015, Câmara dos Deputados aprovou por 433 votos a favor e 7 contra, a uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional ) de autoria do então deputado federal Jair Bolsonaro, que previa a impressão do voto, que seria depositado em um recipiente acoplado a urna eleitoral. Apos aprovado também no Senado foi a sanção da então presidenta Dilma Russef (PT), que prontamente vetou o projeto do voto impresso. Posteriormente, o Congresso Nacional decidiu derrubar o veto de Dilma. Com 368 votos de deputados e 56 de senadores, foi derrubado o veto da então presidente Dilma, contrariada ela e seu partido viram a publicação no Diário Oficial da União, e justamente bem ai que começa a enrolação. Como alguém bem disse que é mais fácil enganar uma multidão do que um só homem, começa as duvidas.
Como alegria de pobre dura pouco, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a impressão do voto eletrônico. Bem aqui, cabe a pergunta? Depois de votado aprovado chancelado, carimbado e publicado pela Casa de Lei dos representantes do povo, é inconstitucional uma (PEC) Projeto de Emenda Constitucional tramitada debatida e aprovada por maioria absoluta? Para os ministros do STF a PEC foi declarada inconstitucional por colocar em risco o sigilo e a liberdade do voto. O deputado Jair Bolsonaro, há muito já estava com contrariado com a não aplicação do resultado do referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, onde no final 59 109 265 votos respondendo "não" (63,94%) para a proibição de vendas de armas de fogo. Novamente contrariando a maioria da população dessa vez diretamente, em alguns acenderá um sinal de alerta, desconfiança sobre a aplicação da soberania popular.
Eleito presidente da Republica com votação expressiva, Bolsonaro tem nesses temas uma relação de paixão mal resolvida, não deixou de lado. No ano passado partidos adversários da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), (outra proposta do voto impresso) cinco partidos (MDB, PSD, PL, Patriota e PV) trocaram integrantes da mais importante Comissão da Câmara dos Deputados, com o claro intuito de barrar o voto impresso. Outros partidos, PSDB, Republicanos, PSL, Cidadania, PP e Avante, fizerem reuniões para fazer as alterações, na composição da comissão, necessárias até assegurar maioria para derrubar a proposta. O PT e a Rede já tinham se declarado contra a PEC. Há época a presidente da CCJ deputada Bia Kicis (PSL-DF) disse: "Estamos sofrendo campanha e ataque do Judiciário, que está interferindo na missão do Parlamento. Não estou atacando o STF, estou zelando pela independência dos nossos poderes e pela hombridade do Parlamento", apontou.
No dia 18 passado o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em uma reunião com embaixadores que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atenta “contra as eleições e a democracia”. Declarou que o tribunal “tenta esconder” um suposto inquérito da PF (Polícia Federal) sobre uma invasão hacker à rede do TSE em 2018. Bolsonaro é investigado, pelo STF, por vazar o inquérito sigiloso da PF sobre o ataque ao TSE. Só lembrando que o presidente só pode ser investigado com autorização do Congresso Nacional a pedido da PGR. No entanto existe essa investigação. Uma boa matéria a respeito do ataque pode ser lida nesse endereço https://www.tecmundo.com.br/seguranca/136004-hackers-invadem-sistema-urna-eletronica-pegam-dados-confidenciais.htm). Bolsonaro durante discurso para os embaixadores, negou que o documento estivesse sob sigilo. Os documentos foram divulgados pelo presidente em agosto de 2021 pelas redes sociais, o que causou mais uma desavença com a STF. O ministro Edson Fachim deu cinco dias para o presidente expor oficialmente suas criticas ao TSE.
Com as proximidades das eleições as demanda junto aos tribunais aumentam substancialmente. No passado o PT quando iniciou suas atividades, fez muito uso desse artifício, na época ganhando visibilidade e não e um processo novo das esquerdas quando na oposição. Não e necessariamente essa demando pelo judiciário que o torna ativista político e sim suas decisões e posicionamentos. Não muito longe o Ministro do STF Gilmar Mendes criou comissão para buscar de acordo sobre redução ICMS dos combustíveis. peça que foi votada na Casas aprovadas e em vigor. Pode até a um certo ponto ao ativismo judicial, porem ele em muitas vezes ele se impõe frente a inércia dos demais poderes, na busca da superação das desigualdades de nossa sociedade. E que o entendimento na construção da igualdade e no reconhecimento dos direitos fundamentais posam caminharem juntos. Que soberbas e bravatas não usurpam as funções da cada um em direção ao livre arbítrio por um amanhã melhor para todos. Boa semana
Por Antonio Coelho de Carvalho é Jornalista
Evento também serviu para confirmar a aliança com o MDB; convenção dos partidos será no dia 5 de agosto, em Palmas
Com Assessoria
Realizada nesta sexta-feira, 22, em Palmas, a reunião de dirigentes do PL com os pré-candidatos a deputado estadual e federal do partido e do Podemos serviu como injeção de ânimo para uma arrancada eleitoral. No encontro, também foi confirmada a aliança dos dois partidos com o MDB, comandado pelo ex-governador Marcelo Miranda, que esteve presente na reunião.
A reunião acertou detalhes de como será a convenção do grupo político, marcada para dia 5 agosto, no Espaço Cultura José Gomes Sobrinho, que leva o nome do pai do senador Eduardo Gomes, presidente estadual do PL e responsável por coordenar a campanha de Ronaldo Dimas (PL), pré-candidato a governador pelo partido.
“Esse é o primeiro de muitos encontros que pretendem formar um grande movimento, um movimento que tenha como principal razão a participação das pessoas na política do Tocantins. A política, a campanha, o estado do Tocantins a ser discutido pelos seus cidadãos. A palavra da liderança política, do vereador, do prefeito, do deputado, daquele que detém mandato, ela é muito importante, mas o fundamental é a conexão direta com a população que vai ter a sua disposição um plano de governo, um jeito de governar para escolher”, destacou Eduardo Gomes, ao ressaltar que nessa aliança vai ser montado o projeto vencedor das próximas eleições estaduais.
Eduardo Gomes fez uma firme defesa da capacidade técnica de Dimas e da abertura que o pré-candidato tem para o diálogo. “A gente quer uma política serena, num mandato que vai se desenvolver em cima de compromissos reais, que as pessoas possam viver melhor, terem melhores estradas, terem melhores escolas, terem melhores hospitais, terem condição de discutir a política de maneira democrática e sem perseguição política e isso quem representa nesse Estado é o Ronaldo Dimas. Por que a nossa confiança no Ronaldo Dimas? Primeiro, pela experiência recente e a dedicação que ele teve na vida dele para fazer grandes gestões na cidade de Araguaína, mas principalmente pela capacidade que ele tem de ouvir as pessoas nesse novo projeto”, destacou o senador, ao elogiar as gestões de Dimas à frente da Prefeitura de Araguaína (2013-2020), que transformaram a cidade por completo.
Por sua vez, o ex-governador Marcelo Miranda foi firme ao destacar que o MDB está com Dimas. “Aproveito para reafirmar com R maiúsculo a posição do MDB, da deputada Dulce na sua caminhada de estar com você, Ronaldo Dimas”, disse o ex-governador.
Já Dimas destacou que o Estado hoje é uma Ferrari sem piloto, em uma alusão à falta de gestão por parte do governo que impede o desenvolvimento do Tocantins com o aproveitamento pleno das potencialidades. Por fim, o pré-candidato, ao assegurar que a gestão será construída com todo o grupo, explicou que a partida só vai se iniciar agora.
“Nós nem começamos o jogo. Ainda é treino. O jogo começa daqui a pouquinho, depois das convenções. E nós vamos dar de lavada nesse grupo que está aí há muito tempo. Nosso povo tem conhecimento do que é bom. Vocês podem ter certeza. Ninguém quer coisa ruim não. Eu tenho convicção plena que a gente, junto com esse grupo que está aqui de candidatos e candidatas firmes, sérios, determinados a fazer e a ajudar, vamos conseguir realizar essa transformação”, finalizou Dimas.
Da Assessoria
O pré-candidato ao Senado pelo Tocantins Ataídes Oliveira (PROS), foi um dos parlamentares tocantinenses que mais conseguiu trazer recursos para os municípios tocantinenses. Cerca de meio bilhão foram investidos em pavimentação asfáltica, estruturação dos conselhos tutelares e das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), aquisição de equipamentos agrícolas, esportivos, além de construção de praças, moradias populares e muitos outros benefícios.
“Hoje, conseguimos reunir mais de 800 vereadores em torno da nossa pré-candidatura, além de contar com prefeitos, ex-prefeitos e suplentes de vereadores que estão do nosso lado, porque sabem que quando estive no Senado Federal fui um parlamentar que eles podiam contar. Fui incansável na busca de recursos e sempre tive as portas do meu gabinete abertas para receber a todos com as demandas da nossa população”, afirmou Ataídes.
Beneficiados
Uma das beneficiárias dos recursos trazidos por Ataídes ao Tocantins foi a dona Maria Angélica Araújo Afrim, que foi contemplada com uma das cinco mil moradias que o então senador trouxe para o Estado. Ela mora no Residencial das Araras I, em Palmas. “Hoje, vivo nessa casa com três netos, mas antes eu estava morando de favor. Graças a Deus, eu consegui isso aqui, e por isso sou muito grata ao Ataídes Oliveira, porque foi através de uma emenda dele que eu conquistei esse pedacinho onde eu moro. Foi Ataídes Oliveira que fez isso tudo aqui pelo povo, porque ele veio do sofrimento igual a gente e é um grandioso homem hoje”, afirmou.
Algemira Pinto, moradora da Avenida 118 do Setor Aeroporto, em de Ponte Alta do Tocantins, foi beneficiada com a pavimentação asfáltica do seu setor, graças aos recursos trazidos por Ataídes. “Antigamente, aqui era só a poeira, a gente vivia limpando a casa e depois desse asfalto melhorou muito. A gente sofria demais aqui. Nós agradecemos muito ao senador Ataídes Oliveira por ter conseguido recursos para fazer esse asfalto”, concluiu.
Anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom
Por Marcelo Brandão
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu hoje (23) declarar que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa.
“Temos um surto que se espalhou rápido pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional. Por essas razões, decidi que a epidemia de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”, disse Tedros.
A decisão não foi consensual entre membros do Comitê de Emergência da OMS, mas o diretor-geral decidiu ir adiante com a declaração. Ele destacou que o vírus tem se espalhado rapidamente por diversos países, o que aumenta o risco de disseminação internacional. Outra preocupação expressada por Tedros diz respeito ao potencial do vírus de interferir em viagens de um país para outro, como ocorreu com a covid-19. No entanto, a OMS ainda considera o risco baixo.
A varíola dos macacos é uma causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo infectado.
Uma das preocupações da OMS é com o estigma que a doença pode provocar, uma vez que a maioria dos contaminados são homens que se relacionam sexualmente com outros homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros.
“Em acréscimo às nossas recomendações aos países, também chamo as organizações da sociedade civil, incluindo aquelas com experiência no trabalho com pessoas HIV positivo, para trabalhar conosco na luta contra o estigma e a discriminação”, disse Tedros.