A 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu nesta terça-feira (5) a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT), da Câmara Municipal de Curitiba, por quebra de decoro parlamentar
POR MÔNICA BERGAMO
Em fevereiro deste ano, o vereador participou de uma manifestação contra racismo e xenofobia que teve como desfecho a invasão da Igreja do Rosário, em Curitiba. O ato foi organizado por ocasião das mortes do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe e de Durval Teófilo Filho.
O ingresso no templo ocorreu depois de um desentendimento com pessoas que estavam na porta e reclamavam da realização do ato naquele lugar.
Em votação na Câmara, os vereadores entenderam que houve quebra de decoro parlamentar por parte de Renato Freitas. Por 25 votos favoráveis e cinco contrários, além de duas abstenções, o petista perdeu os direitos legislativos e chegou a ser substituído pela suplente Ana Julia Ribeiro (PT).
A defesa de Freitas, porém, questionava a celeridade com que foi convocada a sessão especial para julgar o pedido de cassação, sem que fosse garantido o direito de defesa.
A decisão liminar (provisória) desta terça não analisou se houve ou não quebra de decoro matéria que, segundo a 4ª Câmara Cível, cabe à Casa Legislativa, mas o rito de cassação. E concluiu que houve desrespeito ao devido processo legal.
Em sua decisão, a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima destaca que a convocação para a sessão se deu a cerca de 24 horas de sua realização. Ela afirma, ainda, que não foram realizados esforços para a intimação pessoal do denunciado.
"Constata-se que houve a intimação na pessoa de seu procurador, doutor Guilherme de Salles Gonçalves, por intermédio de email encaminhado na data de 20 de junho de 2021, às 15h27min, logo, com 24 horas e 03 minutos antes da Sessão Especial agendada para o dia 21 de junho de 2022, às 15h30min", afirma a desembargadora.
A magistrada diz que a leitura do email foi efetivada cerca de duas horas após seu recebimento, a menos de 24 horas para a sessão. Com isso, o prazo mínimo para intimação previsto em regimento não foi atendido.
Os advogados Guilherme Gonçalves, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Édson Abdalla, que representam Freitas, comemoram a decisão desta terça.
"A defesa sempre confiou na Justiça paranaense, posto que, conforme até mesmo alertado antes da realização da malfadada sessão, havia grave ilegalidade em convocá-la com tamanho açodamento e precipitação", dizem, em nota.
"Essa atitude, ao lado de várias outras que foram presenciadas durante esse processo, revela que a condição do vereador negro e de origem humilde parecem ser mais decisivas para o desenrolar do processo do que os atos que o vereador cometeu", seguem.
A desembargadora que revogou a cassação provisoriamente afirma que nada impede que a Câmara Municipal de Curitiba aprecie novamente o caso, desde que sejam observadas as normas do regimento interno.
Os advogados de Renato Freitas dizem confiar que o mérito do caso também será analisado e a cassação por quebra de decoro, revertida. "Segue a defesa acreditando que ao final o vereador Renato terá de volta seu mandato em toda a sua plenitude, o que só fortalece a democracia", afirmam.
Quando o episódio ocorreu, a Arquidiocese de Curitiba afirmou em nota que o protesto foi realizado no mesmo horário de celebração da missa e que, mesmo com pedido para que não tumultuassem o momento litúrgico, "lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos".
Quatro deputados estaduais do Paraná eleitos pelo então PSL tiveram os mandatos cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado, em decisão unânime na segunda-feira, 4. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, Luiz Fernando Guerra (União Brasil), Ricardo Arruda (PL), Delegado Fernando Martins (Republicanos) e Coronel Lee (DC) continuam na Assembleia Legislativa.
Por Ederson Hising
O processo está sob sigilo, porém os deputados informaram que a condenação ocorreu por possíveis irregularidades no cumprimento da cota de candidaturas femininas da coligação PSL/PTC/Patriotas, na eleição de 2018. Os quatro deputados afirmaram que vão recorrer da decisão nesta terça-feira, 5.
O PSL, que se juntou ao Democratas para formar o União Brasil, elegeu a maior bancada na Assembleia do Paraná na última eleição, em 2018, com oito deputados. Todos tiveram decisão pela cassação dos mandatos no TRE-PR, sendo que quatro já deixaram as cadeiras após a condenação de Fernando Francischini (União Brasil), no TSE, por propagar notícias falsas contra o sistema eleitoral.
Segundo um ex-integrante da executiva do Patriotas em 2018 ouvido pelo Estadão, não houve problema com o cumprimento da cota de candidaturas femininas nem havia candidatas “laranjas”. Segundo ele, podem ter ocorrido equívocos com a documentação na substituição de candidaturas ao longo da eleição passada, além de falhas em notificações.
Não há prazo para o TSE julgar o recurso dos deputados e da coligação. O advogado Cassio Prudente Vieira Leite, especialista em direito eleitoral, explica que os deputados continuam no mandato e elegíveis por, em tese, serem beneficiários e não responsáveis pelas possíveis irregularidades.
“Não tenho perspectiva que se resolva antes da eleição e, provavelmente, fiquem no cargo até terminar o mandato. Salvo algo extraordinário, para não dizer inédito, é improvável que saiam”, avalia o especialista.
Para o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSD), os tribunais eleitorais deveriam ser mais ágeis nas decisões para não criar situações como a do PSL no Estado. Ele diz que o Legislativo não foi notificado da decisão do TRE-PR.
“Deveriam analisar no início da legislatura, essa é a minha leitura. No final do mandato a decisão é extremamente grave e uma afronta a uma decisão nas urnas”, avalia. Questionado sobre a possibilidade dos oito deputados eleitos por um partido perderem o mandato, ele classifica como inédito e surpreendente.
Em 2018, a coligação teve 74 candidatos a deputado estadual no Paraná. Do total, 21 candidaturas foram de mulheres, chegando a 39,6% - a cota mínima exigida por lei é de 30%. A coligação foi a terceira mais votada com 808.458 votos válidos. A mulher mais votada, Doutora Malu Viel, que era do PSL, recebeu 3.392 votos, sendo a 19ª entre os 74.
Parlamentares cassados falam em perseguição política
Os quatro deputados eleitos pelo PSL se manifestaram sobre a condenação. Eles negam envolvimento nas decisões da coligação. Ricardo Arruda e Coronel Lee afirmam que não tinham conhecimento da situação envolvendo a cota de gênero. Para eles, trata-se de perseguição a deputados que se declaram bolsonaristas e conservadores.
Luiz Fernando Guerra diz que não houve nenhuma irregularidade e que confia no bom senso e na serenidade da Justiça. O deputado Delegado Fernando Martins alega que, sendo as possíveis irregularidades diretas aos partidos e a coligação, não há responsabilidade dos deputados eleitos e diplomados pelo próprio TRE-PR.
PALÁCIO ARAGUAIA DESCARTA SENADORA KÁTIA ABREU
Em entrevista ao site Gazeta do Cerrado nesta terça-feira, o coordenador da candidatura de Wanderley Barbosa à reeleição, ex-presidente da ATM Jairo Mariano, afirmou que uma composição com a senadora Kátia Abreu se tornou inviável, após a adesão do senador Irajá Abreu, filho da senadora, à candidatura do deputado federal Osires Damaso ao Governo do Estado. O coordenador afirmou que a partir de agora o grupo palaciano abre conversações com outros grupos políticos para composição da chapa majoritária no que concerne à candidatura ao Senado Federal.
GOVERNO PERDIDO E SEM DIREÇÃO
Ao justificar porque não apoia o projeto de reeleição do governador Wanderlei Barbosa, o senador Irajá Abreu disse em entrevista coletiva de imprensa que o atual "é um governo perdido e sem direção". Segundo o senador do PSD, "o Tocantins está precisando de alguém preparado para comandar o destino do estado. Infelizmente o atual governo não tem essa experiência. E vem demonstrando isso ao longo de oito meses".
O TOCANTINS É UM TRANSATLÂNTICO E O GOVERNADOR É UM CANOEIRO
Irajá Abreu fez duas metáforas: "é o mesmo de você querer pegar um médico de formação e colocar numa obra para construção de um prédio. Qual é a chance disso dar certo? E assim vem se portando o governo. É um governo que está dentro de um transatlântico, de um grande cruzeiro, mas se comportando como se estivesse sentado em uma canoa na beira do rio. E não é isso que o Tocantins espera, não é isso que o Tocantins merece".
O QUE SERÁ FEITO DA SENADORA KÁTIA ABREU?
Ao ser questionado sobre o destino de sua mãe, a senadora Kátia Abreu, que tem declarado apoio ao governador Wanderley Barbosa, o senador afirmou que a decisão tanto da senadora quanto de outros pré-candidatos ao Senado será tomada no final do processo das convenções partidárias, dia 05 de agosto. Ele lembra que nessas eleições está ocorrendo um fenômeno diferente de todas as outras, ou seja, todos os pré-candidatos ao Senado Federal estão fazendo uma campanha independente.
DEFINIÇÃO DE APOIO A GOVERNADOR "SÓ AOS 48 MINUTOS DO SEGUNDO TEMPO"
Ao analisar a situação dos atuais pré-candidatoa ao Senado Federal, Irajá Abreu lembrou que Ataides Oliveira não tem chapas na sua coligação e não tem palanque. Wanderley Luxemburgo tem chapa proporcional, que é do PSB, mas também não definiu o candidato dele ao Governo, pelo menos publicamente. O ex-governador Carlesse não tem chapa proporcional nem candidatura majoritária. A Deputada Dorinha, pré-candidata ao Senador, tem chapas de candidatos a estadual e federal, mas também não tem um palanque definido, resolvido cem por cento, que tenha anunciado publicamente. Então a senadora Kátia Abreu está fazendo a mesma coisa. Ela está fazendo uma pré-campanha no Estado do Tocantins muito forte, muito mais consolidada do que os demais pré-candidatos, mas não depende de palanque de governador para ser candidata. É um direito dela ser candidata à reeleição". E finalisa sua análise dizendo que "campanha não é largada, campanha é chegada. E a chegada é dia 5 de agosto, quando tiver as convenções, onde tudo vai ter que se acomodar e se resolver. Definição, não só da senadora Kátia, mas inclusive dos outros candidatos só acontecerá aos 48 minutos do segundo tempo, na convenção partidária".
APOIO DE DIMAS FOI IMPORTANTE PARA ELEIÇÃO DE IRAJÁ AO SENADO
Irajá Abreu reconhece que o apoio de Ronaldo Dimas foi importante para sua eleição ao Senado. Também reconheceu que (Dimas) "é um homem que foi testado, foi aprovado na gestão como prefeito. Fez uma grande transformação. Temos que dar a César o que é de César, ser justo e reconhecer o grande trabalho que ele fez em Araguaína. Até os adversários reconhecem isso. Imagina eu, que fui apoiado por ele.
POLÍTICA É UMA VIA DE MÃO DUPLA
Segundo o senador, na política existe uma via de mão dupla, que ele chama de reciprocidade. "DA mesma maneira que eu fui apoiado por ele, eu também apoiei a candidatura do deputado Tiago Dimas. Foi um apoio de ambas as partes", disse o senador. "Eu fui cumpri à risca com ele o apoio ao Tiago e ele também cumpriu à risca o apoio comigo. Também fui responsável com os recursos que destinei para Araguaína, que, inclusive, o compromisso que nós firmamos. Destinei quase 20 milhões (de reais) para Araguaína. A cidade merece, é minha obrigação e não fiz nenhum favor", declarou.
NÃO HOUVE RECIPROCIDADE NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2020
Esse foi o motivo de Irajá Abreu deixar de apoiar Ronaldo Dimas para apoiar Osires Damaso nas eleições para governador este ano, segundo o próprio senador.
O PSD tinha um diálogo com Dimas à época, para que tivesse um apoio do partido do prefeito de Araguaína, o PODEMOS em Porto Nacional, Colinas e Araguatins. Não houve reciprocidade de apoio nessas cidades, onde o PSD tinha candidaturas e o PODEMOS não tinha candidatos. "Então, lá em Araguaína também não houve reciprocidade. Deixei todo mundo do PSD à vontade, mas nossa legenda acompanhou o Dr Hugo", esclareceu Irajá.
O senador finalizou sua entrevista dizendo: "cada eleição é uma eleição. O importante é que os compromissos sejam cumpridos na sua íntegra. Eu tenho consciência de que cumpri com o prefeito Ronaldo Dimas na íntegra, como venho cumprindo com Araguaína até hoje".
CANDIDATURAS AO GOVERNO DO ESTADO NÃO HÁ PERDEDORES, NEM GANHADORES
O processo sucessório será deflagrado oficialmente a partir do dia 05 de agosto, quando vence o prazo para realização das convenções partidárias para escolha dos csndidatos a governador, senador e candidaturas proporcionais. Até lá haverá muito blábláblá, sem contar as fakenews. O momento recomenda muita cautela.
PESO PESADO NA SUCESSÃO ESTADUAL
Os prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais terão papel importante no apoio a candidaturas a governador e senador nas eleições deste ano. Quem conseguir o apoio prefeitos e da maioria dos vereados de Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Guaraí pode garantir uma das duas vagas no segundo turno.
ELEFANTE VOANDO
Os coordenadores políticos das principais chapas majoritárias terão missão impossível para resolver. Sem agressões nem xingamentos terão que fazer elefante voar. São eles os senadores Irajá Abreu, coordenador da candidatura de Osires Damaso, Eduardo Gomes, coordenador da candidatura de Ronaldo Dimas, e Jairo Mariano, coordenador da candidatura de Wanderley Barbosa. Em outras palavras, terão que dar "nó em pingo de éter". "Na política só não pode perder" *Tancredo Neves).
CANDIDATURA DE ATAIDES OLIVEIRA CRIA MUSCULATURA E NÃO PODE SER SUBESTIMADA
O candidato a senador Ataides Oliveira ganha musculatura na base política do Estado. Os vereadores estão sendo valorizados por Ataides e isso significa força na base se sustentação política da pirâmide, o que pode surpreender no resultado final, favorecendo ao ex-senador. Por isso a candidatura de Ataides não pode ser subestimada.
MAURO CARLESSE NO PAREO PARA SENADOR
O ex-governador Mauro Carlesse será confirmado como candidato ao Senado pelo AGIR na próxima quinta-feira, em um grande evento em Gurupi. Os olhos da classe política e da imprensa estarão conferindo o tamanho e as presenças de líderes no evento. O OBSERVATORIO POLITICO de O PARALELO13 fará uma análise detalhada após o acontecimento.
AGUARDEM...
"DINDIM" FARÁ BOI VOAR NESTAS ELEIÇÕES
"Dindim" fará boi voar nessas eleições, não tenham dúvidas. Em um Estado com mais se 300 mil pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, "didim" bem aplicado faz miséria em uma eleição. Temos vários exemplos nos últimos onze anos. Ter "dindim" e saber aplicar pode, sim, fazer a diferença nos resultados finais nas urnas.
O apoio de Irajá à Damaso, de última hora, já é um movimento conhecido da Família Abreu
Da Redação
Sempre que contrariados, eles tentam dar o troco. Nos bastidores, são conhecidos pela fome sem fim. Fome por cargos nos diversos governos que já apoiaram, fome por poder de decisão, fome por um lugar na primeira fila e fome para mandar nos partidos que a família arma sua barraca. Resumindo, são pesados e sufocam qualquer grupo que apoiam.
O apoio do senador Irajá Abreu (PSD) à candidatura de Osires Damaso (PSC) contrariou as indicações de Kátia Abreu de que iria colar sua imagem na do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e buscar um grupo forte para tentar a reeleição ao Senado. O problema é que o grupo governista não cedeu aos caprichos da senadora e as portas se fecharam.
O apoio, seguido pela fome sem fim, vem desde a época de Siqueira Campos e passou por vários outros governos, como o de Marcelo Miranda, Sandoval, Gaguim, tentaram com Carlesse e por último com Barbosa. E em todos eles, o final é o mesmo: uma ruptura repentina com toques de novela mexicana.
Um outro bom exemplo aconteceu com o então vereador Iratã Abreu. À época, era um opositor furioso do então prefeito Carlos Amastha. Mas a fome pelo poder fez com que Kátia Abreu mandasse Iratã apoiar o governo que ele sempre combateu. O problema é que Amastha não cedeu aos caprichos da Família Abreu e cerca de dois meses depois os ataques do vereador Iratã contra Amastha já circulavam novamente na mídia.
A história só muda de época, mas os movimentos sempre são os mesmos. Wanderlei Barbosa não quis comprometer o fôlego do Estado com as exigências da Família Abreu e preferiu continuar com o planejamento de sua gestão. Decisão acertada e que resultou no apoio de Iarajá ao pré-candidato Damaso, como forma de demonstrar o descontentamento de sua família. Agora, vamos aguardar para saber se Damaso conseguirá saciar a fome dos seus mais novos aliados.
O governador Wanderlei Barbosa e os deputados da sua base de apoio já haviam deixado claro ao clã dos Abreu que não haveria hipótese de sua campanha à reeleição servir de “barriga de aluguel” à pretensão de Kátia em se reeleger.
Por Edson Rodrigues
Pois bem. Nesta última segunda-feira o senador Irajá Abreu, presidente estadual do PSD, anunciou, em ato político, sua decisão de apoiar a candidatura do deputado federal, Osires Damaso, ao governo. Uma decisão pensada e estruturada, segundo o próprio senador que, perguntado sobre os efeitos de sua decisão na situação de sua mãe em relação ao governador Wanderlei Barbosa, foi taxativo e claro ao afirmar que sua mãe não precisa do apoio do Palácio Araguaia e que sua reeleição não será prejudicada, pois tudo estaria resolvido até o próximo dia cinco de agosto, prazo final para a realização das convenções partidárias.
SITUAÇÃO DEFINIDA
Pelos lados do Palácio Araguaia, a simples possibilidade de Irajá Abreu apoiar outra candidatura ao governo já havia ligado a luz de alerta, tanto que Irajá e Kátia já vinham sendo “cortados” dos eventos, atos e programações políticas e administrativas, aos quais não compareciam mais. E, foi deixado claro por todos que, a porta da frente seria serventia da casa aos Abreu caso o que acabou acontecendo, se tornasse fato.
Como o Observatório Político de O Paralelo 13 já havia adiantado, a opção de Irajá Abreu por apoiar Osires Damaso ao governo do Estado iria desencadear uma série de modificações no tabuleiro sucessório, além de forçar a definição de alguns posicionamentos.
Até agora, já é certo que o clã dos Abreu não estará no palanque de Wanderlei Barbosa, e que os partidos que compõem o grupo político de Kátia e Irajá devem seguir o mesmo caminho dos dois, a contar: PP, PSD, PSB, PSC, Avante e PRTB, ficando a cargo do próprio Irajá, a convite, a coordenação da campanha de Osires Damaso ao governo.
A única pergunta que fica sem resposta é como será a composição das chapas majoritária e minoritária do grupo que acaba de surgir, uma vez que o candidato ao Senado de Osires Damaso, até então, era o empresário e técnico de futebol, Vanderlei Luxemburgo, do PSB, que vem junto com Carlos Amastha como pré-candidato a deputado federal?
Certamente alguém vai ficar de fora e ser obrigado a adiar seus projetos políticos.
RONALDO DIMAS
Enquanto isso, a decisão de Irajá Abreu pouco afeta o grupo político que apoia a candidatura de Ronaldo Dimas ao governo. O coordenador da campanha do ex-prefeito de Araguaína, senador Eduardo Gomes, já tinha traçado as estratégias de ação prevendo todas as probabilidades. O grupo segue firme com o nome de Dorinha Seabra para o Senado e dando continuidade aos trabalhos de fortalecimento das bases. Eduardo Gomes esteve, na semana passada, na região do Bico do Papagaio, reforçando os nomes de Dimas e de Dorinha junto aos seus companheiros, seguidores, prefeitos, vereadores e lideranças locais e regionais. A intenção é percorrer todo o Estado, levando sua bandeira à população, aos empresários, comerciantes e profissionais liberais, uma vez que o grande diferencial da gestão de Dimas será a geração de empregos e o desenvolvimento sustentável do Tocantins.
WANDERLEI BARBOSA
Já Wanderlei Barbosa vem tranquilo, com o sentimento de “missão cumprida” nesses primeiros oito meses de mandato, em que tratou com muito carinho e respeito os servidores públicos estaduais, resgatando direitos trabalhistas deixados de lado por administrações passadas, e dando uma roupagem municipalista à sua gestão, priorizando os repasses de dois milhões de reais para cada município do Tocantins, para aplicação por parte dos próprios prefeitos, o que deixou muita gente sorridente.
Wanderlei, porém, deve permanecer em alerta, uma vez que observando o retrovisor da história política do Tocantins, nota-se que apenas o apoio dos deputados estaduais não é suficiente para se vencer uma eleição no Estado – leia-se Sandoval Cardo e Carlos Henrique Gaguim, que apostaram no poder dos deputados estaduais para se reelegerem e acabaram derrotados – quem tem histórias recentes de governadores que terceirizaram o comando das campanhas e acabaram “aprisionados” em uma “bolha” de apoio.
Apoio é sempre bem-vindo, mas focar apenas em uma fonte de apoio, pode ser fatal.
A hora, para Wanderlei, é de organizar a equipe, a partir dessa nova situação, delegar tarefas, assumir as rédeas e trabalhar mais ainda.
PAULO MOURÃO
Pelos lados do PT, após o recado direto e pessoal da presidente do PT nacional, Gleisi Hoffmann, o pré-candidato Paulo Mourão prepara a federação partidária definida pela cúpula nacional para que funcione no Tocantins.
A vinda do pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva ao Tocantins deve dar uma nova injeção de oxigênio à sua labuta contínua, com a divisão do próprio PT estadual em relação à sua candidatura.
DAMASO GANHA MUSCULATURA
Fica óbvio que a candidatura de Osires Damaso passa a outro patamar com a adesão do grupo do senador Irajá Abreu, e passa a ser mais uma concorrente a chegar ao segundo turno. A nominata montada por Irajá é composta por bons nomes de pré-candidatos a deputado federal e estadual, todos sem mandato e com “sangue nos olhos” em busca de uma das cadeiras dos parlamentos.
SEM FAVORITOS... AINDA
Ante a esses novos fatos, como sempre afirmamos e até nos antecipamos, todas as atuais candidaturas postas no tabuleiro sucessório, agora, têm chances reais de chegar ao segundo turno. Afirmar quais as duas que chegarão, é puro chute ou achismo, pois ainda não há subsídios – nem pesquisas de intenção de voto – suficientes para apontar favoritos.
Tudo dependerá do empenho dos prefeitos, vereadores e líderes locais e regionais, que darão sustentação ao apoio de parlamentares, somado à capacidade do candidato de gerar simpatia e confiança entre os eleitores, após o início das campanhas.
Até o dia cinco de agosto, o que mais vai ter nos bastidores políticos é o blábláblá tradicional de momentos em que a paciência vai acabando, à espera das definições, com o adendo das fake News, que serão utilizadas pelos menos preparados e menos capazes, para tentar desestabilizar os adversários. Um momento em que se recomenda muita cautela a todos.
PESO-PESADO NA SUCESSÃO ESTADUAL
A grande disputa, a partir de agora, será pela preferência dos prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais do Estado, pois serão “cabos eleitorais de luxo” de suma importância para qualquer candidatura ao governo. Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso serão, certamente, as cidades mais visitadas pelos grupos políticos dos quatro candidatos, em busca de apoio dos prefeitos e vices, da vereança e das principais lideranças. Quem conseguir reunir um bom percentual de apoio nessas cidades, já garante, pelo menos, uma vaga no segundo turno.
ELEFANTE VOANDO
O maior trabalho estará nas mãos dos coordenadores políticos de cada grupo que disputa o Palácio Araguaia que, além de muita atenção para os movimentos e tendências do eleitorado, devem cuidar para fazer uma campanha de projetos e propostas, sem xingamentos e agressões verbais.
Para isso, de acordo com a histórica política do Tocantins, terão, praticamente, que “fazer elefante voar”, dado o passado de campanhas viscerais e agressivas que o Tocantins já presenciou.
Coordenadores, Senador Eduardo Gomes, com Dimas, Senador Irajá Abreu, com Damaso e Jairo Mariano com Wanderlei
Eduardo Gomes, coordenador de Ronaldo Dimas, Irajá Abreu, de Osires Damaso e Jairo Mariano, de Wanderlei Barbosa, terão que “dar nó com laço em pingo de éter”, pois, como dizia o saudoso Tancredo Neves, “na política, só não pode perder”.
Muitas surpresas estão por vir. Quem errar menos terá mais chances de chegar ao segundo turno.
É esperar para ver!