Presidente confirmou que o principal entrave para a filiação ao partido é a aliança da sigla com o PSDB em São Paulo
Por Eduardo Gayer
Após o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, receber "carta branca" dos diretórios estaduais, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (23) que sua entrada no partido está quase certa.
"Está praticamente resolvido. Converso com ele (Valdemar Costa Neto) nos próximos dias. Mas, na política, só está fechado quando fecha", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Correio, da Paraíba, sem precisar a data para a entrada no PL.
Bolsonaro confirmou que o principal entrave para sua filiação ao partido é a aliança do PL com o PSDB em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País. "(Costa Neto) tem compromisso com o vice-governador e tinha que acertar uma maneira de resolver", disse o presidente, numa referência a Rodrigo Garcia, pré-candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes.
O PL integra a base do governador de São Paulo, João Doria, e se comprometeu a apoiar Garcia na disputa pela sua sucessão, em 2022. Agora, a cúpula do partido quer abandonar a aliança para abrigar Bolsonaro, mas enfrenta resistências internas.
Durante a entrevista, o chefe do Executivo também minimizou as pré-candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro (Podemos) ao Palácio do Planalto. "Não estou preocupado com isso. O povo que escolha o melhor", afirmou. "A grande maioria da população não quer a volta do Lula. A gente vai para debate? Vai. Debato com Lula sem problema nenhum."
Bolsonaro também classificou como "censura" a desmonetização de canais que divulgam fake news, ordenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, na sua avaliação, o veto de hoje é muito pior do que a ditadura militar praticou contra a imprensa.
"Esse tipo de censura não existia no período militar. O que não era permitido, muitas vezes, era uma matéria ser publicada. Daí o pessoal botava lá uma receita de bolo, um espaço em branco", disse o presidente, que apoiou o regime. "Censura, naquele momento lá, mas nem se compara com o que está acontecendo no Brasil."
Ao longo da resposta, Bolsonaro tentou justificar a censura. "Aí você vai naquela matéria que foi censurada (e pergunta): Foi censurada por quê? Não tinha razão de ser; era porque davam recados, naquela época, para seus comparsas aqui no Brasil, através daquele tipo de matéria", declarou.
Texto vai à sanção presidencial
Por Heloisa Cristaldo
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (23) a medida provisória que recria o Ministério do Trabalho e Previdência. A proposta também transfere a Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania para a pasta do Turismo. A MP, já aprovada pela Câmara dos Deputados, não foi modificada pelo Senado e segue para sanção presidencial.
Criado em 1930 no governo de Getúlio Vargas, o Ministério do Trabalho havia sido incorporado ao Ministério da Economia, criado pelo presidente Jair Bolsonaro no início de sua gestão. A medida que recria a pasta está em vigor desde que foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro, em julho.
O Ministério do Trabalho e Previdência será responsável por definir políticas sobre geração de emprego e renda, apoio ao trabalhador, fiscalização do trabalho, política salarial, segurança no trabalho, registro sindical e previdência, entre outras, responsabilizando-se, inclusive, pela previdência complementar.
Ao tramitar na Câmara, os parlamentares incluíram no texto a possibilidade de que o ministro da pasta, atualmente comandada por Onyx Lorenzoni, possa definir as hipóteses de substituição de exame pericial presencial por exame remoto, assim como as condições e as limitações para sua realização.
Outro ponto incluído pelos deputados foi o Domicílio Eletrônico Trabalhista para permitir ao Ministério do Trabalho notificar o empregador, por comunicação eletrônica, sobre atos administrativos, ações fiscais, intimações e avisos em geral. A proposta dispensa a publicação em Diário Oficial e o envio de notificação pelos Correios.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve contrariar o Ministério da Saúde e orientar que a dose de reforço da vacinação da Covid seja preferencialmente aplicada com modelo igual ao usado no ciclo básico
POR MATEUS VARGAS
A diretoria colegiada da agência tem reunião nesta quarta-feira (24) para votar uma orientação sobre o reforço da vacinação.
No último dia 16, sem consultar a agência, o Ministério da Saúde anunciou a liberação da nova aplicação a todos adultos. A Saúde orienta usar "preferencialmente" imunizantes da plataforma de RNA mensageiro, como o da Pfizer.
A equipe de Marcelo Queiroga ainda sugere que a vacina de vetor viral, como a da Janssen ou a da AstraZeneca, pode ser aplicada de forma "alternativa" no reforço.
Já a diretoria da Anvisa deve sugerir o reforço "homólogo", ou seja, com o mesmo modelo de imunizante aplicado anteriormente. A exceção deve ser a Coronavac, para a qual deve haver a recomendação de priorizar outros modelos de vacina.
A orientação da Anvisa, porém, não terá poder de derrubar as decisões do Ministério da Saúde. A agência, inclusive, deve mencionar que cabe à pasta de Queiroga fazer as definições sobre a campanha de imunização da Covid-19.
O anúncio da Saúde gerou mal-estar com a Anvisa. A agência enviou uma série de questionamentos ao ministério sobre a mudança no esquema vacinal no último dia 18, mas não recebeu resposta até a noite desta terça-feira (23).
Apesar da divergência e dos questionamentos, a Anvisa quer evitar uma disputa com o ministério. A ideia é não alimentar o discurso antivacina.
Mas integrantes da agência reconhecem que as duas orientações distintas podem gerar confusão. Enquanto o ministério prioriza a Pfizer como dose de reforço de quem recebeu qualquer modelo anteriormente, a Anvisa deve sugerir uso da AstraZeneca para quem recebeu antes esse produto, por exemplo.
Além disso, o ministério fixou intervalo de cinco meses para a aplicação da dose de reforço. Enquanto algumas farmacêuticas pedem intervalo de seis meses à Anvisa.
No caso da vacina da Janssen a divergência deve ser ainda maior, mas a agência não deve se debruçar sobre o imunizante na reunião desta quarta. O Ministério da Saúde decidiu, também no anúncio feito no dia 16, aplicar essa vacina, antes de dose única, em duas doses.
Mas a própria Janssen enviou pedido à Anvisa para manter o ciclo básico de dose única e aplicar o mesmo produto no reforço.
Procurado pela Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre os questionamentos da Anvisa.
Ao apresentar a sua orientação, a agência deve afirmar que os dados até aqui levados à reguladora sugerem o reforço homólogo da vacinação. Ou seja, a agência não exclui rever a sua decisão mais tarde.
Ao decidir sobre a vacinação, a Anvisa analisa dados de segurança, qualidade e eficácia dos produtos, além de informações sobre a fabricação.
"Os esclarecimentos solicitados são necessários sob o ponto de vista sanitário, especialmente no que se refere ao monitoramento do uso dos novos esquemas vacinais no Brasil", disse a agência, em nota divulgada à imprensa no dia 18.
No mesmo documento enviado à Saúde, a agência afirmou que é preciso demonstrar "minimamente" que seguem mantidas a segurança e a eficácia das vacinas após as mudanças.
A Anvisa também disse que só conhece discussões sobre a Janssen que envolvem a "possibilidade de aplicação de dose de reforço e não de segunda dose como parte do esquema primário de vacinação".
Na leitura de integrantes da Anvisa, a decisão do ministério atropelou discussões da agência sobre o tema. O órgão já abriu análise para inserir na bula das vacinas da AstraZeneca, da Pfizer e da Janssen as regras sobre a dose de reforço.
Em discussão prévia, técnicos da Anvisa aconselharam o ministério a aguardar uma posição da agência sobre a aplicação da dose de reforço, o que não ocorreu.
Um ponto que preocupa a Anvisa é sobre como organizar o monitoramento das reações adversas das vacinas. Na leitura da agência, esse é um dos temas que deveria ter sido previamente debatido com o ministério.
Desde o fim de setembro, o ministério passou a recomendar a dose de reforço para pessoas com 60 anos ou mais, além de grupos de risco. Nesse caso, a Anvisa participou da decisão.
Já os anúncios do dia 16 pegaram de surpresa até parte da equipe de Queiroga. As decisões sobre a Covid-19 têm sido tomadas em grupos restritos, e o PNI (Programa Nacional de Imunizações) está sem comando desde o fim de junho.
Grupos de oposição denunciaram a prisão de Edgard Parrales, ex-embaixador da Nicarágua na OEA (Organização dos Estados Americanos) e crítico do presidente do país, Daniel Ortega, na segunda-feira, 22
Com Estadão Conteúdo
Parrales, que também foi sacerdote e ministro de Bem-Estar Social do país, apoiou a Revolução Sandinista na década de 1980 que levou Ortega ao poder pela primeira vez. Com a prisão de Parrales, subiu para 41 o número de opositores do governo detidos desde maio, ampliando o movimento de repressão mesmo após a reeleição de Ortega.
"Edgard Parrales, ex-diplomata, sequestrado hoje pelo regime Ortega-Murillo, mais um cidadão privado de liberdade por expressar sua opinião", informou a Unidade Nacional Azul e Branca (UNAB) em uma rede social.
Ortega-Murillo é uma referência ao presidente da Nicarágua e sua mulher, Rosario Murillo, que é vice-presidente do país.
Ortega se reelegeu para o seu quarto mandato consecutivo no dia 7, em uma eleição sem adversários significativos e em meio a críticas da comunidade internacional.
A prisão de Parrales
Nem a polícia nem o Ministério Público confirmaram a prisão de Parrales, assim como ocorreu com os outros 40 opositores presos antes das eleições.
Mas a esposa do ex-diplomata, Carmen Córdova, confirmou que seu marido foi detido quando estava saindo de sua casa em Manágua, a capital e maior cidade do país da América Central.
A presidente do Centro de Direitos Humanos da Nicarágua (CNDH), Vilma Núñez, disse à imprensa que Parrales foi capturado por "duas pessoas em trajes civis que o levaram de carro".
Familiares dos presos reclamam das condições
Familiares de políticos de oposição presos na Nicarágua desde maio disseram no sábado (20) que a saúde dos detidos piorou de forma preocupante recentemente, e pediram ao governo de Daniel Ortega a liberação imediata e sem restrições.
Em um comunicado à imprensa, os familiares afirmaram que os políticos presos são interrogados constantemente, há restrições de alimentos e isolamento permanente (alguns deles estão em solitárias, de acordo com o texto).
Um deles, Víctor Hugo Tinoco, perdeu 14 quilos, de acordo com sua mulher, Deyanira Parrales. "Não permitem que a gente entregue alimentos a ele, e também restringem os produtos de higiene; levamos 10 máscaras por semana e só entregam 1", afirmou ela.
No comunicado, os familiares afirmaram que os presos ainda sofrem com frio todas as noites, e que não permitem que eles usem roupas de cama e nem roupa para proteger do frio. Algumas das celas são iluminadas 24 horas por dia. (Com agências internacionais)
Seleção brasileira, que não conquista o Mundial desde 2002, já garantiu presença na competição no ano que vem, no Catar
Por Fábio Matos
A Jovem Pan anunciou a compra dos direitos de transmissão para o rádio da Copa do Mundo de 2022 no Catar. O maior evento esportivo do futebol mundial terá início em novembro do ano que vem.
A seleção brasileira, que lidera as Eliminatórias Sul-Americanas, já garantiu presença na competição. Além da equipe comandada pelo técnico Tite, estão confirmadas no Mundial Alemanha, Argentina, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Sérvia e Suíça.
Segundo o comunicado divulgado pelo Grupo Jovem Pan, os jogos da seleção brasileira poderão ser acompanhados no FM 100.9. A maioria das outras partidas do torneio será transmitida pelo AM 620.
História da Jovem Pan na Copa
A cobertura da Copa do Mundo faz parte da história da rádio desde 1950, quando a competição foi realizada no Brasil, que terminou com o vice-campeonato. Em 2002, no último título mundial conquistado pela seleção, a emissora também acompanhou o evento, mesmo sem um acordo comercial para transmitir os jogos.
Na época, a rádio contratou estrelas do futebol brasileiro para reforçar sua equipe esportiva, como Romário, Vanderlei Luxemburgo, Zagallo, Emerson Leão e Carlos Alberto Parreira.
A final da Copa do Mundo de 2022 no Catar será disputada no dia 18 de dezembro do ano que vem, no estádio Lusail. Esta será a 22ª edição do Mundial — a última foi na Rússia, em 2018, e terminou com o título da França após vitória sobre a Croácia na final. O Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Bélgica.
A primeira edição da Copa do Mundo foi disputada em 1930, no Uruguai. O Brasil é a única seleção que participou de todas as edições do campeonato e também o maior vencedor da história, com cinco taças até aqui.
A seleção nacional foi campeã mundial em 1958 (Suécia), 1962 (Chile), 1970 (México), 1994 (Estados Unidos) e 2002 (Coreia do Sul e Japão).