Levantamento do instituto Paraná Pesquisas foi divulgado nesta quarta-feira
Por José Benedito da Silva - Revista veja
O presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistou um empate técnico com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sondagem de intenção de voto espontânea (quando os nomes dos candidatos não são apresentados), segundo levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 28 de abril e 3 de maio e divulgado nesta quarta-feira, 4.
Ele cravou 25,2% das intenções de voto contra 27,6% do petista, o que configura um empate dentro da margem de erro de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
O resultado é um alerta para a campanha de Lula, já que Bolsonaro vem conseguindo nos últimos meses se aproximar do petista na corrida presidencial.
Além disso, segundo a mesma pesquisa, Bolsonaro conseguiu cravar a menor distância em relação ao ex-presidente – 4,8 pontos porcentuais – na disputa ao Palácio do Planalto.
De acordo com o levantamento, Lula tem 40% das intenções de voto contra 35,2% de Bolsonaro – em relação à sondagem anterior, feita no final de março, o petista manteve o mesmo porcentual, enquanto o presidente subiu 2,5 pontos porcentuais (tinha 32,7%).
Bolsonaro também cravou a sua melhor marca na série do Paraná Pesquisas iniciada em novembro do ano passado, quando ele tinha 29,2%.
Na pesquisa estimulada, depois de Lula e Bolsonaro aparecem Ciro Gomes, do PDT, com 7,4% (ele tinha 5,4% em março); João Doria, do PSDB, com 3,2% (tinha 2,3%); André Janones, do Avante, com 2,4% (tinha 1,1%); Simone Tebet, do MDB, com 0,7% (tinha 0,2%); Luciano Bivar, do União Brasil, com 0,2% (a primeira pesquisa na qual foi incluído); e Luiz Felipe d’Ávila (Novo), com 0,1% (o mesmo porcentual de março).
Foi a primeira pesquisa feita pelo instituto sem o ex-juiz Sergio Moro, que em março tinha 7,1%. Entre os entrevistados, 7,2% disseram que vão votar em branco, em nenhum ou anular o voto e 3,5% disseram que não sabem ou não responderam.
A pesquisa foi feita com 2.020 eleitores, por meio de entrevistas pessoais presenciais, em 166 municípios de todos os estados, e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR 09280/2022.
Multa foi feita em razão do descumprimento das medidas cautelares previamente fixadas ao deputado federal
Com Estadão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nesta terça-feira, 3, multou o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) em R$ 405 mil em razão do descumprimento das medidas cautelares fixadas anteriormente. O deputado bolsonarista desrespeitou as medidas impostas ao menos em 27 ocasiões.
Moraes ainda manteve todas as restrições já impostas a Silveira, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica, além da proibição de ausentar-se da comarca em que reside e a proibição de participar de qualquer evento público em todo o território nacional.
Silveira terá até 24 horas para comparecer à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE) para fixar uma nova tornozeleira eletrônica. Ele ainda terá de devolver a anterior, que está desligada, descumprindo as medidas fixadas, desde o dia 17.
Outra medida desfavorável ao parlamentar é o bloqueio de 25% do seu salário, assim como de todas as suas contas bancárias. Moraes determinou que o Banco Central seja notificado para proceder o bloqueio de valores do deputado no valor da multa, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tome as providências para o desconto de vencimentos do réu para o pagamento da multa.
"As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em diversas ocasiões durante o trâmite desta ação penal e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta corte. Não havendo justificativa para o desrespeito das medidas cautelares impostas, incide a multa fixada", afirmou.
Entenda o caso
Silveira foi condenado pelo plenário do STF pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito, ao proferir discursos de incentivo à violência com ataques à Justiça e a ministros da corte. Apesar da pena de 8 anos e 9 meses de reclusão, Silveira beneficiado no dia seguinte por decreto de "graça constitucional" do presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, o parlamentar está sujeito às medidas cautelares "até eventual decretação da extinção de punibilidade ou inicio do cumprimento da pena", segundo Moraes.
A defesa do deputado federal argumentou que a tornozeleira eletrônica, que está desligada desde o dia 17 de abril, sofreu um problema técnico. No entanto, a SEAPE informou que não houve qualquer problema com o equipamento de monitoramento eletrônico.
Voto de desempate ficou a cargo do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
Por Marcelo Brandão
Uma situação inusitada marcou a discussão, no Senado, do projeto de lei (PL) 4.059/2021, que muda o limite de gastos com propaganda do governo em anos eleitorais. O projeto já havia sido retirado de pauta na semana passada, a pedido do próprio relator, Eduardo Gomes (MDB-TO). Voltou à pauta de hoje (3) e acabou sendo retirada novamente e protagonizou um, até onde se sabe, inédito empate no painel de votações da Casa. O placar da votação foi de 30 votos favoráveis e 30 votos contrários.
O projeto propõe a mudança na forma de cálculo para determinar quanto os governos federal, estaduais e municipais podem gastar com publicidade no primeiro semestre de anos eleitorais. Se aprovado, o projeto permitiria ao governo federal um aumento de R$ 25 milhões nessas despesas, ainda este ano. Gastos com publicidade institucional ligada à pandemia de covid-19 não estariam sujeitos a esse limite.
Após a leitura do relatório, alguns senadores se manifestaram contrariamente. Foi apontado que o projeto tenta alterar uma regra para o primeiro semestre deste ano, a pouco menos de dois meses do seu fim. Após as falas, um requerimento de adiamento de discussão, apresentado por Jaques Wagner (PT-BA), foi à votação.
Empate
Álvaro Dias (Podemos-PR) chegou a dizer que nunca havia testemunhado um empate no painel em todos os seus anos de Senado. “Desse empate, assim, eu não me lembro”, disse ele, ao lado de Pacheco. Dias chegou à Casa pela primeira vez nos anos 1980 para seu primeiro mandato e voltou ao Senado em 1999, para três mandatos consecutivos de oito anos. “Morro e não vejo tudo”, brincou Esperidião Amin (PP-SC).
Senador Eduardo Gomes fala aos seus pares
Restou a Pacheco recorrer ao regimento interno da Casa e afirmar: caberia a ele, presidente da Casa, o voto de minerva. Eduardo Gomes se aproximou em seguida e propôs uma saída diplomática. Aceitaria retirar o projeto de pauta, desde que não passasse pelas comissões, como queria Wagner, e fosse pautado para a próxima terça-feira (10). Com esse acordo em mãos, Pacheco votou contrário ao requerimento e Gomes retirou por conta própria o projeto da pauta de hoje.
“Portanto, com o desempate da presidência, nós iríamos para a votação da matéria no plenário do Senado Federal, mas o senador Eduardo Gomes pondera se há a possibilidade da composição para que se possa transferir, para a semana que vem, a apreciação do mérito da matéria, obviamente sem obstrução”, concluiu. Assim foi feito.
Cid Gomes (PDT-CE) ainda pediu a palavra para questionar a votação. Segundo ele, Amin havia se manifestado favorável ao requerimento quando pediu a palavra, mas votou contra no painel. “Tenho absoluta convicção que por engano. Aliás, ele já tinha registrado esse engano na sua fala e depois corrigiu”, disse. A questão de ordem, no entanto, não teve desdobramentos e valeu o registro em painel, tenha sido ele equivocado ou não.
*Com informações da Agência Senado.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recebe nesta terça-feira às 17h a visita do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em meio a críticas e ameaças do presidente Jair Bolsonaro à corte e ao processo eleitoral brasileiro.
Por Ricardo Brito
Segundo a assessoria do STF informou na noite de segunda, a reunião do ministro da Defesa com Fux foi pedida por Paulo Sérgio e o presidente do STF aceitou. Procurada na manhã desta terça, a assessoria do Ministério da Defesa não respondeu de imediato a pedido de comentário.
O encontro entre Fux e Paulo Sérgio ocorre dias após o aumento na escala de tensão entre Bolsonaro e a cúpula do Poder Judiciário.
Bolsonaro subiu o tom nos ataques ao STF após ter concedido um perdão presidencial ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado pelo tribunal a quase nove anos de prisão pelos crimes de coação e ameaça contra ministros do próprio Supremo.
O presidente também voltou a atacar o processo eleitoral e exigir que as Forças Armadas possam contar os votos das urnas eletrônicas nas eleições de outubro.
Na manhã de domingo, em Brasília, ele não discursou aos apoiadores, mas compareceu rapidamente à manifestação favorável ao seu governo, marcada por críticas ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral, e afirmou, em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, que o ato era 'em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade'.
Pouco antes de se encontrar com o titular da Defesa, o presidente do Supremo vai receber às 15h a visita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de um grupo de senadores.
A assessoria de imprensa do Supremo confirmou o encontro de Fux com Pacheco. Disse que eles já tinham acertado de se encontrar. O tema do encontro é uma pauta aberta.
À Reuters, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que na semana passada o grupo de senadores já esteve com vários ministros do Supremo e também com Pacheco conversando sobre o atual momento político no país. Uma fonte próxima a Pacheco disse que a intenção é buscar baixar a temperatura neste momento de ataques à democracia, com um Poder atacando o outro. Segundo essa fonte, a ideia é tentar fazer uma espécie de meio-de-campo, 'magistrar' esse conflito.
Na quarta-feira, Pacheco e esse grupo de senadores também deve se reunir com o presidente do TSE, Luiz Edson Fachin.
O projeto foi apresentado nesta segunda (2/5) pelo presidente do Senado, que defende necessidade de "pacificar o entendimento" sobre juros e correções monetárias nas indenizações
Por Victor Correia
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), apresentou nesta segunda (2/5) um Projeto de Lei (PL) para “pacificar o entendimento” sobre quais taxas de juros e correção monetária devem ser aplicadas às indenizações trabalhistas e cíveis pelos tribunais brasileiros.
O PL 1.086/2022 altera tanto a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quanto o Código Civil. Segundo Pacheco, a falta de definição clara na legislação cria um cenário de insegurança jurídica, prejudicial aos investimentos, ao crescimento econômico e à geração de empregos.
“O ordenamento jurídico pátrio tem sofrido com graves inseguranças advindas, de um lado, da falta de atualização da legislação vigente relacionada à correção monetária e aos juros de mora e, de outro, das interpretações conflitantes conferidas às normas atuais”, diz o senador na justificativa do Projeto.
Ele defende que a atual legislação dá espaço a "distorções e injustiças”, e que precisa ser atualizada. Além disso, o PL leva em conta entendimentos dos tribunais superiores sobre o tema. Decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), de janeiro deste ano, definiu o uso do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) na fase pré-judicial para definição dos débitos trabalhistas, e da taxa Selic após o ajuizamento da ação, até que o Legislativo delibere a questão.
Pacheco também cita entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao justificar o PL, que define o uso da taxa Selic para o cálculo do juros de mora em qualquer pagamento de tributos devidos à Fazenda Nacional.
“A despeito do entendimento do STJ, que deveria dar a palavra final sobre o assunto, muitas decisões judiciais de instâncias inferiores adotam posicionamento divergente”, afirma Pacheco.
Segundo ele, é comum que os tribunais brasileiros adotem taxas de juros legais de 1% ao mês, mais correção monetária. Pacheco diz ainda que, devido à atual taxa Selic, ações judiciais estão “sendo um ‘investimento’ muito mais rentável que a maior parte dos ativos do mercado financeiro”.
“O meu objetivo, com o presente PL, é o de simplificar e impor justiça para todos os juros praticados no meio judicial”, defende o senador.