Primeiro precisamos esclarecer que O Paralelo 13 vem se aperfeiçoando dia a dia sua linha editorial, sempre independente, livre de amarras, ética e respeitosa. Sempre que construímos um editorial, uma análise política ou um “olho no olho, como este, o assunto abordado é de total interesse do povo tocantinense, nunca – e jamais será – é por motivos pessoais
Por Por Edson Rodrigues
Todo o imbróglio envolvendo o apoio do PT nacional á candidatura da senadora Kátia Abreu à reeleição, vinha acontecendo nos bastidores, longe dos holofotes e dos ouvidos da população. Como um jornal essencialmente político, estamos cobrindo cada capítulo dessa novela, e revelando as novidades aqui, para os nossos leitores.
Kátia Abreu, Irajá Abreu e o PT, vinham “flertando” politicamente há tempos, sendo que até a ex-presidente Dilma Rousseff entrou no assunto, exigindo apoio do PT nacional à sua ministra da Agricultura, e acabou no freezer do partido por falta de “jogo de cintura” segundo o seu “criador”, Luiz Inácio Lula da Silva, “o corpo, a mente e a alma” do PT.
Mas, a verdade é que há tempos havia uma movimentação entre Kátia Abreu e o PT nacional, com certa resistência do diretório estadual, por conta das intervenções que a senadora vinha fazendo nos assuntos internos da legenda, no Tocantins, que já havia definido Paulo Mourão como seu candidato a governador.
A costura dessa colcha de retalhos entre o clã dos Abreu e o PT teve muitos altos e baixos, momentos de excesso de “material” e momentos de ausência total. Dentro desse processo, O Paralelo 13 fez uma metáfora, afirmando que o PT seria a “máscara de oxigênio” para oxigenar a candidatura de Kátia Abreu à reeleição, comparando a situação àquela vivida nos embarques em aviões, em que os comissários de bordo orientam que, “em caso de despressurização da cabine, coloque primeiro a máscara de oxigênio em você, para, depois, tentar ajudar os demais passageiros.
COLCHA DE RETALHOS
Kátia Abreu vem tecendo essa colcha de retalhos desde 2021, sempre jogando dentro das quatro linhas, respeitando os limites da boa política. Passou pelo time de Ronaldo Dimas, com quem visitou a região do Bico do Papagaio, sempre em companhia de seu filho, Irajá e do empresário Edson Tabocão, ressaltando que Dimas também estava costurando a sua própria colcha de retalhos e precisava – e ainda precisa – de companheiros que puxem sua candidatura para cima, que elevem o nível do seu grupo político.
Nesse ínterim, Mauro Carlesse foi afastado do governo do Estado, por decisão do Pleno do STJ e o vice-governador, Wanderlei Barbosa, assume interinamente o governo. Com as chances de Carlesse voltar antes do mês de abril, prazo dado pelo STJ – ou até mesmo de não voltar, haja vista a instalação de um processo de impeachment contra ele na Assembleia Legislativa – o clã dos Abreu, sempre com Edson Tabocão à tiracolo, abandonou Ronaldo Dimas “a caminho do altar político” e foi fazer plantão no Palácio Araguaia, buscando uma aproximação com Wanderlei, conseguindo, inclusive, indicar alguns de seus companheiros para fazer parte da nova equipe de governo. O objetivo: que Kátia Abreu fosse a candidata ao Senado com apoio do Palácio Araguaia, em uma “chapa ideal”, tendo Wanderlei como candidato ao governo.
Mas, nada em política é tão simples assim. Kátia começou a enfrentar problemas em relação ao comprometimento e à lealdade dos deputados estaduais para com Wanderlei Barbosa. Em uma maioria de apoio à Wanderlei, comandada pelo próprio presidente da Assembleia, Toinho Andrade, poucos – ou nenhum – foram os que “engoliram” a aproximação relâmpago.
Visita as obras da Ponte em Porto Porto Nacional
O primeiro sinal foi em um a visita ao canteiro de obras da nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional, Capital Cultural do Estado, em que o desconforto de ocupar o mesmo “palanque” ficou evidente, tanto por parte de Kátia, mas, principalmente, de Toinho Andrade – que já cerrou fileira com a senadora, mas que há anos não trocam um bilhete ou telefonema – e demais deputados da base governista.
GUINADA RADICAL
Muito sagaz, Kátia Abreu compreendeu que “ali não se criaria” ou seja, não iria conseguir levar o “noivado político” com Wanderlei Barbosa até o “sim na frente do padre”, e que a formação de um palanque entre ela e o Wanderlei coma presença de toda a base de apoio do governador em exercício seria impossível.
Kátia já não tinha o apoio de sete dos oito deputados federais, apenas Vicentinho Jr. Tinha deixado claro seu posicionamento favorável à candidatura à reeleição da senadora, por conta do apoio recebido na eleição do seu irmão, Dr. Thiago Tapajós a prefeito de Pindorama, ocasião em que Kátia retirou o candidato do seu partido do páreo, condição fundamental para a vitória de Tapajós por apenas 13 votos de diferença.
Com as possibilidades diminuindo, tal qual a máscara de oxigênio que já falamos antes, Kátia Abreu tentou ainda um “plano B”, que traria seu filho e também senador, Irajá Abreu, como candidato ao governo, abrindo diálogo com vários pré-candidatos a deputado estadual e federal, que estavam na tentativa de um primeiro mandato ou de voltar a compor os parlamentos.
Deputado Antonio Andrade
Em seguida, vieram as conversas individuais com os deputados estaduais, até que um recado é enviado ao presidente da Assembleia, Toinho Andrade, solicitando uma reunião. Toinho Andrade respondeu com toda a cortesia, agradecendo ao convite, mas avisando que o encontro com Irajá poderia ocorrer sem problemas, mas em seu gabinete de trabalho, na presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, onde poderiam “discutir a sucessão estadual”.
A resposta de Toinho Andrade foi muito bem entendida pelo clã dos Abreu, e serviu como “a gota que faltava” para fazer a “canoa” começar a naifragar.
O clã começou, então, um movimento de “descolamento” do Palácio Araguaia, já com rumo certo: o PT. Em Brasília, procurou o QG do Partido dos Trabalhadores e, com aval da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, com apoio incondicional de Dilma Rousseff, e com o “OK” de Lula (não sem, antes, dar o “passa fora” já mencionado em Dilma).
Kátia Abreu, impetuosa como sempre, tratou de colocar a confecção da sua – nova – colcha de retalhos, esquecendo que o PT do Tocantins já tinha um candidato ao governo, na figura de Paulo Sardinha Mourão, e acabou melindrando alguns membros do diretório estadual.
Fala daqui, desmente dali, se posiciona acolá, em menos de 72 horas já estava tudo resolvido, e a nova colcha de retalhos de Kátia Abreu já tinha forma, cor e tamanho: ela é a candidata do PT à reeleição ao Senado, Paulo Mourão é o candidato ao governo do Estado e, assim como Ronaldo Dimas, Wanderlei Barbosa foi “esquecido” a caminho do altar político.
IRAJÁ VEM DE CHAPINHAS PARA FEDERAL E ESTADUAL
Irajá fazendo sua pregação
O Observatório Político de O Paralelo 13 já havia adiantado antes, e reforça, agora, que o senador Irajá Abreu tentou conversar individualmente com os deputados estaduais e não teve seu discurso bem “digerido”, sendo provocado a fazer uma reunião conjunta, que nunca aconteceu, assim como o fato de Irajá estar formando chapinhas com candidatos sem mandato, tanto a deputado estadual quanto federal.
O Paralelo 13 chegou a perguntar, em artigo recente, caso as conversas com os deputados estaduais tivessem algum sucesso, como seria a formação das chapas, já que quem faz chapinha não aceita candidatura de quem está no gozo do mandato.
Pois o escritório político de Irajá Abreu esteve lotado nos últimos dois dias, com um público formado por lideranças do interior do Estado, de Arraias ao Bico do Papagaio, passando por uma comitiva de Novo Acordo e, em nenhum momento Irajá citou as palavras “Palácio Araguaia” ou “Assembleia Legislativa”, tampouco fez qualquer tipo de crítica a nenhum político em exercício de mandato.
A única certeza propagada por todos é que Irajá e Kátia Abreu estão unidos, fortes, acerca da candidatura de Paulo Mourão ao governo do Estado, mas não buscam nenhuma aproximação com os atuais deputados estaduais.
PT, saudações!
Vale lembrar que toda essa movimentação da senadora Kátia Abreu foi feita dentro dos preceitos da boa política, toda dentro das regras, sem nenhum deslize ou ato fora das quatro linhas, como reza a democracia.
WANDERLEI BARBOSA, EDUARDO GOMES E OS NOVOS FATOS
Wanderlei Barbosa e suas andanças
O afastamento repentino, sem nem um “tchau”, dos senadores Kátia e Irajá Abreu do Palácio Araguaia acabou sendo muito bom para o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, que agora, pelo menos, sabe em quem confiar para construir suas chapas majoritária e proporcional de coalizão, tendo como alicerce sua base na Assembleia Legislativa, comandada pelo fidelíssimo Toinho Andrade, com a possibilidade de ter a professora Dorinha Seabra como candidata ao Senado.
Já o senador Eduardo Gomes tem duas opções. Ou compõe com Wanderlei Barbosa por um governo com duas estruturas bem fundamentadas, uma pelo trabalho de campo, no Estado e outra trabalhando em Brasília para viabilizar as ações estaduais, ou atende ao chamado da maioria dos prefeitos, vereadores, líderes políticos e classistas e da maioria da bancada federal tocantinense e se candidata ao governo ele mesmo.
Eduardo Gomes traz no seu próprio cerne as qualidades que um bom gestor precisa. A experiência política iniciada na Câmara de Municipal de Palmas, onde se elegeu presidente, foi reeleito, saindo direto para deputado federal, reeleito e, depois, eleito o senador mais bem votado das últimas eleições estaduais, em seu primeiro ano de mandato mostrou todos os seus dotes de excelente articulador, e se elegeu primeiro-secretário da mesa-diretora do Senado, para, no ano seguinte, ser convidado para ser o líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, tornando-se uma das principais lideranças políticas do País, com acesso livre a todos os ministérios e órgãos federais, passe-livre ao gabinete do presidente da República, e vem usando toda essa desenvoltura na liberação de recursos para os 139 municípios tocantinenses, para o governo do Estado e viabilizando as demandas da bancada federal tocantinense, sem dar a mínima importância para alguns aloprados que tentam medir forças com ele em termos de importância no cenário nacional e de interação livre com o presidente da República e seus ministros.
Eduardo Gomes já declarou abertamente que só decidirá se lançará seu nome para o governo depois de conversar com todas as lideranças políticas envolvidas nesse projeto, dando a mesma importância para a opinião das lideranças municipais e regionais, quanto para a dos seus colegas congressistas, mostrando que é um homem de palavra, que cumpre os seus compromissos e que está em Brasília a serviço de todos.
Senador Eduardo Gomes em reunião
Diante desse cenário, nos resta a certeza de saber que tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ex-presidente Lula terão palanques fortes montados em território tocantinense. Resta saber qual dos dois fará um melhor trabalho de marketing durante a campanha, para evidenciar o que fizeram pelo Tocantins.
Vela lembrar que, até hoje, nenhum candidato a presidente da república conseguiu transferir votos para seu candidato ao governo do Tocantins. Lula foi vitorioso em duas eleições, assim como Dilma Rousseff. A única ressalva é que o candidato a governador pelo PT, em dois de outubro, Paulo Sardinha Mourão, é um político altamente preparado para discutir questões administrativas e políticas, e muito experiente em embates eleitorais.
Dentro desta fotografia atual do cenário político tocantinense, antes do fim do mês de março saberemos quem comporá as cabeças de chapas majoritárias. A outra pergunta é: até quando o governador em exercício, Wanderlei Barbosa vai agasalhar em seu governo os aliados do clã dos Abreu?
Estamos de olho!!
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avalia não levar adiante a pré-candidatura ao Palácio do Planalto, e se concentrar nas articulações para se reeleger ao comando do Congresso, em fevereiro de 2023. Aliados veem Pacheco fora da corrida presidencial, mas o PSD deve mantê-lo como pré-candidato, enquanto negocia alianças políticas
Por Daniel Weterman
Uma delas pode ser firmada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PT oferece apoio para a recondução de Pacheco à frente do Senado como moeda de troca para uma composição eleitoral com o PSD na disputa presidencial.
Interlocutores acreditam que Pacheco tem muito a perder sendo candidato a presidente, enquanto comanda o Senado e o Congresso. O senador está na metade do mandato e pode tentar um novo mandato como presidente do Senado.
Uma decisão sobre a pré-candidatura presidencial do PSD só deve ser anunciada a partir de março. Embora o presidente do partido, Gilberto Kassab, trate publicamente o nome de Pacheco como candidato ao Planalto, a legenda não fez um lançamento oficial da pré-candidatura do senador. A cúpula petista indicou que poderá subir no palanque de candidatos do PSD nos Estados caso o partido apoie a candidatura de Lula.
Terceira via
A incerteza de Pacheco em ser candidato à Presidência é mais um indicativo de possível afunilamento na chamada “terceira via”. Outros pré-candidatos desse campo, que tentam se viabilizar como contraponto à polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro, devem deixar a corrida eleitoral.
Além do assédio do PT, o convite de Bolsonaro ao suplente de senador Alexandre Silveira (PSD-MG), aliado de Pacheco, para a liderança governo no Senado desgastou o presidente do Congresso. Integrantes da bancada do PSD na Casa não aceitam que o partido esteja na liderança do governo Bolsonaro e veem a conversa como um gesto de Pacheco de que não será candidato ao Planalto.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin negociou uma filiação ao PSD, mas o partido queria que o ex-tucano concorresse ao governo paulista, e não como vice na chapa de Lula. Alckmin mantém agora negociações mais avançadas como o PSB. Lula tem insistido numa retomada das conversas entre PSD e Alckmin e pretende se reunir com Kassab nos próximos dias.
O dirigente insiste que Pacheco será candidato a presidente. “Alckmin está envolvido no projeto do Lula no primeiro turno, e nós vamos ter candidatura própria”, afirmou Kassab ao Estadão/Broadcast. “Nós só estamos esperando passar fevereiro. Ele é presidente do Senado, tem a tribuna para falar todo dia com o Brasil.”
Palanques
Nos acordos regionais há pressões contra e a favor de uma candidatura presidencial do PSD. Em Minas, reduto de Pacheco, Lula negocia um apoio da candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ao governo estadual. Na Bahia, o PSD está próximo de apoiar o senador Jaques Wagner (PT) para o governo do Estado, mas o PT estaria disposto a abrir mão da candidatura própria e apoiar o senador Otto Alencar (PSD) na disputa com ACM Neto. No Paraná, por outro lado, Ratinho Junior (PSD) tentará a reeleição no palanque de Bolsonaro.
“Se o partido não cumprir a sua premissa de ter candidato, seja para que lado for, vai causar uma ruptura e um desconforto interno. Por uma questão estratégica, o partido terá candidato à Presidência da República e ao governo de São Paulo”, afirmou o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP).
Sem Alckmin, o partido avalia lançar o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth, na disputa pelo governo paulista.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta terça-feira, 1º, com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL). Segundo apurou o Estadão, eles conversaram sobre o posicionamento do PSOL a respeito da candidatura do petista ao Planalto – a sigla ainda não fechou com Lula.
Por Luiz Vassallo
A Executiva Nacional do PSOL debaterá o apoio ao PT nas eleições de 2022 em uma reunião nas próximas semanas. Representantes de ambos os partidos também vão marcar uma rodada de conversas. Até lá, a esquerda também adiará uma decisão a respeito da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Fernando Haddad (PT) é o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT. Além de Boulos, pelo PSOL, Márcio França (PSB) tem reafirmado sua pré-candidatura. A expectativa, entre petistas, é de que um eventual apoio de Boulos a Haddad, e a desistência de França, que mudaria sua candidatura ao Senado, poderiam unir partidos de esquerda em São Paulo.
Lula e Boulos conversaram sobre o posicionamento do PSOL a respeito da candidatura do petista ao Planalto – a sigla ainda não fechou com Lula. © Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter Lula e Boulos conversaram sobre o posicionamento do PSOL a respeito da candidatura do petista ao Planalto – a sigla ainda não fechou com Lula.
O Estadão apurou que Boulos e Lula não conversaram sobre a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, porque, dentro do PSOL, este ponto não estaria em negociação com os petistas.
Desde agosto do ano passado, como mostrou o Estadão, o PSOL tem flertado com uma aliança com o PT para 2022. O partido estaria disposto a não lançar candidato próprio à Presidência da República. Boulos foi o nome mais expressivo nas últimas eleições. Foi derrotado em segundo turno por Bruno Covas (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2020, e foi o candidato à Presidência em 2018.
Além de divergências programáticas, há resistência entre membros do PSOL ao nome do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para vice em uma eventual candidatura de Lula. Durante o encontro, Boulos reforçou a Lula críticas que tem feito sobre a parceria com Alckmin. A aliança também foi criticada pelo presidente do PSOL, Juliano Medeiros, em entrevista recente ao Poder 360. Segundo Medeiros, Alckmin não compartilha os mesmos “valores” do PT.
Em nota, o partido anunciou que o objetivo é 'unir a terceira via e fortalecer a construção de um projeto sólido e plural de Brasil'
Com Agências
A Executiva Nacional do Podemos autorizou a discussão com o Cidadania para a formação de uma federação entre as duas legendas. Em nota, o partido anunciou que o objetivo é "unir a terceira via e fortalecer a construção de um projeto sólido e plural de Brasil".
"Esta é uma etapa importante para a consolidação de uma nova frente unida pelo futuro do Brasil, que poderá congregar uma única e forte candidatura à presidência, com convergência de ideias e de princípios, transformando em realidade a tão desejada expectativa de um Brasil justo para todos", diz a nota da legenda presidida por Renata Abreu. Atualmente, os dois partidos mantêm pré-candidatos à presidência. Sérgio Moro, pelo Podemos, e Alessandro Vieira, pelo Cidadania. Caso aprovada a federação, Vieira abdicaria da candidatura ao Planalto.
Como mostrou o Estadão, a Executiva do Cidadania se reunirá nesta terça-feira, 01, para convocar o diretório nacional - que possui 112 integrantes - a decidir sobre o tema das federações. Além de Podemos, PSDB, PDT e MDB também dialogam com o partido presidido por Roberto Freire. Já o Podemos possui conversas com o União Brasil.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a publicar uma mensagem cumprimentando o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e Freire "pela ótima decisão de criar uma federação partidária". A manifestação, contudo, foi prontamente contestada por Vieira, que incluiu o Podemos como opção de acordo. A federação com o PSDB sofre resistência de Vieira e dos diretórios estaduais da legenda, mas tem o apoio de Freire.
Recentemente, Vieira chamou atenção por sair em defesa de Moro e pedir que a Procuradoria-Geral da República investigue o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas por suposto abuso de autoridade. Dantas é relator do processo no TCU que apura o contrato de Moro com a consultoria Alvarez & Marsal.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), tiveram uma longa conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 2ª feira (31.jan.2022) em São Paulo. A dupla alagoana defendeu que o MDB declare apoio ao petista já no 1º turno “se o partido não tiver um candidato competitivo”.
Por Nicholas Shores
Renan Calheiros afirmou ao Poder360 que a aliança com Lula colaboraria com a formação dos palanques estaduais. Também a descreveu como uma forma de não “correr riscos”, referindo-se à possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reeleger.
Apesar de o senador falar sobre a candidatura própria do MDB em termos abstratos, a legenda lançou em dezembro a pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência.
A senadora inaugurou sua agenda política de 2022 na semana passada, em uma série de encontros também na capital paulista, entre eles com o ex-presidente Michel Temer (MDB).
“Estou disposto a colaborar [com Lula] e acho que, consequentemente, se não houver mudança nas pesquisas, é importante que o MDB, que é o maior partido, que mais elegeu prefeitos na última eleição, discuta o que deve fazer”, disse Calheiros. “Para além da pré-candidatura da senadora Simone, que é uma senadora competente e tem cumprido um bom papel no Senado Federal […], acho que, se não tiver um candidato competitivo, é melhor antecipar a aliança com Lula.”
Na mais recente pesquisa PoderData, Tebet teve 1% das intenções de voto. Lula liderou o levantamento com 42%, chegando a um empate técnico com o somatório das intenções de voto dos demais pré-candidatos.
Calheiros afirmou que vai conversar com companheiros e dirigentes do MDB para avaliar os encaminhamentos que a sigla pode adotar a depender do cenário que se desenrolar nos próximos meses.
Quer decida efetivar a candidatura de Tebet ou uma eventual aliança com Lula, o partido formalizará sua posição no período das convenções partidárias, entre julho e agosto.
O Poder360 perguntou à senadora e a sua assessoria se ela gostaria de comentar as declarações de Calheiros, mas não obteve resposta.
Cenário geral
A conversa entre Lula, Renan Calheiros e Renan Filho girou em torno de uma avaliação geral do cenário político e econômico do país, segundo o senador.
O petista discorreu sobre alianças eleitorais, a vaga de candidato a vice-presidente em sua chapa, a possibilidade de o PT formar uma federação com outros partidos e a montagem de seu programa de governo, mas Calheiros não quis detalhar o que ouviu sobre cada um desses temas.
O senador destacou “a vontade” de Lula para disputar a eleição presidencial. “Ele sabe das dificuldades que enfrentará se ganhar e, também, de como é complexo fazer um bom governo. Mas está confiante de que essas coisas possam acontecer.”
Renan Calheiros relatou a CPI da Covid no Senado, que mirou seus esforços principalmente em investigar se o governo federal teria sido omisso no combate à pandemia. Apoiadores do presidente Bolsonaro costumam classificar o colegiado como “CPI do Lula”.
Em julho do ano passado, o petista elogiou os trabalhos da CPI, afirmando que o colegiado prestava um “serviço extraordinário à sociedade brasileira”. Para ele, os senadores “estavam finalmente desnudando o monstro que foi plantado no Brasil”.
Nas redes
O petista compartilhou um registro da reunião em suas redes sociais.
Renan Filho também fez uma publicação sobre o encontro. Classificou a conversa como “boa” e, assim como seu pai, defendeu que, caso o MDB não tenha “candidatura viável” no campo nacional, “o melhor caminho é fazer uma aliança com Lula”.
Segundo o governador de Alagoas, os 3 também trataram sobre o desenvolvimento de Alagoas e do Nordeste. Nas eleições de 2018, o Nordeste foi a única região do Brasil em que o petista Fernando Haddad derrotou Jair Bolsonaro.