Da Redação
O ex-presidente Fernando Henrique usou as redes sociais nesta terça-feira, 25, para destacar que seu candidato à Presidência é o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Embora não cite outros presidenciáveis ou negociações, a publicação coincide com a movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem buscado atrair lideranças da "velha guarda" do PSDB, a exemplo da negociação para que o ex-governador Geraldo Alckmin, recém-saído do ninho tucano, venha a ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
"Já tive a oportunidade de manifestar o meu apoio ao candidato Governador João Doria à presidência e que foi respaldada pelo meu partido", escreveu o ex-presidente.
Na última quinta-feira, 20, o ex-presidente Lula se encontrou com o ex-senador Aloysio Nunes. Segundo o jornal O Globo, Nunes teria se mostrado favorável à chapa Lula e Alckmin. Além disso, o ex-ministro do governo FHC teria se comprometido a atuar para que o projeto fosse concretizado. Após se desfiliar do PSDB - legenda pela qual foi governador de São Paulo quatro vezes - Alckmin é cortejado por PSB, Solidariedade e PV para assumir a vice na chapa petista.
Em maio do ano passado, Lula e FHC se encontraram em almoço organizado pelo ex-ministro Nelson Jobim, que atuou tanto no governo do petista quanto no do tucano. À época, FHC reagiu à divulgação do almoço afirmando que o encontro ajudava a derrotar Bolsonaro, mas admitiu que não fazia bem a um potencial candidato do PSDB.
"Nossa característica é saber dialogar, inclusive com adversários políticos. De toda forma, precisamos evitar sinais trocados a nossos eleitores. O partido segue firme na construção de uma candidatura distante dos extremos que se estabeleceram na democracia brasileira.", disse o ex-presidente tucano em maio do ano passado. Poucos meses após a revelação da foto em que aparece ao lado do petista no almoço causar mal-estar no PSDB, FHC ressaltou que seu candidato a presidente era João Doria. O governador também teve o apoio do ex-presidente na disputa das prévias internas do partido, que venceu em novembro.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) peca ao não ter o 'jogo de cintura' necessário para lidar com a política. Para Lula, falta a ela, que foi escolhida pessoalmente pelo petista para disputar sua sucessão em 2010, "paciência que a política exige". A declaração foi dada durante entrevista à Rádio CBN Vale, de São José dos Campos, interior de São Paulo, após questionamento sobre o papel da petista em sua campanha.
Da Redação
"O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço. Eu pretendo montar um governo com muita gente nova, importante e com muita experiência. A Dilma, tecnicamente, é uma pessoa inatacável, que tem uma competência extraordinária. Na minha opinião, a companheira Dilma erra na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta que a pessoa está falando. Nisso, cometemos um equívoco pela pressão em cima dela", disse sinalizando que não deve trazê-la para algum cargo no governo caso seja eleito em outubro.
FRITURA
Antes de qualquer discussão sobre participar ou não de um eventual novo governo petista, o papel de Dilma na campanha do Lula tem sido questionado sobretudo depois da ausência da ex-presidente no jantar promovido pelo Prerrogativas, coletivo de advogados autodenominados 'progressistas' e 'antilavajatistas', em dezembro de 2021. Foi o primeiro encontro público entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e cogita filiar-se ao PSB, entre outros partidos, para disputar a vice-presidência na chapa com o petista.
Na época, o ocorrido gerou especulações de que o PT estaria tentando 'esconder' a ex-presidente para evitar desgastes à campanha presidencial este ano. Ela foi alvo de impeachment em 2016 e a condução da política econômica em seu governo também é contestada.
Para minimizar os burburinhos, em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou publicamente que houve um "ruído de comunicação" que fez com que o convite não chegasse a Dilma e assumiu a responsabilidade pelo equívoco. Já o ex-presidente fez questão de publicar uma foto de seu primeiro encontro com Dilma este ano.
Em dezembro, a ex-presidente se tornou o centro de uma divergência de opiniões entre a liderança de seu partido. De um lado, o vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, disse que a sucessora de Lula no Planalto não tem mais relevância eleitoral, enquanto a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, rebateu a declaração do colega e elogiou a trajetória da ex-ministra de Minas e Energia, classificando a fala de Quaquá como uma "opinião pessoal".
CHAPA LULA-ALCKMIN
O ex-presidente enfatizou a importância do vice-presidente e classificou o cargo como adequado a um "parceiro de primeira hora". "Quando você escolhe uma pessoa para vice, você está estabelecendo uma relação de confiança. O vice não é uma pessoa distante. Ele faz parte da governança do país", explicou.
O Movimento Brasil Livre (MBL) consolidou o apoio ao pré-candidato à Presidência Sérgio Moro e iniciou a migração de suas lideranças ao Podemos, partido que abriga o ex-juiz na corrida presidencial.
Por Gustavo Queiroz
O deputado estadual Arthur do Val, a coordenadora do MBL Adelaide Oliveira e o vereador de São Paulo Rubinho Nunes participaram da filiação à legenda nesta quarta-feira, 26, todos com objetivo de disputar um cargo na Câmara. O deputado federal Kim Kataguiri assinou a ficha de forma simbólica enquanto aguarda alternativa para deixar o DEM antes da janela partidária.
Arthur do Val, pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou que o MBL vai trabalhar “noite e dia” para impulsionar a candidatura de Moro e disse que a “terceira via” nasceu em São Paulo.
O deputado estadual Arthur do Val e o candidato à Presidência Sérgio Moro; ex-juiz foi ovacionado pelos presentes no Teatro Renaissance, em São Paulo. © Reprodução/Twitter O deputado estadual Arthur do Val e o candidato à Presidência Sérgio Moro; ex-juiz foi ovacionado pelos presentes no Teatro Renaissance, em São Paulo.
Também estiveram presentes no evento o ex-ministro de Jair Bolsonaro, general Santos Cruz, filiado ao Podemos em novembro, a presidente do partido, a deputada Renata Abreu, e o deputado federal André Janones (Avante).
Em um clima semelhante ao último evento do MBL, quando Moro já havia sido apresentado como o “próximo presidente do Brasil”, o ex-juiz foi ovacionado pelos presentes no Teatro Renaissance, em São Paulo. O pré-candidato criticou o PT e voltou a apresentar uma pauta anticorrupção e disse “não poder perder São Paulo” na corrida eleitoral. “A gente precisa colocar nossa bandeira aqui no Estado de São Paulo”.
Moro celebrou a aliança e, junto aos demais membros do MBL, pautou seu discurso em conquistar um público chamado de “jovem” e “esperançoso”, com diversas referências a movimentos de rua a partir de 2013. O ex-juiz disse que a ocasião não celebra uma união entre partidos, mas entre “movimentos, partidos e pessoas” além de “setor privado e sociedade civil.”
Vem pra Rua
Além do MBL, Moro dialoga também com o movimento Vem pra Rua. Nesta quarta-feira, 26, ele assinou com o grupo uma carta de compromisso onde promete o fim da prisão em segunda instância, do foro privilegiado e da reeleição para o cargo de presidente.
Já o MBL recebeu do Podemos a garantia de “independência” para os membros do movimento. Rubinho Nunes destacou a “liberdade para o MBL atuar dentro do partido” como um dos atrativos para a filiação do grupo.
Mirando o presidente Jair Bolsonaro, Santos Cruz defendeu que as Forças Armadas não devem participar da política institucional. “Vi milhares de pessoas morrendo por violência de origem política. E sempre os líderes covardes não são eles que morrem. O fanatismo sempre termina em violência”, disse, citando “milícias da internet” que, segundo ele, praticam “o que se pratica em todos os regimes totalitários pelo mundo”. “Passando por todos os ismos até chegar no bolsonarismo.”
Deputado federal cotado para a disputa presidencial, Janones desejou sucesso a Arthur do Val e Moro. “Nós temos projetos diferentes a nível nacional, mas o mesmo que eu disse aí MBL eu digo a você. Nosso objetivo é um só, o bem do País”, afirmou.
Após o final do evento, Moro seguiu ao lado de fora do teatro, onde um palanque foi montado para discursar a um grupo de apoiadores.
Análise de quatro pontos que podem mostrar por que Jair Bolsonaro ainda é um candidato competitivo para as eleições de 2022
Guilherme Amado
Neste Diagnóstico, quadro de análises em vídeo da coluna, cito quatro pontos que considero a razão por que Jair Bolsonaro ainda é um candidato competitivo para as eleições de 2022 — a despeito do que mostram as pesquisas neste momento.
São eles: o poder da máquina pública; a possibilidade de qualquer melhora econômica ser creditada a Bolsonaro; a força de Bolsonaro com os evangélicos; e a campanha para lembrar episódios ou suspeitas de corrupção associados a Lula.
PSB até topa usar pesquisas eleitorais como critério para decidir o candidato ao governo paulista, como defende o PT, mas com uma condição
Por Igor Gadelha
O PSB fez uma contraproposta ao PT sobre o critério a ser adotado pelos dois partidos para decidir quem será o candidato do grupo ao governo de São Paulo este ano: se o ex-prefeito petista Fernando Haddad ou se o ex-governador pessebista Márcio França.
Dirigentes do PSB topam usar o desempenho nas pesquisas eleitorais como critério, como defende o PT. Mas com uma condição: que só sejam levados em consideração os levantamentos feitos após Geraldo Alckmin se filiar ao PSB e ser confirmado como candidato a vice-presidente de Lula.
A aposta entre os pessebistas é de que, após as definições do futuro eleitoral de Alckmin, Márcio França tende a melhorar seu desempenho nas pesquisas, pois “herdará” votos do ex-tucano em São Paulo. França é aliado de Alckmin, de quem foi vice-governador entre 2015 e 2018.
Nas últimas pesquisas eleitorais, Haddad apareceu na frente de França. No Datafolha divulgado em dezembro de 2021, por exemplo, Alckmin liderava com 28%, seguido por Haddad (19%) e França (13%). Com Alckmin fora da disputa, a avaliação é de que o pessebista pode avançar sobre o petista.