Ex-petista e ex-simpatizante do presidente, apresentador da Band representa o poder de influência que a televisão ainda tem nas eleições

 

Por Jeff Benício

 

José Luiz Datena já foi visto como bolsonarista. O tempo muda tudo. Hoje, ele se torna um obstáculo à reeleição de Jair Bolsonaro. Pesquisa da Genial Investimentos em parceria com o Instituto Quaest mostra o apresentador com 10% das intenções de votos à Presidência da República.

 

O âncora do ‘Brasil Urgente’ quer se lançar candidato pelo PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018. Pretende incorporar a terceira via em contraponto à polarização representada pelo atual presidente, à direita, e o ex-presidente Lula, do PT, à esquerda.

 

A cada edição de seu programa, Datena atinge público relevante. Na Grande São Paulo, chega a marcar 5 pontos, índice equivalente a 1 milhão de telespectadores. No PTN (Painel Nacional de Televisão), que espelha as 15 maiores regiões metropolitanas, é visto em quase 700 mil residências.

Estar de segunda a sexta ao vivo por mais de 3 horas no ar (parte delas na faixa nobre) dá ao apresentador visibilidade valiosa e vantagem em relação aos outros pré-candidatos. Ainda que as redes sociais ganhem cada vez mais influência, a televisão ainda é vista no meio político e entre marqueteiros como o principal cabo eleitoral.

 

Crítico contumaz da ‘velha política’, Datena já transitou entre os polos ideológicos: foi filiado ao PT, PP, PRP, DEM e MDB. É conservador em algumas questões e liberal em outras. Afirma ser um “democrata até a morte”.

 

Nos últimos dias, ele subiu o tom contra Bolsonaro, a quem fez afagos no passado. Criticou a cruzada do presidente contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo voto impresso. “Nunca vi o cara ganhar as eleições e discutir votos. Então quer dizer que vocês todos foram eleitos, inclusive o presidente da República, por eleições fraudulentas?”, disse na TV, irritado e irônico ao mesmo tempo.

 

Na quinta-feira (5), ele lançou uma provocação diante das câmeras da Band. “Alterar a regra do jogo na hora de começar o jogo? Isso não existe. Parece até que o presidente está com medo de perder as eleições”, disse. O apresentador afirmou ainda que o País não pode ser tratado como “republiqueta de bananas”.

 

A irritação de Datena não é de agora. “Bolsonaro é negacionista e sempre foi”, afirmou no programa de rádio ‘Manhã Bandeirantes’, em maio. No início do ano, ao condenar a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, incentivada por Donald Trump, o âncora reprovou o alerta de Bolsonaro de que violência parecida poderia acontecer no Brasil se o voto impresso não fosse aprovado.

 

“Não entendo por que o presidente disse isso. Já praticamente chamando um golpe para 2022. Isso não existe”, analisou. “Presidente, se não fosse a democracia que o senhor contesta, o senhor nunca seria presidente da República. Dentro da hierarquia militar, vamos supor que a gente vivesse aqui uma ditadura militar, um capitão jamais seria presidente da República.”

 

 

Posted On Domingo, 08 Agosto 2021 05:02 Escrito por O Paralelo 13

Proposta foi rejeitada em comissão, mas regimento permite análise

 

Por Heloisa Cristaldo

 

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou em pronunciamento nesta sexta-feira (6) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso, será levada para votação no plenário da Casa.

 

“O voto impresso está pautando o Brasil. Não é justo com o país e com o que a Câmara dos Deputados tem feito para enfrentar os grandes problemas do Brasil desde que assumi a presidência desta Casa”, afirmou o deputado.

 

Segundo Lira, “a disputa já foi longe demais” e tem dividido o país. Dessa forma, apesar de ter sido rejeitada em comissão especial na noite desta quinta-feira (5), a proposta será analisada em plenário pelos 513 deputados.

 

“Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir. Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se”, declarou Lira. “Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema, porque o plenário é nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia. E vamos deixá-lo decidir”.O parlamentar argumentou ainda que continuará no caminho da institucionalidade e da defesa da democracia. "Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os Poderes, ainda mais como chefe do Poder que mais representa a vontade do povo brasileiro", disse.

 

Comissão

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a PEC do Voto Impresso rejeitou, por 23 votos a 11, o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR). Apesar de ter sido rejeitado pelo colegiado, o regimento interno da Câmara permite que a matéria seja analisada em plenário.

 

Neste momento, o colegiado está reunido novamente para votar um parecer contrário à PEC. O procedimento é padrão quando um parecer é rejeitado. O colegiado analisará parecer elaborado pelo deputado Raul Henry (MDB-PE).

 

Tramitação

Com a análise em plenário, a PEC do Voto Impresso precisa ser aprovada por três quintos dos deputados, o correspondente a 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação. Caso seja aprovado na Câmara, o texto segue para apreciação do Senado, onde também deve ser analisado em dois turnos e depende da aprovação de, pelo menos, 49 senadores.

 

 

 

Posted On Sábado, 07 Agosto 2021 05:06 Escrito por O Paralelo 13

Presidente usou palavrão para se referir ao ministro do STF e presidente do TSE

 

Com G1

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insultar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso --desta vez com um palavrão. Foi nesta sexta-feira (6) em Joinville, Santa Catarina, onde esteve para entregar chaves de dois caminhões doados pelo Exército ao Corpo de Bombeiros local.

 

O vídeo foi postado numa live na página do presidente em uma rede social e depois apagado.

 

Em um evento em São Paulo, Barroso falou sobre o insulto:

 

"Gosto de repetir, eu sou um ator institucional. Eu não sou um ator político. Portanto, eu não tenho interesse nem cultivo polêmicas pessoais. A conquista e a preservação da democracia foram as grandes causas da minha geração. E é a isso que eu dedico a minha vida pública. E por isso eu não paro pra bater boca, não me distraio com miudezas, o meu universo vai bem além do cercadinho".

 

Ataques

Barroso tem sido alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro, que vem ameaçando a realização de eleições do ano que vem.

 

Bolsonaro afirma que há fraude nos votos da urna eletrônica, mas já admitiu não ter provas. Os supostos indícios apontados por ele em uma live na semana passada foram desmentidos não só pelo TSE, mas por órgãos independentes.

 

Na segunda-feira, o TSE abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques de Bolsonaro à legitimidade das eleições. O Tribunal também enviou um pedido ao STF para que apure a disseminação de fake news sobre as urnas eletrônicas.

 

Posted On Sábado, 07 Agosto 2021 04:59 Escrito por O Paralelo 13

Embora haja nas forças apoio ao voto impresso, generais não planejam embarcar em aventuras

 

Por Caio Junqueira

 

O comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira, sinalizou a integrantes do governo que a força não apoiará qualquer tentativa de ruptura institucional no país.

 

O recado foi dado e, segundo fontes, chegou ao presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos dias intensificou sua campanha pelo voto impresso e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

 

Embora haja nas forças apoio ao voto impresso, generais têm dito que não irão embarcar em aventuras se o modelo atual for mantido e se o presidente Jair Bolsonaro for derrotado nas eleições de 2022. O recado chegou ao presidente, que sutilmente parou de falar "o meu exército" e passou a dizer que "meu exército é o povo".

 

Procurada, a assessoria do Exército não quis se manifestar.

 

Ministro da Defesa, Braga Netto, apresenta os três novos comandantes das Forças Armadas brasileiras: no exército o general Paulo Sergio Nogueira, na marinha Almir Garnier Santos e na aeronáutic Baptista Júnior (31.mar.2021)

 

Posted On Sexta, 06 Agosto 2021 08:32 Escrito por O Paralelo 13

Por Julia Duailibi do G1

 

Num momento de embate do presidente Jair Bolsonaro com o Judiciário, em razão das urnas eletrônicas, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, se encontrou com o Alto Comando da Aeronáutica e fez uma defesa do sistema eleitoral brasileiro.

 

O encontro, revelado pelo jornal "Folha de S. Paulo" e confirmado pelo blog, aconteceu na terça-feira (3), na Aeronáutica, em Brasília. O comandante Carlos Baptista Júnior se encontrou em privado, durante alguns minutos, com Gilmar Mendes e depois o levou para o almoço com integrantes do Alto Comando da Força.

 

No almoço, os militares afastaram qualquer possibilidade de ruptura. E o ministro fez uma defesa das urnas, falando que elas já são passíveis de auditoria e que o sistema passa por várias provas, entre as quais a submissão a hackers, que têm como objetivo tentar alterar o código-fonte do aparelho. Os dois lados comentaram, inclusive, que a Aeronáutica atua nas eleições ao ajudar na distribuição das urnas pelo país.

 

A reunião dos dois ocorre num momento em que Bolsonaro ataca o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, por ver no ministro uma resistência a sua proposta de impressão do voto - proposta que, no meio político e jurídico, é cortina de fumaça para o verdadeiro objetivo do presidente, que é questionar a credibilidade do resultado da eleição presidencial do ano que vem.

 

Também ocorre num momento em que o Ministério da Defesa, por meio do ministro Braga Netto, defendeu em nota a proposta de Bolsonaro de impressão do voto e fez ameaças veladas ao Congresso ao criticar declarações do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que dissera haver uma "banda podre" nas Forças Armadas.

 

Baptista Júnior é visto como o comandante mais alinhado à pauta ideológica de Bolsonaro e, depois da edição da nota de Braga Netto, que trazia a sua assinatura e a dos outros dois comandantes das Forças Armadas, chegou a dizer em entrevista ao jornal "O Globo" que o texto era "um alerta" ao Congresso. A declaração foi considerada por parlamentares como uma ameaça ao livre funcionamento dos poderes e uma afronta à Constituição.

 

Posted On Sexta, 06 Agosto 2021 06:44 Escrito por O Paralelo 13
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