Marco Maciel foi o vice com que todo presidente sonha

 

POR AUGUSTO NUNES

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso resumiu em quatro palavras a relevância do papel desempenhado por Marco Maciel nos oito anos em que foi o seu vice: “Viajei muito, sem preocupações “. Num país em que o número 2 vira titular com frequência incomum, o número 1 costuma olhar enviesado para o seu substituto constitucional já na primeira subida da rampa do Palácio do Planalto. Mas só um paranoico de carteirinha conseguiria enxergar um conspirador dissimulado no pernambucano morto nesse sábado aos 80 anos de idade. “Se me pedirem uma palavra para caracterizá-lo, diria: lealdade”, diz FHC.

 

Discretíssimo como político mineiro de anedota, tenaz como os faquires que seu corpo magérrimo evocava, Marco Maciel foi um negociador de primeira linha e um conciliador cinco estrelas. Integrantes dessa linhagem não costumam render grandes entrevistas. Ao fim de uma conversa de duas horas com o hábil nordestino, o entrevistador constatava que não arrancara uma única revelação, uma mísera confidência. A arte do entendimento recomenda ouvir mais do que falar. Mas interlocutores de Maciel voltavam da conversa mais sábios, menos afoitos. Mais espertos.

 

Quem tentava induzi-lo a especular sobre o amanhã, por exemplo, ouvia o conselho: melhor concentrar-se no presente, porque “as consequências vêm depois. “, Um repórter apresentou-lhe dois possíveis desdobramentos de um fato e perguntou-lhe qual seria o mais provável. A resposta ficou famosa: “Pode acontecer uma coisa, pode acontecer outra coisa e pode não acontecer nada". Grande Marco Maciel.

 

 

Posted On Terça, 15 Junho 2021 06:14 Escrito por O Paralelo 13

A hipótese de terceira via é desejada pela maioria deles, mas ao mesmo tempo descartada por vários sob o argumento de que não tem se mostrado factível

 

POR RANIER BRAGON E DANIELLE BRANT

 

A entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral abalou a tentativa de Jair Bolsonaro de manter intacto em seu entorno, na disputa à reeleição, o arco de parlamentares que hoje forma sua base de sustentação no Congresso.

 

A reportagem ouviu nos últimos dias vários governistas que, embora mantenham-se alinhados ao Palácio do Planalto, evitam nesse momento carimbar a adesão à chapa de Bolsonaro à reeleição. Alguns sinalizam a possibilidade de, lá na frente, pular para o palanque petista.

 

A hipótese de terceira via é desejada pela maioria deles, mas ao mesmo tempo descartada por vários sob o argumento de que não tem se mostrado até agora factível, mesmo com a manutenção do discurso de partidos de centro e de direita de continuar a busca por uma frente ampla.

 

Os deputados Cacá Leão (PP-BA) e Marcelo Aro (PP-MG), por exemplo, integram o PP, o partido que lidera o centrão e está na linha de frente da defesa e da sustentação política a Bolsonaro.
Sobre 2022, os dois afirmam ser preciso ainda um clarear de cenário para haver uma definição entre Lula e Bolsonaro.

 

"Vai ser uma eleição polarizada. Não acredito em terceira via, eles se retroalimentam", diz Cacá Leão, líder da bancada do PP na Câmara. Sobre seu estado, a Bahia, afirma que hoje há uma maioria de apoio a Lula, mas que é preciso esperar. Questionado sobre se votaria no petista ou em Bolsonaro, se limitou a dizer: "Calma! Calma! Deixa o partido tomar a decisão."

 

Marcelo Aro lista condições para essa tomada de decisão. "Acho que tem vários perfis de centrão aqui dentro, vários grupos dentro do centrão, Mas eu sinto que tudo isso vai depender sobretudo das pesquisas eleitorais e, obviamente, de como vai estar a economia do país", afirmou.

 

Deputados e Senadores em votação no Congresso Nacional

 

"Se tiver a economia do país indo bem, provavelmente o Bolsonaro passa a ter uma posição relevante e isso pode fazer com que boa parte do centrão continue dentro daquele barco governista. Agora, se a economia vai mal, desemprego em alta, pandemia continuando e o Bolsonaro desidratando na pesquisa, aí pode ser que parte do centrão pule para o outro lado, por sobrevivência."

 

Nos bastidores, parlamentares tanto do governo quanto da oposição dizem acreditar em defecções pró-Lula mais robustas apenas no início de 2022, já que os congressistas precisam ainda dos cargos federais e das verbas extras do Orçamento para direcionar a seus redutos eleitorais e manter as chances de eles próprios se reelegerem.

Isso não impediu, porém, o PSD de Gilberto Kassab de se descolar de Bolsonaro e dar sinais de que, não havendo sucesso no fortalecimento de um terceiro nome, pode voltar a se aliar a Lula.

 

O deputado Neucimar Fraga (PSD-ES), um dos vice-líderes do blocão de apoio ao governo, também defende uma terceira via para 2022, mas, se isso não ocorrer, afirma que terá que pensar bem antes de tomar uma decisão.

 

"Lula foi, na minha opinião, o melhor presidente dos últimos 30 anos no Brasil", afirma, sem, entretanto, cravar apoio ao petista por enquanto.

Para ele, a alternância de poder entre partidos de esquerda e de direita é saudável. Enquanto os primeiros investem em saúde, educação e infraestrutura, os últimos são responsáveis por sanear as contas públicas para possibilitar que esse investimento ocorra, argumenta.

 

O deputado José Rocha (PL-BA) também diz esperar um nome novo, mas, ao ser perguntado sobre em quem votaria caso se mantivesse o atual cenário polarizado, desconversou. "O nosso partido não vai tomar posição ainda", disse. "Eu sou PL, sou partidário."

 

Nos bastidores, dirigentes partidários dizem que Valdemar da Costa Neto, o principal cacique do PL, é, entre os atuais comandantes das siglas do centrão, o que mais tem inclinação de levar o partido para a candidatura de Lula até o primeiro semestre de 2022.

 

Deputado eleito por um estado amplamente lulista, o Maranhão, Hildo Rocha (MDB) diz que o fator regional irá pesar na decisão sobre qual chapa integrar.

 

"Por enquanto, sou governo. Estou apoiando o governo aqui, mas isso não significa dizer que eu vá apoiar a reeleição dele [de Bolsonaro]. Precisa do entendimento do partido. Vou seguir o que o partido decidir", afirmou.

 

Hoje, como afirmou até o aliado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, a situação de Bolsonaro está desconfortável.

A demora em prorrogar o auxílio emergencial e a lentidão na retomada econômica se somam aos erros e omissões no combate à Covid-19. O desempenho deu origem a uma CPI no Senado com grande potencial para desgastar politicamente Bolsonaro ao longo da disputa eleitoral.

 

Rompido com o partido que o elegeu, o PSL, e sem ter conseguido colocar de pé a própria legenda, o Aliança pelo Brasil, o presidente avalia ingressar no nanico Patriota para disputar a reeleição. A sigla, que filiou o senador Flávio Bolsonaro, está rachada internamente sobre a conveniência de filiar Bolsonaro e seus aliados, o que deixa o desfecho da história ainda nebuloso.

 

Do outro lado, Lula teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, o que o deixou livre para disputar as eleições do próximo ano. Além disso, sinalizou que deve adotar uma postura mais moderada, parecida com a que assumiu em 2002, atraindo aliados no centro e o apoio do mercado.

 

O petista também se apresenta como um contraponto a Bolsonaro no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia, pregando o distanciamento social, uso de máscara e a vacinação em massa.

 

Os momentos diferentes dos dois pré-candidatos são capturados em pesquisa realizada pelo Datafolha em maio, que deu ao petista 41% das intenções de voto no primeiro turno, ante 23% de Bolsonaro. Num eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula levaria ampla vantagem, 55% a 32%.

 

De acordo com essa mesma pesquisa, um pelotão de possíveis candidatos segue bem atrás dos dois, todos embolados: o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido), com 7%, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e, empatados com 2%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo).

 

Amoêdo anunciou na quinta (10) ter saído da disputa em razão de divergências internas no partido.

 

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 12:27 Escrito por O Paralelo 13

Com viabilidade técnica, é possível admitir sistema de voto impresso, diz Pacheco

 

Com Estadão Conteúdo

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), admitiu aprovar a proposta do voto impresso se houver viabilidade técnica. Conforme o Estadão/Político revelou, a medida tem maioria para avançar na comissão especial que discute o tema na Câmara. Aliados do presidente Jair Bolsonaro se juntaram a outros partidos para instituir um sistema de voto impresso na urna eletrônica em 2022.

 

Em entrevista ao site Jota, Pacheco deixou claro que confia no atual sistema eleitoral no Brasil, mas admitiu a possibilidade de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação na Câmara para eliminar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. "Se há senadores e deputados sustentando isso e se houver viabilidade técnica e operacional para uma implantação dessa natureza que dê maior confiabilidade ao sistema de escolha de candidatos, é perfeitamente possível nós admitirmos", disse.

 

Comportamento de Bolsonaro

 

Na entrevista, Rodrigo Pacheco disse não concordar com o desrespeito às normas sanitárias ao falar sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19. Por outro lado, o senador avaliou como positiva a participação do chefe do Planalto no comitê criado para coordenar as ações de enfrentamento à doença. A declaração foi dada ao site após Bolsonaro promover mais um evento com aglomeração, desta vez em São Paulo, no fim de semana.

 

"Se cada qual age, sob o ponto de vista pessoal, usando máscara ou não, essa é uma coisa que é pessoal. Obviamente, eu não concordo com quem não usa máscara, com quem aglomera. Evidentemente, eu acho que essas não são posturas adequadas para absolutamente ninguém no Brasil", disse Pacheco, ponderando que o diálogo entre os Poderes tem sido "bom". "A existência desse comitê, eu considero que é fundamental para se ter essa instância de diálogo no Brasil, senão poderíamos ter momentos piores do que tivemos na pandemia."

 

 

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 12:25 Escrito por O Paralelo 13

Tem muita gente que perdeu o sono

 

Ricardo Noblat

 

Na avaliação do presidente Jair Bolsonaro, até ontem o mais duro revés sofrido por seu governo, este ano, foi a decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a instalação da CPI da Covid-19 no Senado. O desgaste tem sido grande desde então. Mas, ontem, finalmente, outra decisão superou a primeira em gravidade.

 

Os ministros Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes mantiveram a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos ex-ministros Eduardo Pazuello, da Saúde, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, a “a capitã cloroquina”.

 

Na última sexta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um mandado de segurança ao Supremo no qual pedia a anulação da decisão da CPI de quebrar os sigilos de Pazuello. Antes, por sua conta e risco, Pazuello e Mayra deram entrada nos seus próprios pedidos.

A ação da AGU dizia que a CPI tomara sua decisão sem “qualquer fundamentação” e com base “na pressuposição genérica” de que o general Pazuello foi titular do Ministério da Saúde, o que não seria suficiente “para uma medida de extrema gravidade”.

 

Lewandowski simplesmente rejeitou-a. No seu entendimento, as medidas adotadas pela CPI são pertinentes com as investigações e não se mostram, “a princípio, abusivas ou ilegais”. Por razões semelhantes, Alexandre de Moraes também rejeitou o pedido feito por Araújo.

 

Teme Bolsonaro que a quebra dos sigilos dos três revele segredos embaraçosos para o governo guardados na memória de celulares e de computadores. Mais cuidadoso foi o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, suspeito de envolvimento com contrabando de madeira, que levou 19 dias para entregar seu celular requisitado.

 

A operação de combate à pandemia implicou em muitos gastos. Dirigentes e lobistas de empresas farmacêuticas pressionaram o governo para que comprasse respiradouros, testes, vacinas e drogas ineficazes contra o vírus. Ao que se viu, o governo estimulou a compra de drogas e empurrou as demais compras.

 

A direção da CPI está convencida de que muito dinheiro correu diretamente para o bolso de funcionários graduados do governo. Com os documentos que reúne, pretende provar. A conferir em breve se isso é verdade.

 

 

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 06:02 Escrito por O Paralelo 13

Após motociata em SP, Bolsonaro discursa contra uso de máscara e defende Salles

 

Por Bruno Ribeiro e Pedro Venceslau

 

O presidente Jair Bolsonaro liderou neste sábado, 12, em São Paulo uma manifestação de motociclistas a favor de seu governo. A motociata levou ao fechamento da pista central da Marginal do Tietê, principal artéria da cidade, e da Rodovia dos Bandeirantes entre a capital e Jundiaí, no interior, em um trecho de pouco mais de 50 quilômetros, até retornar e acabar na região do Parque do Ibirapuera.

 

Ao final da manifestação, o presidente fez um discurso de cunho eleitoral em um caminhão de som em que reforçou suas posições contrárias aos procedimentos recomendados pelos cientistas para evitar a proliferação do novo coronavírus. Ele também aproveitou o ato para fazer um desagravo ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de investigações no âmbito do Supremo Tribunal Federal por suspeita de atuar a favor de madeireiros na Amazônia e por obstruir uma apuração da Polícia Federal que culminou na maior apreensão de madeira ilegal da história do País.

 

Bolsonaro voltou a contestar o uso de máscaras, criticou ações para garantir distanciamento social e fez nova defesa do “tratamento precoce” contra a covid-19 com uso de cloroquina – apontado como ineficaz pela comunidade científica. O presidente esteve sem máscara durante todo o ato e foi multado pelo governo de São Paulo por este motivo (mais informações abaixo). Os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli (ambos PSL-SP), e os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também.

 

Tarcísio discursou na manifestação, e foi aclamado pelo público como “governador”. Ele é tido como possível candidato do presidente ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.

 

Apoiadores acompanham discurso do presidente Jair Bolsonaro, no Ibirapuera. © Léo Souza/Estadão Apoiadores acompanham discurso do presidente Jair Bolsonaro, no Ibirapuera.
Os motociclistas que acompanharam o presidente, vindo especialmente de moto clubes da capital, do interior de São Paulo e dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, estavam em um número suficiente para circular o complexo do Anhembi, na zona norte, onde ocorreu a concentração, em uma fila de 5 quilômetros de extensão. Segundo a Polícia Militar, 12 mil motociclistas participaram do ato. Muitos deles portavam bandeiras do Brasil e não usavam máscaras. No Ibirapuera, havia ainda faixas contra o Supremo Tribunal Federal, a favor do “voto impresso auditável” e pedindo “intervenção militar”.

 

 

Salles permaneceu no carro de som ao lado do presidente. “O Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho”, afirmou Bolsonaro. O ministro discursou por cerca de um minuto, e repetiu o slogan do presidente “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

 

Ao agradecer os motociclistas pela motociata, Bolsonaro voltou a comentar um benefício já prometido para a categoria, de isenção de tarifas de pedágios em novas concessões rodoviárias executadas pelo governo.

 

Ele participou do evento vestindo um colete do representante de uma associação de proprietários de motocicletas Harley Davidson do Espírito Santo durante a visita ao Estado anteontem. “Acho que ele ficou satisfeito”, disse Marcus Fly, que não viajou a São Paulo para acompanhar o evento.

 

Bolsonaro usa capacete proibido em motociata

Durante o trajeto de moto, Bolsonaro utilizou um capacete do tipo coquinho, que não protege o maxilar nem possui viseira. O uso desse equipamento é proibido pela Resolução 453/2013 do Conselho Nacional de Trânsito. É considerado uma infração grave, sujeita a multa.

 

A Polícia Militar registrou ao menos um acidente no comboio, no km 30 da Rodovia dos Bandeirantes. Imagens da Band News mostram o momento em que motociclistas caem. Segundo a assessoria de imprensa da AutoBan, uma das vítimas teve ferimentos moderados e foi encaminhada a um hospital de Jundiaí; outras duas optaram por continuar no ato. Por nota, o Hospital Pitangueiras afirma que a vítima teve fraturas nas regiões do punho e do tornozelo e será submetida a cirurgia, mas o quadro é considerado estável.

 

O presidente uniu uma série de posições negacionistas de seus aliados em um único discurso, que buscou apresentar uma versão diferente da que o Brasil é um dos lugares com mais mortes por covid-19 no mundo. Até agora, 482 mil pessoas já morreram por causa do coronavírus no País.

 

Essa junção de teses afirma que o número de mortes no Brasil é superestimado e, caso fosse correto, o País teria menos mortes por 100 mil habitantes do que em outros países. Esse número menor seria resultado do tratamento precoce com uso de cloroquina defendido por ele e seus aliados. O discurso durou 28 minutos.

 

“O documento produzido pelo Tribunal de Contas União (TCU) que, apesar de não ser conclusivo, é bastante objetivo. O critério usado para governadores buscarem recursos era o número de óbitos por covid. Houve sim, pelo que tudo indica, a super notificação de casos de covid”, afirmou. “Quem aqui nunca ouviu de pessoas que reclamaram que seu ente querido faleceu de outra doença, e que colocaram como covid?”, questionou.

 

O documento do TCU que fala de super notificação, citado pelo presidente, foi questionado pelo órgão, que apura a conduta do servidor que produziu o documento.

 

Bolsonaro voltou ainda a criticar o uso de máscaras. “Eu propus ao ministro da Saúde que estude a possibilidade, levando-se em conta a ciência, de podemos ou não sugerir a não obrigatoriedade de máscaras para quem já contraiu o vírus ou já foi vacinado”, disse o presidente. “O vacinado não tem como transmitir o vírus”, disse o presidente (na verdade, mesmo quem já tomou a segunda dose pode ser infectado e transmitir a doença, mas tem reduzida as chances de precisar de internação e morrer).

 

Sem máscara, presidente é multado

O governo de São Paulo multou Bolsonaro em R$ 552,71 por violação a regra sanitária, pelo não uso de máscara enquanto participou da manifestação de motociclistas.

 

A disputa entre o presidente e o governador João Doria (PSDB), que tenta viabilizar sua campanha à Presidência no ano que vem, marcou a manifestação.

 

O governo do Estado, que havia disponibilizado mais de 6,2 mil policiais militares para acompanhar a motociata, articulou com a concessionária que administra a Rodovia dos Bandeirantes para veicular mensagens sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras nas placas eletrônicas do trecho da rodovia percorrido pelo ato.

 

Segundo informações repassadas pelo governo estadual, o esquema de segurança montado pela Polícia Militar em parceria com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) custou aos cofres públicos R$ 1,2 milhão. “A ação contou ainda com dedicação exclusiva de 5 aeronaves, 10 drones e aproximadamente 600 viaturas, entre motos, carros, bases comunitárias móveis e unidades especiais. Todo ato foi monitorado pelo sistema Olho de Águia, por meio de câmeras fixas, móveis, motolink e bodycams”, informou o governo, por nota.

 

Além do aparato formal, ostensivo, montado com pessoal do Comando Militar do Sudeste, das Polícias Federal, Militar e Civil, Bolsonaro tem um reforçado esquema de segurança próxima.

 

A manifestação custou ainda R$ 75,2 mil à Prefeitura de São Paulo, que contratou a empresa SPTuris para a organização do evento. Os recursos públicos pagaram a instalação de banheiros químicos, gradis para separação de público, geradores elétricos e som, além de seguranças.

 

O Estadão questionou a Presidência sobre os gastos federais, mas não obteve resposta.

 

Em referência indireta a Doria, Bolsonaro disse que quem adotou medidas de restrição ao comércio “agiu errado”. “O artigo 5.° da Constituição está o direito ao trabalho. De ir e vir. O governador que se diz um democrata mas é um ditador”, disse.

 

Ao passar a palavra para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, Bolsonaro listou realizações do setor de infraestrutura do governo, como conclusão da Ferrovia Norte-Sul. O público começou a gritar “governador” em referência ao ministro.

 

O presidente também agradeceu aos PMs paulistas que trabalharam no evento. “Estaremos juntos aconteça o que aconteça”, disse. Ele costuma ter grande apoio na categoria.

 

Posted On Domingo, 13 Junho 2021 05:36 Escrito por O Paralelo 13
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