Por Camila Turtelli
O Cidadania, que reúne sete deputados e três senadores, decidiu engrossar o coro pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A Executiva Nacional da sigla aprovou na manhã desta segunda-feira, 20, a defesa do processo no Congresso. Segundo o presidente da legenda, Roberto Freire, foram 13 votos favoráveis e 4 contrários.
“Ninguém se pronunciou contra o impeachment, os quatro votos foram questão de oportunidade, avaliação de que talvez não seja esse o exato momento”, disse Freire ao Estadão/Broadcast.
A defesa da saída de Bolsonaro, no entanto, precisa ainda ser aprovada pelo Diretório Nacional do partido, com 112 titulares, em uma reunião agendada para o dia 4 de fevereiro. “O partido está unido na ideia de que esse governo é um desastre nacional”, disse Freire.
A sigla já declarou apoio na Câmara à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) para sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). No Senado, são três senadores ao lado da candidatura de Simone Tebet (MDB-MS).
Atualmente há mais de 60 pedidos de impeachment protocolados na Câmara e caberá ao próximo presidente da Casa, a ser eleito no dia 1º de fevereiro decidir sobre o destino desses pedidos.
Nesta quarta-feira, 20, o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato do Palácio do Planalto na disputa da Câmara, disse que a discussão sobre eventual processo de impeachment de Bolsonaro não é assunto de sua campanha. “Impeachment é tema pertinente ao presidente atual da Casa. Não vou usurpar nem um dia do mandato dele”, declarou Lira, em visita ao Rio. “Se eu me eleger no dia 1°, eu falo dessa questão.”
Na semana passada, partidos de oposição da Câmara anunciaram um pedido coletivo de impeachment, sob o argumento de que ele cometeu “crimes de responsabilidade em série” na condução da pandemia do coronavírus. Assinado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT, que reúnem 119 deputados, o pedido cita o colapso da saúde em Manaus e diz já ter passado a hora de o Congresso reagir.
“O presidente da República deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, Estados e Municípios”, diz nota conjunta dos partidos, que defendem a volta imediata dos trabalhos do Congresso.
Presidente da Câmara esteve com Yang Wanming para tratar da importação de insumos para a produção de vacinas contra o novo coronavírus no Brasil. Representante da China no Brasil afirmou que atraso no envio dos produtos ocorreu por causas técnicas, e não políticas
Por Luiz Calcagno
Depois de se reunir com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez duras críticas ao governo Bolsonaro. O encontro serviu, justamente, para driblar a postura ideológica do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo, contra o maior parceiro comercial do Brasil. O receio era de que o mal estar político pudesse ter levado ao atraso da exportação dos insumos para fabricação do imunizante CoronaVac contra a covid-19 no Brasil. A reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (20/1).
De acordo com Yang Wanming, o atraso ocorreu por motivos “técnicos”. Segundo Maia, em conversas com quadros da Embaixada da China, ficou a impressão de que o governo federal não tem se comunicado com o órgão. Maia fez o comentário ao ser perguntado sobre as rusgas provocadas pelo governo com os chineses no ano passado. “Ele (o embaixador) não falou nada disso. A impressão que dá, com diálogos com quadros da embaixada, é a falta de diálogo do governo brasileiro com a embaixada. É incrível como a questão ideológica com alguns prevalece em relação à importância de salvar vidas”, disparou.
“Isso (os ataques) está no Twitter do filho do presidente (Eduardo Bolsonaro) e do ministro das Relações Exteriores. Esse conflito existe. Tanto que estão me perguntando se o conflito é político ou não. Senão não estávamos falando nisso. O embaixador deixou claro que de forma nenhuma o atraso das exportações tem relação com isso. A gente tinha clareza disso. A China sabe, como eu disse, que a maioria da população brasileira precisa da vacina, dos insumos, e sabe da importância da relação bilateral do Brasil e China para todos os brasileiros. O agronegócio é a prova disso. Aliás, o setor que Bolsonaro tem mais apoio é o setor que tem o maior benefício na relação comercial entre Brasil e China”, provocou.
"A gente espera que dure quatro anos, no máximo”
Em outro momento, Maia disse esperar que o governo Bolsonaro dure apenas quatro anos. “Nesse momento, onde a pandemia volta com muito mais força que a primeira onda, as questões políticas não devem ser a prioridade da nossa relação. Sabemos da dificuldade, das críticas exageradas e equivocadas do governo brasileiro em relação à China. Sabemos como reagiu o embaixador. Mas, não cabe focarmos nesse problema”, afirmou. “Sabemos da importância das relações bilaterais, e que esse governo é transitório. A gente espera que dure quatro anos, no máximo”, disparou.
Além de Maia, parlamentares da base do governo, como o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente das frentes parlamentares Brasil-China e dos Brics, procuraram a embaixada para tentar reconstruir as pontes desfeitas pelo governo Bolsonaro.
Pinato disse, em conversa com o Correio, na terça-feira (19), que, com a vitória de Joe Biden, que toma posse nesta quarta-feira nos Estados Unidos, o presidente da República está “com a faca e o queijo na mão” para reconstruir as relações com China e EUA. Para isso, no entanto, terá que mudar a política exterior, entregue aos discípulos do astrólogo, escritor e youtuber de extrema-direita Olavo de Carvalho.
“A sabedoria é saber o que fazer a seguir, a habilidade é saber como fazê-lo e a virtude é fazê-lo”
DAVID STARR JORDAN
Por Edson Rodrigues
A eleição para a mesa-diretora do Senado, a casa da nobreza política do Brasil, segue com as articulações de bastidores englobando os principais líderes políticos, com muito equilíbrio entre os concorrentes, que têm seus nomes mais destacados pela mídia. Mas, na verdade, tudo é decidido nas últimas 72 horas antes da eleição, no dia 1º de fevereiro.
As diversas vertentes e ideologias políticas lutam para fazer prevalecer suas vontades e seus candidatos, mas o atual clima de enfrentamento entre as partes envolvidas pode beneficiar um nome que corre “por fora”, mas que tem a simpatia de todos, que é o do senador tocantinense Eduardo Gomes.
E isso são fatos, não são fake News.
Senador tocantinense Eduardo Gomes
O descontentamento da maioria dos senadores que irão eleger o próximo presidente do Senado com muitos fatos ocorridos durante a campanha, perpetrados pelo comando da Casa, como a união do PT em torno do nome apoiado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, inflamou o ambiente político principalmente dentro do próprio PT, onde um grande grupo de membros influentes faz questão de demonstrar desconforto com a situação, reverberando a voz das bases, que não aceitam a união de partes tão antagônicas.
Já a candidata do MDB, Simone Tebet, nunca foi consenso na legenda, na base do Congresso, muito menos na cúpula do partido, que não se manifestou nem moveu uma palha para ajudar em sua caminhada pela vitória em primeiro de fevereiro.
Candidata do MDB, Simone Tebet
Diante do clima de desconfiança dentro do seu próprio partido e do Palácio do Planalto, Tebet tem perdido espaço para uma nova chapa, que teria o senador Eduardo Gomes como o único candidato capaz de unir as vertentes do partido e do próprio Senado, devolvendo a harmonia à Casa de Leis com uma agenda de reformas, compromissos cumpridos e convivência harmônica com os demais poderes.
SEM CAMPANHA
Vale ressaltar que Eduardo Gomes jamais colocou, ele próprio, seu nome na disputa e vem se mantendo alheio ao embate de forças dentro do Senado, mantendo suas atenções em trabalhar em benefício do governo de Jair Bolsonaro, do qual é líder no Congresso Nacional, pelos municípios e pelo Estado do Tocantins.
Eduardo Gomes vem atuando com verdadeiro “bombeiro”, apaziguando ânimos e construindo diálogos entre o governo, os poderes e os partidos, com os quais mantém excelente relacionamento, sejam da base governista, do Centrão ou da oposição. O desprendimento de Gomes ante a inclusão do seu nome na disputa é tanto que ele mantém sua agenda de trabalho, recebendo a todos que o procuram, e sem fazer qualquer movimento que lembra uma campanha pelo cargo máximo do Senado.
O senador, até hoje, jamais concedeu qualquer entrevista ou proferiu uma palavra sobre as citações ao seu nome para a presidência do Senado, concentrando suas atenções na construção de uma tese de pacto suprapartidário por uma agenda positiva no Senado, que passa pela reforma tributária e uma grande mobilização pela recuperação do desenvolvimento do País após a pandemia.
GRANDE RESPONSABILIDADE
O certo é que o próximo presidente do Senado, junto com o presidente da Câmara Federal, são os únicos que poderão limpar a imagem do Brasil junto às demais nações mundiais, evitando um isolamento em relação a países como Estados Unidos, Japão, Índia e Indonésia, alvos de declarações infelizes do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro e de seus filhos “zero um” e “zero dois”, assim como do ministro das relações exteriores.
Senador David Alcolumbre
Vale lembrar que o Brasil tem apenas o Instituto Butantan produzindo vacinas contra a Covid-19 e que a ajuda de todos os países mais adiantados na produção do imunizante é fundamental para que o povo brasileiro não fique para trás em relação às campanhas de vacinação e o governo se torne responsável pela morte dos milhares que não forem vacinados a tempo.
Some-se a isso a paralização dos caminhoneiros, programada para o próximo dia 1º de fevereiro e o Brasil pode mergulhar num caos político, econômico e institucional jamais visto na história.
Daqui da terra Santa do nosso Padre Luso e de Nossa Senhora das Mercês, pedimos aos dois que abençoem o nosso senador Eduardo Gomes, o povo tocantinense e interfiram na consciência dos que vão eleger os próximos presidentes do Senado e da Câmara Federal, para que dias melhores se concretizem para o Brasil e para o nosso Tocantins.
Oremos!!
O Paralelo13 já havia detectado, em outras ocasiões, os efeitos colaterais dos resultados das eleições municipais de 15 de novembro e eles ainda não pararam.
Por: Edson Rodrigues
Em análises anteriores sobre o sepultamento coletivo de diversos políticos e dirigentes partidários derrotados nas eleições municipais passadas, O Paralelo13 tem destacado diversos acontecimentos dos bastidores político tocantinense.
O último, a saber, vem do troca-troca de partidos que já começa com ex-senador Ataídes de Oliveira, que passa a comandar o Prós no Tocantins. Político muito bem avaliado no Congresso Nacional, onde fez parte como senador da república e membro de várias comissões no parlamento, Ataídes Oliveira firmou ótimos relacionamentos durante sua passagem pelo Senado Federal, inclusive com o ministro da fazenda Paulo Guedes.
Após terminar seu mandato de senador e passar as temporadas das eleições municipais de 15 de novembro de 2020, o ex-senador assume o Prós, que até o momento era comandado pelo deputado estadual Júnior Géo, que não conseguiu êxito com os resultados das urnas em Palmas, tampouco no interior do estado, o que culminou em perda de força política em Brasília com a cúpula nacional do partido.
Deputado estadual Júnior Géo
Além de político, o ex-senador Ataídes é empresário e empreendedor bem sucedido. De origem humilde, ganhou o mundo focando sempre no ramo empresarial, área da construção civil, de onde decolou para grandes conquistas econômicas nos estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal.
Ao deputado, ex-candidato a prefeito de Palmas, caso queira sair da legenda, precisa usar sua humildade para sair pela porta da frente, sem correr o risco de perder seu mandato, uma vez que o mandato parlamentar, seja na esfera municipal, estadual ou federal, pertence ao partido e para mudar de legenda precisa ter o consentimento ou uma justificativa que convença a justiça eleitoral de estar sendo prejudicado.
Outras legendas terão o mesmo tratamento pelas cúpulas nacionais
Outras legendas com patrimônios na distribuição de recursos de fundo partidários e recursos de campanha e horário eleitoral gratuito, também sofrerão mudanças a partir do próximo dia primeiro de fevereiro.
Muitos dos partidos que não obtiveram êxito no estado, perderão suas comissões provisórias para receberem nova oxigenação para disputas nas próximas eleições estaduais de 2022, ocasião em que estarão sendo disputadas oito vagas para o legislativo federal, 24 para o legislativo estadual e uma para o senado e suas suplências. Sem contar, claro, com vaga de governador e vice-governador.
O troca-troca de partido deverá ter um grande fluxo a partir das eleições da câmara e do senado, marcadas para o próximo mês. As mudanças de comando partidário no Tocantins foi alertado pelo O Paralelo13 em artigos anteriores em que fala também sobre o sepultamento coletivo de muitas lideranças mal sucedidas, no comando de partidos importantes no cenário estadual.
O senador Ataídes de Oliveira é só o início de novas forças políticas nos comandos de direções partidárias. Outras surpresas estão por vir em breve. Isso nada mais é do que renovações e oxigenação comum no processo democrático.
Faz parte do jogo político.
Arthur Lira (PP-AL), candidato defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, soma 186 votos declarados na enquete feita com os 513 parlamentares
Por Adriana Ferraz
Três dias após a publicação do placar do Estadão sobre a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) passou de 145 para 186 votos declarados na enquete. Candidato defendido pelo governo Jair Bolsonaro, o parlamentar "ganhou" 41 apoios públicos desde sexta-feira, 15, em função de uma mobilização da coordenação da campanha para transformar a opção "não respondeu" em voto no líder do Centrão e evitar casos de infidelidade partidária.
Para se eleger presidente da Casa são necessários 257 votos em primeiro ou segundo turnos, quantia ainda distante tanto de Lira como de seu principal oponente, Baleia Rossi (MDB-SP), escolhido pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para fazer frente aos interesses do Palácio do Planalto na pauta legislativa. O emedebista iniciou o placar com 107 votos declarados e tem agora 114.
Integrantes do bloco formal de apoio a Lira, os deputados do PL, Republicanos e do próprio PP foram os que mais procuraram a reportagem para assinalar voto no parlamentar alagoano. Até mesmo aliados que já tinham se manifestado no levantamento fizeram questão de reafirmar sua posição na disputa. Foi o caso, por exemplo, do deputado Júnior Mano (PL-CE): "Meu voto já consta como do Artur Lira no placar do Estadão. Mas tô passando pra reforçar o voto em AL."
Além de reforçar o voto por meio de declarações à reportagem ou mesmo postagens nas redes sociais, houve parlamentares que também fizeram questão de publicar foto ao lado do candidato para provar a aproximação e apoio, como Cezinha da Madureira (PSD-SP) e Abílio Santana (PL-BA).
No sábado, 16, o candidato do Progressistas disse ao Estadão que estava "focado" em ouvir todos os parlamentares até a data da disputa. "Continuarei trabalhando, ouvindo meus colegas e minhas colegas. O placar que importa é o do dia da eleição." Baleia também fez questão de mostrar que nada está decidido. "Vamos construir maioria, deputado por deputado, deputada por deputada", afirmou. A cerca de 15 dias da eleição, ambos têm a estratégia de buscar votos no "varejo".
Levando-se em conta a somatória dos votos por partido, Baleia teria assegurados os votos necessários para vencer a eleição, já que seu bloco formal reúne 275 votos, mas, numa eleição secreta, como será a da Mesa Diretora da Câmara, o risco de infidelidade partidária aumenta diante de interesses mais locais que partidários. Na lista atual de 186 votos públicos, Lira conta com apoios de parlamenatares do DEM, PSDB, Cidadania e PSL, todos do grupo de Baleia.
Apesar de a adesão do partido não garantir necessariamente todos os votos da sigla, há um esforço de ambas as candidaturas para atrair as únicas duas legendas que ainda não se posicionaram na disputa: PTB e Podemos. Juntas, elas somam 21 votos. Nesta segunda, 18, é esperada uma definição de como e quando se dará a eleição. A expectativa é que pleito seja marcado oficialmente para o dia 2 de fevereiro, mas há dúvidas sobre a forma, se remota ou presencial.
A campanha de Lira questiona a tentativa já declarada de Maia de propor uma eleição híbrida, ou seja, com a possibilidade de voto presencial e também a distância, preferencialmente para deputados idosos e considerados grupo de risco para a covid-19.
No total, a eleição para a presidência da Câmara reúne oito candidaturas. Também disputam votos os deputados Fábio Ramalho (MDB-MG), Alexandre Frota (PSDB-SP), Capitão Augusto (PL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP), André Janones (Avante-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).