General do Exército foi escolhido por Bolsonaro ainda na transição de governo em 2018. Motivo da saída e nome do substituto não foram informados.

 

Por Carla Araújo

 

Apontado como um dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, entregou o cargo nesta segunda-feira (29). Sem maiores explicações para a razão de sua saída, em uma nota oficial divulgada pela assessoria da pasta, o ministro agradece ao presidente Jair Bolsonaro e aos comandantes das Forças e diz que sempre atuou para que as Forças Armadas fossem preservadas como instituição de estado.

 

"Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira", diz a nota. "Saio na certeza da missão cumprida", finaliza.

 

O pedido de demissão do general, sem maiores justificativas por ora, pegou de surpresa algumas fontes em Brasília, que estavam envolvidas nas tratativas para fechar um substituto para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que também informou sua decisão de sair do governo ao presidente.

 

Com a saída de Ernesto e Azevedo, no mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro perde dois importantes expoentes de alas diferentes do governo: um da ala ideológica e outro da ala militar.

 

Novas mudanças

 

Fontes do Palácio do Planalto afirmam que outras mudanças podem ainda ser anunciadas hoje.

 

Segundo um general ouvido pela coluna, existe a possibilidade de o atual ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ir para o comando da Defesa, o que poderia abrir espaço político para o cargo de articulação.

 

Posted On Segunda, 29 Março 2021 15:38 Escrito por

Ministro avisou sobre sua decisão a assessores próximos, mas governo ainda não confirma a saída oficialmente. Situação política de Ernesto se deteriorou nos últimos dias, com críticas de deputados e senadores

 

Por Felipe Frazão

 

O embaixador Ernesto Araújo se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 29, e entregou seu cargo. A informação foi repassada ao Estadão por pessoas que acompanham a discussão sobre a saída do chanceler. Ernesto passou pouco mais de 800 dias à frente do Itamaraty e vinha sendo contestado dentro e fora do governo. Na visão de parlamentares, especialistas e empresários, a atuação do chanceler na pasta, considerada ideológica, prejudicou o País na obtenção de insumos e vacinas para combater a covid-19.

 

Ernesto cancelou compromissos nesta segunda-feira com autoridades estrangeiras para discutir seu futuro. E foi chamado de última hora por Bolsonaro no Palácio do Planalto. Na reunião, segundo aliados, o ministro disse ao presidente estar disposto a deixar o cargo para não ser mais um problema para o governo na relação com o Congresso. Auxiliares diretos do ministro consideram que a situação é “irreversível”. Uma nova reunião está prevista para o fim da tarde.

 

Apesar de Ernesto colocar o cargo à disposição, Bolsonaro ainda não escolheu o substituto. O nome mais forte no Palácio do Planalto é o do almirante Flávio Rocha, atual secretário de Comunicação Social e da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Rocha, que tem o apoio do ministro das Comunicações, Fabio Faria, é considerado habilidoso, já cumpriu missões em nome de Bolsonaro na Argentina e na China em momentos delicados na relação com esses países e fala cinco idiomas. É atribuída ao militar todo o recuo que o presidente faz quando radicaliza o discurso.

 

No Itamaraty e na Marinha, contudo, há resistências porque sua nomeação colocaria um almirante da ativa na linha de frente do governo. A situação seria semelhante a de Eduardo Pazuello, que assumiu o Ministério da Saúde como general da ativa e, nesta condição, não teve condições de contrariar o presidente em momentos importantes da pandemia.

 

No período da ditadura (1964-1985), seis nomes passaram pelo Itamaraty, mas apenas um deles foi militar. O general Juracy Magalhães ocupou o cargo de janeiro de 1966 a março de 1967. É dele a célebre frase: "O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil". Ele também tinha uma carreira político e já havia sido antes governador da Bahia.

 

Uma ala do Palácio Planalto, porém, defende um político para o cargo, de preferência um senador, a exemplo do que ocorreu no governo de Michel Temer. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e José Serra (PSDB-SP) comandaram a pasta de Relações Exteriores.

 

Uma terceira opção é promover alguém da carreira diplomática. O nome cogitado é o do embaixador do Brasil na França, Luiz Fernando Serra. O diplomata, porém, indicou a colegas que não gostaria de deixar Paris neste momento para voltar ao País.

 

Pressão após briga com Kátia Abreu

A pressão sobre Ernesto aumentou neste domingo, depois que o ministro acusou a senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO) de fazer lobby de chineses durante almoço no Itamaraty. Com o gesto, ele forçou novo embate entre o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional. Presidente da Comissão de Relações Exteriores, a senadora disse apenas ter defendido que não haja discriminação à China no leilão da tecnologia 5G, que vem sendo discutido no governo, e chamou o ministro de “marginal”. Ela recebeu apoio expressivo de congressistas que já cobravam a demissão de Ernesto.

 

A tese dos interesses chineses por trás da queda de Ernesto, e não por sua atuação na pasta, já vinha sendo apontada nos bastidores por aliados do ministro no governo e por militantes conservadores nas redes sociais.

 

A declaração do ministro, no Twitter, foi interpretada como gesto “suicida” por diplomatas, e uma forma de construir uma versão para justificar sua saída do cargo. Parlamentares e diplomatas avaliam que o ministro teve apoio do clã Bolsonaro nessa contra ofensiva. Ele tem apoio público do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho do presidente que mais interfere na política externa.

 

No ano passado, Ernesto se envolveu em polêmicas com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Em novembro, o chanceler defendeu Eduardo Bolsonaro, que havia associado o governo chinês à “espionagem” por meio da tecnologia 5G. O presidente Jair Bolsonaro elogiou o ministro pela iniciativa. O chanceler também já se referiu à covid-19 como “comunavírus”, o que incomodou os chineses.

 

A relação do chanceler com representantes do país asiático foi abalada ao ponto de Ernesto ficar fora de negociações para destravar a importação de vacinas para o Brasil, no início do ano. Na ocasião, a interlocução com os chineses ficou a cargo dos ministros Fábio Faria (Comunicações), Teresa Cristina (Agricultura) e Eduardo Pazuello (Saúde). Este último demitido na semana passada.

 

Posted On Segunda, 29 Março 2021 15:09 Escrito por

A estratégia vem após o presidente perder apoio inclusive nas redes sociais, um de seus trunfos nas eleições de 2018

 

Por Ingrid Soares

 

O presidente Jair Bolsonaro tem visto sua popularidade cair em meio à falta de planejamento para combater a pandemia da covid-19 e por causa da lentidão na imunização contra o vírus, que já provocou mais de 310 mil mortos. Mesmo assim, ele confia na recondução ao Planalto, em 2022, porque já conta com apoio de cerca de 30% do eleitorado, composto por radicais, evangélicos e antipetistas, conforme avaliam especialistas.

Uma prova do abalo na popularidade de Bolsonaro vem das redes sociais, espaço que, em grande parte, o ajudou a chegar à Presidência da República. O pronunciamento em cadeia nacional, realizado na última semana para tentar melhorar a imagem, não convenceu, e as menções positivas ao presidente caíram. Mas, com a extrema direita, ele segue em alta e, por isso, não perde a oportunidade de afagar esse grupo.

 

Mesmo agora, sob pressão do Senado, Bolsonaro admite afastar do cargo o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, um dos representantes mais radicais no governo, mas busca uma saída honrosa para ele, com o objetivo de não desagradar à ala ideológica de apoiadores. Martins foi flagrado fazendo um gesto interpretado como sendo de supremacistas brancos, durante sessão de debates no Senado em que acompanhou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O próprio chanceler está na lista do Centrão para deixar o governo, mas o chefe do Planalto resiste em abrir mão dele, por ser um dos representantes da extrema direita no Executivo.

 

O analista político Creomar de Souza, da Consultoria Dharma, ressalta que há uma disputa, no governo, entre a ala reacionária, simbolizada por Martins e Araújo, e um grupamento mais conservador não radical. “Esse embate está muito claro hoje. Fato é que o presidente, até aqui, se apoiou muito em termos de diálogo com o eleitorado que tem mais simpatia com essa lógica radicalizada de discurso, e ele aposta nisso para chegar competitivo à eleição”, aponta.

 

No entanto, para Vera Chemim, especialista em direito constitucional e mestre em administração pública pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo, mesmo uma parcela dos radicais ficou abalada com a aliança entre Bolsonaro e Centrão. Ela lembra que, com a continuidade do auxílio emergencial, o chefe do Executivo espera reaver parte do eleitorado.

“Diante desse jogo enigmático, até os radicais de direita estão relativamente enfraquecidos e desmotivados com Bolsonaro, a partir do momento em que ele pegou uma carta da manga, há algum tempo, para apoiar o Centrão, tendo em vista a sua autoproteção em relação aos pedidos de impeachment que chegam à Câmara”, diz. “Bolsonaro moderou o seu comportamento, mas ainda enfrenta as consequências de seus atos e palavras totalmente fora de contexto, procurando fugir de situações constrangedoras que ele mesmo criou para si e se arvorando, desesperadamente, no suposto apoio dos presidentes das duas Casas Legislativas e na continuidade do auxílio emergencial, em decorrência da crise do coronavírus”, emenda. Ela faz referência a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), que chegaram ao comando do Senado e da Câmara, respectivamente, com o apoio do Planalto.

 

O cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, reforça que o presidente, ao longo de dois anos, tem mantido cerca de 30% de apoio no país. “Analistas que trabalham com dados quantitativos dizem que os bolsonaristas mais radicais, que defendem intervenção militar, fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, não passam de 20%, e que os outros 10% têm muito do antipetismo, da aversão à esquerda, no geral, e a Lula, em particular. A grande questão é que essa base dele de apoio mais radical é muito resiliente e coesa”, salienta.

 

Ele destaca a reciprocidade entre os simpatizantes do governo e Bolsonaro, mas — enfatiza — o grupo não basta para garantir a reeleição. “Esses radicais apoiam o presidente, e ele dá afago positivo quando utiliza discurso de ruptura com valores democráticos, faz ataques à mídia e aos cientistas. Esse grupo sozinho é suficiente para ganhar a eleição? Não. A eleição de Bolsonaro tinha esse grupo lava-jatista, ‘morista’ (apoiadores do ex-juiz Sergio Moro), contingente dos que tinham aversão ao PT no pior momento”, completa.

 

Polarização

 

Prando explica, porém, que, num cenário com Lula candidato ao Planalto, a polarização será reforçada, e Bolsonaro terá condições de ir para o segundo turno. “A grande questão é quem vai ser a figura de centro. Será que teremos um nome ou uma liderança que consegue se afastar de Bolsonaro, de Lula e convencer o eleitorado de que é uma alternativa eleitoralmente e de poder político viável? Existe chance do Bolsonaro nem ir para o segundo turno? Em política, existe. Nos últimos dias, ele se sentiu acuado e moderou o tom”, afirma.

 

O analista ressalta que “Bolsonaro fez uma escolha e, agora, está vindo para a conta dele tudo o que disse e fez, além do resultado da pandemia”, que recrudesceu no Brasil. “Foi uma escolha deliberada dele de dobrar a aposta e negar-se a compreender a importância da situação. Ele tem no bolsonarista extremista um apoiador de primeira hora e sempre fez de tudo para mantê-lo”, frisa. “Na maioria das vezes, dá um passo atrás para, na sequência, pelo menos na retórica, dar dois passos à frente. Ele mantém sempre esse grupo de radicais eletrizado com as declarações.”

 

Investigação

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a Polícia Legislativa vai apurar o gesto de Filipe Martins. “Imediatamente, determinei à Secretaria-Geral da Mesa que colhesse as imagens e as encaminhasse à Polícia Legislativa, para que, através de um procedimento próprio, investigue o fato, materialize a conduta através das provas a serem constituídas, identifique a autoria e avalie a tipicidade penal do fato”, afirmou, na quinta-feira. No dia seguinte, ele informou ao presidente Jair Bolsonaro sobre o início da investigação.

 

Dividido

 

O presidente Jair Bolsonaro passou a defender a vacinação em massa contra a covid-19 e tem usado máscara em eventos, mas não desiste de fazer apologia a tratamentos sem eficácia comprovada contra o vírus nem de criticar lockdown. Ele também insiste no embate com governadores e prefeitos que decretam medidas para conter a disseminação do vírus.

 

Avaliação do governo

Levantamento realizado pelo banco Modalmais e pela consultoria AP Exata apontou que cerca de 43,7% avaliam o governo do presidente Jair Bolsonaro como “ruim e péssimo”, com oscilação de 0,1 ponto porcentual para menos em relação à última semana.

 

O estudo leva em consideração as pesquisas de opinião e publicações em redes sociais. O porcentual de pessoas que vê a gestão como positiva é de cerca de 31,6%, apresentando uma queda de 0,3 p.p desde a última pesquisa. Já aqueles que consideram o governo regular chegam a 25,8%, com aumento de 1,5 p.p.

 

De acordo com o levantamento, se a tendência negativa na aprovação se mantiver nas próximas semanas, é possível que a marca fique abaixo dos 30%. As menções positivas não ultrapassaram os 30% por dois dias, apesar da recuperação de 6 p.p na média semanal.

 

Posted On Segunda, 29 Março 2021 09:19 Escrito por

Araújo sugere que Senado o pouparia se desse declaração sobre 5G chinês. Parlamentares tem cobrado demissão do ministro, mas o presidente Jair Bolsonaro resiste a tirá-lo do cargo

 

Com Agência O Globo

 

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , sugeriu em publicação nas suas redes sociais que a pressão do Congresso para sua demissão teria ligação com o debate sobre o banimento ou não da empresa chinesa Huawei da implantação da tecnologia 5G no Brasil e não a alegada ineficiência da diplomacia para a obtenção de vacinas contra a Covid-19 .

Araújo afirmou ter sido procurado pela presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), no início do mês e que "pouco ou nada se falou de vacina". Em artigo neste domingo no GLOBO, a senadora pede apoio internacional ao Brasil para conseguir lidar com a pandemia e afirma que o Itamaraty tem hoje uma "arrogância subalterna".

 

"Em 4/3 recebi a Senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado. Não fiz gesto algum. Desconsiderei a sugestão inclusive porque o tema 5G depende do Ministério das Comunicações e do próprio Presidente da República, a quem compete a decisão última na matéria", publicou Ernesto Araújo.

 

Depois da publicação, Kátia Abreu divulgou uma nota à imprensa rebatendo Araújo. "O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal", escreveu a senadora.

 

Críticas à política externa e às estratégias adotadas por Araújo incluem a deterioração das relações com a China , principal parceira comercial do Brasil desde 2009. Agora, o país asiático também desponta como fornecedor de insumos para a produção da vacina de Oxford/Astrazeneca , fabricada junto à Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ), e da CoronaVac , desenvolvida pela Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan.

 

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), têm feito duras críticas ao chanceler e pressionam o presidente Jair Bolsonaro a demiti-lo. Para o Centrão, o ministro impõe obstáculos à compra de vacinas da China e da Índia. Além disso, a troca no comando do Itamaraty ajudaria a destravar negociações e a agilizar a imunização no país, que caminha a passos lentos em meio ao colapso do sistema de saúde e ao aumento exponencial no número de infectados e vítimas fatais.

 

Bolsonaro resiste a demitir o chanceler . Na sexta-feira (26), ele questionou a Pacheco se seria suficiente para acalmar os ânimos a demissão do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins. O integrante da ala ideológica do governo fez um gesto apontado como uma referência a supremacistas brancos durante uma sessão no Senado e desencadeou uma nova crise com o Legislativo.

 

 

Bolsonaro autoriza instalação de nova embaixada brasileira no Bahrein

 

Recentemente, Bahrein se tornou a quarta nação do mundo árabe a formalizar as relações diplomáticas com Israel.

 

Posted On Segunda, 29 Março 2021 05:08 Escrito por

Procurado, o diretor do Butantan, Dimas Covas, respondeu que existem parcerias com consórcios internacionais que serão divulgadas em "momentos oportunos". Informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo

Com iG

 

Anunciada nesta sexta-feira (26) pelo Butantan como a "vacina 100% brasileira" , a Butanvac foi desenvolvida nos Estados Unidos, na escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai, segundo disse a instituição à Folha de S. Paulo.

A informação, que foi dada pelo diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, Peter Palese, segundo a Folha, também consta no estudo publicado em dezembro de 2020 e assinado por pesquisadores do hospital e da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte.

Em coletiva de imprensa, Doria e o Butantan não disseram que a tecnologia da Butanvac havia sido desenvolvida nos EUA

 

"Realizamos com sucesso experimentos com nossa vacina baseada no vírus da doença de Newcastle [NVD, um tipo de gripe aviária]. Enquanto isso, iniciamos testes de fase 1 no Vietnã e na Tailândia com a nossa nova geração (melhorada) de vacina de Covid. Estamos conduzindo um teste de fase 1 aqui no Mount Sinai", disse o diretor

 

"Também temos um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando nosso vetor de vacina NVD. Também estamos desenvolvendo vacinas para variantes da Covid-19 baseadas nas versões sul-africana e brasileira para o Instituto Butantan."

 

"Os comunicados conjuntos das parecerias serão feitos no momento oportuno por cada instituição do consórcio", justificou o diretor. Durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta para anunciar a vacina, nem o Butantan nem o governador João Doria (PSDB) mencionaram a parceria com o hospital de Nova York.

 

Segundo Palese, o hospital Mount Sinai detém o conheimento da patente tecnológica e foi o responsável por conduzir os ensaios pré-clínicos, feitos em animais em laboratório.

 

A tecnologia chegou a ser divulgada em duas revistas científicas em 2020, a EBioMedicine, em novembro, e outra no periódico Vaccines, em dezembro, e, portanto, a tecnologia seria norte-americana.

 

Posted On Sábado, 27 Março 2021 05:22 Escrito por
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