O presidente Jair Bolsonaro é mal compreendido e está se defendendo, não atacando diz Eduardo Gomes
Com O Globo
O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), diz que o presidente Jair Bolsonaro é mal compreendido na crise e está se defendendo, não atacando. Ele diz ser “maluquice” a preocupação com um golpe militar e minimiza a entrega de cargos ao centrão ressaltando que esses partidos já votavam com o governo antes.
Qual a importância da aproximação com o centrão?
Nenhuma, o governo já começa a fazer planejamento político onde há identidade administrativa. O governo já conta com o voto desses partidos desde 2019, e tem alianças regionais e nacionais que politicamente podem promover uma aproximação mais atenta no processo político. Isso é normal e natural, e com Bolsonaro não seria diferente.
Não há nada que justifique?
Não, não tem nada que já não esteja acontecendo em termos de empatia com o governo e trabalhos que podem ser realizados nos estados, no país.
O governo está sendo mal compreendido nessa crise?
Sim. Com o tempo, a gente vai descobrir onde o presidente Jair Bolsonaro ataca e onde ele é atacado. Muita coisa que o presidente tem feito que é classificada como ataque é defesa. Ele defende o governo, defende o legado. E a luta política por ora se antecipa a esse processo.
Poderia citar um exemplo de algo que é só defesa?
Bolsonaro é o primeiro presidente da face da Terra que é “printado” pelo ministro da Justiça (Sergio Moro). Que o ministro sai dizendo que no outro dia vai ter um vídeo que vai acabar com a vida. Mesmo que se insista, que o processo sustente alguma coisa, depois de uma análise e reanálise, o vídeo está longe do fim do mundo que as pessoas pregaram.
Eduardo Bolsonaro afirmou que uma ruptura institucional não é uma questão de “se”, mas “quando”. Avaliou-se ser alusão a um golpe…
O problema nosso é a imaginação. Ele não foi a única pessoa que falou isso. Numa passada rápida por blogs você acha pelo menos 20 mil pessoas falando. Segundo, isso é uma opinião política sem consequência prática, que fica no campo do discurso.
Do governo, não há sinalização de “ruptura”?
Isso é uma maluquice, o governo foi bem eleito e continua com uma base de aceitação tecnicamente viável para um projeto político. Jamais jogaria tudo fora para fazer uma coisa dessas. É maluquice pensar nisso.
O governo tem feito críticas a decisões judiciais. Qual é o limite?
É o limite do respeito. Sem a omissão, podendo reclamar, falar, como já aconteceu. Há meses, a Câmara dos Deputados revogou uma decisão judicial. Os poderes se enfrentam. A gente não pode deixar prosperar excessos.
Apesar de ser segundo tesoureiro do Aliança pelo Brasil, o trabalho do coronel do Exército é desconhecido por seus colegas de legenda
Por Thiago Bronzatto
Além de ser responsável pela inteligência pessoal do presidente da República, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara ocupa outro cargo estratégico. No fim do ano passado, o militar foi nomeado para ser o segundo tesoureiro do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta tirar do papel.
Designado para a função pelo próprio presidente, coronel Câmara é desconhecido até mesmo por seus colegas de partido. VEJA questionou os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, responsáveis por coordenar a criação do Aliança pelo Brasil, sobre o trabalho do militar. Ninguém soube responder. “Não sei qual é a função dele aqui”, confessa Karina Kufa, que, além de dirigente da sigla, é advogada pessoal de Bolsonaro.
O papel misterioso do coronel do Exército se concentra em duas frentes: ajudar a manter o partido longe de falcatruas e vasculhar a ficha de voluntários. Essa missão faz parte do trabalho de “compliance” realizado no Palácio do Planalto pelo espião de Bolsonaro. “A gente trata de assuntos de referência ao presidente”, justificou Câmara, sem detalhar o seu trabalho.
VEJA revelou em sua atual edição que Bolsonaro nomeou em fevereiro do ano passado um militar para coordenar a sua inteligência pessoal. Como o presidente não confia em órgãos oficiais, porque acha que têm infiltrados, cabe ao coronel Câmara realizar missões pessoais.
A Abihpec (associação da indústria de cosméticos) afirmou que decisão de sair do manifesto de apoio ao ministério foi unânime após fala de Salles sobre “passar a boiada”
Com O Tempo
Após a divulgação do vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), onde o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirma que o governo deveria aproveitar o momento da pandemia para “passar a boiada”, a Abihpec (associação da indústria de cosméticos) decidiu, nesta quarta-feira (27), sair do manifesto em apoio ao Ministério do Meio Ambiente elaborado por entidades.
O pavio foi aceso quando associadas da Abihpec, como Grupo Boticário, Natura e L’Occitane divulgaram em suas redes sociais que não aprovaram a fala. Procurada, a entidade diz que a decisão de deixar o manifesto foi unânime em seu conselho.
Escândalo internacional
Salles virou escândalo internacional por conta da sua fala na reunião. Até a ativista sueca Greta Thunberg se manifestou sobre a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial do governo Bolsonaro, que foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Greta cita trecho da declaração de Salles, onde ele defende “fazer um esforço enquanto estamos neste momento calmo em termos de cobertura da imprensa, porque eles estão falando apenas do Covid-19″. E completa:”Imagine as coisas que foram ditas fora da câmera… nosso futuro comum é apenas um jogo para eles. #SalvemAAmazônia”.
Transferências milionárias
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) quebrou o sigilo do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, e descobriu transferências milionárias entre contas controladas por ele. As informações são da Revista Crusoé. A reportagem afirma ainda que as investigações do MP agora tentam avançar nas suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
De acordo com as informações, Salles repassou R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para a sua conta pessoal em 54 transferências, feitas entre 2014 e 2017.
De acordo com as informações, Salles repassou R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para a sua conta pessoal em 54 transferências, feitas entre 2014 e 2017
Por Redação via email
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) quebrou o sigilo do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e descobriu transferências milionárias entre contas controladas por ele. As informações são da Revista Crusoé. A reportagem afirma ainda que as investigações do MP agora tentam avançar nas suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
De acordo com as informações, Salles repassou R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para a sua conta pessoal em 54 transferências, feitas entre 2014 e 2017
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No período, Salles exerceu dois cargos públicos na gestão do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), secretário particular do governador e secretário do Meio Ambiente, além de atuar como advogado na iniciativa privada.
Deve ter mais
O inquérito foi aberto pelo MP em agosto do ano passado para investigar a suspeita de enriquecimento ilícito de Ricardo Salles. A investigação ainda não acabou e deve aparecer mais por aí. O período todo a ser analisado pelo MP é de 2012 a 2017, quando Salles deixou de atuar como advogado para ocupar cargos no governo paulista. O ministro teria acumulado R$ 7,4 milhões em cinco anos.
Com base na declaração de bens que o ministro prestou à Justiça Eleitoral em 2012, quando foi candidato a vereador pelo PSDB, Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão em bens. A maior parte era em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Porém, em 2018, quando saiu a deputado federal pelo Novo, foram R$ 8,8 milhões, sendo dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil, correspondendo a uma alta de 335% em cinco anos, corrigindo o valor pela inflação.
Salles nega
O ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) rebateu as acusações, na manhã desta sexta-feira (29), na sua conta do Twitter. Segundo ele, a matéria é mentirosa. “Todos os meus rendimentos ditos ‘repassados’ são honorários declarados e decorrentes da minha atividade privada como advogado, fora do Governo, a qual muito me orgulho. Não tenho nada a esconder, de ninguém”, afirmou.
Salles virou escândalo internacional recentemente. Até a ativista sueca Greta Thunberg se manifestou sobre a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial do governo Bolsonaro, que foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Greta cita trecho da declaração de Salles, onde ele defende “fazer um esforço enquanto estamos neste momento calmo em termos de cobertura da imprensa, porque eles estão falando apenas do Covid-19″. E completa:”Imagine as coisas que foram ditas fora da câmera… nosso futuro comum é apenas um jogo para eles. #SalvemAAmazônia”.
O parlamentar, que já tem histórico de ataques ao STF, disse que uma ruptura institucional "não é mais uma opinião de se, mas de quando"
Por Alessandra Azevedo
Maia disse ter considerado “grave” a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que também atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta. O parlamentar, que já tem histórico de ataques ao STF, disse que uma ruptura institucional “não é mais uma opinião de se, mas de quando”.
Para o presidente da Câmara, a fala “é muito ruim, é muito grave”. “Frases como essa apenas criam um ambiente de maior radicalismo entre as instituições, e isso é ruim”, afirmou. Ele assegurou que o Supremo "vai continuar tendo o apoio do Legislativo para tomar suas decisões de forma independente".
"Se algum partido entender que há um crime na frase dele, pode representar no Conselho de Ética”, orientou Maia. O Conselho não tem trabalhado nos últimos meses, durante a pandemia, mas pode ser acionado. O deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) anunciou pouco depois, em sessão remota do plenário, que entrará com representação contra o deputado.
Eduardo Bolsonaro acusa ministros do STF de interferência no governo
Parlamentares de vários partidos também rechaçaram as falas do presidente e dos filhos, classificadas como autoritárias. “Não ficaremos inertes a qualquer ataque ao poder Judiciário”, disse Alessandro Molon (PSB-RJ), líder do partido na Câmara. “O que está em jogo é a nossa democracia e nós vamos defendê-la”, disse.
Deputados também lembraram que, desde a campanha eleitoral em 2018, Eduardo dizia que, para derrubar a Corte, bastariam “um cabo e um soldado”. “Ele está afirmando isso de novo, que só não sabe quando, mas que vai haver fechamento, golpe de Estado”, disse Ivan Valente (PSol-SP). Ele cobrou posicionamento mais enfático de Maia. “Tem que dizer que isso não e tolerável, é ditadura”, afirmou.