O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) popularizou a expressão "nunca antes neste país". É, no entanto, seu maior oponente neste momento, Jair Bolsonaro, quem rompe continuamente os padrões da tradição política brasileira.

 

Por Naief Haddad/FolhaPress

 

Ao longo destes 130 anos de República, jamais um presidente mudou de partido durante o seu mandato em razão de uma dissidência. Trata-se de uma situação inédita, dizem historiadores estudiosos do século 20 no Brasil.

 

Em meio a uma forte disputa com Luciano Bivar, presidente do PSL, Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (12) a sua saída da sigla, pela qual foi eleito. Também falou da intenção de fundar uma nova legenda, batizada de Aliança pelo Brasil.

 

Considerando trocas de legendas, fusões e mudanças de nome de partido desde a entrada oficial do capitão reformado na política, em 1989, essa será a nona sigla à qual Bolsonaro se associa.

 

Itamar Franco (1930-2011) trocava de partido com a frequência com que mudava o topete. Começou no PTB de Getúlio Vargas e passou por MDB e PL. E ainda PRN, PMDB e PPS.

 

Elegeu-se vice de Collor em 1989 como integrante do PRN. Mas se desligou da legenda em maio de 1992 em um dos muitos gestos ao longo daquele ano de afastamento dele em relação ao então presidente.

 

Quando se tornou presidente interino, em outubro de 1992, Itamar não estava vinculado a nenhuma sigla. Uma curiosidade: numa longa relação de flertes e desavenças, Itamar se filou quatro vezes ao PMDB.

 

A Primeira República (1889-1930) também tem casos peculiares na relação entre presidentes e partidos.

 

Em 1893, um ano antes de ocupar o Palácio do Itamaraty, sede do poder federal, no Rio, Prudente de Moraes (1841-1902) criou o PRF (Partido Republicano Federal) sem se desligar da sua legenda anterior, o PRP (Partido Republicano Paulista), um arranjo permitido pela legislação da época.

 

Como explica Claudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), especialista em Primeira República, a criação da nova sigla foi um modo de atrair diferentes setores, especialmente os florianistas, os seguidores de Floriano Peixoto, presidente que antecedeu Prudente.

 

"Era um arranjo partidário em nome de uma composição. É muito diferente do que se vê agora, com o Bolsonaro, que é uma dissidência", afirma Viscardi.

 

Referência para Bolsonaro, João Figueiredo (1918-1999), o último presidente da ditadura militar, esteve associado a duas siglas ao longo do seu mandato, a Arena e o PDS. Mas não há um rompimento, a segunda era simplesmente herdeira da primeira.

 

Em 1979, a Lei Orgânica dos Partidos possibilitou a criação de novas legendas, extinguindo o bipartidarismo. Numa transição sem grandes sobressaltos, os arenistas, Figueiredo entre eles, fundaram o PDS.

 

Nada que se assemelhe, portanto, com a atribulada mudança partidária de Bolsonaro no transcurso do mandato.

 

 

Posted On Quinta, 14 Novembro 2019 07:09 Escrito por

A Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende fundar, se apresenta como um instrumento para "livrar o país dos larápios, dos espertos, dos demagogos e dos traidores".

 

Com Jornal do Brasil
Em manifesto divulgado nesta terça-feira (12), a nova sigla é lançada como "uma nova e verdadeira atitude de aliados [de Bolsonaro]" e como o sonho e a inspiração de pessoas leais ao presidente.

O documento foi divulgado pouco depois de Bolsonaro ter anunciado a sua saída do PSL, sigla pela qual foi eleito, e a intenção de criar a Aliança Pelo Brasil.

"Aliança é união e é força. E a Aliança pelo Brasil é o caminho que escolhemos e queremos para o futuro e para o resgate de um país massacrado pela corrupção e pela degradação moral contra as boas práticas e os bons costumes", afirma o manifesto.

A saída do presidente do PSL acontece na esteira das denúncias sobre o esquema de candidaturas de laranjas nas eleições de 2018, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em fevereiro.

O racha no partido ficou evidente em outubro, quando Bolsonaro disse que o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), estava "queimado pra caramba". A legenda tem a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados.

Segundo o texto, que termina com o bordão de Bolsonaro ("Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!"), a nova legenda surge para "abrigar essa grande maioria de brasileiros e brasileiras que clamam por uma nova ordem de referências éticas e morais".

"Nossa Aliança é com as famílias, com as pessoas de bem, com os trabalhadores, com os empresários, com os militares, com os religiosos e com todos aqueles que desejam um Brasil realmente grande, forte e soberano", diz o manifesto.

Bolsonaro se reuniu com deputados, no Palácio do Planalto, para comunicar sua decisão de sair do PSL para fundar a agremiação --a nona de sua carreira política. Mais tarde, foi às redes sociais anunciar seu novo destino.

"Hoje anunciei minha saída do PSL e início da criação de um novo partido: "Aliança pelo Brasil". Agradeço a todos que colaboraram comigo no PSL e que foram parceiros nas eleições de 2018", disse Bolsonaro.

Segundo parlamentares que participaram do encontro com Bolsonaro nesta terça, no Palácio do Planalto, o presidente ficará sem partido até que a Aliança Pelo Brasil seja aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A expectativa do grupo de Bolsonaro é a de viabilizar o partido até março de 2020, a tempo de lançar candidatos às eleições municipais.

São necessárias 500 mil assinaturas, em pelo menos nove estados, para que a criação de uma agremiação comece a ser analisada pelo TSE. A lista deve ser apresentada no momento em que é protocolado o pedido de registro na corte.

A equipe jurídica que auxilia o clã Bolsonaro pretende lançar um aplicativo e investir nas redes sociais para que coleta de assinaturas seja célere. O ex-ministro do TSE Admar Gonzaga e a advogada Karina Kufa estão à frente da empreitada.

Leia a íntegra do manifesto:
"ALIANÇA PELO BRASIL Aliança é união e é força. E a Aliança pelo Brasil é o caminho que escolhemos e queremos para o futuro e para o resgate de um país massacrado pela corrupção e pela degradação moral contra as boas práticas e os bons costumes.

Por isso estamos formando uma nova Aliança pelo Brasil. A Aliança por um país da liberdade, da prosperidade, da educação, da ética, da meritocracia, da transparência, do respeito às leis, da segurança e da igualdade para homens e mulheres no trabalho, na política e em todos os campos do desenvolvimento social.

Nossa Aliança se dirige a abrigar essa grande maioria de brasileiros e brasileiras que clamam por uma nova ordem de referências éticas e morais, que conduzam nossa gente honesta e trabalhadora de volta às ruas, às praças e a todos os recantos das cidades com segurança e com muito orgulho do país que ajudam a construir.

Nossa Aliança é com as famílias, com as pessoas de bem, com os trabalhadores, com os empresários, com os militares, com os religiosos e com todos aqueles que desejam um Brasil realmente grande, forte e soberano.

Por tudo isso o nosso novo destino é a Aliança pelo Brasil, a Aliança.

Isso mesmo! Muito mais que um partido, é o sonho e a inspiração de pessoas leais ao Presidente Jair Bolsonaro, de unirmos o país com aliados em ideais e intenções patrióticas.

Uma nova e verdadeira atitude de aliados que almejam livrar o país dos larápios, dos "espertos", dos demagogos e dos traidores que enganam os pobres e os ignorantes que eles mesmo mantêm, para se fartar.

Portanto, convidamos você a ser um voluntário e a apoiar este sonho que está pronto para acontecer com a Aliança pelo Brasil - Aliança. Um partido inovador, integrado, transparente e aberto à participação dos brasileiros todos os dias, todas as horas, e capaz de se comunicar com as suas bases e filiados por meio das mais modernas e eficientes ferramentas de comunicação.

Aliança é participar, é inovar e é transformar nossa terra num novo e próspero Brasil.

Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!"

Posted On Quarta, 13 Novembro 2019 14:45 Escrito por

A nova legenda se chamará Aliança pelo Brasil. Convenção será realizada em 21 de novembro

 

Por Rodolfo Costa

 

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (12/11) a deputados do PSL que vai se desfiliar do partido e criar a legenda a qual confirmará, em convenção a ser realizada em 21 de novembro, a futura filiação. A nova sigla se chamará Aliança pelo Brasil. A desfiliação, por ora, foi apenas comunicada, não tendo sido confirmada a assinatura.

 

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) acredita que, do total de pesselistas, 51 em exercício, cerca de 30 podem anunciar a filiação ao Aliança pelo Brasil. A deputada Bia Kicis (PSL-DF) explica, contudo, que, no caso de deputados, será preciso aguardar a abertura da janela partidária para a filiação no novo partido.

 

Como o mandato de deputados é do partido, eles não podem se transferir para outra legenda sem a abertura de janela partidária. No caso de senadores, governadores, prefeitos e o presidente da República, que são donos de seus mandatos, o anúncio poderá ser feito na cerimônia de criação do partido, marcada para 21 de novembro.

 

Além de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi outro a formalizar a desfiliação do partido na reunião desta terça. No entanto, o futuro partido deve receber não apenas dissidentes do PSL. Kicis garantiu que as portas estarão abertas para congressistas de outras legendas.

 

A coleta de assinaturas está sendo conduzida pela advogada Karina Kufa. É ela que costura a articulação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para viabilizar o recolhimento de rubricas por meio digital. A ideia do Aliança pelo Brasil é colher nomes de apoiadores por meio de um aplicativo. Para isso, depende da autorização da Corte Eleitoral.

 

No Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) compartilhou a logo do novo partido.

Posted On Quarta, 13 Novembro 2019 06:34 Escrito por

Deputada reuniu colegas de partido para discutir como sigla vai se comunicar e se posicionar após a desfiliação de Bolsonaro

 

Por Naira Trindade

 

Um dia antes de o presidente Jair Bolsonaro anunciar a deputados sua saída do PSL, a ex-líder de governo no Congresso deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) abriu sua casa para 25 parlamentares correligionários em um jantar que tentou definir uma nova estratégia de comunicação e postura da legenda após a desfiliação do presidente.

 

— Foi uma conversa para definirmos uma estratégia de comunicação e postura do partido. Se outros esquecem as promessas de campanha, nós não podemos esquecer as nossas pautas. O PSL tem de apresentar uma direita moderada, liberal, conservadora — afirmou Joice.

 

Segundo a parlamentar, os deputados estão incomodados com o que chamou de "narrativa" do governo Bolsonaro "de repetir a mentira até que vire verdade". Ao justificar os incômodos de seu grupo partidário, Joice cita a suposta prática de "rachadinha" investigada pelo Ministério Público (MP) no gabinete de Flávio Bolsonaro durante seu período como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Hoje, o filho do presidente ocupa cadeira no Senado.

 

— Não podemos concordar com a República da rachadinha. Não podemos concordar que para salvar o filho de um problema judicial seja feito um acordo para que outros milhares sejam beneficiados com a questão do Coaf lá no Supremo. Então, essas coisas têm incomodado muito o partido e vamos falar para que a população não seja enganada. Cria-se uma narrativa em repetir mentiras até que virem verdades, que é exatamente o que criticamos na esquerda mais radical — disse a deputada.

 

Joice prefere não revelar os nome dos presentes na reunião que organizou e diz que além do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, outros 24 deputados do PSL participaram do jantar, preparado por ela mesma, que serviu espaguete à carbonara.

Posted On Quarta, 13 Novembro 2019 06:25 Escrito por

Por Edson Rodrigues

 

O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, pode até ser comparado, pejorativamente, a Geraldo Alckmin, que ganhou da imprensa nacional o apelido de “picolé de chuchu”, por não ter empatia popular nem carisma, mas, assim como o ex-governador de São Paulo, é um hábil administrador , com resultados extremamente positivos, considerado um dos melhores prefeitos da atual gestão no Tocantins e o melhor prefeito da história de Araguaína.

 

Sua administração, nos últimos dois anos, transformou a cidade em um canteiro de obras, proporcionando a criação de centenas de empregos e fazendo a economia girar. Dimas também brindou a população com serviços públicos de qualidade bem acima da média tocantinense, com moradias populares, Saúde Pública “azeitada”, obras de infraestrutura, pavimentação e recuperação de ruas e avenidas e revitalização da malha viária vicinal do município.

Dimas indicou para ser seu sucessor, seu chefe de gabinete, Wagner Rodrigues (foto), e terá um reforço de palanque importantíssimo, na pessoa do senador Eduardo Gomes, o mais bem votado em Araguaína – e no Estado – e homem-forte do governo Bolsonaro junto ao Congresso Nacional.

Dimas conta, também, com o apoio dos senadores Kátia e Irajá Abreu. Kátia, todos sabem, é ex-ministra da Agricultura e relatora do Orçamento da União em 2022 na área do Turismo.  Irajá é o segundo senador mais votado em Araguaína, presidente do PSD estadual e vice-líder do partido na Câmara Federal. Dimas tem, ainda, o reforço do deputado federal mais votado em Araguaína, seu filho, Thiago Dimas.  Juntando-se a isso os 80% de aprovação popular da sua administração, o prefeito sai na frente em todos os quesitos na hora da sucessão municipal.

 

O problema é o seu adversário.

 

O CANDIDATO DO PALÁCIO ARAGUAIA

 

Todo potencial do candidato á sucessão preferido de Ronaldo Dimas fica estremecido quando é apresentado o candidato oposicionista, apoiado pelo governo de Mauro Carlesse, o ex-deputado federal César Halum.

O candidato de Dimas terá que estar preparado para debater com um dos quadros políticos mais preparados do Tocantins, com muita experiência política e uma ficha extensa de serviços prestados ao povo de Araguaína e do Tocantins.

 

A atuação de Halum como deputado federal lhe permitiu ser o maior carreador de verbas públicas da União para a cidade de Araguaína durante seu mandato, com muitos recursos ainda a serem liberados.

 

Seu apoiados, o governado Mauro Carlesse, também enviou quantia significativa de recursos para o município, e está para anunciar diversos outros investimentos a serem executados com os empréstimos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil, a serem assinados no próximo dia 28 de outubro, além dos recursos oriundos do Pré-Sal.

 

CONCLUSÃO

 

A disputa pela sucessão municipal em Araguaína será uma verdadeira “batalha de titãs”, cheia de “temperos” políticos, com candidatos quase que equivalentes, com vantagens onde o outro mostra fragilidade e vice-versa.

 

Por enquanto, cada um vem formando seus grupos políticos, repletos de forças pontuais, mas ainda sem o crivo da população avaliado por pesquisas de consumi interno.

 

Vale lembrar que ninguém é imbatível. Basto a nós, esperarmos para acompanhar a composição de forças de cada lado e a competência de transferência de votos de cada aliado, e isso só em meados de 2020.

 

Todo o contrário é fake news!

Posted On Segunda, 11 Novembro 2019 07:31 Escrito por
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