Por Gustavo Queiroz
Um grupo de 33 deputados liderados por Luiz Philipe Orleans Bragança (PL-SP) apresentou nesta quarta-feira, 29, um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os parlamentares citam como “pontos preocupantes” a declaração de Lula segundo a qual ele pensava, na prisão, em “foder” o ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e “ataques às instituições de combate à corrupção”. O grupo elenca como exemplo desses “ataques” o fato de o presidente ter afirmado que uma operação da Polícia Federal contra o PCC teria sido uma “armação” do ex-juiz da extinta Operação Lava Jato.
“No contexto de reiteradas falas sobre desejo de vingança aos integrantes da Lava Jato, o presidente da República flagrantemente faltou com a verdade e produziu uma ‘fake news’ de efeitos extremamente danosos às instituições afirmando que o atentado contra Moro e seus familiares seria uma armação do próprio Moro. Em seguida, o presidente debochou da ameaça séria à vida de famílias inocentes”, afirmam os deputados.
O documento entregue à presidência da Câmara dos Deputados acusa o petista de suposto crime de responsabilidade e apontam ingovernabilidade por incapacidade do petista de “aglutinar coesão em torno de um plano nacional no Congresso”.
A ingovernabilidade se caracteriza quando o risco político supostamente causados por um presidente resulta em maior instabilidade do que um pedido de impeachment causaria. Os parlamentares defendem que a ingovernabilidade se apresenta nas áreas econômica, financeira e social. Eles citam como exemplo os ataques do petista contra a autonomia do Banco Central e dizem que, em menos de 100 dias, Em menos de 100 dias de governo, “há pelo menos quatro ministros acusados de cometerem improbidade e violação de regras constitucionais”.
Entre os signatários do documento estão os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e Bia Kicis (PL-DF). A aprovação depende do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Este é o sétimo pedido de impeachment contra Lula. A maioria foi motivada por declarações públicas do petista. Na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo. Segundo dados da Câmara dos Deputados, os pedidos alegavam crime de responsabilidade e omissão.
A volta ao Brasil do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, marcada para a manhã desta quinta-feira (30), acirrou os ânimos na Câmara dos Deputados. Enquanto aliados do ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o último dia de dezembro, defendem seu retorno como uma espécie de marco político, parlamentares da oposição fortaleceram as críticas em relação ao ex-presidente.
POR IARA LEMOS
“Bolsonaro só está voltando ao Brasil para responder à Justiça. É para isso que ele está chegando amanhã”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Bolsonaro chega pela manhã em Brasília, e, de lá, segue para o Complexo Brasil 21, onde Michelle Bolsonaro e outras lideranças partidárias do PL aguardam o ex-presidente. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal fechou a área em torno da Esplanada dos Ministérios a fim de evitar incidentes, embora não haja manifestação pública prevista de Bolsonaro. Segundo o PL, apenas lideranças do partido terão acesso a Bolsonaro nesta quinta-feira.
“O tempo irá se responsabilizar por colocar Bolsonaro no local correto, que não é nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, mas sim no banco dos réus”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Apesar das manifestações dos parlamentares petistas, na Câmara, apoiadores do ex-presidente circulavam com bandeiras do Brasil na tarde desta quarta. Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), deputado federal e um dos filhos do ex-presidente, foi um dos mais tietados por visitantes do parlamento, que pediam foto. No Senado, Sérgio Moro (União-PR), um dos aliados do ex-presidente na Casa, foi o mais procurado para fotos com prefeitos, que participam da Marcha que ocorre nesta semana em Brasília.
Bolsonaro prestará depoimento
Poucos dias depois de retornar ao Brasil, Bolsonaro já tem depoimento marcado para a Polícia Federal. O ex-presidente foi intimado a depor no dia 5 de abril, em Brasília, sobre o caso das jóias recebidas dos Emirados Árabes.
Nos últimos quatro anos de governo, o ex-presidente da República ou representantes de sua equipe presidencial fizeram 150 viagens para a Arábia Saudita. O país dos Emirados Árabes está no centro da confusão das jóias recebidas por Bolsonaro, e que foram mantidas pelo ex-presidente de forma irregular.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente recebeu uma caixa com um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma masbaha — espécie de rosário para a religião islâmica. Os presentes somam mais de R$ 500 mil e ficaram com o ex-presidente mesmo após o fim de seu mandato
As joias estavam sob posse da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021. Na sexta-feira da semana passada (24), a defesa de Bolsonaro atendeu a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e devolveu parte dos presentes. O terceiro pacote de jóias não foi devolvido.
A cada dia que passa, diminui a perspectiva de poder da prefeita Cinthia Ribeiro, pelo fato de ela não poder se candidatar à reeleição. Dessa forma, é natural que ela já esteja pensando em seu futuro e que esteja dando os primeiros passos para sua consolidação no cenário político do Tocantins. A questão é que esses passos podem, também, definir o futuro da sua base aliada na Câmara Municipal de Palmas.
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 esteve por duas vezes, esta semana, na sede do Legislativo palmense, conversando e ouvindo os vereadores da base política de Cinthia Ribeiro. Todos com quem nós conversamos foram unânimes em expressar grande preocupação com seus próprios futuros, pois não estão cientes sobre qual será a decisão da prefeita sobre a sucessão municipal de Palmas. Se estará no embate eleitoral junto com o governador Wanderlei Barbosa, apoiando uma mesma candidatura ou se vai apoiar um candidato diferente. Se vai liberar os vereadores para apoiar quem desejarem ou se cobrará fidelidade na hora da campanha… Ou seja, a verdade é que os nobres vereadores da base de apoio à prefeita de Palmas estão tontos, mais perdidos que “cego em tiroteio”, com a antecipação do processo eleitoral e com a ausência de sinais claros de sua líder.
Á ESPERA DE UM SINAL
Cinthia Ribeiro na sessão de abertura do ano legislativo, disse que 2023 será um ano de obras, como a construção das sedes da prefeitura e da Câmara
Reparem que, nesta análise, não estamos discutindo a gestão de Cinthia Ribeiro, mas o seu futuro político e o dos seus atuais aliados na Câmara Municipal de Palmas. Sem menosprezar nenhum dos auxiliares, é pouco provável que dessa equipe de governo possa sair um nome capaz de ser seu o sucessor de Cinthia, muito menos algum deles está fazendo articulações em benefício da prefeita ou demonstrou preocupação com o futuro político da sua gestora e líder.
Segundo um vereador, aliado de Cinthia, que preferiu o anonimato, ele e seus demais companheiros estão se sentindo desamparados, apenas observando o surgimento das pré-candidaturas, as formações dos grupos políticos, a definição dos cabeças de chapa e compromissos sendo assumidos, “alguns de forma irrevogável”, salientou, com pré-candidatos a vereador para primeiro mandato ou para a reeleição de oposicionistas na Câmara Municipal, e nada de vir algum sinal, nem de fumaça, da sede da prefeitura.
Segundo essa nossa fonte, não é sabido nem se Cinthia irá continuar na vida pública após a eleição de 2024, uma vez que já conseguiu eleger seu esposo, Eduardo Mantoan, deputado estadual, mas ressalta que ela só tem os próximos 20 meses para definir como será sua vida após sua gestão. Se pública ou privada.
E o vereador continua, afirmando que essa indefinição de Cinthia - ou apenas a falta de comunicação com sua base de apoio na Câmara Municipal - demonstra uma ausência de articulação política, diferente do que acontecia quando Carlos Braga ou Rogério Ramos estavam à frente da secretaria de Governo do Paço Municipal. E sem articulação, ações e posicionamentos políticos, se deixar passar muito tempo, não haverá mais nada a ser feito, colocando em risco um belo patrimônio político criado pela própria Cinthia Ribeiro, quando passou de vice-prefeita quase decorativa à gestora de pulso, de ação e destemida.
Só que na política não basta ser político. Tem que saber fazer política.
Do modo certo e na hora certa, pois caso Cinthia deseje permanecer na vida pública - e essa é uma decisão de foro íntimo - e não reagir, ela pode acabar ficando dois anos sem mandato, coisa que seus companheiros na Câmara Municipal não podem ficar esperando por muito tempo, pois seus futuros estão em jogo, só que nas mãos da prefeita.
FALTA UM ARTICULADOR POLÍTICO NO PAÇO
O deputado Eduardo Mantoan ao lado da prefeita Cinthia Ribeiro, vereador Folha prestigia 2ª noite do Festival Gastronômico de Taquaruçu
Caso Cinthia Ribeiro decida por continuar na vida pública por meio do voto popular nas eleições estaduais de 2026, serão seus atos administrativos que irão dar essa resposta. Para isso, ela deve encontrar - ou reencontrar - um articulador político que conheça, com legitimidade, as lideranças políticas, empresariais, classistas e religiosas da Capital, além de ter um ótimo relacionamento com as lideranças políticas e partidárias, com os deputados estaduais, com os congressistas do Tocantins e com as lideranças regionais, para fortalecer o próprio partido de Cinthia, o PSDB que, inclusive, é presidido por ela no Tocantins.
O ideal é que o PSDB consiga eleger o máximo de prefeitos e vereadores no maior número de municípios possível, criando uma musculatura política capaz de evitar que, ao deixar o mandato de prefeita um detentor de mandato do seu partido tome dela a presidência estadual.
Isso já aconteceu com muitos líderes tocantinense e o exemplo mais recente é o de Kátia Abreu que, ao não se reeleger senadora, perdeu, também, o comando do PP no Tocantins.
Para sentar à mesa de discussões para a formação das chapas majoritária e proporcional das eleições estaduais de 2026, Cinthia precisa ter patrimônio político em Palmas e no Estado, mas, para isso, precisa começar a fazer política e formar o seu próprio grupo, a começar, dando mais atenção à sua base de apoio na Câmara Municipal, para que os vereadores, os verdadeiros “cavadores de votos”, possam começar a agir.
AINDA HÁ SOLUÇÃO
Caso a decisão de Cinthia seja a de permanecer na vida pública, ela deve assumir esse posicionamento com urgência. Os meses que ainda faltam para o fim da sua gestão são mais que suficientes para alicerçar seus caminhos políticos, pois seu trabalho, até agora, a favorece - e muito - pois é suficiente, ainda, para manter sua base aliada no Legislativo fiel ao seu governo, abrir novas pontes de diálogo com a presidência da Casa para fortalecer sua gestão e terminar seu governo com credibilidade, popularidade e condições de colocar seu sucessor no segundo turno das eleições municipais de 2024.
É hora de tomar decisões!
Assim como outros bons nomes já devidamente situados pelo Observatório Político de O Paralelo 13 no tabuleiro sucessório de Palmas, o ex-presidente da Associação Tocantinense de Municípios - ATM - e secretário do governo do Estado, Jairo Mariano também é um forte componente desse cenário sucessório.
Por Edson Rodrigues
Se for a intenção da população palmense dar continuidade ao desenvolvimento, à industrialização e à geração de emprego e renda, o nome de Jairo Mariano jamais poderá ser desconsiderado como uma das boas opções para a Prefeitura.
Palmas vem sendo administrada com maestria e competência por Cinthia Ribeiro e qualquer que seja seu sucessor terá que mostrar muito trabalho, já de início, e, para isso, Jairo Mariano é muito bem preparado, um gestor público experiente, qualificado, que deu novos rumos à cidade de Pedro Afonso.
Jairo Mariano, o governador Wandeilei Cardoso e Relmivam Milhomem anunciando projeto cultural
É bom frisar que Jairo Mariano não disse uma palavra sobre ser pré-candidato a prefeito de Palmas, mas seu nome vem sendo muito comentado nos bastidores políticos como uma boa opção. Apesar disso, Mariano está concentrado em exercer com competência suas funções políticas como secretário de Governo de Wanderlei Barbosa, o “governador curraleiro”, pois sabe que seu nome e sua fama de político íntegro, correto, ficha-limpa, conhecedor do bom uso dos recursos públicos federais em benefício do povo, que deixou sua gestão com mais de 90% de aprovação popular, o que redundou na eleição de seu sucessor.
depois de assumir a ATM, transformou a entidade em uma verdadeira “escola” de arrecadação de dinheiro federal, oportunizando novas fontes de recursos para os 139 municípios tocantinenses, tornando-se uma grande aliada das administrações, disponibilizando técnicos capazes de elaborar e aprovar projetos de arrecadação de recursos, o que levou muitos municípios a quase dobrar suas arrecadações.
Mesmo não estando em pré-campanha, nem mesmo tocando no assunto sucessão municipal de Palmas, Jairo Mariano é, naturalmente, um bom nome para substituir Cinthia Ribeiro, com ótimo relacionamento junto ao conglomerado político palaciano, detentor da confiança total de Wanderlei Barbosa, de quem, caso se manifeste, pode vir a ser o candidato à prefeitura de Palmas, com todas os diferenciais de ser o candidato do governador do Estado.
Isso é um fato!
Deputado federal do PL foi chamado de "Chupetinha" e "Nikole" por outros parlamentares ao final da sessão
Com CNN
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi alvo de insultos homofóbicos por colegas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (28).
Ele foi chamado de “chupetinha” e “Nikole”. Veja a discussão no vídeo acima.
A comissão, que se reuniu para ouvir o ministro da Justiça, Flávio Dino, foi marcada por debates intensos entre governistas e a oposição.
Na reta final do encontro, Nikolas Ferreira pediu que Dino tratasse a comissão “com respeito, sem deboche”, afirmando que aquele ambiente “não tem palhaços”.
Foi, então, que outros congressistas começaram a atacar o deputado bolsonarista.
A primeira ofensa homofóbica que se ouve é “chupeta”, apelido que surgiu após disseminação de um vídeo fake que circulou nas redes sociais no ano passado, associando o deputado a ato erótico.
Pouco depois, deputados gritam “peruca” e “Nikole”, referências a um episódio protagonizado por Nikolas no último dia 8 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher.
Na ocasião, o deputado do PL subiu ao púlpito do plenário da Câmara dos Deputados com uma peruca — que vestiu ao afirmar que “se sentia mulher” — e disse que “mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres”.
Em meio aos ataques, o parlamentar interrompeu sua fala e pediu para que o presidente da Comissão, deputado Rui Falcão (PT-SP), parasse o relógio.
Quando Falcão solicita para que ele prossiga com a sua fala, é possível ouvir outro deputado dizer: “Vai, Chupetinha”.
A CNN procurou a assessoria do deputado Nikolas Ferreira, que não se manifestou sobre o ocorrido.
Nas redes sociais, Nikolas citou que a “a tara da esquerda é acusar hétero de ser gay. Usam a homossexualidade como ofensa”.
O presidente da CCJ foi apontado nas redes sociais como um dos autores da ofensa.
Entretanto, ele explica que desligou seu microfone e que outra voz se sobressaiu à dele em um dos xingamentos contra Nikolas.
Pela leitura labial, é possível visualizar que Rui Falcão não foi o autor da ofensa.
“Ao passar a palavra ao parlamentar, [Rui Falcão] desligou o seu microfone. Na ocasião, vazou um áudio com expressão homofóbica contra o deputado Nikolas, o que culminou em interrupções por parte da mesa. Falcão afirma que não se sabe ainda quem foi o autor da manifestação contra Ferreira”, postou o petista.
A sessão ainda foi marcada por uma discussão acalorada entre o deputado André Fernandes (PL-CE) e Flávio Dino.
O ministro da Justiça trouxe à tona que Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, em meio à exaltação do deputado, pediu para que este não quebrasse o microfone presente em seu assento.
A sessão foi marcada ainda pelas explicações de Flavio Dino sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, os decretos que tratam sobre o acesso a armas de fogo e sobre a visita de Dino ao Complexo da Maré no Rio de Janeiro.