Em proposta de delação premiada à Lava Jato, José Antunes Sobrinho, da Engevix, diz que entregou ao menos R$ 2,5 milhões a Valdemar Costa Neto, velho conhecido da Justiça

 

Por Edson Rodrigues

 

Uma reportagem da revista Época traz revelações exclusivas sobre a proposta de delação premiada de um dos sócios da Engevix, uma das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.  As revelações são bombásticas e envolvem além de velhos conhecidos da Justiça, mais uma vez os nomes do vice-presidente da República Michel Temer e  do presidente do Senado Renan Calheiros

O empresário José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, outro empreiteiro que prosperou nos anos de governo petista e sucumbiu a golpes de Lava Jato, está prestes a fechar um acordo de delação premiada com os procuradores da Força Tarefa, em Curitiba, conforme a revista Época revelou. Antunes é o engenheiro que sabe demais. Na proposta, ele implica o senador Renan Calheiros (PMDB), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, Edinho Silva, a ex-ministra-chefe da Casa Civil no governo Lula Erenice Guerra e o ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo. Agora, os repórteresdescobriramque o ex-deputado Valdemar Costa Neto, dono do PR, também está nela. Antunes promete escrever novo capítulo na já extensa biografia criminal de Valdemar, um aliado do PT condenado a dez anos de prisão por sua participação em outro escândalo, o do mensalão, e que não pode sair de perto de um quarto de hotel, em Brasília, porque ainda cumpre pena.

Na proposta de delação a que a reportagem teve acesso com exclusividade, Antunes afirma que Valdemar Costa Neto e o seu PR receberam da Engevix pelo menos R$ 2,5 milhões em propinas. O dinheiro foi pago, segundo ele, entre 2007 e 2011. A viabilidade do esquema surgiu da influência que o PR tinha em Furnas, a empresa de economia mista e capital fechado, que é controlada pela estatal Eletrobrás. Os cinco anos mencionados por Antunes coincidem com o período em que Mario Marcio Rogar comandou a diretoria de engenharia de Furnas. Engenheiro pós-graduado, o curitibano Marcio Rogar ingressou em Furnas em 1975 e ascendeu ao posto máximo na unidade de engenharia em 2006. Subiu ao comando da diretoria por indicação do PR de Valdemar Costa Neto e o PMDB de Eduardo Cunha. Rogar caiu em 2011 porque o PR se afastou de Dilma Rousseff. O PR, segundo Antunes, cobrava 3,5% em propina nos contratos de Furnas.

Valdemar Costa Neto fora mencionado em outras duas ocasiões por delatores da Lava Jato. O ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi o primeiro a citar que aliados de Valdemar  estavam envolvidos no esquema. Em março de 2015, Paulo Roberto declarou à Justiça que procurou empresas que atuavam nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para pedir doações para o caixa 2 à campanha de reeleição do governador Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, os dois peemedebistas, em 2010. O total cooptado atingiu R$ 30 milhões. Metade desse valor saiu das empresas Skanska, Alusa e UTC. O representante da Skanska, Cláudio Lima, era próximo de Valdemar, de acordo com Costa.

O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, foi o primeiro a trazer o nome de Valdemar diretamente para o radar da Lava Jato, em julho. Aos investigadores, Pessoa apresentou documentos que atestavam o pagamento de R$ 16,6 milhões em doações e propinas a políticos compadres, entre 2006 e 2014. Tudo com verba desviada da Petrobras. "Por fora", como disse Pessoa, cerca de R$ 200 mil abasteceram diretamente Valdemar. Por dentro, R$ 300 mil alimentaram o PR por meio de doações legais na campanha de 2010. Segundo Ricardo Pessoa, era fundamental distribuir as vantagens ilícitas a Valdemar e o PR. Tudo para manter as portas abertas - leia-se as possibilidades de garantir os contratos - da empreiteira Engevix com o ministério dos Transportes. O ministério era controlado pelo PR de Valdemar. Agora, sabe-se que outro empreiteiro, numa outra estatal e novamente com dinheiro ilícito promete atingir o mesmo Valdemar e o mesmo PR no mesmíssimo esquema de desvios investigados pela Lava Jato.

 

Os segredos de Antunes poderão abrir novas frentes de investigação sobre as relações da Envegix com as estatais envolvidas no petrolão, e estas com Valdemar Costa Neto e o PR. Durante a campanha presidencial de 2014, o PR foi patrocinado pela Engevix. A empreiteira doou R$ 300 mil ao partido no caixa 1 – aquele que consta da lista oficial de doadores da Justiça Eleitoral. Outros R$ 2 milhões foram obtidos da Ecovix-Engevix, uma subsidiária da empreiteira. Dentre as doações das construtoras ao PR - as mais generosas nessas ocasiões - as realizadas pela Engevix só não superaram as da OAS (R$ 3 milhões) e da UTC de Ricardo Pessoa (R$ 2,5 milhões).

 

Marcelo Bessa, advogado do ex-deputado Valdemar Costa Neto, disse que não comentaria a proposta de delação. Em nota, o PR afirma que o partido e o ex-deputado não comentam afirmações originadas nas delações premiadas e que não comentam iniciativas da justiça. O partido diz que as doações em dinheiro recebidas foram registradas na Justiça Eleitoral. Procurado, o ex-diretor de engenharia de Furnas Mario Marcio Rogar limitou-se a afirmar que foi indicado ao posto por Aloísio Vasconcelos, até 2007 presidente da Eletrobrás, que controla Furnas. O dono da Gradual Turismo, Jorge José Netto, afirmou por meio de uma funcionária da empresa que desconhece as informações contidas na delação de Antunes. Sobre Nurimar, a funcionária limitou-se a informar que ele trabalha ali. Ela não confirmou quando Nurimar começou a trabalhar na empresa nem seu sobrenome.

Posted On Sexta, 29 Abril 2016 08:07 Escrito por O Paralelo 13

Peemedebistas acreditam que diretório do PT está blefando e que dificilmente entregará cargos que ocupa no primeiro e segundo escalões do governo

 

Por Edson Rodrigues

 

O PT do Tocantins, quinto partido em número de filiações, com pouco mais de 12.700 membros, conta com três deputados estaduais, com a ressalva que nenhum deles foi eleito, pois entraram pelo voto de legenda, até hoje nunca conseguiu eleger um deputado federal e sua única participação no Congresso Nacional, hoje, é o suplente de senador, Donizete Nogueira, quem deve votar contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, poisocupa a vaga da senadora Kátia Abreu, do PMDB, licenciada para ser ministra da Agricultura,

Esse mesmo PT do Tocantins estará reunido neste sábado para decidir por sua permanência – ou não – no governo Marcelo Miranda.  Essa reunião terá como motivação o posicionamento das duas deputadas federais tocantinenses, Dulce Miranda Josi Nunes, do PMDB, que votaram pela continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, do PT. 

Após o resultado da votação, o PT do Tocantins emitiu uma nota, assinada pelo presidente estadual da legenda, Júlio César Brasil, em que se dirigiu às deputadas federais tocantinenses usando palavras como fascistas e traidoras, criando um clima nada favorável à convivência dos dois partidos no Estado.

Segundo um cacique do PMDB, a nota é apenas “uma satisfação” do PT estadual para a cúpula nacional do partido.

 

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA

“Impeachment/Golpe: Nota do Partido dos Trabalhadores do Tocantins à imprensa

O Partido dos Trabalhadores do Tocantins vê com tristeza e preocupação, o avanço do golpe.  O dia 17 de abril de 2016 está marcado como o dia em que corruptos tentaram manchar a história de uma presidenta honesta, credenciada por 54 milhões de brasileiros, para dar continuidade a um projeto de governo que se difere pelo respeito a todos e todas.

Os fascistas, conservadores e hipócritas utilizaram o nome de Deus e de suas famílias para cravar um punhal e ferir de morte a democracia brasileira. Ironicamente, diziam “Tchau Querida”, se referindo a democracia, a liberdade, a ética e a vontade do povo, demonstrada nas urnas.

Porém convém relembrar que a luta e a caminhada não acabaram. Agora, mais do que nunca, haverá mais luta e resistência ao avanço do conservadorismo e da Direita Fascista. A Batalha agora será no Senado e no STF.

Ser militante em um momento difícil como este não é fácil, pois somos colocados a prova a cada minuto.  Mas sabemos que a Luta nunca foi mais fácil para os companheiros do passado, e eles a fizeram e escreveram capítulos de muita honra e muito orgulho.  Cabe a nós e a nossa geração fazer a resistência e o enfrentamento do agora.  Resistir, enfrentar e avançar.  Este será o nosso mantra.  Ontem o mal saiu vencedor, mas não prevalecerá.  Agora, mais do que antes, é preciso estarmos unidos e mobilizados, pois a Luta Continua!

Estamos igualmente entristecidos e decepcionados pela maneira como o PMDB do Tocantins se portou ontem na Câmara: Como verdadeiro oportunista e aproveitador.  Nós do Partido dos Trabalhadores do Tocantins, nos sentimos traídos pelos votos das deputadas Dulce Miranda e Josi Nunes, que preferiram abraçar o golpe, ao invés de ficar do lado do povo e da democracia.

Reafirmamos que o PT do Tocantins participa do governo do Estado, porque ajudou a elegê-lo.  Sem nós, Marcelo Miranda não teria ganhado as eleições. Não estamos neste governo de favor.

Ressaltamos também, o apoio integral que a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado deu ao Governo até aqui. Porém, iniciamos ainda hoje um debate com nosso partido para discutir a nossa permanência ou não, neste governo.

A luta continua. Vamos lutar até depois do fim. Pois, lutamos “pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo” (Olga Benário Prestes).

Júlio César Brasil

Presidente Estadual do PT-TO”

 

Baseado nesses fatos, Júlio César Brasil, juntamente com a cúpula estadual do partido e a bancada na Assembleia Legislativa, decidiu convocar essa reunião para definir a entrega dos cargos que o PT mantém no governo Marcelo Miranda.

 

ANÁLISE CAULTELOSA

 

Dois membros do alto escalão do governo Marcelo Miranda nos fizeram uma análise, no mínimo, cautelosa das ações empreendidas até então pelo PT tocantinense: “o governo não respondeu à nota nem irá responder.  Achamos que foi uma atitude precipitada do presidente do Partido dos Trabalhadores, em expor e detratar nossas duas deputadas federais, sem levar em consideração que uma delas é a primeira-dama do estado e outra, uma das políticas mais atuantes e combatentes pela causa do povo tocantinense.

Além de pejorativo nos termos, o PT foi afoito e vemos essa nota mais como uma bravata, um blefe, pois a conta é muito simples: o PT tem, nada menos que, 373 cargos temporários, mais de 150 cargos de comissionados, sem contar com os cargos de confiança, que incluem o secretário estadual da Educação, que gere o maior orçamento dentre todas as pastas do governo. Isso sem falar em diretores de colégios estaduais espalhados por todo o Estado.

Seria muito simples, mas nada fácil o PT abrir mão de todos esses cargos ir para a oposição e ficar sem essa representatividade ante os cidadãos e eleitores tocantinenses.

Na nossa opinião, o PT deveria estar agindo de uma maneira totalmente contrária ao que vem fazendo até agora, após a votação no Congresso.  Eles deveriam estar tratando o governador Marcelo Miranda com toda a pompa e cerimônia possíveis, pois é esse o tratamento que recebe do governo do Estado, que sempre os considerou bons companheiros de batalha, pois é consciente do papel que o PT exerceu na corrida eleitoral, mas nem por isso vamos deixar que faltem com o respeito em relação aos nossos quadros, seja quem quer que seja, muito menos aceitaremos qualquer insinuação de chantagem por parte de um partido do qual o povo brasileiro tem nojo, um partido que levou o país para a pior crise econômica da sua história. Não cogitamos simplesmente abandonar o PT.  Vamos agir com parcimônia, diplomacia, e de forma democrática.

Eles estão blefando e jogando a política suja.  Isso é inadmissível”, sentenciaram nossas fontes.

 

 

 

 

 

Posted On Quinta, 28 Abril 2016 07:12 Escrito por O Paralelo 13

Por Edson Rodrigues

O vice-líder do governo Dilma, senador Wellington Fagundes, anunciou na última sexta-feira que o PR fechou questão em favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, orientado aos senadores do partido a votar dessa forma e impedindo qualquer ação em sentido contrário.

Caso o processo passe, também no Senado, Dilma será afastada por 180 dias, período regimental em que a Casa terá para analisar, investigar e decidir ou não pelo impeachment, definindo o afastamento definitivo da presidente e colocando um ponto final da Era PT no poder.

São senadores do PR o próprio Wellington Fagundes, Magno Malta, Blairo Borges Maggi e o tocantinense Vicentinho Alves

A cúpula do PR já está em conversações com o vice-presidente Michel Temer, colocando à mesa de negociações o tamanho de sua bancada, a presidência e a participação em diversas comissões da Câmara Federal, pois sabe que o governo transitório de Temer terá que ter um bom relacionamento com partidos de grande representação e participação.

Temer buscará um governo de coalizão, com ações pontuais, como extinção de ministérios e cargos, mas terá que construir uma base forte se quiser realizar grandes mudanças, como as reformas política e previdenciária, que precisam passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

 

OPOSIÇÃO RAIVOSA

Outro desafio de Temer será dar respostas rápidas ao clamor das ruas, sem espaços para amadorismos, aumento de impostos ou perda de tempo. Outro ponto crucial para Temer será a o apoio total à Operação Lava Jato, que não poderá sofrer nenhum tipo de intervenção do governo.

Temer tem que se lembrar o tempo todo que agora ele passa a ser a vidraça, o alvo em que todos os oposicionistas irão mirar sem dó nem piedade.  Espera-se a oposição mais ferina de toda a história política brasileira.  PT, PC do B, PDT e outros que afundarem abraçados ao PT, irão inflamar os movimentos sociais que ficarão sem a “mortadela nossa de cada dia”.

A base de Temer na Câmara e no Senado terá que ser forte o suficiente para dar uma resposta rápida ao empresariado, aos investidores internacionais e à sociedade, tudo ao mesmo tempo. 

É por isso que a conquista do PR, com sua base de 34 deputados federais e quatro senadores, entre eles o primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, Vicentinho Alves, é tão importante para Temer.

A conquista do PR significa, não só uma base maior de apoio, mas uma perda enorme nas pretensões do PT em manter o partido sob suas asas.

Temer, sem dúvida, marcou um importante território nessa batalha que está apenas começando....

Posted On Terça, 26 Abril 2016 06:34 Escrito por O Paralelo 13

O afastamento da presidente Dilma por 180 dias e o seu virtual impeachment já são considerados inevitáveis pelos maiores especialistas políticos e jurídicos do país.

 

Por Edson Rodrigues

Paralelamente ao andamento do processo de impeachment no Senado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acelera o processo investigativo contra os detentores de mandatos de deputado federal, senador e governador, com foro privilegiado, que tiveram seus nomes citados nas delações premiadas da Operação Lava Jato.  Apenas a planilha da Odebrecht que o ministro Teori Zavascki mandou investigar, traz nada menos que 300 nomes de políticos de 24 partidos, que receberam valores da maior empreiteira do Brasil.

A planilha foi apreendida em fevereiro, durante a Operação Acarajé, um desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedito Barbosa Jr. e traz nomes e valores de forma bem clara, detalhada e datada, pagos como propina e usados como caixa 2 ou para enriquecimento ilícito, já que em vários casos os valores são maiores que os declarados pelos recebedores.

 

LULA

Os investigadores da Operação Lava Jato consideram ter elementos mais que suficientes para levar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao banco dos réus, acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobras e pelo caso do sítio em Atibaia, SP, em que Lula diz não ser o proprietário.

 

EMPRÉSTIMOS DO BNDES

O pagamento de propina para a liberação de empréstimos do BNDES para obras no exterior, como revelado pela empreiteira Andrade Gutierrez para a construção de uma siderúrgica na Venezuela, foi cobrado, também, de outras empreiteiras que tinham obras financiadas pelo banco em outros países.

 

LULA X SÉRGIO MORO X POLÍCIA FEDERAL

Uma fonte próxima, em Brasília, nos informou que é mais fácil que um elefante passe pelo buraco de uma agulha que o ex-presidente Lula escapar das mãos da Justiça, por meio das ações do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Segundo essa fonte, a matéria publicada recentemente pela revista Veja, dando conta de que Lula prepara um pedido de asilo político ao governo italiano é mais que assertiva e o PT vem fazendo o máximo para esconder essa manobra.

 

CUNHA E LULA: “OS INTOCÁVEIS”

O próximo “peixe grande” a cair nas malhas da Justiça é o presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha, que vem sendo citado por vário e vários delatores e, segundo nossa fonte, não há mais como os dois, Lula e Cunha, escaparem de punições.

Os dois são acusados de se beneficiar de dinheiro público desviado e de propinas e os documentos apreendidos pela Polícia Federal mostram isso de maneira bem clara.  Junto com eles, 279 políticos, cujos nomes aparecem na planilha da Odebrecht, entram agora na mira da Suprema Corte, que deve agir de forma célere e urgente, de acordo com o clamor das ruas.

 

TOCANTINS: FICHAS SUJAS SERÃO BARRADOS

Com o andar das investigações da Justiça, será quilométrica a lista de políticos tocantinenses enquadrados na Lei da Ficha Limpa.  Eles são, na grande maioria, ex-prefeitos, ex-vereadores, ex-presidentes de Câmaras Municipais, ex-ordenadores de despesas, ex-secretários de estado e ex-secretários municipais.

Tirando por alto, uns 12% desses que aparecerão na lista dos fichas-sujas, só estarão nela por pura falta de conhecimento técnico e da legislação específica das licitações.

Já os ex-prefeitos, 90% deles estão quebrados, mendigando cargos nos gabinetes dos deputados e senadores, pagando pelo pecado de não terem escolhido pessoas capacitadas para seus quadros de auxiliares.  Dessa atitude surgiram irregularidades em licitações, prestações de contas erradas e outras mancadas, todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas.

Como a Justiça é cega, todos os que cometeram infrações, seja por desconhecimento, seja por más intenções, são considerados fichas-sujas por igual.  Ou seja, “pau que dá em Chico, dá em Francisco”!

O problema é que a situação se agrava a cada dia que passa, com o bloqueio de bens, confisco de contas bancárias, quebras de sigilo telefônico e bancário e todo e qualquer tipo de obtenção de provas que a Justiça pode utilizar.

O brasil, finalmente, parece estar trabalhando pelo fim da impunidade e muitos ficarão surpresos ao tentar registrar seus nomes como candidatos nas próximas eleições.  Desta vez não haverá mais o velho jeitinho nem as liminares que garantiam a participação nas eleições, pois os processos estão andando rápido.  Engana-se quem acha que pode escapar das mãos da Justiça como acontecia antigamente.

Finalmente é chegada a hora de dizer adeus aos corruptos!

Posted On Terça, 26 Abril 2016 06:28 Escrito por O Paralelo 13

Enquanto Veja tem com o assunto principal a figura de Eduardo Cunha, Época e Istoé trazem novas delações que comprometem pessoalmente a figura da presidente da República com a corrupção

 

VEJA: CUNHA: UMA UNANIMIDADE NACIONAL

De aliado a algoz do governo, Eduardo Cunha encarna o papel do político mais detestado do país, inclusive entre os defensores do impeachment de Dilma, e volta a recorrer a infindáveis manobras para escapar da guilhotina — até quando?

​Até para triunfar no posto de político mais odiado do Brasil é preciso algum esforço. Nos ventos da crise, o deputado Eduardo Cunha, 57 anos, eleito com 233 000 votos pelo PMDB do Rio de Janeiro, é o campeão inconteste nesse quesito - daí o título que VEJA traz na capa desta edição: #Fera, Odiado e do Mal. Fera por sua capacidade incomparável de ir em frente com seus objetivos, mesmo que seja contra tudo e contra todos. Odiado porque a pesquisa mais recente do instituto Datafolha mostra que 77% dos brasileiros querem a cassação do seu mandato. E do Mal porque não param de aparecer depoimentos nos quais Cunha é apontado como um sujeito agressivo, capaz de inspirar medo em seus adversários. E #Fera, Odiado e do Mal, assim tudo junto, para fazer uma referência jocosa ao título "Bela, Recatada e 'do Lar' ", que VEJA publicou em reportagem sobre Marcela Temer, mulher do vice-­presidente Michel Temer - título que estourou na web, gerando memes absolutamente impagáveis.

A presidente Dilma Rousseff diz que Eduardo Cunha é traidor, vingativo, chantagista e, como insinua com frequência, corrupto. O procurador-­geral da República, Rodrigo Janot, tachou-o de "extremamente agressivo" e dado a retaliações. Uma minoria barulhenta da Câmara se refere a ele como "gângster" e "ladrão", como se ouviu na votação do impeachment. Empresários denunciam-no por extorsão. Cunha é acusado de embolsar propinas milionárias do petrolão, de ser correntista oculto de bancos na Suíça e de mentir aos colegas, o que configura quebra do decoro parlamentar. Mesmo com tantos rivais e denúncias, ele continua à frente da presidência da Câmara, submetendo a Casa a suas pautas e interesses pessoais. Sob sua presidência, os deputados aprovaram o pedido de impedimento de Dilma, e o vice Michel Temer está a um passo do Palácio do Planalto.

E que ninguém pense que Cunha está morto. Na histórica sessão de domingo passado, que decretou o enterro político do governo Dilma, deputados chegaram a defender uma anistia a Cunha por seu papel decisivo no processo. Tudo às claras, diante das câmeras de TV. Mas há outro motivo, oculto e eloquente, para a tentativa de torná-lo inimputável. Cunha tem se mostrado um provedor generoso. Ninguém sabe tocar tão fundo na alma, na consciência e no bolso dos deputados. Ninguém distribui tantas benesses e favores de forma tão democrática, do alto ao baixo escalão. Tecida durante anos a fio, essa rede de cumplicidade se recusa a passar na guilhotina o pescoço de Cunha.

 

ÉPOCA: DONO DA ENGEVIX DELATA PROPINA PARA CAMPANHA DE DILMA

O engenheiro José Antunes Sobrinho, de 63 anos, prosperou nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele é um dos donos da Engevix, empreiteira que ascendeu a partir de 2003, por meio de contratos, financiamentos e empréstimos obtidos com estatais e bancos públicos. A empresa valia R$ 141 milhões em 2004. Dez anos depois, faturava R$ 3,3 bilhões. O modelo de negócios de Antunes era simples e eficiente, adaptado ao capitalismo de Estado promovido pelos governos petistas. Consistia em corromper quem detivesse a caneta capaz de liberar dinheiro público à empresa dele. Ou, se esse estratagema não fosse suficiente, corromper os chefes políticos e amigos influentes daqueles que detivessem as canetas. Antunes e seus sócios pagavam propina, portanto, para conseguir o acesso ao dinheiro público barato que, por sua vez, permitiria à Engevix conseguir, mediante mais propina, os grandes contratos públicos de serviços e obras, em estatais como Petrobras, Eletronuclear, Furnas, Infraero e Belo Monte.

Antunes era bom no que fazia, conforme atestam os números da Engevix. Talvez bom demais. A exemplo de outros empreiteiros que seguiam o mesmo modelo de negócios, foi preso na Operação Lava Jato. Tornou-se acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e, entre outros crimes, de participar do cartel de empreiteiras que, associado em especial aos políticos do PT e do PMDB, destruiu a Petrobras e devastou outras estatais durante os governos Lula e Dilma. Preso desde setembro em Curitiba, Antunes resolveu entregar aos procuradores da Lava Jato tudo – ou grande parte – do que sabe. As negociações, que estão em estágio avançado, passaram a envolver recentemente a equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Muitos dos crimes admitidos por Antunes envolvem, direta ou indiretamente, políticos com foro privilegiado – aqueles que, muitas vezes, são os donos de fato de quem move as canetas nas estatais.

A revista Época obteve acesso, na íntegra e com exclusividade, à última proposta de delação entregue pelos advogados de Antunes aos procuradores. São 30 anexos, cada um deles com fatos, pessoas e crimes distintos.

 No documento e em conversas com procuradores da República, Antunes disse ter pago propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB. Segundo ele, nos governos petistas, os dois patrocinaram a nomeação de afilhados políticos em estatais como Petrobras e Eletronuclear. Antunes também afirmou ter pago milhões em propina ao caixa clandestino do PT, em razão de vantagens indevidas obtidas pela Engevix na Caixa, no fundo de pensão do banco, a Funcef, em Belo Monte, na Petrobras e no Banco do Nordeste. Ainda de acordo com Antunes, o PT, em especial por meio de José Dirceu e João Vaccari, ambos presos na Lava Jato, também patrocinava afilhados políticos nesses órgãos públicos. Antunes disse que foi pressionado por Edinho Silva, então arrecadador de Dilma e hoje ministro no Planalto, a financiar a campanha da presidente em 2014.

Antunes e boa parte dos principais delatores da Lava Jato afirmam que esse modelo de negócios só era possível graças à maior das canetas: a do presidente da República. Sem ela, seja com Lula, seja com Dilma, nenhum desses afilhados políticos estariam nos postos para os quais foram despachados por PT e PMDB, os dois principais partidos da coalizão governista. Para manter boas relações com o Planalto, Antunes diz que pagou para ter a influência do advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma, conforme revelou a revista. Afirma que pagou, também, para a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que foi, até 2010, a principal assessora de Dilma. A seguir, alguns dos principais episódios narrados por Antunes. Se sua proposta de delação for aceita, o depoimento, somado a provas que Antunes promete apresentar, pode ser valioso para as investigações da Lava Jato.

 

ISTOÉ: A DELAÇÃO QUE COMPROMETE DILMA

Assessor especial de Dilma Rousseff, o discreto Giles Azevedo é considerado no Palácio do Planalto os olhos e os ouvidos da presidente da República. O único na Esplanada com autorização para falar em nome de Dilma e a quem ela confia as mais delicadas tarefas. Por isso, quem recebe instruções do fiel auxiliar da presidente não entende de outra maneira: ele fala na condição de enviado da principal mandatária do País. Foi com essa credencial que Giles se aproximou da publicitária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper Interativa. Em uma série de encontros, muitos deles mantidos na própria residência da publicitária no Lago Sul, em Brasília, Giles orientou Danielle a montar a engenharia financeira responsável por abastecer as campanhas de Dilma de 2010 e 2014 com recursos ilegais. A maior parte do dinheiro oriunda de empreiteiras do Petrolão e de agências de comunicação e publicidade que prestam serviço para o governo federal.

As revelações foram feitas pela própria dona da Pepper em seu acordo de delação premiada, a cujo conteúdo a revista ISTOÉ teve acesso. Ainda não homologado, o depoimento tem potencial explosivo, pois sepulta o principal argumento usado até agora por Dilma para se apresentar como vítima de um “golpe” destinado a apeá-la do poder: o de que não haveria envolvimento pessoal seu em malfeitos. Agora, fica complicado manter esse discurso em pé. No governo, e fora dele, há um consenso insofismável: Giles é Dilma.

Nas conversas com Danielle, segundo a delação, Giles tratava sobre as principais fontes de financiamento que irrigariam as campanhas de Dilma por intermédio da Pepper. Sem registro oficial. Segundo ela, as orientações partiam do discreto assessor da presidente.

 

 

Posted On Domingo, 24 Abril 2016 00:07 Escrito por O Paralelo 13
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