DESESPERO INVADE CAMPANHAS DOS CANDIDATOS A VEREADOR NOS MUNICIPIOS TOCANTINENSES COM O FIM DAS COLIGAÇÕES PROPOCIONAIS E POUCOS RECURSOS

Posted On Terça, 10 Novembro 2020 04:25
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“Vivam os meus inimigos! Eles, ao menos, não me podem trair”

 

HENRY DE MONTHERLANT

 

 

Quem apostou nos recursos milionários do Fundo Eleitoral para bancar sua campanha para vereador nos mais de 5 mil municípios brasileiros está em desespero.  Os partidos usaram critérios diferentes para cada situação e há candidatos que receberam menos de 10% do que esperavam e, agora, na reta final da campanha, estão sem fôlego para terminar a caça pelo voto como queriam.

 

No Tocantins não é diferente.  Só em Palmas são cerca de 400 candidatos para 19 cadeiras na Câmara Municipal, entre novatos e candidatos à reeleição.  Na situação em que se encontram as campanhas, de hoje até o dia 15 será cada um por si e Deus para todos.

Nos maiores colégios eleitorais, Araguaína, Gurupi e Porto Nacional, tudo aponta para diferenças mínimas em números de votos para os vitoriosos e os derrotados.  É aí que entra a importância do quociente eleitoral, uma vez que, a partir desta eleição, não haverá mais a coligação proporcional, ou seja, cada partido concorre por si para eleger vereadores e o número de votos conquistados pela legenda é que vai definir quantos vereadores ela conseguirá eleger.

 

Diferentemente dos prefeitos, que se elegem com a maioria dos votos válidos, os vereadores precisam atingir o quociente eleitoral para garantir uma cadeira no Legislativo. Na prática, nem sempre os candidatos mais votados são eleitos. Eles são eleitos pelo sistema proporcional. A conquista ou não de uma cadeira no Parlamento depende do chamado quociente eleitoral, calculado a partir da soma do total de votos válidos (em candidatos e legendas) dividido pela quantidade de vagas disponíveis.

 

Exemplo: Total de votos válidos = 1.000; Total de cadeiras na Câmara = 10; Quociente eleitoral =100.

 

Na prática, é como se todos os candidatos a vereador de um partido estivessem disputando as eleições como um grande bloco. É a partir da soma de todos os votos obtidos pela legenda que a Justiça Eleitoral define a quantidade de cadeiras que cada sigla terá direito, a partir de um outro quociente, o partidário.

 

Exemplo: Votos válidos recebidos pelo partido = 200; Quociente eleitoral = 100; Quociente partidário = 2 (mesmo número de vagas). São esses dois cálculos que definem o total de vagas que o partido terá direito no Legislativo Municipal. No exemplo fictício acima, a sigla ficará com duas vagas.

 

DIFICULDADES

Com o grande número de candidatos, uma eleição em 15 de novembro fica ainda mais difícil por causa da “conta” do quociente eleitoral. Em todo o Tocantins, será difícil um partido conseguir fazer dois vereadores em um mesmo município.  Nada impede, porém, de um candidato se sobressair na busca pelos votos e a “sobra” de seus votos “puxarem” um terceiro eleito. Mas será, praticamente, impossível.

 Os candidatos novatos dos partidos grandes, que possuem vereadores candidatos à reeleição, terão que se esforçar ainda mais, pois serão estes últimos dias de campanha que decidirão sua eleição.  Quem tiver recursos financeiros para esta reta final, tem a chave para uma vitória.

 

Em Palmas, há partidos “nanicos” que agiram com inteligência e não aceitaram ter em sua nominata candidatos à reeleição, dando chances iguais para todos os postulantes.  Esses partidos, se fizeram um bom trabalho na campanha, já podem contar com pelo menos um vereador eleito, podendo, em caso de uma campanha muito bem organizada, chegar a dois eleitos.

 

CASOS DE POLÍCIA

Delegados em coletiva de imprensa em Porto Nacional após deflagração da Poker Face, que prendeu prendeu quatro vereadores em Porto Nacional

 

Resta saber quantos vereadores que foram presos pela Polícia Civil em Palmas e em Porto Nacional conseguirão sua reeleição.  Todos foram acusados de malversação de recursos públicos, mas há tempos que ninguém fala sobre esse inquérito, que parece ter sido colocado em um “limbo” jurídico.

 

Ninguém consegue notícias desses processos, mas é preciso que se entenda que, se a Justiça emitiu a ordem de prisão desses vereadores, é porque existiam provas contundentes contra eles.  As prisões foram decretadas, cumpridas e os vereadores de Porto Nacional e Palmas ficaram presos na Capital, junto com os demais envolvidos nos casos investigados no trabalho de combate à corrupção.  Hoje estão todos soltos, mas não há a definição de quem é culpado e – se tiver algum – quem é inocente, mas como diz o velho ditado, “onde há fumaça, há fogo”, e essa premissa deve estar na mente do eleitor quando estiver frente a frente com a urna eleitoral.

 

PREFEITOS: PROGNÓSTICOS FÁCEIS

Dentre os cinco maiores colégios eleitorais do Tocantins, em dois deles os prognósticos são mais fáceis, estando as eleições de Cinthia Ribeiro, em palmas e de Celsinho, em Paraíso, praticamente definidas.  Já em Porto Nacional, Gurupi e Araguaína o jogo continua sendo jogado.

 

Em Araguaína, Wagner Rodrigues está à frente das pesquisas, assim como Gutierres Torquato, em Gurupi e Otoniel Andrade, em Porto Nacional, lideram as pesquisas de intenção de voto. A questão é que os três enfrentam concorrentes de peso, que se aproximam a cada novo resultado, equilibrando o quadro sucessório, chegando a empates técnicos em alguns casos.

 

Vencer, nessas cidades, vai depender do fôlego de cada um dos postulantes na reta final e, principalmente, da capacidade de cada um em municiar os candidatos a vereador que realmente os apoiam, pois eles são os verdadeiros “caçadores de voto”, que fazem o elo entre os candidatos a prefeito e a população.  São eles que conhecem a realidade de cada setor da cidade e onde “o calo aperta” para a população.

 

Quem sabe, a vitória de um (prefeito), não seja a solução do outro (vereadores).

 

Isso é fato, não é Fake News!