Por Wherbert Araújo

Implementada na Bolívia, a política do Bem Viver prega que, para alcançar a sustentabilidade do planeta, os povos devem respeitar os recursos naturais oriundos da mãe natureza, também conhecida por Pachamama. O que parece apenas uma filosofia de vida dos povos campesinos dos Andes está se difundindo no continente sul-americano. Em Almas, município distante a 300 km de Palmas, a parceria entre o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), a prefeitura municipal e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está capacitando e empoderando comunidades para a atividade turística com o viés socioambiental. De acordo com a secretária municipal de Turismo e Meio Ambiente de Almas, Raquel de Macedo, os trabalhos de parceria estão ajudando a divulgar o ecoturismo na cidade, agregando o modo de vida e a simplicidade dos agricultores familiares e comunidades tradicionais com as belezas naturais da região. “Estamos apresentando um Brasil diferente. As pessoas que conhecem as belezas da nossa cidade voltam encantadas”, afirmou. Vivência Distante a cerca de 70 km de Almas, na região da Serra Negra, o Vale dos Pássaros, de propriedade do agricultor familiar David Mendes Moreira, encanta não só pelas belezas que adornam o local, como as cachoeiras do Urubu Rei e da Cortina, mas também pela gentileza do aposentado de 72 anos e de sua esposa, a dona de casa Antônia Mendes de Jesus.  Morando no local desde a década de 80, o casal vive em uma pequena casa de palha protegida por sete cachorros barulhentos. A quantidade de cães, segundo os moradores é para afugentar onças que hora ou outra se aproximam da propriedade. Mas, o que poderia causar espanto tornou-se um atrativo à parte para os visitantes que mesmo sabendo da presença iminente dos felinos, denotam a preservação de Cerrado nativo. O local não tem energia elétrica e nem sinal de celular, e a água chega à propriedade por gravidade.

De voz calma e discurso ambientalista, Seu David afirma que a humanidade precisa repensar os hábitos consumistas. “Precisamos entender que o binômio Homem/Natureza precisa ser uma obrigação, porque um não sobrevive sem o outro. As pessoas também precisam entender que não adianta ter um país de economia sólida, se não há a preservação do meio ambiente”, afirmou. Satisfação Aliado ao trabalho de receptivo de visitantes na propriedade do Seu David, o condutor Gilvanê Elias Pereira dos Reis, também conhecido como Alminha, encontrou no ecoturismo uma nova fonte de renda. Com apenas 1,58 m de altura, engana-se quem pensa que ele se incomoda com a baixa estatura. Além dos trabalhos de condutor, Alminha é também eletricista, encanador, marceneiro, pedreiro e pintor. Ele confessa que foi na atividade turística que ele encontrou a satisfação pessoal. “O que mais me deixa feliz é estar em contato com a natureza. Eu respiro turismo. Me sinto 100% satisfeito, quando conduzo visitantes de todas as partes do país e até gente de fora”, afirmou. Saiba Mais Localizado na região das Serras Gerais, o município de Almas possui cerca de 7 mil habitantes. A cidade dispõe de postos de atendimentos bancários, dois hotéis, um hostel em construção e três restaurantes. Com investimentos da Agência Tocantinense de Transportes e Obras, o acesso ao município se dá por rodovias estaduais restauradas e com excelentes condições de trafegabilidade. De acordo com a secretaria municipal de Turismo e Meio Ambiente, atualmente existem cinco roteiros ecoturísticos disponíveis para visitação, com previsão de abertura de novos atrativos nos próximos meses.

Posted On Segunda, 16 Outubro 2017 16:48 Escrito por

Após um primeiro momento em que os atrativos turísticos entraram no trade do turismo ecológico, novela pode trazer problemas (filme no fim do texto)

 

Por Luciano Moreira, correspondente Rio de Janeiro

 

Falar do Tocantins, para mim, é muito fácil.  Afinal, foram 20 anos, desde o alojamento dos “orêia seca” até os tempos de shopping Capim Dourado.  Comnheço o Jalapão, os Azuis, o Cantão, Taquaruçu como a palma  da minha mão, inclusive com alguns adendos que muitos que aí estão nem sabem da existência como a de um segundo – e muito maior – fervedouro, bem próximo do tradicional.

 

É por isso que vejo com alguma preocupação a superexposição dos nossos atrativos turísticos na grande mídia, servindo de cenário para a próxima novela da 21h da Rede Globo.

 

Não que eu ache ruim que aquilo tudo que a gente já conhece venha ao conhecimento nacional, afinal, há algum tempo isso já não era novidade para quem buscava o ecoturismo dentro do Brasil. É sempre bom, economicamente falando, para cada cenários escolhido como locação de uma novela global.

 

Mas, da mesma forma com que enaltece nossa natureza maravilhosa, a novela da Globo traz em seu contexto um perigo para o qual o Tocantins não está preparado, que é um aumento exacerbado no número de visitantes.

 

O mesmos turistas que virão para o Tocantins, trazendo dinheiro e movimentando nossa economia, serão os mesmo que vão falar mal da qualidade do atendimento, da falta de condições receptivas e para a falta de organização do Estado para recebê-los.

 

Nas conversas que tive com amigos que ainda moram no Tocantins, como o próprio diretor-presidente deste jornal, Edson Rodrigues, fiquei sabendo que nossa secretaria estadual do Turismo, praticamente, só existe no papel e, no atual governo, não produziu nenhum planejamento, nenhum projeto, enfim, nenhum panfleto voltado para a divulgação das nossas potencialidades.

 

Mais que inatividade, isso significa falta de planejamento.  Mais que falta de planejamento, servir de cenário para uma novela que vai usar e abusar das nossas atrações turísticas – o governo, certamente, foi consultado sobre isso antes das gravações – e não avisar o setor de hospitalidade, aumentar o número de leitos de hotel, capacitar os atendentes dos restaurantes e, principalmente, preparar uma política de recepção, elaboração de preços e transporte turístico, significa, no mínimo, fazer feio ante o montante de visitantes que o Tocantins vai receber nesse primeiro momento pós primeiros capítulos da novela.

 

Podem ter certeza que a região vai lotar.  É assim sempre que um local pouco conhecido pela mídia vira atração.

 

Sem contar que na história da novela ainda rolam umas esmeraldas que, certamente, o Tocantins não tem.

 

Logo, seria de bom tom que o governador Marcelo Miranda incluísse nas prioridades da “oxigenação” da sua equipe, uma secretaria de Turismo mais atuante, mais ligada, mais antenada no que vem acontecendo no trade turístico.

 

Nem sei o nome do secretário(a) atual – e seria fácil colocar no Google e saber, mas não estou a fim de ter esse trabalho – mas acho que ou ele(a) terá muito trabalho  a fazer ou terá que dar lugar a quem faça, pois, para ir ao Jalapão, a região que será colocada como santuário na novela, quem quiser ir até lá terá que passar por Palmas. Uma vez fora de Palmas, rumo ao Jalapão, há uma série de cidades.  Estarão elas preparadas para receber – bem – essa gente toda?

 

O GRANDE PERIGO

Atualmente moro em Cabo Frio, uma cidade bem diferente de Palmas, com mais de 400 anos de idade, emoldurada por praias paradisíacas e, mesmo assim, com tanto tempo de “estrada”, ainda há muito a ser feito em termos de hospitalidade e mobilidade.

 

“Descoberta” como point turístico desde os anos 40 do século passado, um dos maiores problemas da cidade é a depredação da natureza, que gerou a necessidade de se criar uma ala da Guarda Municipal voltada só para a proteção da natureza. 

 

A atual novela das 21h da Globo gravou as cenas finais da personagem principal, Juliana Paes, aqui em Cabo Frio, mesmo que na novela ela esteja no Nordeste.

 

Além de um médico louco, fissurado no presidenciável Jair Bolsonaro, que invadiu as gravações, houve problemas para hospedar os atores, pois há um filme sendo gravado na cidade ao mesmo tempo.

 

Uma equipe da novela quis reservar um restaurante para a alimentação do pessoal.  Só que o estabelecimento já estava reservado para o pessoal do filme...

 

Não que Cabo Frio só tenha um restaurante capaz de receber tantas pessoas ao mesmo tempo, apenas o que mais agradou às duas produções foi o mesmo.

 

Imagina isso em Palmas, em Mateiros, em São Félix do Jalapão, em Ponte Alta...

 

O Tocantins precisa se preparar, de forma urgente, para os reflexos que a superexposição de seus atrativos naturais terão, sob pena de degradação, pouca valia e, principalmente, impressões negativas de quem procurar o Estado para conhecer suas maravilhas.  Impressões essas, que vão permanecer por anos e anos, até que se consiga equilibrar o binômio “atrativos/bom atendimento”.

 

Plasticamente desativada sem ação que possa acompanhar de perto via.uma comissão permanente o acompanhamento das visitas.investimentos particulares.para a não deterioração de nossas riquezas turísticas que estão CENDO descoberta pela mídia nacional e Internacional.esta responsabilidade é do Governo do do Estado.via secretaria de Turismo.que por sinal.só existe no nome.pessoalmente.não tenho nenhum conhecimento de nenhum projeto voltado para não só pela preservação.muito menos pela divulgação de nossa potencialidade

 

O Governador Marcelo MIRANDA.que deverá fazer um ajuste em seu quadro de auxiliares.é bom que não esqueça do fortalecimento da aqui.e responsável.pelo Turismo do Estado uma máquina de girar recursos.que possa beneficiar os nossos comerciantes da área otekaria e pousadas principalmente da região de mateiros

Posted On Segunda, 09 Outubro 2017 06:39 Escrito por

O Brasil está começando a descobrir uma região que, embora seja repleta de belezas estonteantes e paisagens indescritíveis, ainda é muito pouco conhecida pelos viajantes. O que já sabíamos, e é conhecido por muitos tem ganhado divulgação no cenário nacional. O encanto das cachoeiras de Itapecuru, um convite irrecusável para quem gosta de diversão sem abrir mão do descanso.

 

Da Redação

 

Estamos falando da cidade de Carolina, no Maranhão, que é considerado o portal de entrada do Parque Nacional da Chapada das Mesas e que oferece mais de quatro dezenas de atrativos turísticos, todos eles ligados à natureza ou história.

 

O nome dado a cidade foi em homenagem à imperatriz Carolina Leopoldina, esposa de D. Pedro I. Hoje, ela virou a maior atração turística da região e começa a ser descoberta por turistas dos estados do Pará e Tocantins e uma parcela significante de paulistas e goianos. O grande destaque dessa linda e pouco explorada região do sul do Maranhão são suas cachoeiras, riachos, montanhas de arenito e pinturas rupestres além é claro, toda a beleza do Parque Nacional da Chapada das Mesas.

 

Você pode começar a sua aventura na Cachoeira de Itapecuru, informalmente chamada de cachoeiras gêmeas. Aqui, há infraestrutura para você passar a manhã inteira curtindo as águas que despencam de duas lindas quedas, formando um imenso lago. Essa cachoeira fica no povoado de São João das Cachoeiras, a 30 quilômetros do centro de Carolina. Cleuber Cunha Moreira é o carolinense, 55 anos, ex-funcionário do Banco do Brasil que decidiu investir no setor do turismo.

 

Em junho de 1993, na estação de veraneio, foi inaugurado o complexo “Cachoeiras do Itapecuru”, com suas cachoeiras gêmeas de águas volumosas e temperatura em torno de 24°. Cleuber conta com a parceria incondicional de sua filha Laís Parreão Cunha, também natural da cidade com 28 anos de idade, formada em enfermagem, mas que optou por trabalhar ao lado de seu pai. Laís é responsável pelo setor de reservas, promoção e marketing da empresa. Localizada a 30 km do centro da cidade, as cachoeiras gêmeas do rio itapecuru é um dos complexos turísticos mais tradicionais do destino.  O atrativo conta com serviços de alimentação e hospedagem e oferece chalés com preços que variam em torno de R$ 200,00 o casal por dia, mais a taxa de acesso ao atrativo que custa R$ 30,00. Além de banho em águas cristalinas e contemplação cênica, é possível realizar passeios em caiaques na lagoa que ficam disponíveis para locação.

 

Trajeto

De Palmas a Carolina (MA), são 480km. Com saída de Palmas, passa pelos municípios de Paraíso do Tocantins, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas do Tocantins. Conforme a sinalização em Colinas vire à direita e pela BR 230 chegará ao município de Carolina (MA). De carro, o trajeto é de aproximadamente 7horas de viagem.

 

Alimentação

São ofertados serviços de bar, restaurante. Os pratos variam de R$ 45,00 a R$ 50,00 reais A La Carte, no qual servem duas pessoas, ou no self service que custa R$ 39,90 o quilo.

 

Dentre os pratos estão carne de sol, galinha ao molho, filé e frango frito, peixe ao molho, peixe frito, frango a passarinho, camarão ao alho e óleo, vinagrete, lingüiça calabresa, acompanhados de arroz, feijão, farofa e saladas. As porções contam com ovos de codorna, caldos de feijão e a tradicional panelada.

 

Os sucos são os mais variados, de abacaxi, acerola, bacuri, cajá e cupuaçu. Além de vodkas, whisky, ice, cervejas, vinhos e refrigerantes. Para quem gosta de doces, as sobremesas são variadas, doces, sorvetes e picolés de diversos sabores.

 

Privacidade

Em uma área de propriedade privada, com capacidade para receber mais de 600 visitantes por dia, a pousada situa-se ao lado das cachoeiras. A estadia no local garante café da manhã e acesso as áreas de lazer.  Aconchegante, tranquilo e confortável, é um excelente local para descanso e passeios em família.

 

Segundo os responsáveis pelo local, a beira das cachoeiras formam-se prainhas, no qual é possível que crianças possam brincar, sem riscos de afogamentos. Ao entardecer, além de uma visão deslumbrante, o turista pode desfrutar de uma paisagem encantadora, com um pôr do sol admirável ao som dos cantos dos pássaros.  O local é um convite para o aconchego, degustar de pratos típicos e saborear bebidas tropicais.

 

Quem te leva

Contrate sem medo os serviços da empresa de receptivo ZecaTur. Zeca é o proprietário, um pernambucano de Caruaru que adotou Carolina como sua terra natal.  Pessoa genial e bastante conhecedora da região. Faz turismo compartilhado e na maioria das vezes oferece o melhor custo benefício em relação aos passeios locais.

Posted On Sábado, 07 Outubro 2017 09:29 Escrito por

A devoção do povo desta região e de várias partes do Brasil ao Senhor do Bonfim, vem desde a primeira metade do século XVIII. Segundo farta documentação de posse de autoridades católicas, um agricultor encontrou a imagem do Santo Milagreiro apoiada no tronco de uma árvore. Ele imediatamente a levou para Natividade, onde a coletividade local passou a reverenciar o feito, o que durou pouco tempo, já que sem nenhuma explicação plausível, a imagem voltava para o local onde fora encontrada. Depois de inúmeras idas e vindas a comunidade nativitana resolveu construir uma pequena igreja naquelas terras desabitadas que, em pouco tempo, foi transformada em local de expressiva peregrinação.

 

Por Edivaldo Rodrigues

 

Da lá para cá, séculos se passaram, e o Santo Milagreiro continua como fonte de fé e esperanças de milhões de pessoas, que todos os anos, de 10 a 18 de agosto, cumprem um ritual sagrado, à pé ou usando os mais diversos tipos de transportes, se deslocam de suas cidades, vilas, distritos e povoados para, diante daquela pequena imagem de barro, agradecer as graças recebidas, como também renovar na alma e no coração a fé e a devoção nele, Senhor do Bonfim, que é reverenciado por todo o povo tocantinense.

No principiar de tudo, aquela singela e acanhada igrejinha, fincada no centro de um cipozal, recebia centenas de fiéis, que sofriam com a falta de estrutura e de alguns itens básicos de sobrevivência, como água e alimentação. Esta dura realidade somente começou a melhorar com a interferência dos frades dominicanos, religiosos que chegaram a Porto Nacional em outubro de 1886, oriundos do Mosteiro de São Maximin, localizado no Norte da França, onde desde o século XI, jovens de várias partes do Continente Europeu, recebiam ali os ensinamentos de São Domingos, conhecimentos que eles implantaram nestas esquecidas terras do Norte Goiano.

Com a interferência e comprometimento dos frades dominicanos, que também construíra, entre 1893 e 1904, a Catedral de Nossa Senhora das Mercês em solo portuense, o povoado do Senhor do Bonfim ganhou mais importância. Com a criação da Diocese de Porto Nacional pelo Papa Bento XV, no dia 20 de dezembro de 1915, por meio da Bula PapalApostolatusOfficium, os religiosos franceses adquiriram maisvisibilidade, força e liberdade de ação. Assim posto, a Romaria de Nosso Senhor do Bonfim passou a receber atenção especial, tanto do Clero, quanto das autoridades constituídas.

Por ser a Diocese de Porto Nacional um organismo de abrangência geográfica significativa, já que passou a congregar 31 municípios, perfazendo um total de 17 Paróquias, todas suas ações repercutiam com visibilidade, posto que estes números registravam uma expressiva ramificação católica em toda esta região. Esta força levou o Clero propiciar à romaria algumas melhorias estruturais voltadas para atender os milhares de fiéis na busca de renovadas esperanças de vida.

Estes fiéis que a cada ano aumentava em número, crença e devoção, tinham visível e palpável necessidade de consumir o que era oferecido pelo profano. Daí a necessidade de um olhar mais condescendente por parte de religiosos e autoridades constituídas, que não impuseram nenhuma barreira contra a implantação, no período das celebrações, de uma respeitada rede mercantilista em torno do Santuário de Nosso Senhor do Bonfim.

Não diferente dos grandes santuários espalhados por todo o mundo, na Romaria do Senhor do Bomfim, o sagrado, de uns tempos para cá, passou a conviver abraçado com o profano. De 10 a 18 de agosto, todos os anos, congregações católicas, religiosos de todas as graduações e vertentes, lideranças políticas e devotos, se unem na fé, e assistem missas campais, participam de terços, de ladainhas e benditos e de rezas diversas, tudo isso cronometradamente.

Esta multidão de devotos em seguida lota as lojinhas, próximas à igreja do Santo Padroeiro, para comprar indulgencias e lembranças temáticas. As barracas, montadas por toda a área da romaria, formando ruas e ruelas, fervilham de romeiros, que ano após ano, faz aquecer o comércio de utensílios domésticos, brinquedos, ferramentas de trabalho, roupas, calçados, comida, e muita bebida alcoólica.

Durante a noite, as luzes ferem de brilho a escuridão, iluminando aquela pequena cidadela da fé, momento em que o sagrado cede lugar ao profano, permitindo que as casas de shows, as bancas de jogos de azar, os parques temáticos, os bares e boates, fazem a junção explosiva com muita bebida e sexo, reafirmando assim a máxima de que, depois da devoção vem a diversão.

Essa fase profana da Romaria do Senhor do Bomfim começou a ganhar corpo no distante ano de 1968. Antes disso, poucos comerciantes das cidades pertencentes à Diocese portuense, se arriscavam a instalar ali seus empreendimentos, já que os romeiros de então focavam somente a fé no Santo Padroeiro. Naquele período, aqueles homens e mulheres com a alma impregnada de esperanças chegavam, rezavam, pagavam suas penitências, renovavam seus pedidos e em seguida partiam de volta para suas cidades, vilas e povoados.
Foi por isso que no dia da missa principal, 15 de agosto, muitos se surpreenderam com a chegada, ao raiar do dia, de um caminhão lotado com as “meninas” do Cabaré de Dionízia, o mais famoso de Porto Nacional e região. Ela, que não era prostituta e sim, ao lado do marido Piguinato e dos filhos, Jurinha e Ligação, a administradora do seu prostíbulo, avisou raivosa aos curiosos que nenhuma das suas “protegidas” estava ali a trabalho.

Após aquela visita de devoção e fé das “meninas” do Cabaré de Dionízia ao Santuário do Nosso Senhor do Bonfim, os poderosos se movimentaram. Conhecedores das qualidades dos serviços prestados por aquelas jovens “mulheres de vida difícil”, que usavam seus corpos para promover os prazeres da alma e da carne, um número expressivo de políticos, empresários e fazendeiros, que eram colaboradores e dizimistas com gordas quantias para o Clero, reivindicaram e conseguiram a anuência silenciosa dos dominicanos e, no ano seguinte, três caminhões lotados de “quengas”, chegaram uma semana antes do inicio oficial das festividades do Santo Milagreiro.

Depois da festejada e esperada chegada daquele grupo de prostitutas, muitos homens se juntaram para ajudar na armação, por entre cipós, mato ralo eárvores retorcidas, de simbólicos ninhos de amor. Lonas coloridas, tecidos esvoaçantes e camas de campanha, deram forma às pequenas e breves moradias das prostitutas, que durantes todas as noites daquele período da festa religiosa, fervilhavam de clientes, que faziam com que o nascente comércio da localidade também fosse contaminado pela animação de centenas de homens endinheirados e sedentos de sexo.

Esta relação harmoniosa entre o sagrado e o profano na Romaria do Senhor do Bonfim, envolvendo o Clero e as “meninas” do Cabaré de Dionízia, durou por anos incontáveis, até que o processo da evolução das sociedades, após profundas transformações nas relações humanas, culminou com a revolução sexual. Isso afetou drasticamente a remuneração da mais antiga profissão do mundo, que perdeu espaço para as belas garotas de programa, para as acompanhantes executivas e principalmente para um sem número de adolescentes, que livres para voar, se jogam nas baladas, nas bebedeiras homéricas, e nos braços de quem lhes garanta estes prazeres da vida moderna, que são recompensados, sempre com muito sexo.

Foi por esta mudança radical na vida sexual das pessoas que as “meninas” do Cabaré de Dionízia deixaram de trabalhar na Romaria do Senhor do Bonfim, mas todos os anos, enquanto forças tiveram, voltavam como devotas aos pés do Santo Milagreiro. Ali, diante daquele formigueiro humano, elas penitenciavam por seus pecados, ao mesmo tempo em que aliviavam suas almas com a certeza de que, foram elas as primeiras que empreenderam na localidade, possibilitando assim sua consolidação comercial e a conveniente e equilibrada convivência entre os seguidores do sagrado e do profano. Certamente é reforçando a nova realidade nas relações humanas que esta romaria ainda vai durar por incontáveis séculos.

Esta é a tese defendida pelo então prefeito de Natividade, que ao observar aquelas antigas prostitutas rezando no altar do Santuário, segredou no ouvido do Bispo Diocesano, dizendo: “Essas mulheres, de vida difícil, tem que ter a permissão do Altíssimo para quando partirem, morar ao Seu lado, pois foram elas as responsáveis por misturar reza, cachaça, dinheiro e putaria, e assim neste lugar passou a se juntar um mar de gente que, ano a ano, revela ao Santo Milagreiro seus pecados inconfessáveis, o que fez crescer a Romaria Senhor do Bonfim, onde tudo pode, inclusive rezar”, o religioso ouviu aquele profético comentário em silêncio e em silêncio permaneceu, dando um claro sinal de que, se ele se calou, foi por que consentiu.

 

Posted On Sexta, 22 Setembro 2017 19:52 Escrito por

Por Daniela Oliveira
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden) torna público o Edital de Chamamento Público nº 03/2017 com os critérios para a participação de artesãos na 28ª Feira Nacional de Artesanato de Belo Horizonte, realizada de 5 a 10 de dezembro, no pavilhão Expominas.
O edital tem como objetivo selecionar artesãos que produzam peças em madeira, cerâmica, couro, capim dourado, fibras, sementes, cascas, cristais, flores, folhas do cerrado, buriti, babaçu, além do artesanato Indígena. Ao todo serão ofertadas 12 vagas, sendo cinco vagas destinadas para artesãos individuais; e sete vagas para entidades representativas.
Os artesãos selecionados poderão usar um espaço coletivo de 40 m² para a divulgação e comercialização de seus produtos artesanais. Além de ser uma grande oportunidade de vendas para o artesão, a feira será mais uma importante vitrine de divulgação do artesanato tocantinense, em toda a sua diversidade. Ao logo do ano, a Seden tem proporcionado aos artesãos locais levarem seu trabalho para feiras nacionais e internacionais em diversos estados.
Inscrições
As inscrições para participar do edital à Feira de Belo Horizonte serão realizadas no período de 22 a 28 de setembro e podem ser feitas presencialmente ou por e-mail. Para a inscrição presencial, os interessados devem se dirigir à Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, localizada na Praça dos Girassóis, nos dias de segunda a sexta, nos horários de 8h às 12h e das 14h às 18h portanto a ficha de inscrição e os documentos exigidos no edital.
Para a inscrição por e-mail, o candidato deve entrar em contato no endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. para o envio da ficha de inscrição e dos documentos exigidos, até as 23h59m do dia 28 de setembro, com o seguinte assunto: 28ª Feira Nacional do Artesanato de Belo Horizonte e no corpo do e-mail informar o nome completo do interessado.
Seleção A seleção será realizada por uma Comissão de Avaliação. O resultado com a lista provisória deve ser divulgado no dia 10 de outubro.   Saiba mais Confira o edital completo e baixe a ficha de inscrição aqui ou por meio do link http://seden.to.gov.br/desenvolvimento-da-cultura/editais/edital-chamamento-publico-n-032017---expominas/.

Posted On Quinta, 21 Setembro 2017 16:57 Escrito por
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