Em carta intitulada "Ruptura com o PSOL" e publicada em um site próprio, um grupo de membros da sigla anunciou sua desfiliação

 

POR FÁBIO ZANINI

 

O motivo, segundo a carta, seria a descaracterização progressiva do PSOL nos últimos anos, com abandono do ideal de "superação da ordem burguesa" para priorizar estratégias eleitorais.

 

Esse processo teria culminado no apoio à chapa de Lula com Geraldo Alckmin (PSB), a quem esses filiados fazem duras críticas, e na formação de uma federação partidária com a Rede.

 

"Enquanto a luta de classes pede ferramentas de organização para a superação da ordem burguesa, a direção do PSOL só pensa em como salvar o acesso ao fundo partidário e disputar a representação parlamentar nas instituições burguesas", diz o texto, assinado por Plínio de Arruda Sampaio Júnior e outros 55 membros do partido.

 

O texto diz que o surgimento do PSOL, em 2004, foi uma forma de se contrapor "ao colaboracionismo de classes" representado pelo governo Lula (PT), que havia frustrado as expectativas de rejeição ao modelo neoliberal."O método central do PSOL foi uma construção partidária, baseada na experiência na realidade objetiva e viva das lutas de base dos explorados e excluídos", diz o texto. "O PSOL nasceu, portanto, como resultado da resistência militante ao projeto petista de adequação à ordem burguesa", completa.

 

Nos últimos anos, no entanto, na visão desse grupo, o partido passou a se importar mais com objetivos eleitorais do que com a luta política. Trata-se de contraposição à ala do PSOL representada principalmente por Guilherme Boulos e o atual presidente da sigla, Juliano Medeiros.

 

Para esse grupo em processo de desfiliação do PSOL, o "giro político e ideológico" representado pelas aproximações a Alckmin e Rede "representa um golpe irreparável ao projeto original e aos militantes que construíram o partido como um instrumento de luta dos trabalhadores".

 

"Perde-se definitivamente a possibilidade de estabelecer estratégias e táticas indispensáveis a um partido que luta pelos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora", diz o texto.

 

Posted On Quarta, 01 Junho 2022 05:55 Escrito por

Ex-presidente Lula afirmou ainda, nesta terça (31/5), que seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), era contra o impeachment de Dilma Rousseff

Por Victor Correia

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (31/5) que "está conversando com muita gente que participou do golpe" contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele defendeu que o diálogo é necessário para a política e afirmou que seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), era contra o impeachment de Dilma.

 

"Obviamente que eu não faço política parado no tempo e no espaço. Eu faço política vivendo o momento que eu estou vivendo. Eu, agora, estou conversando com muita gente que participou do golpe com a Dilma, porque se eu não conversar, não faz política", disse Lula em entrevista à rádio Band FM do Rio Grande do Sul.

 

"Se eu não conversar, você não avança na relação política com o Congresso Nacional, com os partidos políticos. E eu estou fazendo uma campanha que não é do PT. É uma campanha que é do PT, do PCdoB, que é do PSol, do PSB, que é do Solidariedade, que é da Rede", completo o ex-presidente.

 

 

O petista estará no Rio Grande do Sul amanhã (1º/6) e quinta-feira (2), quando parte para Santa Catarina, estado onde fica até sexta-feira (3). Segundo Lula, ele terá encontros com o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e com o pré-candidato ao governo estadual Edegar Pretto (PT); com os ex-governadores do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) e Tarso Genro (PT), além de líderes de outros partidos.

Alckmin e o impeachment de Dilma

Questionado sobre a aliança com Alckmin, que também defendeu o impeachment de Dilma à época, Lula saiu em sua defesa. "Não fale isso, que não é verdade. O Geraldo Alckmin não só era contra como ele pediu o parecer de um advogado que deu um parecer contra o impeachment. Por favor, não fale isso porque o Alckmin é um homem de bem e é um companheiro que vai me ajudar de forma extraordinária a consertar esse país", disse.

 

Alckmin, porém, em 2016, defendeu em algumas ocasiões o impeachment contra a então presidente. À época no PSDB, Alckmin afirmou que concordava “em número, gênero e grau” com o processo, e que o país "sairia mais forte".

 

Na entrevista de hoje, Lula também defendeu que o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), não deixava Dilma governar.

 

"A Dilma, quando ela tentou fazer mudanças, inclusive na política de desoneração, ela mandava uma medida para desonerar um celular, Eduardo Cunha colocava não apenas a telefônica, mas 50 coisas a mais. Por isso é que nós chamávamos ele de 'homem bomba'. Ou seja, na verdade, nós tivemos um presidente da Câmara que trabalhava com o intuito de prejudicar o governo e não deixar", afirmou o ex-presidente.

 

 

Posted On Terça, 31 Mai 2022 16:04 Escrito por

Novo formato de união entre partidos exige que as siglas permaneçam juntas após as eleições

 

Por Salma Freua Gabriela Ghiraldellida CNN

As federações partidárias são uma nova forma de os partidos se juntarem para disputar as eleições e atuarem de forma unificada pelos quatro anos seguintes. Elas foram criadas em setembro de 2021, em uma reforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional, e acabaram referendadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as eleições de 2022.

 

Até agora, três registros de federações já foram aprovados pelo TSE: PT-PCdoB-PV, Rede-PSOL e PSDB-Cidadania.

 

A CNN ouviu Ricardo Vita Porto, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, e Fernando Alencastro, secretário judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para explicar como as federações funcionam, e qual a diferença delas para as coligações partidárias.

 

O que são as federações partidárias?

A federação partidária permite que dois ou mais partidos atuem de forma unificada durante as eleições e na legislatura consequente, devendo permanecer com essa união por no mínimo quatro anos. A entidade deve agir, no Parlamento, como uma única bancada, sem que os partidos tenham a obrigação de se fundir.

 

As federações são válidas tanto para eleição majoritária (presidente da República, governador, senador e prefeito) quanto para a proporcional (deputado federal, deputado estadual e distrital e vereador).

 

Para serem registradas pela Justiça Eleitoral, as legendas devem antes constituir uma associação que deve ser registrada em cartório de registro civil de pessoas jurídicas, com aprovação absoluta de seus órgãos regulatórios.

 

O limite para registro das federações é 31 de maio. A participação da federação nas eleições só será possível caso seu registro seja deferido até o prazo final. Em seguida, a união das siglas será celebrada por prazo indeterminado, com cada uma conservando seu nome, número, filiados e o acesso ao fundo partidário ou fundo eleitoral.

 

O que é a coligação partidária?

A coligação é uma reunião temporária de partidos políticos para disputar uma eleição. As coligações têm natureza eleitoral e se extinguem após as eleições. Durante o pleito, elas funcionam como se fossem um só partido.

 

Desde 2017, as coligações para eleições proporcionais foram extintas, mas elas ainda são permitidas para os cargos majoritários. A união proporciona mais recursos para a realização de campanhas eleitorais, como mais tempo de televisão e a possibilidade de receber verbas de todos os partidos coligados.

 

Qual a diferença entre coligação e federação partidária?

 

Enquanto as coligações são válidas apenas no período eleitoral, na federação os partidos são obrigados a se unir durante quatro anos e atuar como se fossem uma bancada única.

 

Para Ricardo Vita Porto, isso evita que nas eleições proporcionais o voto do eleitor vá para um partido que tenha ideologias muito diferentes. “Partidos se coligavam porque não tinham uma chapa muito forte e, de alguma forma, se aproveitavam dos votos dirigidos aos candidatos de outros partidos políticos. Então, como forma de amenizar esse movimento, foi criada a federação”, explica Vita Porto

 

Mas também existem semelhanças entre as duas constituições. A distribuição dos votos entre os candidatos das federações ocorre de maneira semelhante ao que ocorria nas coligações, como explica Fernando Alencastro, do TSE.

 

“As federações fazem com que as votações dos partidos sejam somadas. Se os partidos A, B e C formam uma federação, suas votações se somam para atingir X cadeiras no Legislativo, que serão distribuídas entre os candidatos mais votados. Se os três mais votados, por exemplo, forem do mesmo partido, eles ficam com as vagas. Elas não precisam ser distribuídas entre os que formam a federação”, diz ele.

 

O que acontece se um partido deixar a federação?

Se um partido deixar a federação partidária, ele não poderá ingressar em outra, e também não poderá fazer coligação nas duas eleições seguintes. Além disso, a sigla ficará proibida de utilizar o fundo partidário até a data prevista para o fim da federação.

 

A exceção à regra ocorre em caso de fusão ou incorporação dentro da própria federação. Na fusão, as duas legendas se tornam uma terceira. Na incorporação, um partido agrega outro(s) menor(es) sem mudar de nome.

 

O que acontece se um parlamentar deixar a federação?

Um parlamentar eleito só pode sair do partido e da federação por justa causa, cujos casos estão previstos na lei eleitoral. Caso contrário, o representante estará sujeito a penalidades.

 

Um parlamentar pode ser expulso da federação?

Existem alguns motivos pelos quais um político pode ser expulso da sua federação. Por exemplo, se ele não seguir as diretrizes determinadas no estatuto de seu partido ou não seguir orientação partidária, como votar de acordo com a bancada em algum projeto. Apesar da possibilidade de ser expulso da federação e do partido, isso não implica perda de mandato.

 

Prestação de contas da federação

Os partidos, apesar de federados, continuam a receber separadamente o fundo partidário.

 

Na campanha eleitoral poderá haver repasses do fundo partidário e do fundo eleitoral entre os partidos federados. Os gastos de cada partido em prol da federação serão verificados na prestação de contas.

 

Posted On Segunda, 30 Mai 2022 07:17 Escrito por

Sem Doria e Moro, Ciro Gomes tem 7% e todos os demais postulantes não ultrapassam os 2%; considerando apenas os votos válidos, que exclui brancos e nulos, ex-presidente ganharia eleição no primeiro turno

 

Com CNN

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando a disputa eleitoral para a Presidência nas eleições de outubro, com 48% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (26/05). Em segundo lugar, está o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 27%.

 

Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%. Na sequência estão André Janones (Avante, 2%), Simone Tebet (MDB, 2%), Pablo Marçal (Pros, 1%) e Vera Lúcia (PSTU, 1%).

 

Felipe d'Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Luciano Bivar (UB) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuaram.

 

Considerando apenas os votos válidos - cálculo que exclui brancos e nulos -, Lula venceria no primeiro turno. O petista tem 54% dos votos válidos, contra 30% de Bolsonaro.

 

Foram ouvidos 2.556 eleitores, em 181 cidades de todo o país, nesta quarta e quinta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

 

Em relação ao levantamento anterior, divulgado em março, Bolsonaro permaneceu estagnado na votação total, dentro da margem de erro. Na última pesquisa, ele tinha 26%. Já Lula cresceu fora da margem de erro, passando de 43% para 48% nos votos. Dessa forma, a vantagem do ex-presidente social-democrata sobre o atual presidente de extrema direita subiu de 17 para 21 pontos percentuais.

 

Porém, segundo o Datafolha, a pesquisa divulgada nesta quinta-feira não é diretamente comparável à anterior, realizada entre 22 e 23 de março, por aplicar cenários distintos. A pesquisa anterior, por exemplo, ainda incluía as pré-candidaturas de João Doria (PSDB) e do ex-juiz Sergio Moro (à época no Podemos), que desde então saíram da disputa.

 

O ex-presidente Lula também cresceu na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes dos candidatos. Desta vez, ele atingiu 38% (em março registrou 30%). Bolsonaro, por sua vez, tinha 23% em março e agora marca 22%.

 

 

Posted On Sexta, 27 Mai 2022 05:48 Escrito por

A desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), estreitou as candidaturas de centro à Presidência da República, mas não reduziu os desafios dos pré-candidatos que devem concorrer com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

 

POR JOÃO PEDRO PITOMBO

 

Mesmo com recursos robustos do fundo eleitoral e um grande contingente de deputados, prefeitos e vereadores país afora, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) enfrentam divisões internas, palanques duplos e até esvaziamento dentro de seus próprios partidos.

 

Os três terão como desafios frear a debandada de aliados, conquistar palanques fiéis nos estados e conseguir mobilizar uma militância que consiga medir forças com apoiadores do presidente e do ex-presidente, dois líderes com uma ampla base social.

 

Disputando a Presidência pela quarta vez, Ciro Gomes é o único dos três pré-candidatos de partidos de centro que tem uma militância mais orgânica nas ruas e, principalmente, nas redes sociais.

 

Seu ponto fraco para a eleição deste ano são os palanques frágeis na maioria dos estados. Dentre os maiores colégios eleitorais, o PDT concorrerá a governos estaduais com nomes competitivos apenas no Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão.

 

No Ceará, base eleitoral de Ciro, o partido vive uma crise com o PT em torno da escolha do candidato à sucessão.

 

De um lado, os petistas endossam a reeleição da governadora Izolda Cela (PDT), que ascendeu ao governo em abril com a renúncia de Camilo Santana (PT). Do outro, o núcleo mais ligado aos irmãos Ferreira Gomes defende a candidatura de Roberto Cláudio (PDT), ex-prefeito de Fortaleza.

 

A disputa interna na coalizão escalou nas últimas semanas, com ameaças de rompimento de lado a lado. Caso a parceria se mantenha, Ciro terá que dividir o palanque cearense com o ex-presidente Lula.

 

No Rio e no Maranhão, os pré-candidatos do PDT flertam abertamente com a candidatura petista ao Planalto.

 

Em sabatina ao UOL e à Folha de S.Paulo, Rodrigo Neves, pré-candidato ao Governo do Rio, criticou os ataques de Ciro a Lula e disse que o petista foi "o melhor presidente do Brasil desde a redemocratização".

 

No Maranhão, o senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao governo, tem o apoio de uma parcela do PT e fechou nesta terça-feira (24) uma aliança com o PL, partido de Bolsonaro.

 

Com os novos apoios, deixou a eleição nacional em segundo plano. Em vídeo gravado para apoiadores de Imperatriz, cidade com economia ancorada no agronegócio e forte viés bolsonarista, Weverton deixou claro sua estratégia.

 

"Não quero nem saber quem vai ser o próximo presidente da República. Eu vou bater na porta e lutar pelo desenvolvimento não só do sul do Maranhão, mas de todo o nosso estado", afirmou.

 

Mesmo com palanques divididos nos estados, o partido aposta na força da militância e no plano de governo de Ciro para mobilizar a militância, conquistar novos eleitores e alavancar a votação para a Presidência e para o Congresso Nacional.

 

Partido de porte médio, o PDT tem 19 deputados, 1 governador, mais de 300 prefeitos eleitos em 2020 e terá cerca de R$ 250 milhões de fundo eleitoral, segundo estimativa da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político).

 

Pré-candidata ao Planalto pelo MDB, a senadora Simone Tebet enfrenta cenário semelhante, com dissidências dentro de seu próprio partido e conflitos nos estados com os potenciais aliados PSDB e Cidadania.

 

A senadora é encarada como um nome leve e que pode ser apoiado nos estados sem gerar rejeição para os candidatos locais.

 

Por ser uma candidatura feminina, também não gera discussões quanto ao uso do fundo eleitoral, já que 30% desses dos cerca de R$ 350 milhões que o partido terá de fundo eleitoral deve ser obrigatoriamente usado em candidaturas de mulheres.

 

Por outro lado, aliados avaliam que falta à senadora musculatura política para garantir o engajamento dos aliados em sua campanha ao Planalto. Mesmo a parceria com o PSDB ainda é uma incerteza, já que grupos tucanos resistem a priorizar a senadora sul-mato-grossense.

 

Os rachas nos estados também não ajudam. A trinca MDB, PSDB e Cidadania só está junta em torno de um nome próprio apenas no estado de São Paulo, com a pré-candidatura à reeleição do governador Rodrigo Garcia (PSDB).

 

Mas união não é garantia de engajamento na campanha de Simone Tebet, já que Rodrigo tem em seu arco de alianças partidos que vão apoiar Bolsonaro, caso do PP.

 

Em outras cinco unidades da federação, por outro lado, a expectativa é de embates diretos entre os partidos da coalizão, caso do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Amazonas e Rio Grande do Sul.

 

Neste último, ainda há chance de composição entre PSDB e MDB caso o ex-governador tucano Eduardo Leite decida concorrer a um novo mandato em outubro.

 

Presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP) vê com otimismo a pré-candidatura de Tebet. Ele diz que pesquisa que balizou a escolha da senadora mostrou que 59% dos brasileiros consideram a polarização ruim para país e e 40% do eleitorado quer "uma novidade com experiência".

 

Ele ainda afirma que as negociações para alinhamento nos estados ficarão para um segundo momento: "As conversas com o PSDB estão muito avançadas. Precisamos concluí-las para, a partir daí, nos voltarmos para os estados", diz.

 

Mas o partido ainda precisa enfrentar dissidências internas: no Nordeste, por exemplo, os diretórios do MDB dos nove estados estarão em palanques ligados ao ex-presidente Lula.

 

Mesmo em estados da região onde o partido terá candidatura própria, caso de Alagoas e da Paraíba, a ordem unida é de apoio a Lula. Os diretórios do Ceará e Piauí também darão apoio ostensivo ao presidenciável petista.

 

Pré-candidato a governador da Paraíba, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) elogiou a pré-candidata a presidente de seu partido, disse que está aberto a recebê-la no estado, mas reafirmou sua posição de apoio à Lula.

 

"Posso recebê-la na Paraíba. Mas o fato de recepcioná-la não significa alteração de rumos do MDB local que apoia, convictamente, com segurança do que está a fazer, Lula", disse em entrevista à Arapuan FM, na segunda-feira (23).

 

Fora do Nordeste, em estados onde o MDB tem candidatos competitivos, caso de Roraima, Amazonas e Pará, os aliados devem apoiar Tebet, mas manterão uma postura de menor engajamento na campanha nacional para buscar votos tanto de lulistas como de bolsonaristas.

 

Até mesmo em Mato Grosso do Sul, seu estado natal, Tebet não é unanimidade. Em sua pré-campanha ao governo do estado, o ex-governador André Puccinelli não faz menções à presidenciável do seu partido.

 

Ambos eram politicamente próximos: Tebet foi vice-governadora de Puccinelli entre 2011 e 2014. Mas a relação entre os dois estremeceu em 2018, quando a senadora desistiu de assumir a candidatura ao governo do estado após o ex-governador ter sido preso.

 

Apadrinhado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o pré-candidato tucano Eduardo Riedel já abandonou uma possível candidatura da terceira via e informou que está "fechado com Bolsonaro". O presidente deve retribuir o apoio ao tucano nos próximos dias.

 

O marido de Tebet, o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB), é secretário de Governo da gestão Azambuja e deve estar no palanque de Riedel.

 

A candidatura ao Planalto de Luciano Bivar (União Brasil) é a que possui maior nível de isolamento e grandes chances de ser cristianizada –jargão político que remete a Cristiano Machado, candidato a presidente em 1950, que sucumbiu com adesão dos correligionários a outro candidato.

 

O partido criado a partir da fusão do PSL e do Democratas vai para a eleição como a legenda mais rica do país, com um fundo de financiamento de campanhas estimado em R$ 770 milhões.

 

Por outro lado, deve ir para a eleição como um candidato à Presidência com baixa taxa de conhecimento do eleitorado e baixo engajamento nas redes sociais.

 

A União Brasil não tem a eleição presidencial como foco principal e mira as suas energias para ampliar a bancada no Congresso Nacional e eleger governadores.

 

Com ao menos 13 pré-candidatos a governos estaduais, o partido se move de acordo com as conveniências locais.

 

Três governadores do partido que devem concorrer à reeleição anunciaram que vão apoiar o presidente Jair Bolsonaro: Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) e Marcos Rocha (Rondônia).

 

Os pré-candidatos a governador do partido em estados da região Nordeste, caso de ACM Neto (Bahia), Rodrigo Cunha (Alagoas), Miguel Coelho (Pernambuco) e Sílvio Mendes (Piauí) vão no sentido contrário e buscam distanciamento do presidente em uma região na qual ele tem baixa avaliação.

 

Em sabatina à Folha de S.Paulo e ao UOL nesta quarta-feira (25), ACM Neto afirmou que deve votar em Bivar "como cidadão", mas manterá o seu palanque aberto na Bahia.

 

"Não vamos assumir um palanque. Nós não vamos fechar com uma candidatura apenas em respeito à essa construção mais ampla que está acontecendo. Isso não significa nenhuma divergência com o presidente Luciano Bivar, ele respeita a nossa decisão aqui na Bahia", afirmou.

 

A tendência é que o cenário se repita em estados como Goiás e Santa Catarina, onde a União Brasil terá candidatos competitivos em âmbito estadual.

 

Posted On Sexta, 27 Mai 2022 05:34 Escrito por
Página 250 de 918