Após o feriado da próxima terça-feira (02), o MDB vai lançar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata à Presidência da República.
Com Istoé
O MDB iniciou nesta sexta-feira (29) o lançamento do nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata à presidência da República pelo partido.
A sigla decidiu esperar o fim da CPI da Covid para colocar na rua o nome da parlamentar e assim evitar acusações de que ela estaria usando a comissão como palco para se lançar na disputa pelo Planalto.
O presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), diz a aliados ter conseguido construir união interna em torno do nome da senadora. Ainda assim, o deputado quer buscar a assinatura de 20 dos 27 diretórios regionais da sigla antes do ato de lançamento oficial do nome de Simone.
A sugestão de usar a palavra “sim” é passar a ideia de positividade. A ideia foi da equipe de comunicação orientada pelo presidente do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP).
Tebet é o quinto nome dos partidos que buscam uma alternativa à polarização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), se filiou ao PSD, cuja cúpula deseja lançá-lo à briga pelo Planalto.
A disputa no ninho tucano virou um jogo de xadrez entre os líderes partidários. A exclusão dos 92 prefeitos e vice-prefeitos da votação pode alterar o resultado final
Por Luiz Carlos Azedo
A Executiva Nacional do PSDB decidiu, ontem, desconsiderar os votos de 92 prefeitos e vices de São Paulo recentemente filiados à legenda nas prévias que vão escolher o candidato do PSDB à Presidência da República. Partidários do governador gaúcho Eduardo Leite contestaram as filiações feitas pelo governador paulista João Doria, no rastro da entrada do vice Rodrigo Garcia, que deixou o DEM para ser o candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes.
A Executiva confirmou decisão do presidente da legenda, Bruno Araújo (PE), que havia acolhido denúncia de que o diretório de São Paulo havia alterado a data das filiações para que os prefeitos e vice aliados de Doria participassem das prévias. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, que também concorre às prévias, apoiou a decisão da Executiva. O diretório estadual do PSDB em São Paulo negou as irregularidades. A denúncia fora apresentada pelos diretórios de Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Minas Gerais. Todos já declaram apoio a Leite.
A decisão acirra ainda mais a disputa no ninho tucano, que virou um jogo bruto nos bastidores e deve deixar muitas sequelas. Pelas regras das prévias, apenas filiados até o dia 31 de maio podem votar. De fato houve “filiação em bloco” em São Paulo após a data limite, mas as adesões refletem inequivocamente o crescimento da legenda, em razão da entrada de Garcia no PSDB. Partidários de Doria alegam que as filiações foram anunciadas após o prazo em razão do falecimento do então prefeito de São Paulo Bruno Covas, cujo luto provocou 60 dias de interrupção de atividades partidárias.
Comum nos partidos Democrata e Republicano dos Estados Unidos, as prévias do PSDB são uma inovação decorrente da disputa instalada na cúpula tucana pelo controle da legenda, desde as últimas eleições, principalmente entre o governador João Doria e o deputado Aécio Neves, ex-governador de Minas. Doria chegou a propor, sem sucesso, a expulsão do político mineiro. Entretanto, em dificuldades para alavancar sua candidatura eleitoralmente, confinado em São Paulo por causa da pandemia e com sua liderança muito confrontada por Aécio, o governador de São Paulo acabou desafiado por outras lideranças, como o senador Tasso Jereissati, que desistiu da candidatura, e o governador Eduardo Leite, que cresceu muito junto aos setores descontentes.
As prévias
As prévias da legenda, desde sua convocação, são polêmicas. Doria queria uma espécie de voto direto, secreto e universal entre os filiados, o que daria enorme vantagem ao diretório de São Paulo, o berço da legenda e sua fortaleza até hoje, mas a cúpula tucana decidiu ponderar a relação entre filiados e mandatários. Serão quatro grupos de votantes, todos com peso unitário de 25% do total de votos válidos: (1) filiados, (2) prefeitos e vice-prefeitos, (3) vereadores, deputados estaduais e distritais (deputados representam 50% do peso do grupo, e vereadores, os outros 50%); e (4) governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente da Comissão Executiva Nacional do PSDB, senadores e deputados federais. Mandatários poderão votarão presencialmente, em Brasília, em urnas eletrônicas; vereadores e filiados votarão virtualmente, por aplicativo.
A disputa no ninho tucano virou um jogo de xadrez, com resultado imprevisível. A exclusão dos 92 prefeitos e vice prefeitos pode, sim, alterar o resultado final. Eduardo Leite já está sendo apontado como favorito pela maioria dos líderes históricos do PSDB. Qualquer que seja o resultado das prévias, a possibilidade de um racha no PSDB é muito grande. O governador de São Paulo movimenta-se como um candidato sem retorno ao Palácio dos Bandeirantes, pelas alianças que teceu em torno de Rodrigo Garcia. Se perder, sua linha de recuo para concorrer à reeleição é muito estreita, embora exista. No campo de Eduardo Leite, a pré-disposição para cristianizar Doria também é grande, principalmente em Minas Gerais, na Bahia e no Ceará.
Quem quer que seja o vencedor das prévias, internamente, terá que fazer um esforço muito grande para acomodar os descontentes, principalmente em nível regional; em alguns casos, isso será impossível. Externamente, o ganhador terá que fazer um movimento muito robusto para ampliar suas alianças e criar um fato político novo, o que não é fácil, haja vista que os possíveis aliados estão lançando seus próprios candidatos e nenhum dos tucanos, até agora, decolou nas pesquisas.
"Dói no coração ver um homem de bem, um homem correto, entrar num partido onde metade é PP e onde o outro fez parte de escândalo, ou fez parte da organização criminosa do mensalão"
Por Ingrid Soares
A presidente em exercício do PTB, Graciela Nienov, afirmou, nesta quinta-feira (28/10), ao Correio, que a sigla se sente abandonada pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem acenado querer se filiar ao PP ou ao PL. A declaração ocorreu após Roberto Jefferson ter escrito uma carta diretamente da prisão de Bangu, afirmando que o chefe do Executivo e o filho o senador, Flávio Bolsonaro (Patriota), se "viciaram em dinheiro público" em aceno à aliança com partidos de centro. Nienov disse que o documento tratava de um "desabafo" do presidente licenciado do partido. Apesar disso, negou que a sigla tenha rompido com Bolsonaro.
"Ficamos um pouco tristes pela posição do Bolsonaro, mas em momento algum alguém falou em rompimento. Na reunião, a gente saiu firme em apoio ao Bolsonaro. Ontem fomos pegos de surpresa por uma carta interna do partido que vazou. É bom a gente deixar isso claro, que a carta era para o diretório, especificamente. Foi um desabafo", alegou.
"O desabafo foi sobre sabermos que Bolsonaro é um homem de bem. Nós estamos juntos com Bolsonaro sem cargo, sem nenhum ministério, nem nada. Estamos juntos porque acreditamos que nosso presidente não rouba e não deixa roubar", acrescentou.
Ela ainda falou do esforço do partido na mudança estatutária alinhada com a ideologia do presidente na esperança de recebê-lo na sigla.
"Organizamos um partido alinhado a ele de norte a sul. De direita, onde organizamos toda a casa. O presidente não pode ir para o PP. Metade do PP é de esquerda, o Nordeste todo está fechado com o PP. O PL, o presidente foi um dos envolvidos no mensalão. Como que um homem de bem vai para um partido desse sendo que o PTB se organizou", questionou, dizendo ser esta a linha de pensamento de "Bob", como é conhecido.
"Entendo também a mágoa do Roberto, que está há 70 dias dentro de uma prisão. Sua cabeça está perfeita, sua mente está perfeita, mas seu corpo já não é mais o mesmo. Ele está doente, e ninguém faz nada. Além de ele estar doente, ele vê o líder em que ele acreditou indo para partidos que fazem parte de um sistema".
Nienov lamentou o vazamento do documento, pois, segundo ela, tratava-se de um assunto interno que serviria para "pensar numa estratégia para não deixar o presidente um homem de bem se juntar com pessoas que mancham a bandeira verde e amarela", completou.
A presidente que está à frente do partido após a prisão do ex-deputado destacou que "há revolta" em ver o abandono do presidente ao partido.
"Quando o presidente Roberto foi para a prisão, a única coisa que pediu a mim foi: 'Seja parceira de Bolsonaro. Fique ao lado dele'. Há revolta! Eu também estou revoltada em ver o abandono do nosso presidente, estou. Confesso. Tentamos marcar agenda com ele, ele não aceitou. Ele não quis nos receber no Palácio. Fui uma vez conversar com ele, depois ele não quis mais receber", relatou.
Por fim, disse que "dói no coração ver um homem de bem, um homem correto, entrar num partido onde metade é PP e onde o outro fez parte de escândalo, ou fez parte da organização criminosa do mensalão". "É difícil", concluiu.
Carta
Em carta divulgada pelo O Globo, Roberto Jefferson citou os presidentes dos partidos Ciro Nogueira e Valdemar da Costa Neto e disse que o presidente “andou com os lobos” e se tornou um deles.
"Bolsonaro cercou-se com viciados em êxtase com dinheiro público; Farias, Valdemar, Ciro Nogueira, não voltará aos trilhos da austeridade de comportamento. Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio", escreveu.
Ontem, Bolsonaro comentou sobre uma futura filiação partidária. O chefe do Executivo afirmou que “ainda é cedo para falar em reeleição”, mas que está mais próximo do PP ou do PL.
Presidente ainda não tem um partido para disputar a reeleição no próximo ano
Por Eduardo Gayer
Sem ainda ter um partido para disputar a reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira conversas com PP e PL para definir sua filiação. "Hoje em dia está mais para PP ou PL. Me dou muito bem com os dois partidos", afirmou o chefe do Executivo em entrevista à Jovem Pan News.
Na segunda-feira, 25, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preso no escândalo do mensalão, publicou um vídeo com um convite oficial de filiação ao presidente. Como mostrou a Coluna do Estadão, a sigla ofereceu diretórios estaduais para controle de Bolsonaro, que, no entanto, também é cortejado pelo PP, o partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), aliado de primeira hora do governo.
Bolsonaro reconheceu que está atrasado para escolher o novo partido. "Mas a escolha é igual a casamento. Às vezes, até escolhendo a gente tem problema. Imagina se fizer de atropelo", explicou, na entrevista.
A menos de um ano da ida às urnas, o chefe do Executivo tem atrasado a definição de sua legenda enquanto negocia boas condições de controle do partido. De forma indireta, a estratégia foi comentada por Bolsonaro na entrevista de hoje. "Tenho interesse em indicar metade dos candidatos ao Senado, pessoas perfeitamente alinhadas conosco", declarou. A ideia do governo é ampliar a bancada na Casa, que hoje oferece resistências às pautas do Palácio do Planalto.
Comissão interna do partido deve decidir amanhã se aceita inscrição de 92 prefeitos e vices registrados pelo diretório paulista
Por Victor Irajá 13 horas atrás
Os diretórios do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará, que apoiam o presidenciável Eduardo Leite nas prévias do PSDB para 2022, afirmaram em nota que a representação enviada à Executiva Nacional pedindo a investigação de filiações de políticos em São Paulo tem o objetivo de “assegurar a lisura do processo em que não se pode admitir a quebra de regras previamente aprovadas”.
Na nota, eles também criticam a declaração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta quarta-feira, 26, em Dubai, na qual ele diz que os apoiadores de Leite estão “criando uma mancha” nas previas e que “eleição não se ganha no grito, se ganha no voto” -- leia a reportagem aqui.
“Dizer que o objetivo da representação é querer ganhar no grito é argumentar com a mesma fragilidade de outros argumentos já levantados para defender o indefensável”, diz a nota. “Se há algo que seja antidemocrático e antiético é fabricar eleitores depois de iniciado o certame, prática lamentável e repudiável”.
Esses cinco diretórios pediram à Executiva Nacional a investigação das filiações de 92 prefeitos e vice-prefeitos do PSDB de São Paulo que teriam sido feitas depois do prazo – o que o diretório paulista do partido nega.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, decidiu que será a Comissão das Prévias a responsável por analisar caso a caso as circunstâncias de adesão dos políticos paulistas cujos nomes foram objetos da representação. A Executiva nacional do PSDB se reunirá na manhã desta quinta, 28, para analisar a decisão do presidente. Composta por sete nomes, entre os quais aliados de Leite e Doria, a comissão não irá questionar a filiação dos mandatários, mas se estão ou não habilitados a votar.