O paralelo 13, na última segunda-feira (18), aventou a possibilidade do secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio, “endurecer” a abordagem à questão dos delegados amotinados da Polícia Civil, por conta do desrespeito à hierarquia. Nesta quarta-feira, 20, descobrimos que o problema era muita mais profundo e que estava incomodando não só ao secretário
Por Edson Rodrigues
O colegiado do Conselho Estadual de Segurança Pública – Conesp –, autônomo em relação à SSP, recebeu denúncias, feitas pela OAB e pelo Ministério Público, de desvios de conduta e quebra de sigilo funcional por parte dos delegados durante as investigações. Como presidente do Conesp e após votação unânime, o secretário Cristiano Sampaio recomendou a investigação do grupo de delegados. A recomendação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (19).
Cristiano Sampaio, delegado concursado da Polícia Federal, afastou-se de suas funções para assumir o desafio de ser secretário de Segurança Pública no Tocantins e a decisão do Conesp é uma clara demonstração de que a hierarquia e a autoridade conferida pelos cargos devem ser respeitadas. Como presidente do Conesp, Cristiano Sampaio não poderia se omitir, muito menos ignorar, a sensação de instabilidade que as atitudes dos delegados levava a crer. Se o fizesse (omissão) o melhor caminho seria entregar o cargo sem colocar o mérito da questão em debate.
A hierarquia é um dos preceitos mais importantes de qualquer organização social e, como no caso trata-se da entidade cujo dever é levar segurança à população, desconhecer ou ignorar a autoridade do secretário, enviava à população uma mensagem de desordem, que se transformava em sensação de insegurança.
COMBATE À CORRUPÇÃO
O combate à corrupção é uma das ferramentas mais importantes de qualquer democracia. No Brasil e em suas unidades federativas, sabe-se, ela está arraigada ao sistema, e combatê-la também é uma questão de Segurança Pública, pois ela mina os recursos para todas as áreas cruciais para o bem-estar da população, como Saúde, Educação e a própria Segurança Pública. A sociedade tocantinense sempre aplaudiu e motivou todas as iniciativas para combater esse mal, vindas de quem quer que seja, da Polícia Civil, da Polícia Federal, do Ministério Público e até da Imprensa.
Agora, o que não se pode tolerar é o abuso de poder, com a exposição de pessoas públicas ao escárnio popular, sem provas de sua culpabilidade, prisões como forma de coação, ilações sendo levadas como verdades absolutas. As prisões de vereadores e ex-secretários municipais em Palmas e Porto Nacional, por exemplo, foram espetáculos pirotécnicos estrondosos. Os alvos caíram na boca da população como bandidos inveterados, mas, o que se sabe, até agora, é que nenhum deles foi objeto de condenação e nem há julgamentos previstos. Ou seja, nada foi provado, até agora. Se forem condenados, ótimo trabalho. E se forem inocentados, com quem fica o ônus?
VALDEMAR JR.
Um exemplo dessas operações espetaculosas, mas sem nenhum resultado prático, foi a realizada no gabinete do deputado estadual Valdemar Júnior, até agora sem nenhum inquérito sequer, montado, após a coleta de material.
Os depoimentos em vários inquéritos, oriundos das operações da Polícia Federal, estão sendo refeitos, de acordo com a última decisão do STJ, que “trancou” todas as investigações e, pelo andar da carruagem, serão todos anulados.
Com isso, o único resultado da Operação foi o desgaste político e pessoal da figura pública de Valdemar Jr. sobre quem, até agora, perante a opinião pública, paira a fama de “investigado”, “suspeito”, mesmo sem ter cometido nenhum crime.
O momento atual exige que esse conflito entre comandante e uma minoria desestabilizante dos comandados tenha um fim breve, e que ambas as partes se coloquem em seus “territórios”, respeitando as normas de constitucionais e hierárquicas.
CONFRONTO
Segundo o que O Paralelo 13 apurou junto com suas fontes, uma manifestação está sendo organizada pelos delegados amotinados, para o próximo dia 28, data em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, estará no Tocantins, acompanhado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do presidente da Câmara federal, Rodrigo Maia, ministros e os presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil e dos prefeitos dos 139 municípios, para a assinatura dos empréstimos que vão beneficiar o povo tocantinense.
Logo se vê que, mais que manifestação, estamos diante de um confronto declarado, uma verdadeira afronta, por parte dos delegados. Já é senso comum entre as autoridades que, caso essa manifestação esteja, mesmo, sendo planejada, há o risco de que se decrete as prisões dos envolvidos nesse desserviço, agora simples e direto, aos cidadãos tocantinenses.
QUE NÃO SE JOGUE FORA O TRABALHO REALIZADO, SE HOUVE...
Os delegados amotinados, se realmente usaram de atitudes condenáveis para atingir seus objetivos, deve ser, sim, enquadrados no rigor da Lei, do mesmo modo que eles próprios se empenharam em suas atitudes. Mas, essa “adequação”, não pode jogar por terra todo o bom trabalho que, porventura, tenha saído dessas ações de combate à corrupção.
Caso os delegados tenham provas de práticas de corrupção por parte de detentores de mandatos eletivos ou seus parentes, que as apresentem aos membros da OAB, do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, que serão os mesmo órgãos que irão investigar seus possíveis abusos de autoridade, para que se possa traçar um panorama correto da situação, e avaliar quem está do lado do povo.
Se os delegados, por insistir tanto nessas investigações, a ponto de afrontar o próprio secretário de Segurança Pública – e, neste caso, o governo estaria tentando impedir a descoberta de atos não republicanos em seu contexto – ou se os delegados agiram movidos por uma sensação de poder infinito e ultrapassaram os limites legais para dar cabo de investigações inescrupulosas e com interesse político.
Aguardamos as provas e os resultados das investigações. Das duas!
Porto Nacional, aos 14 dias de novembro de 2020
Por Edson Rodrigues
Ao que parece, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, não quis pagar para ver. Sem a presença de populares nem de lideranças partidárias, Cinthia entregou, na noite da última terça-feira (12), uma obra antes que ela ficasse pronta. Estamos falando da Avenida Palmas Brasil – Norte, que apresenta falta de acessibilidade e iluminação pública em vários pontos, além de outros complementos essenciais.
Um cadeirante, entrevistado por um veículo de comunicação, deu uma declaração contundente sobre a obra. "Na faixa de pedestre, tem que ser de três a quatro pessoas para me ajudar a pular o meio-fio. (Preciso de ajuda) para ir à rua, ir à fisioterapia, porque eu só ando de coletivo, eu não dou conta de entrar em carro. Os motoristas me ajudam a entrar no ônibus, mas tem essa luta da acessibilidade. Estão vendo aí a avenida sendo inaugurada e já falta esse tanto de coisa".
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A pressa na entrega da obra inconclusa colocou um ponto de interrogação e outro de exclamação na cabeça de quem acompanha política há algum tempo, pois na maioria das vezes em que uma obra foi entregue antes do tempo, tanto em administrações de Palmas quanto do Estado, a mesma foi palco de uma série de aditivos e “complementos” de pagamento, após serem dadas como concluídas.
Esperamos que esse não venha a ser o caso, pois o único item em que Cinthia aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, encomendadas por partidos para consumo interno, é o que trata da lisura do seu governo, porém, o discurso que ecoa do Paço Municipal já fala em “dentro do previsto”, “fora do previsto” e “fizemos mais do que o prometido”.
Se “fez mais que o prometido”, o dinheiro já acabou, e ainda faltam equipamentos urbanos na Avenida, será necessário gastar “mais que o previsto” para concluir a obra.
COMPLICAÇÃO POLÍTICA
Agora, politicamente, a situação de Cinthia Ribeiro está complicada sob todos os prismas. Dificilmente ela conseguirá apoio das lideranças dos principais partidos, lideranças ou dirigentes de expressão em sua candidatura à reeleição.
Essa afirmação baseia-se em conversas reservadas com os principais líderes e dirigentes partidários, que têm a figura da prefeita de Palmas como uma incógnita política, uma vez que cultivou a fama de “ingrata”, após assumir a prefeitura.
“A fama de Cínthia é de que nunca cumpre 100% de um compromisso político. Por isso não tem musculatura política, não tem uma base sólida em que se apoiar, nem partidária, nem na Assembleia Legislativa, nem no Congresso Nacional, muito menos dos partidos políticos”, declarou uma fonte.
“Até agora, ninguém declarou apoio ou solidariedade às suas pretensões de se candidatar à reeleição. Ela é candidata dela mesma. Nem de Palmas ela é. Veio de Brasília para cá e recebeu a prefeitura no colo”, declarou outra fonte.
Sustentando essas teorias aparece o fato de que Cinthia tem algum apoio pontual na Câmara Municipal, mas nenhum vereador se manifestou, pelo menos publicamente, a favor da sua candidatura.
Isso pode levar o seu palanque eleitoral a ser uma fotografia desfigurada, sem a participação de grandes lideranças partidárias, sem expressão política, e composto, apenas, por membros fiéis do seu governo.
E esses membros, por serem “terceirizados” – uma das críticas mais contundentes à Cinthia, a terceirização do seu governo, a entrega da tomada de decisões vitais para pessoas de fora de Palmas, sem DNA tocantinense – não agregam nada à sua caminhada eleitoral e podem, ao contrário, pesar negativamente.
BOMBA RELÓGIO
Por ser uma cidade administrativa, Palmas concentra um grande número de servidores públicos federais, estaduais, municipais e dos demais poderes – além de muitos aposentados -, todos descontentes com o congelamento de seus salários e com os vários e vários casos de corrupção em solo tocantinense.
Juntem-se aos descontentes os milhares de servidores exonerados pelo governo do Estado, as centenas exoneradas pelo governo de Cínthia Ribeiro e os desempregados das prestadoras de serviço a essas duas administrações, e temos uma potencial “bomba relógio”, pronta para explodir nas urnas, em outubro de 2020, com o poder de decidir as eleições para este ou aquele candidato.
Os pré-candidatos à prefeitura de Palmas terão que se submeter, todos, à avaliação desses eleitores, independente de cor ou ideologia partidária. É por essa razão que a chegada de uma candidatura vinda do iniciativa privada pode surpreender e virar a válvula de escape desse camada do eleitorado.
SEGUNDO TURNO NO HORIZONTE
Outro fato a ser levado em consideração na disputa pela prefeitura de Palmas, tanto por Cínthia quanto por seus adversários é que um segundo turno não está descartado pela Justiça Eleitoral, visto que com um ano até a realização da eleição, o número de novos eleitores, seja por transferência de título entre municípios do Tocantins ou de outros estados, seja pela questão do primeiro voto pela idade – 16 anos – pode aumentar exponencialmente e, dependendo do ritmo desse aumento, Palmas poderá, sim, ter um segundo turno em 2020.
Portanto, além da falta de apoio, Cínthia – e todos os demais pré-candidatos – devem atentar para o aparecimento de novos nomes, durante a corrida eleitoral, principalmente os que estiverem ligadas aos dez principais partidos e aos segmentos empresarial e do agronegócio, vez que, em um mundo em que o apoio conta tanto, dividir esses apoios só enfraquece a todos os pleiteantes.
PONTO POSITIVO
Uma coisa positiva em relação à prefeita de Palmas, é que todas as obras licitadas na gestão do ex-prefeito, Carlos Amastha, que abdicou do cargo em seu favor para tentar vôos mais altos, todas com recursos garantidos em caixa, algumas por finalizar, outras por iniciar, a todas elas Cínthia deu prosseguimento, algumas já foram entregues à população, outras estão em estado adiantado de execução e outras tantas foram iniciadas.
Nesse sentido, Cínthia Ribeiro tem todo o mérito, pois é praxe na política que sucessores não continuem as obras iniciadas por seus antecessores, e a prefeita de Palmas vem cumprindo fielmente o cronograma herdado de Amastha.
Embora não conte com o apoio popular, de lideranças políticas e classistas no momento, Cínthia tem a seu favor o fato de, em política, nada ser exato como a matemática e, com um ano, ainda, de seu governo pela frente, a prefeita de Palmas ainda pode fazer muita coisa mudar e angariar os apoios tão necessários à sua vida pública.
O futuro, a Deus pertence.
GOVERNO X DELEGADOS
A exoneração dos delegados da Polícia Civil do Estado e a liminar, em primeira instância, concedida pela Justiça, deixaram a sociedade com uma sensação de insegurança jurídica e injustiça.
Ao mesmo tempo em que ninguém sabe quem tem razão, é preciso que se saiba separar o joio do trigo. O atual secretário de Segurança Pública do Tocantins, Cristiano Barbosa Sampaio, é ex-delegado da Polícia Federal, com larga experiência como superintendente estadual em vários estados e no Distrito Federal. Afastou-se da corporação para assumir sua atual função no Estado e vem desempenhando muito bem suas atribuições, com praticamente todos os índices de criminalidade em baixa, desde o tráfico de drogas até assaltos a banco, passando por roubos, furtos de automóveis e homicídios.
Seu trabalho como secretário de Segurança não pode ser “colocado na mesma mesa” que a questão entre o Estado e os delegados da Polícia Civil, que é um fato político e nada tem a ver com a gestão de Cristiano Sampaio.
A disputa entre o governo e os delegados da Polícia Civil precisa de um mediador, urgentemente, antes que a sensação de insegurança jurídica não se transforme em insegurança pública. É preciso que a OAB Tocantins, entidade respeitada e ilibada, tome a iniciativa e interceda nesse caso, antes que fatos indesejáveis e desagradáveis aconteçam.
É preciso preservar tanto a autoridade do governador quanto o combate à corrupção desempenhado pela Polícia Civil, antes que um anule o outro, e só um mediador pode por fim a essa contenda.
OPERAÇÕES
Uma de nossas fontes em Brasília garante que novas operações de combate à corrupção tomarão corpo, em breve, no território Tocantinense e, taxativamente, afirma que “a rede terá malha bem fininha, pegando desde lambari até pirarucu”.
Será uma ou mais operações de combate à corrupção e em defesa do erário público, coisa que já se tornou rotina no Tocantins, mas, com o diferencial de mais agentes em campo, pois a Polícia Federal estará incorporando, nada menos que, 600 novos agentes em todo o Brasil, que atuarão no combate direto à corrupção e ao tráfico de drogas e, claro, o Tocantins estará na rota da instituição mais respeitada pelos cidadãos brasileiros.
Serão 600 novas mentes, distribuídas entre os cargos de agentes, peritos e delegados, formados agora, em 2019, que se juntarão a uma nova turma de formando, em 2020, com mais 600 colaboradores, mais que motivados para o combate à corrupção, que trazem como lema “a Lava Jato até as últimas conseqüências”.
Ai de ti, corrupto!
A cidade de Palmas ficará com a maior fatia R$ 12.717.740,97; Porto Nacional com R$ R$ 1.302.843,64 veja relação completa. Parte já deve ser liberado em 2019
Com Agência Brasil e da Redação
Nota técnica elaborada pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados calcula a parcela que cada município receberá no rateio decorrente do leilão de áreas do pré-sal realizado em 6 de novembro. A União e os entes federados vão dividir R$ 35,4 bilhões.
A parcela destinada a cada ente federado é menor do que o previsto
Proposta aprovada pelo Congresso Nacional (PL 5478/19), que foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, estabelece que, do total a ser arrecadado pela União, 15% deverão ser divididos pelos municípios conforme o critério do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Isso equivale a mais de R$ 5,3 bilhões.
O estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as áreas leiloadas de Búzios e Itapu, receberá R$ 1,06 bilhão. Os demais estados dividirão R$ 5,3 bilhões.
A parcela destinada a cada ente federado é menor do que o previsto inicialmente porque apenas a Petrobras participou do leilão, tendo empresas chinesas como parceiras. Outras empresas estrangeiras desistiram de disputar os lotes.
Conforme o governo, uma parte dos recursos deverá ser liberada neste ano, e o restante em 2020. As prefeituras poderão, a seu critério, destinar os recursos para investimento ou para despesas previdenciárias. Os estados deverão destinar o dinheiro primeiramente para despesas previdenciárias.
De acordo com o governo federal, parte dos recursos devem ser liberados já neste ano, e o restante em 2020.
O valor total arrecadado com o megaleilão do pré-sal é bem abaixo do que era esperado pelo Planalto: R$ 106,6 bilhões. Integrantes do governo pretendem realizar, já em 2020, uma nova rodada para ofertar as duas áreas que ficaram encalhadas no certame da semana passada.
Saiba (aqui) quanto cada município receberá
Por Edson Rodrigues
É com o mesmo sentimento de impotência, de tristeza e de abandono que os parentes dos pacientes com câncer sob a tutela do Estado, que iniciamos este editorial. Já sentimos na pele o que é ver um familiar sem cuidados médicos adequados, sem acesso à medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo poder público e sem saber se, um dia, terão a atenção necessária que, como está na Constituição, é direito de todo cidadão.
É em nome dessas pessoas que faço um apelo ao governador Mauro Carlesse para que tenha piedade dos nossos irmãos tocantinenses e elenque a Saúde Pública como principal prioridade nas ações do governo do Estado, até que o acesso aos tratamentos, à medicação e a todo o Sistema de Saúde, esteja normalizado.
Tenho plena certeza de que o governado Mauro Carlesse não foi colocado a par da real situação do Hospital geral de Palmas e em todo o sistema de saúde do Estado. Como homem de ação, jamais concordaria com o que está acontecendo e, acreditamos que com este alerta, fará de tudo para mudar, imediatamente esse cenário.
CÂNCER
Os relatos de pacientes com câncer que tiveram o tratamento interrompido por falta de medicamentos são de doer na alma. Todos sabemos as mazelas, nas dores excruciantes, só aplacadas com morfina, que levam pessoas ao desespero e à humilhações indizíveis, que o câncer provoca tanto nos pacientes quanto nos seus familiares e ver pessoas minguando, murchando, literalmente, a olhos vistos, sem tomar nenhuma atitude, é desumano.
Tão desumano que pode até resultar em intervenções do Ministério Público e do Poder judiciário.
Mais desumano, ainda, se lembrarmos das dezenas de emendas impositivas para a realização de shows, vaquejadas, exposições agropecuárias e outros tipos de “circo”, quando o “pão” está em falta nos hospitais. Ainda dá tempo para revogar as rubricas para essas destinações de recursos e mudá-las para a compra de remédios oncológicos e para outras doenças graves, assim como insumos simples, como gaze, algodão, luvas, seringas....
Maior que o câncer patológico que atinge violentamente pessoas e famílias, é o câncer que impede que os recursos destinados para a Saúde cheguem ao seu destino final e, quando chegam, sejam aplicados devidamente.
AÇÃO
Não podemos ser omissos com esse descalabro que toma conta da Saúde Pública. Onde estão os valorosos membros do nosso Ministério Público, da Defensoria Pública? Precisamos de vocês! Precisamos de ação, de comoção, de compaixão!
O acesso à Saúde Pública é um direito de todo cidadão, assim reza a Constituição Federal, assim como reza o Código Penal que corrupção é crime. Basta ligar uma coisa à outra, e teremos o cenário perfeito para a tomada de atitudes. Será que seremos nós, jornalistas, que teremos que encabeçar essa reivindicação em prol da população? Será que teremos que chegar a esse ponto para que alguma coisa seja feita?
Voltamos a afirmar que acreditamos que o governador Mauro Carlesse não esteja a par do quão profundo é o poço das mazelas da Saúde Pública no Tocantins. Mas não podemos continuar com um sistema de saúde que age por provocação. Um paciente consegue a atenção da imprensa para o seu caso, a imprensa cobra o governo, e o governo resolve o caso daquele paciente.
Não é assim que funciona! Precisamos resolver os problemas de TODOS os pacientes. Não temos um jornalista para cada caso de descaso!
Conclamamos a população para que cobre dos seus representantes nas Câmaras Municipais, nas prefeituras, na Assembleia legislativa, na Câmara e no Senado Federal e o seu governador, para que se resolvam de vez os problemas da Saúde Pública em nosso Estado.
Para cada cantor que sobe no palco de um show gratuito, para cada peão que escoiceia bois e cavalos nas vaquejadas, há dez tocantinenses morrendo por falta de profissionais, insumos e medicamentos em nossos hospitais.
Que Nossa Senhora da Aparecida ilumine o nosso governador, Mauro Carlesse, mostrando o caminho para a redenção do sofrimento e da recuperação dos nossos enfermos!
Senador Eduardo Gomes (MDB-TO) afirmou a VEJA que aprovação da reforma da Previdência dá capital político para que governo avance com agenda reformista
Por André Siqueira
Escolhido para a liderança do governo Jair Bolsonaro no Congresso após a destituição da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) do cargo, em um dos episódios da crise interna do PSL, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) afirmou que a aprovação da reforma da Previdência cria “um ambiente propositivo” para a tramitação de outras pautas reformistas, consideradas vitais pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes.
Deputado federal por três mandatos, Eduardo Gomes foi eleito para o Senado pela primeira vez em 2018 pelo Cidadania, mas migrou para o MDB como um gesto de aproximação ao também senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em entrevista a VEJA, Gomes disse, ainda, que o “debate ideológico mais ferrenho” ficará em segundo plano caso haja uma eventual saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão “se o governo estiver bem” e contar com o respaldo da população.
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Causa preocupação ao senhor ter que agir como uma espécie de bombeiro para amenizar crises do PSL? O que a gente entende com relação às crises é que os próprios partidos e os próprios aliados resolvem isso no debate político, não há contaminação. Apesar de todo o quadro de debate nas redes sociais e a situação [de crise] interna do partido, que cresceu muito, isso é compreensível tendo em vista o tempo de governo. O que vim fazer é abrir o espaço do debate para aprovar as pautas do governo.
Quais são as pautas prioritárias após a aprovação da reforma da Previdência? São pautas de reconhecimento, de busca de recursos para investimento, geração de emprego, já que, por muito tempo, ficou difícil tocar qualquer outra pauta simultânea que não fosse a do rigor fiscal, de aprovação da reforma da Previdência. Essa é uma reforma difícil. Outros governos, mais consolidados e mais maduros e populares, não conseguiram. O Congresso se prepara, agora, para políticas de desenvolvimento e para a discussão de uma nova ordem federativa, que é o que o presidente, de maneira discreta até, vem fazendo na prática.
A atuação dos filhos do presidente, Carlos e Eduardo, nas redes sociais, é danosa ao governo? É uma nova plataforma de luta política que ainda não tem seus efeitos estudados. Eles cresceram muito nesse campo. Pessoalmente, tenho uma atuação muito limitada nas redes. Não tenho muitos seguidores nem perseguidores. Mas penso que é necessário separar o governo da luta política. Há parlamentares que tiveram votação expressiva e nunca tinham assumido nenhum cargo público. É um momento novo, a gente vai aprendendo aos poucos.
O Twitter é uma espécie de Diário Oficial do presidente, não? É a arma direta de qualquer cidadão que se acha provocado a questionar qualquer autoridade. É adaptação de um processo democrático, ainda vamos chegar a um bom tom. A família brasileira passou por um processo eleitoral em que todo mundo comentou e discutiu política. Passou o tempo em que a gente sabia exatamente quem era a fofoqueira da família. Hoje quase todos são.
A reforma tributária já foi colocada em discussão uma série de vezes, mas tem tramitado em ritmo lento. Por que isso ocorre? Após a aprovação da reforma da Previdência, enxergo que as reformas do Brasil são interdependentes. A Previdência dispara uma série de efeitos que vão criar um clima para uma nova ordem federativa entre municípios, estados e União. Isso cria um ambiente propositivo para a aprovação da reforma tributária, uma nova visão sobre a repartição de recursos, a exemplo do que ocorreu na cessão onerosa. Embora tenhamos ouvido falar em reforma tributária nos últimos 30 anos, o ambiente fiscal sempre trouxe um efeito gangorra: cada estado, com sua característica econômica, defendia uma reforma diferente.
A reforma tributária tende a enfrentar menos resistência do que a previdenciária? Acredito que ela tem a vantagem de ser debatida com a atenção diferenciada, porque não terá como concorrência outras reformas centrais. O que muda, para mim, é o ambiente e o tamanho que a reforma pode ter a partir de agora.
O senhor afirma que a reforma tributária não terá outra concorrente, mas, em paralelo se discute a reforma administrativa? Sim, mas acho que se é como se tivéssemos uma fila de informações para a nova ordem federativa. Reforma da previdência, tributária, administrativa. A reforma da Previdência foi o primeiro passo.
O senhor já foi do PSB, PSDB, se elegeu pelo Solidariedade e agora está no MDB. Esse trânsito por partidos antagônicos no espectro político é um trunfo para a articulação? A capacidade de diálogo requer que deixemos de lado a ressaca eleitoral. Nossa atuação será focada em uma questão de perfil: ao invés de um debate externo, um debate interno, próximo às lideranças do Congresso Nacional, com governadores, prefeitos. Essa é, por exemplo, uma característica de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.
Parlamentares afirmam que os líderes do governo precisam ser emponderados para colocar em prática acordos firmados com o Congresso. Como quebrar essa resistência do Bolsonaro, a fim de evitar que as negociações sejam tratadas ele como toma-lá dá-cá? O presidente é um brasileiro que, após uma eleição muito acirrada, comemora a aprovação da reforma da Previdência. O governo amadurece com isso, e o presidente demonstra que, no dia a dia, no trato com o Congresso, é um dos mais experientes da história recente. É uma questão de ajuste que o tempo proporciona. O governo vai tendo êxito e o presidente vai moldando sua relação com os líderes. O momento, para mim, é de otimismo na tratativa política.
Há, então, tempo e ambiente para aprovar, ainda em 2019, outra reforma? A aprovação da reforma da Previdência teve um ingrediente fundamental no seu êxito, que foi a condução de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, a atenção dada às lideranças, mesmo àquelas que votaram de forma contrária, mas sustentaram o calendário [que foi proposto]. As que não forem aprovadas este ano ficarão encaixadas para a aprovação no 1º semestre do ano que vem.
Como é a sua relação com o presidente Bolsonaro? Fomos colegas por três mandatos [como deputados federais]. O Bolsonaro sempre foi um parlamentar de atuação muito firme, de muitas brigas. Quando fui 1º secretário de Mesa da Câmara dos Deputados, sempre tive dele um tratamento cordial, tranquilo. Enxerguei nele uma luta obstinada, é um parlamentar linha dura que tem muita simpatia da população brasileira e chegou à vitória com uma campanha absolutamente diferente do que estávamos acostumados. Bolsonaro assumiu a Presidência com o país totalmente dividido, mas aprovou a reforma da Previdência em oito meses.
Considerando este cenário de polarização existente, uma eventual soltura de Lula é boa para um governo eleito na esteira do antipetismo? Antes, Bolsonaro respondia por sua campanha. Agora, pelo seu governo, que tem linhas definidas e que busca o desenvolvimento. Qualquer enfrentamento político pensando em uma próxima eleição terá um componente que é a avaliação de seu governo. Acredito que o presidente Bolsonaro esteja pronto para enfrentar qualquer adversário. O PT já é um adversário conhecido.
Mas o embate direto com Lula é uma saída inteligente? A visão de quem governa é reflexo do resultado de seu governo. Isso muda o espaço para debate. Se o governo estiver bem, cumprindo os seus projetos, se a economia estiver numa crescente, a história mostra que o debate ideológico mais ferrenho fica em segundo plano. A população escolhe a estabilidade, o crescimento. Não teremos fácil uma eleição tão acirrada, do ponto de vista ideológico, como foi a passada.
Como foi o convite para assumir a liderança? O presidente me chamou no meio dessa troca de liderança. Eu era vice-líder do governo. A deputada Joice Hasselmann, com quem mantenho uma boa relação, me confiou relatorias, posições de destaque em comissões. Foi uma substituição, como se eu estivesse no banco de reservas.