Com mais de 13,2 milhões de desempregados, um PIB beirando o zero, operações da Polícia Federal e da Polícia Civil que resultam em prisões, cassações de governadores e prefeitos, buscas e apreensões, bloqueios de bens, prisões de superintendentes do Incra, prisões de vereadores em Palmas, Porto Nacional e Augustinópolis e tantos outros processos, com tanta gente aguardando o julgamento dos méritos por parte da Justiça, fica difícil prever o que acontecerá na política nacional e, principalmente, na política estadual para as eleições de 2020 e 2022.
Se, por acaso, todos forem condenados, por exemplo, o que vai acontecer com os hospitais, UPAs e postos de Saúde de 96% dos municípios tocantinenses, que estão com suas estruturas de Saúde Pública aos frangalhos, faltando de gaze a médico?
É moeda corrente na política nacional que os repasses constitucionais vão cair drasticamente. De onde virá o dinheiro para fazer toda essa estrutura funcionar?
A classe política brasileira passa pelo seu pior momento nos últimos 29 anos, levando-se em conta a credibilidade e a confiança do povo, coisa que se justifica por si só, ante tantos casos de corrupção desde a volta da democracia.
Porém, toda regra tem suas exceções e muitos políticos brasileiros – tocantinenses inclusos – vêm tentando mobilizar suas comunidades nos municípios para se apresentar como o “diferencial” e como alternativa, esquentando o debate sucessório para as eleições municipais.
Menos mal.
MOVIMENTAÇÃO
Vamos falar de Tocantins, onde a ausência de grandes nomes, de estadistas, tem suscitado o surgimento de novas lideranças que, ao mesmo tempo em que gozam da empolgação de seus apoiadores, patinam nas opiniões dos mais conservadores, mas que, mesmo assim, serão os nomes que estrão à disposição dos eleitores, queiram eles ou não.
I – MDB
Os “modebas” demonstraram uma união que há tempos não se via no partido. Em convenção conjunta, realizada na Assembleia Legislativa, na última sexta-feira (31), os membros dos diretórios municipais e estadual foram eleitos por aclamação, assim como suas respectivas executivas.
Marcelo Miranda é o presidente estadual do MDB, enquanto o deputado estadual, Valdemar Júnior é o presidente do partido na Capital.
Primeiro orador na convenção, o senador Eduardo Gomes, fez uma revelação que poucos sabiam, ao afirmar que “após 36 anos, retorna ao MDB” e contar que se integra ao partido como soldado para lutar pelo resgate da força que a legenda sempre teve no Tocantins.
Gomes olhou nos olhos do Dr. Brito Miranda, no meio da plateia, e revelou que em sua primeira eleição como deputado estadual teve o apoio do patriarca da família Miranda, e que, após a sua eleição como senador mais bem votado nas últimas eleições, “menos de 24 horas depois”, fez sua primeira visita como senador eleito ao ex-governador Marcelo Miranda, e convocando todos a eleger o maior número possível de prefeitos em 2020, revelando laços fraternos e evocando um sentimento de união que contagiou a todos os presentes.
Marcelo Miranda e Eduardo Gomes durante Convenção do MDB em Palmas
Já Marcelo Miranda, após ser aclamado presidente estadual do partido, flexibilizou a palavra “oposição”, afirmando que espera, sinceramente, que o atual governo consiga realizar suas pretensões “pelo bem do povo tocantinense”.
Marcelo afirmou que pretende, juntamente como senador Eduardo Gomes e a deputada estadual Dulce Miranda, percorrer os 139 municípios tocantinenses, abrindo diálogo com todas as lideranças para que o partido seja capaz de lançar candidatos próprios nos principais municípios do Estado, inclusive em Palmas, onde o nome de Dulce surge como o mais cotado.
Nas entrelinhas, Marcelo deixou claro que o MDB não irá titubear em compor com outros partidos nos municípios em que não tiver nomes competitivos.
Marcelo Miranda fechou suas palavras elogiando a chegada do senador Eduardo Gomes ao MDB, elogiando os deputados estaduais eleitos pelo partido e dedicando seus esforços ao seu pai, Dr. Brito Miranda, à sua mãe, Dona Marly e à sua esposa, Dulce Miranda, fortalecendo a ideia de um MDB unido como uma família, novamente.
II - MAURO CARLESSE
O governador Mauro Carlesse mostrou, na última semana, a sua desenvoltura política ao comparecer à convenção nacional do Democratas (DEM), em Brasília, aonde, além de se filiar á legenda, saiu de lá como um dos vice-presidentes nacionais, apadrinhado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pelo presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e pelo presidente nacional da legenda, o prefeito de Salvador – BA, ACM Neto, contando com o aval dos deputados federais Carlos Gaguim e Dorinha Seabra.
Essa grande mudança de patamar político de Carlesse surpreendeu a classe no Tocantins, inclusive seus aliados, e deixa claro nas entrelinhas que Carlesse está longe de desistir de sua vida pública e, mesmo não podendo mais disputar o cargo de governador do Tocantins, para o qual foi eleito três vezes em um ano, deixa bem pavimentado o caminho que o levará à uma vaga no Senado ou à Câmara federal.
A partir de agora, Carlesse tem como meta fazer de tudo para que seu governo dê certo e concentrar esforços para eleger o maior número possível de prefeitos e vereadores em 2020, focando as 19 principais cidades do Estado.
Para isso, basta fazer as ideias de seu governo saírem do papel e virarem realidade para o povo tocantinense, com a execução das obras que estão programadas para saírem ainda este ano. Para isso Carlesse pode fazer valer o “tapete vermelho” que lhe foi estendido pelo DEM e seu relacionamento com o senador Eduardo Gomes, segundo secretário da Mesa Diretora do Senado, vice-líder do governo Bolsonaro e relator do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, para que os empréstimos e recursos do pré-sal, além das emendas de bancada e individuais não encontrem obstáculos para chegar aos cofres do Tocantins, gerando benefícios à população, empregos e renda.
III – CINTHIA RIBEIRO
Respaldada pela cúpula nacional do PSDB e eleita vice-presidente nacional da legenda com apoio dos seus principais líderes, inclusive o prefeito de São Paulo, João Dória e do recém-eleito presidente nacional, Bruno Araújo, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, esteve reunida, em São Paulo, com os principais nomes da legenda, de quem recebeu demonstrações de carinho, reconhecimento e gratidão por sua atuação fiel e comprometida.
Prefeita Cínthia sendo compartimentada pelo Governador de São Paulo, Joao Doria na convenção nacional do PSDB observada por Jose Serra e pelo presidente eleito Bruno Araújo
A decisão do PSDB nacional é turbinar a gestão da única prefeita do partido a administrar uma Capital, garantindo o registro de sua candidatura à reeleição, o que corresponde, automaticamente à saída de Luana Ribeiro do comando da comissão provisória do partido em Palmas e à substituição da comissão provisória do PSDB palmense pessoas da confiança de Cinthia Ribeiro, tirando o controle do partido do ex-senador Ataídes Oliveira, pelo menos em Palmas.
Cinthia Ribeiro tem tudo para deslanchar em, suas pretensões de reeleição. Com mais de 450 milhões de reais em caixa, oriundos de empréstimos levantados pela administração anterior e viabilizados já pela equipe de Cinthia, além de outros recursos viabilizados por membros da bancada federal tocantinense e pelo apoio importantíssimo do seu padrinho eleitoral, senador Eduardo Gomes, além do trabalho dos auxiliares diretos da prefeita, a expectativa é de que Cinthia faça de Palmas o maior canteiro de obras da Região Norte do País, aguardando apenas os trâmites das concorrências públicas e a liberação para o início das obras.
Agora é aguardar pelo próximo movimento das pedras no tabuleiro para poder analisar as mudanças que elas indicarão.
Inté!