Autora da iniciativa, governadora Suely Campos (PP) cobra fechamento da fronteira com Venezuela caso governo federal não ajude a escoar imigrantes
Por iG São Paulo O Governo de Roraima ingressou com ação nesta sexta-feira (13) no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando ajuda do governo federal para lidar com a entrada de venezuelanos no território do estado. A ação, que será relatada no Supremo pela ministra Rosa Weber, chega a pedir o fechamento temporário da fronteira do Brasil com a Venezuela até que "se resolvam os problemas" decorrentes da chegada dos imigrantes.
A iniciativa foi patrocinada pela governadora do estado, Suely Campos (PP), que alega que "nada de efetivo" foi feito pelo governo federal apesar de o presidente Michel Temer ter anunciado o envio de venezuelanos que estão em Roraima para outros estados e prometido que "não faltariam recursos" para a assistência aos imigrantes.
Conforme reportou o site do governo do estado, Suely disse que tentou por diversas vezes tratar do tema com as autoridades federais, e, que embora desde 2017 o estado tenha decretado emergência social, apenas em fevereiro a União editou uma medida provisória sobre acolhimento de estrangeiros .
“Nada de efetivo foi implementado até o momento, mesmo após a medida provisória. A não ser a transferência de apenas 266 venezuelanos para os estados de São Paulo e Mato Grosso, o que representa um fator ínfimo, considerando os mais de 50 mil que, muitos deles, perambulam pelas praças da capital Boa Vista”, reclamou Suely.
A chegada de venezuelanos ao estado se intensificou nos últimos dois anos como resultado da crise no governo chavista de Nicolás Maduro no país vizinho. De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, somente a capital já abriga mais de 40 mil cidadãos venezuelanos, número que representa cerca de 10% da população local.
Aumento da criminalidade e problemas de saúde pública
O governo roraimense reclama que "grande parte" dos imigrantes se estabelece em praças e imóveis abandonados de Boa Vista, passando a viver na condição de moradores de rua. A situação provocou, ainda segundo o governo, a elevação dos índices de criminalidade, o "aumento incontrolável" nos custos para assistência em saúde e em educação, e a reincidência de doenças já erradicadas no País, a exemplo da epidemia de sarampo iniciada no estado.
A crise migratória levou o governo a criar quatro abrigos que atendem 2 mil venezuelanos. Em um dos picos da crise no estado, moradores revoltados com a morte de brasileiros chegaram a incendiar um abrigo no município de Mucajaí e a expulsar os imigrantes que ali viviam.
“Além de estar prejudicado financeiramente, Roraima está de mãos atadas pois não pode controlar a fronteira nem implantar barreira sanitária, pois são competências da União”, reforçou Suely Campos.
Tribunal não viu ilegalidade na prisão preventiva decretada por Moro. Ex-ministro de Lula e Dilma está detido em Curitiba há mais de 1 ano e 6 meses
Com Agência Brasil
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (12) rejeitar o habeas corpus que pedia liberdade para o ex-ministro Antonio Palocci. O placar do julgamento ficou em 7 a 4 pela manutenção da prisão de Palocci. Votaram contra o habeas corpus o relator, Edson Fachin, e os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Votaram pela soltura do ex-ministro Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
O julgamento desta tarde não entrou no mérito do habeas corpus de Palocci, mas analisou a possibilidade de concessão de ordem de ofício, por iniciativa do STF , para o caso de os ministros entenderem que houve alguma anormalidade no processo. Isso ocorreu porque, na sessão realizada nessa quarta-feira (11) , a maioria na Corte entendeu que o recurso estava comprometido pelo fato de o ex-chefe da Fazenda dos governos petistas de Lula e Dilma ter sofrido condenação após a apresentação do HC.
Segundo a assessoria de imprensa, o senador já recebeu alta e "passa bem"; no próximo dia 17, STF deve julgar se o parlamentar irá virar réu no caso JBS
Com Agência Brasil
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), de 58 anos, levado foi ao Hospital Santa Lúcia, na região central de Brasília, na manhã desta quinta-feira (12). O parlamentar teve um mal-estar e está acompanhado por familiares. Segundo a assessoria de imprensa do senador, ele fez exames de rotina e passa bem.
Aécio Neves chegou ao hospital particular na Asa Sul da capital por volta das 9h. De acordo com a assessoria, após os exames, ele foi liberado e permaneceu o restante da manhã em casa. O tucano mora no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, com a mulher Letícia e os filhos gêmeos Júlia e Bernardo. O tucano está concluindo seu mandato como senador.
Julgamento no STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima terça-feira (17) o julgamento que definirá se o senador se tornará ou não réu por corrupção e tentativa de obstrução à Justiça.
Aécio foi denunciado ainda em junho do ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Além do senador, também foram alvos da denúncia a irmã dele, Andréa Neve s, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e o assessor parlamentar Mendherson Souza Lima, que trabalha para o senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
do MDB e PTO grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter atuado na cobrança e recebimento de R$ 2 milhões (em quatro parcelas de R$ 500 mil) do empresário Joesley Batista para arcar com a defesa de Aécio na Lava Jato. O pagamento, segundo a denúncia, representa "vantagem indevida" paga pelo empresário da JBS em troca de "contrapartidas em razão da função parlamentar" desempenhada pelo senador.
No fim do mês passado, a atual chefe da PGR , Raquel Dodge, encaminhou manifestação ao Supremo defendendo que Aécio se torne réu. “O caráter de vantagem indevida dos valores solicitados por Aécio e por Andréa Neves a Joesley Batista fica claro quando o senador afirma que a pessoa que iria receber as parcelas deveria ser alguém 'que a gente mata ele antes de fazer delação'”, frisou a procuradora-geral, fazendo referência a um diálogo gravado entre Joesley e Aécio.
Aécio Neves confirma que solicitou os R$ 2 milhões a Joesley, mas nega que tenha incorrido no cometimento de qualquer irregularidade. O tucano também afirma que "não existe qualquer ato" seu que "possa ter colocado qualquer empecilho aos avanços da Operação Lava Jato".
Com Assessoria
Com o objetivo de monitorar os municípios do Estado que enfrentam situações adversas em consequência dos fenômenos climáticos e das intempéries ocorridas nos últimos dias, o Governo do Estado, por meio da Coordenadoria de Defesa Civil Estadual, está acompanhando a situação de mais três municípios tocantinenses na decretação de Situação de Emergência. No mês passado, outros seis municípios do Vale do Araguaia já haviam recebido o reconhecimento do Governo Federal.
Fazem parte deste grupo os municípios de Recursolândia, no centro-norte do Estado, Palmeirante e Araguanã, no norte do Estado. De acordo com o superintendente estadual da Defesa Civil, o major bombeiro Diógenes Madeira, para o município de Araguanã, está prevista a entrega de ajuda humanitária (mantimentos, produtos de higiene pessoal, de limpeza, agasalho e colchões); em Recursolândia, ajuda humanitária, reconstrução de casas e de bueiros em estradas vicinais; e em Palmeirante, a destinação de volume financeiro para a reconstrução de bueiro para drenagem pluvial no trecho impedido.
“Os municípios de Araguanã e Recursolândia já fizeram o registro na Secretaria Nacional de Defesa Civil, órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional. Já em Palmeirante, estamos orientando sobre os passos a serem tomados para a decretação da situação de emergência. Em todos estes municípios, a Defesa Civil Estadual está acompanhando de perto e auxiliando sempre que solicitado”, afirmou. Já a respeito das comunidades indígenas atingidas pelas chuvas em Goiatins a cerca de 334 quilômetros de Palmas, o coordenador afirmou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) já acompanha a situação. “Caso seja solicitado, estaremos dando o auxílio necessário”, afirmou.
Apesar da queda da inflação e do início de recuperação da atividade econômica, a pobreza extrema continuou se alastrando pelo país. Um levantamento realizado pela LCA Consultores, divulgada pelo IBGE, mostra que o número de pessoas em situação de extrema pobreza no país passou de 13,34 milhões em 2016 para 14,83 milhões em 2017 o que significa aumento de 11,2%.
Com site ovalor
O avanço da pobreza é considerado um dos grandes retrocessos da recessão econômica, após anos de avanços na área. Segundo Cosmo Donato, economista da LCA, a expectativa era que a retomada econômica fosse capaz de produzir números melhores no ano passado. Um dos fatores por trás da piora, acredita, foi o fechamento de postos com carteira assinada, que têm garantias trabalhistas e pisos salariais.
"No lugar desse emprego, o mercado de trabalho gerou ocupações informais, de baixa remuneração e ganho instável ao longo do tempo. A própria crise fiscal dos Estados afeta indiretamente, ao gerar menos empregos para essa parcela mais pobre da população, que geralmente é menos instruída. Estou falando de postos relacionadas a obras públicas, por exemplo", disse o economista;
Com o resultado, o contingente de pessoas extremamente pobres representava 7,2% da população brasileira em 2017, acima dos 6,5% no ano anterior.
Para chegar aos números, a consultoria adotou a linha de corte do Banco Mundial para países de nível médio-alto de desenvolvimento, como os da América Latina, de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia (corrigido pela paridade de poder de compra). Isso equivale a R$ 133,72 mensais em 2016, segundo cálculos do IBGE. A consultoria atualizou essa linha pelo IPCA, para R$ 136 em 2017.
Todas as regiões exibiram indicadores piores de pobreza. O Nordeste concentrava 55% da população extremamente pobre. No ano passado, eram 8,1 milhões de pessoas na região com renda per capita abaixo de R$ 136, boa parte concentrada na Bahia e em Pernambuco. É um contingente 10,8% maior do que o registrado no ano anterior, ou 800 mil pessoas a mais.
A miséria também cresceu na região mais rica do país, o Sudeste. De acordo com o levantamento da LCA, a região tinha 3,27 milhões de pessoas extremamente pobres no ano passado, 13,8% a mais do que no ano anterior. Houve piora nas quatro unidades da federação que compõem o Sudeste, mas com maior intensidade no Rio e São Paulo, e menor intensidade em Minas Gerais e Espírito Santo.
Donato lembrou que a população mais pobre teve, ao menos, um aliado importante ao longo do ano passado, que foi o ciclo de deflação dos alimentos. Pelo IPCA, o índice que mede a inflação oficial brasileira, os alimentos ficaram 4,85% mais baratos no ano passado, frente ao ano anterior. Itens relevantes caíram de preço, como arroz (-10,9%), feijão-preto (-36,1%), macarrão (-2,91%) e mandioca (-17,30%).
"Os alimentos pesam 25% no orçamento das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Mas estamos aqui falando de famílias que vivem com bem menos do que isso. Os alimentos devem, em muitos casos, ser responsáveis pela maior parte dos gastos dessa população extremamente pobre, às vezes quase a totalidade da renda. Essa queda de preços foi, portanto, um evento importante", disse Donato.
O cálculo da pobreza extrema considera todas as fontes de renda - trabalho, previdência ou pensão, programas sociais, aluguéis e outras fontes. No ano passado, essa renda recuou tanto para ricos quanto para pobres. Na base da pirâmide, contudo, as perdas foram mais intensas. A parcela dos 5% mais pobres da população brasileira teve um rendimento médio real de R$ 40 por mês em 2017, queda de 18% frente ao ano anterior (R$ 49). No caso da parcela 1% mais rica da população, esse rendimento encolheu menos, em 2,3%, de R$ 15.975 para um ganho médio mensal de R$ 15.504.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o movimento pode ser explicado por um número menor da renda do trabalho. "A qualidade do emprego foi baixa em 2017, com a redução da taxa de desocupação por meio do trabalho informal", disse Azeredo, durante divulgação de suplemento especial da Pnad Continua ontem, no IBGE.
A pesquisa mostrou um mercado de trabalho pior do que a pesquisa domiciliar mensal do IBGE vinha apontando. Pela Pnad Contínua mensal, 264 mil pessoas conseguiram ocupação em 2017 e o renda real habitual cresceu 2,4% na média do ano. Ontem, a pesquisa divulgada mostrou que a renda efetivamente recebido de todos os trabalhos recuou 1,36% e 310 mil pessoas a menos tiveram renda do trabalho.
"A diferença está na metodologia das pesquisas, no tamanho da amostra, no período de coleta das informações, no tipo de rendimento [habitual e efetivo], entre outros fatores, além da margem de confiança", disse Azeredo, para quem a pesquisa mensal seria mais adequada para acompanhar o mercado de trabalho.