SAÍDA DA INGLATERRA DA UNIÃO EUROPEIA DOMINA AS CAPAS, MAS ASSALTO DE PT A ENDIVIDADOS, TEMER ENVOLVIDO EM DELAÇÃO E CUNHA ACUSANDO DILMA DE SABER DE TUDO SÃO AS PRINCIPAIS MATÉRIAS NACIONAIS

 

É óbvio que o impacto da decisão dos britânicos em deixar a União Européia seria o grande assunto da semana, mas a ação da PF na sede do PT, em São Paulo, a citação de temer por mais uma delator e uma entrevista com Eduardo Cunha são os destaques nacionais

 

Por Edson Rodrigues

A saída da Inglaterra da União Europeia vai trazer grandes estragos para a economia mundial.  As bolsas de valores do mundo todo operam em baixa e a economia mundial está abalada.  As três principais revistas semanais trazem matérias de capa sobre o assunto e seus reflexos.  Mas, Veja traz, também revelação da PF de que o PT assaltou até funcionários públicos e ativos e inativos que contraíam empréstimos consignados para saldar suas dívidas.

A prisão de um ex-ministro de Lula e Dilma mostra que nada estava imune à mão invisível da corrupção nos governos do partido

A afirmação acima resume a realidade de um partido político que surgiu como esperança de renovação, apresentou-se como baluarte da ética e terminou como uma organização criminosa, cercado pela polícia. Ainda estava escuro na quinta-­feira passada quando homens do Grupo de Pronta Intervenção, a Swat da Polícia Federal, isolaram a rua onde funciona o Diretório Nacional do PT, no centro de São Paulo. Os agentes estavam cumprindo um mandado judicial, em busca de provas contra uma quadrilha que, durante cinco anos, embolsou 100 milhões de reais em mais um esquema de corrupção. Nada a ver com os intrincados desfalques contra a Petrobras, a Eletrobras, os Correios, a Infraero, os fundos de pensão das estatais e sabe-se lá o que mais. Dessa vez foi, pode-se dizer, um assalto direto: o Partido dos Trabalhadores tomou o dinheiro de milhares de servidores públicos ativos e inativos - e, luxo de sadismo, justamente os mais endividados.

A presença de policiais armados de fuzil e metralhadora vigiando a entrada da sede do PT pareceu exagerada, mas era apenas precaução considerada necessária pelo serviço de inteligência da PF. Era ali, na sede nacional, que despachava o notório Delúbio Soares, o tesoureiro do mensalão. Dali, mais tarde, saíram as primeiras ordens do igualmente notório João Vaccari Neto, preso e condenado por gerenciar o caixa do dinheiro arrecadado das empreiteiras em troca de contratos na Petrobras. Na sede do PT, como demonstram as investigações até aqui, política e corrupção conviveram em simbiose.

Ao ingressarem no prédio, os agentes estavam orientados a buscar cofres ou compartimentos secretos que pudessem ser usados para esconder documentos e guardar dinheiro. Explica-se o procedimento: em depoimento à Justiça, um dos empreiteiros confessou ter entregado pessoalmente no diretório várias malas com dinheiro - sugerindo que poderia haver cofres ocultos no prédio. Para garantirem o sigilo e evitarem surpresas, corruptos e corruptores usavam senhas e contrassenhas. Há relatos também de entregas de dinheiro em envelopes, mochilas e carros blindados. Um lobista contou ter levado à sede do PT 500.000 reais no porta-malas do carro em 2012. Na busca da semana passada, os cofres do partido estavam abarrotados apenas de papel e nenhum compartimento secreto foi achado.

Na operação, batizada de Custo Brasil, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal se debruçaram sobre um esquema de corrupção montado no interior do Ministério do Planejamento. O alvo da rapina eram funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam a empréstimos consignados, cujas prestações são descontadas automaticamente em folha de pagamento. A cada parcela paga, os funcionários desembolsavam em torno de 1 real a título de taxa de administração da operadora, uma empresa chamada Consist, cuja sede fica em São Paulo. Como o custo da taxa de administração não passava de 30 centavos, segundo esti­mativa dos investigadores, os 70 centavos de superfaturamento irrigaram os cofres do PT.

O esquema começou em 2010 e durou até 2015, quando a polícia prendeu os primeiros envolvidos. Nesse tempo, de 70 em 70 centavos, o PT afanou cerca de 100 milhões de reais pagos pelos funcionários públicos. Uma parcela do dinheiro era destinada diretamente ao caixa dois do partido, gerido por João Vaccari. A outra era dividida entre os petistas que executaram a tramoia.

O personagem mais ilustre da operação foi o ex-­ministro Paulo Bernardo, preso em Brasília no apartamento funcional em que mora com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-­PR). Petista histórico, Bernardo chefiou o Ministério do Planejamento no governo Lula. No governo Dilma, foi o titular do Ministério das Comunicações. Tinha uma participação expressiva no rateio da propina. Segundo os investigadores, dos 100 milhões arrecadados pelo esquema, ele recebeu pelo menos 7 milhões. A lista de beneficiários inclui mais figurões. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência de Dilma, é outro envolvido. Paulo Ferreira, ex-tesoureiro nacional do PT, também recebia uma parte dos dividendos. Ele é o terceiro tesoureiro petista que cai na malha da polícia.

A propina, resultante dos 70 centavos de cada funcionário, era distribuída por meio de contratos fictícios com empresas de consultoria e escritórios de advocacia. Os investigadores suspeitam que o mesmo esquema, de subtrair dinheiro de servidores em empréstimos consignados, exista em outros governos. O caso do PT começou a ser tateado pelos investigadores da Lava-­Jato, mas, como não tinha relação direta com o esquema da Petrobras, o caso foi remetido para a Justiça Federal em São Paulo. Preso, o ex-vereador petista Alexandre Romano, também conhecido por Chambinho, confessou que era o encarregado de gerenciar o golpe e entregou o nome de todos os envolvidos. Uma parte relevante do caso está em Brasília, no Supremo Tribunal Federal, por envolver parlamentares - entre eles a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-­líder do PT José Guimarães.

Há documentos comprovando que a senadora, que também foi ministra da Casa Civil de Dilma e está sob investigação da Lava-Jato, aproveitou-se do dinheiro junto com seu marido. Os investigadores descobriram que o dinheiro afanado no esquema servia para pagar o motorista particular da senadora, o aluguel de um loft em Curitiba, além do salário de funcionários e até multas eleitorais. Outro que está encrencado é o deputado Marco Maia (PT-­RS), ex-presidente da Câmara. Como VEJA revelou no ano passado, o parlamentar foi contemplado pela quadrilha com um belo apartamento em Miami. O imóvel, registrado até recentemente em nome de uma offshore aberta por Chambinho, foi revendido no mês passado. O esquema dos empréstimos consignados mostra que a Lava-Jato está criando filhotes pelo país afora, o que certamente assusta os envolvidos em corrupção, mas serve de alento para a população que torce por uma faxina geral.

 

ÉPOCA

Já a revista Época traz a denúncia de um delator ligado ao presidente interino recebido o Michel Temer de que  teria recebido 1 um milhão de reais de propina da empreiteira Engevix.

O empresário José Antunes Sobrinho, um dos donos da construtora Engevix, é mantido em prisão domiciliar a poucos metros da força-tarefa em Curitiba. Vem de Antunes a acusação, em uma proposta de delação premiada, de que o presidente interino Michel Temer foi o beneficiário de R$ 1 milhão de propina, paga pela Engevix, como recompensa por um contrato de R$ 162 milhões da empreiteira com a Eletronuclear. ÉPOCA revelou o caso no fim de abril. Temer negou as acusações na ocasião. Na proposta de delação, Antunes conta que o ex-coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, sócio da empresa de arquitetura Argeplan e “pessoa de total confiança de Michel Temer”, ganhou o principal contrato de construção da usina Angra 3 com a Eletronuclear, no valor de R$ 162 milhões, e se comprometeu a subcontratar a Engevix para realizar a obra. Em troca, a empreiteira pagaria R$ 1 milhão para “suprir interesses de Michel Temer”, de acordo com Antunes.

A proposta de delação premiada revela detalhes sobre o caso. Lá, Antunes diz que pediu para que uma prestadora de serviços da Engevix fizesse o pagamento para Lima, para disfarçar. Segundo a proposta de delação, o repasse foi feito pela empresa Alúmi Publicidades, que prestava serviços de mídia para o aeroporto de Brasília, controlado pela Engevix. Segundo ÉPOCA apurou, houve realmente um pagamento da Alúmi para a PDA Projeto, outra empresa de Lima. A PDA recebeu R$ 1,1 milhão em outubro de 2014, pagos pela Alúmi, na reta final da eleição daquele ano. Procurada por ÉPOCA, a Alúmi confirma o repasse de dinheiro à PDA. Lima confirma o recebimento da quantia. Os dois afirmam, no entanto, que se trata apenas de serviços prestados pelo amigo de Temer, não de propina.

Com as revelações do executivo, o dinheiro pode ser rastreado pelos investigadores para que seja verificado se Temer foi de fato beneficiado, como afirma Antunes – o que, novamente, o presidente interino nega com veemência. Pouco tempo depois do pagamento da propina, Lima fez viagens ao Panamá e ao Uruguai, dois conhecidos paraísos fiscais usados por operadores da Lava Jato para esconder dinheiro.

A interlocutores, Temer já disse que Lima cuidou de suas campanhas eleitorais. De acordo com a proposta de delação de Antunes, Lima ganhou a licitação para a obra em Angra 3, em maio de 2012, por ter forte influência sobre Othon Pinheiro, presidente da Eletronuclear nos governos Lula e Dilma. Temer e Lima eram responsáveis pela manutenção de Othon no cargo, diz Antunes em sua proposta de delação. Segundo essa versão,  em troca do apoio, Othon deveria ajudar Lima nesse e em outros contratos. Mas a Argeplan, uma empresa que reformava telhados e cuidava de pequenos projetos arquitetônicos, não tinha experiência alguma com energia nuclear. Foi aí que entrou a Engevix, com sua expertise.

ISTOÉ

“Dilma participava e sabia de tudo”.  Com essa frase bombástica Eduardo Cunha conta em entrevista exclusiva à revista que não só que Dima  não só comandou os trabalhos para salvar seu mandato em troca do arquivamento do impeachment

Em entrevista exclusiva à ISTOÉ concedida um dia depois de o STF torná-lo réu pela segunda vez na Lava Jato, Eduardo Cunha detalhou a negociata, comandada pela presidente afastada Dilma Rousseff, para salvá-lo em troca do arquivamento do impeachment como sabia de tudo o que acontecia de podre nos bastidores do poder.

Na noite de 12 de outubro de 2015, dia santo de Nossa Senhora Aparecida, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava no Rio sob um calor inclemente de 35°C à sombra quando recebeu um telefonema do recém-nomeado chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Jaques Wagner. O chamado era urgente. O clima, àquela altura, era de elevadíssima tensão. O peemedebista tentava se livrar de um processo no Conselho de Ética, enquanto Dilma buscava a todo custo evitar o início de um processo de impeachment contra ela, que dependia exclusivamente do parlamentar – seu desafeto declarado. Wagner tinha pressa de encontrar Cunha e, para não perder um minuto sequer, se ofereceu para esperá-lo na Base Aérea de Brasília, onde o parlamentar aterrissaria a bordo de um jato da Força Aérea. Assim que o então presidente da Câmara pousou na capital federal, ambos conversaram a sós. O inteiro teor daquela conversa crucial tanto para Cunha quanto para Dilma nunca havia sido tornado público. Até agora. Cunha resolveu esmiuçá-la em detalhes em entrevista exclusiva à reportagem de ISTOÉ concedida em sua residência, em Brasília, na última quinta-feira 23 –, um dia depois de o STF torná-lo réu pela segunda vez na Operação Lava Jato.

 

Segundo Eduardo Cunha, Wagner tinha um plano para salvá-lo do cadafalso. Em troca do arquivamento no nascedouro do processo do impeachment contra Dilma, o então ministro disse que poderia garantir votos de deputados petistas no Conselho de Ética. Ofereceu também influenciar o Poder Judiciário para que os processos de investigação de sua filha, Danielle, e de sua mulher, Cláudia Cruz, não fossem para a primeira instância. Cunha considerou que o petista não tinha condições de entregar o que prometia. Wagner quis deixar claro, então, que ele falava em nome da principal mandatária do País: Dilma Rousseff. Foi além. Disse que deixaria a Base Aérea com destino ao Palácio da Alvorada. Naquele mesmo dia, ele relatou à presidente o andamento da negociação. “Todas as vezes em que ele (Jaques Wagner) esteve comigo, que tocou nesse assunto, deixou claro que relatava todas as conversas para Dilma e que ela sabia. O que torna um pouco mais grave a situação. Na conversa do dia 12 de outubro, Wagner disse que naquela noite mesmo ainda conversaria com a presidente e que falaria comigo depois. O que comprova, mais uma vez, que ela participava e sabia de tudo”, disse Cunha à ISTOÉ. Depois dos encontros, parlamentares designados pelo Planalto procuravam Cunha para medir a temperatura das tratativas. Certa feita, o ministro da Casa Civil forneceu exemplos de como o PT poderia contribuir para amarrar o processo contra ele no Conselho de Ética. “Como não marcar quórum em determinada sessão para tentar adiar. Ele tentou continuar essa oferta”, afirmou Cunha na entrevista.

Na última quarta-feira 22, o STF acolheu a segunda denúncia contra o presidente da Câmara afastado por contas na Suíça por unanimidade. Ele virou réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica com fins eleitorais. Até mesmo na avaliação de seus aliados, a decisão acelera ainda mais seu processo de cassação. Apesar da grave situação, Cunha tenta transparecer confiança: “Este vai ser o critério adotado pelo STF em qualquer desses casos. Ou seja: denúncia apresentada pelo Procurador Geral da República contra qualquer parlamentar será aceita”.

 

Na véspera da decisão, alguns de seus mais próximos seguidores chegaram a acreditar que Cunha renunciaria ao mandato, com anúncio em coletiva organizada pelo próprio parlamentar. Sozinho, ele se defendeu e voltou afirmar que não desistiria do mandato. A cena, retrato mais bem acabado do isolamento de Cunha, repercutiu negativamente no ambiente político. Nos bastidores, até seus defensores históricos lamentavam a iniciativa, considerada “desastrosa”. A cassação é tida como questão de tempo por aliados. Seus advogados entraram com recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que terá de analisá-los antes de a votação seguir para o Plenário. A previsão é de que o processo seja concluído antes do recesso parlamentar.

Há entre seus mais fieis escudeiros a crítica velada à sua insistência em permanecer no mandato. Hoje, Cunha conversa regularmente com poucos deputados. No seleto grupo, estão Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF), Carlos Marum (PMDB-MS), Hugo Motta (PMDB-PB), Arthur Lira (PP-AL) e Marcelo Aro (PHS-MG). O presidente afastado tenta justificar a fuga de apoiadores: “A impressão de que estou isolado é porque não estou podendo ter um convívio maior.” Profundo conhecedor dos submundos do poder, Cunha sabe que já foi mais poderoso. Bem mais. Há não muito tempo, comandava uma bancada de mais de 100 parlamentares. Segundo seus adversários, o séquito era alimentado com o que a política tem de mais sedutor para um parlamentar: verbas de campanha e cargos em postos-chave. O peemedebista nega a utilização desses métodos. Hoje, além do isolamento político, Cunha experimenta uma outra situação insólita em sua trajetória como homem público. A convivência com denúncias não é novidade para ele. A diferença é que, agora, as cortes da Justiça não admitem mais suas explicações. Não parece ser um fim com o qual o parlamentar sonhou, semelhante ao que ocorre com Dilma.

 

Se em algum momento já pareceram feitos um para o outro, Cunha e Dilma são hoje como água e óleo. Atualmente, experimentam o mesmo infortúnio: ambos estão afastados do cargo para o qual foram eleitos. Na narrativa petista, a queda de Dilma significaria a salvação de Cunha. No Congresso, a maioria aposta no harakiri duplo.

 

Entrevista – Eduardo Cunha

 

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, recebeu ISTOÉ na quinta-feira 23. Adornavam a residência oficial abundantes arranjos de astromélias brancas, que significam lealdade. Espalhados pelos dois aparadores e pelas cinco mesinhas laterais havia 49 porta-retratos: a maioria emoldura o rosto da mulher, Cláudia Cruz. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

 

ISTOÉ – O sr. disse que recebeu o então ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, Jaques Wagner, em outubro do ano passado em três diferentes ocasiões, nas quais ele lhe propôs um acordo para que o sr. livrasse a presidente do impeachment. Em troca ele garantiria sua absolvição no Conselho de Ética da Câmara. Como se deu essa abordagem?

Eduardo Cunha – Obviamente que toda conversa política tem sempre os seus meandros, suas idas e vindas. Mas o que aconteceu clara e textualmente é que ele sentou para discutir pontos de governabilidade, tentando uma aliança comigo, para que pudéssemos andar juntos. E para isso, começou a oferecer justamente votos no Conselho de Ética. Ele ofereceu textualmente algo que eu até reputei como ridículo, que foi a interferência do governo para que mantivessem a minha mulher (Cláudia Cruz) e minha filha (Danielle) sobre a ótica do processo do Supremo. O que eu já disse de pronto que eu não acredito nesse tipo de interferência. Não creio que o governo tenha esse controle de quem quer que seja. Refutei.

 

ISTOÉ – A presidente Dilma Rousseff sabia das propostas de Jaques Wagner para o sr?

Cunha – Todas as vezes em que ele esteve comigo, que tocou nesse assunto, ele deixou claro que Dilma sabia das conversas. Que ele relatava todas as conversas e que ela sabia. O que torna um pouco mais grave a situação. E depois desses encontros, existiram parlamentares que ficaram fazendo a ponte. Algumas vezes, Jaques deu exemplos de como o PT poderia me ajudar no Conselho de Ética, como não marcar quórum em determinada sessão para tentar adiar. Ele tentou continuar essa oferta. Isso tudo estou falando simplesmente para rebater essa fantasiosa história de que abri o processo de impeachment por vingança, que é o que eles chamam de desvio de poder.

 

“JAQUES WAGNER SAIU DO NOSSO ENCONTRO NA BASE AÉREA E DISSE QUE NAQUELA NOITE MESMO CONVERSARIA COM A PRESIDENTE”

 

ISTOÉ – Aliados de Dilma vazaram a versão de que, na verdade, as conversas de Wagner com o sr. eram para te enrolar até que fossem aprovadas as metas fiscais.

Cunha – Quando dão uma desculpa dizendo que estavam querendo me enrolar, na verdade estão é confirmando que fizeram a oferta. E enrolar faz parte da natureza deles. Enrolaram o Brasil esses anos todos e deu no que deu. Minha pergunta é: estão querendo dizer que a presidente Dilma era a cabeça de um plano de enrolar o presidente da Câmara no intuito de aprovar um projeto? Na conversa do dia 12 de outubro, na Base Aérea, quando ele (Jaques Wagner) me ligou e marcou, ele saiu do nosso encontro e disse que naquela noite mesmo ainda conversaria com a presidente e que falaria comigo depois. Que era para relatar a conversa a ela. Então, a cada conversa, ele dizia que ia sair e que ia até a presidente para relatar. O que comprova, mais uma vez, que ela participava e sabia de tudo.

 

ISTOÉ – O sr. sempre aglutinou muitos aliados. Agora se sente abandonado?

Cunha – Fui afastado pelo STF e estou sendo cerceado. Ele (Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot) entrou com pedido de prisão só porque eu disse em uma entrevista que eu ia à Câmara. Não estou podendo exercer nem a minha autodefesa no Conselho de Ética e nem fazer o que o julgamento político pressupõe, que é estar em corpo a corpo com os parlamentares, que são meus julgadores, para me justificar. Então, se eu não estiver afastado, daqui a pouco eu posso até ser preso por conversar com deputado.

 

ISTOÉ – Mas o sr. poderia receber visitas aqui na residência da Presidência da Câmara.

Cunha – Eu acho que eu posso exercer quaisquer atividades que não sejam do exercício do mandato. Eu não perdi meus direitos políticos. A impressão de que estou isolado é porque eu não estou podendo ter um convívio maior, o que está prejudicando.

 

ISTOÉ – Tem parlamentar que não quer ser visto falando com o sr., nem ser fotografado ao seu lado por que agora não interessa mais ter essa proximidade ? O governo Temer te abandonou?

Cunha – Não tenho condições de te afirmar isso. Ficam tentando me colocar numa clandestinidade. Essa decisão do Supremo e ameaça de prisão (caso eu vá à Câmara), é uma tentativa de me constranger e criar uma coação contra mim. O governo Michel Temer não tem nem que me abandonar nem que me abraçar. É um processo político interno da Câmara.

 

“O GOVERNO TEMER NÃO TEM QUE ME ABANDONAR OU ME ABRAÇAR. É UM PROCESSO POLÍTICO INTERNO DA CÂMARA”

 

ISTOÉ – O sr. disse em nota que argumentos da sua defesa não foram considerados…

Cunha – Nesse processo da aceitação da segunda denúncia, a gente sempre reclama da seletividade do procurador (Rodrigo Janot) de me escolher para apresentar rapidamente as suas peças – lembrando que desde a abertura do processo de impeachment , em 17 de abril, ele abriu seis novos inquéritos contra mim. Ele apreciou duas denúncias em três meses, enquanto o presidente do Senado (Renan Calheiros) está há três anos e três meses sem apreciar. Quarta, chegou-se ao julgamento sem decidir todas as peças que deveriam ter sido decididas com relação a este processo. O exemplo mais gritante é: para justificar que eu participei da discussão do tal contrato de Benin (na África) eles dizem que eu teria participado de uma reunião na Petrobras com a presença de um diretor internacional, no dia 12 de setembro de 2010, onde eu teria chegado de helicóptero acompanhado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Então, primeiro: ele nem denunciou o Eduardo Paes. Segundo: minha defesa juntou a comprovação documental de que nem eu nem o tal diretor estávamos na Petrobras naquele dia, que era um domingo de campanha eleitoral e que nem helicóptero pousou naquele dia lá. Ou seja, prova factual de que a reunião não existiu. Apesar de anexar à minha defesa, isso foi ignorada pelo relator (ministro Teori Zavascki), que proferiu o voto aceitando a denúncia dando como justificativa a própria reunião. Ou seja, meus argumentos de defesa são ignorados. Não é um julgamento, é um linchamento, um justiçamento.

 

ISTOÉ – O sr. diz que os argumentos da sua defesa estão sendo ignorados, mas fala também ter a certeza de que será absolvido pelo STF. A decisão de acatar sua denúncia foi unânime.

Cunha – Provavelmente, este vai ser o critério adotado em qualquer desses casos. Ou seja: denúncia apresentada pelo PGR contra qualquer parlamentar será aceita. Mas eu acredito no bom senso durante o processo comprobatório e que poderemos fazer valer nossos argumentos. Acredita que me fizeram três denúncias sem nem me ouvir? Usaram minhas falas públicas em entrevistas jornalísticas como se fosse depoimento de investigado. Espanta-me essa violação.

 

“MEUS ARGUMENTOS DE DEFESA SÃO IGNORADOS. NÃO  É UM JULGAMENTO, É UM LINCHAMENTO, UM JUSTIÇAMENTO”

 

ISTOÉ – Sua família está sendo perseguida?

Cunha – No caso da minha filha, fizeram uma cópia adulterada da ficha do banco excluindo a declaração do que ela realmente era. Ela não tinha nada a ver nem com a conta da minha esposa. Ela tinha apenas um cartão adicional, mas ignoraram. O caso da minha esposa é diferente do meu. Eu nunca disse que a minha esposa não tinha conta (no exterior). Ela detém a conta sim, mas a discussão é que ela não tinha obrigatoriedade de declarar porque, no nosso entender, em 31 de dezembro de cada ano ela tinha um saldo inferior a US$ 100 mil.

 

ISTOÉ – Os procuradores disseram que dinheiro de propina bancou luxos de sua esposa no exterior. É uma imagem forte para a opinião pública.

Cunha – Matematicamente isso é impossível. O patrimônio que eu detinha e que foi doado ao trust foi de muitos anos atrás, oriundos de minhas atividades privadas. A prova disso é que estão elencando um valor que teria sido recebido através do trust de 1,3 milhões de francos suíços (R$ 5 milhões). E 2,3 milhões francos suíços foram bloqueados. Ou seja, foi bloqueado 1 milhão a mais do que eles contestavam. Então, como os gastos foram feitos decorrentes desse dinheiro? A defesa dela vai provar exatamente o roteiro do dinheiro.

Posted On Segunda, 27 Junho 2016 12:14 Escrito por O Paralelo 13

“Atleta da vida, campeão da família, competidor leal.”

Em janeiro deste ano, Wenceslau Leobas, Vencim como era conhecido, foi um dos 187 selecionados para participar do revezamento da Tocha Olímpica, que no dia 12 de junho, Em Palmas percorreu 27km. Os personagens, todos da região, foram escolhidos pelas histórias de vida, de superação. Exemplos a serem admirados.
Em Porto Nacional, cidade onde residia, Vencim desempenhou um trabalho social importante. Reservado e discreto ajudou inúmeras pessoas na vida pessoal e profissional. Não é raro ouvir relatos de profissionais, que atualmente são formados com o apoio financeiro do empresário. Em fevereiro deste ano, antes da passagem da Tocha Olímpica faleceu aos 77 anos, vítima de um crime, o que comoveu e causou total indignação aos portuenses. Talyana carrega a Tocha em homenagem ao Pai

Antes do evento, a filha comunicou a equipe olímpica sobre o ocorrido, que dois dias depois, pediu para que escolhessem alguém da família que representasse Vencin. A história de Wenceslau agora mais do que nunca deveria chegar ao conhecimento da sociedade.
 “Um momento de dor, de felicidade, de orgulho, de homenagem”, relatou a filha, de Wenceslau Leobas, que carregou a Tocha Olímpica no lugar do pai. Em entrevista ao O Paralelo 13, Talyana Barreira Leobas de França Antunes, portuense, contou sobre a emoção de conduzir a Tocha, gesto esse que seria feito por seu pai. “Como eu queria que ele tivesse aqui, que fosse ele quem carregasse a Tocha, porque não foi qualquer pessoa que foi escolhida, é uma honra,” disse enquanto chorava e demonstrava emoção.
“Meu pai era um homem simples, humilde, que gostava de ficar nos bastidores, não gostava de aparecer, fazia as coisas sem aparecer. Era um homem de um coração ajudava as pessoas. Trabalhei com ele nos últimos 15 anos. Fazia de tudo, cuidava não só do jurídico, mas era uma secretária, tudo que ele pedia eu fazia,” relatou. A família decidiu que ela carregaria a Tocha em homenagem a Vencin, um homem que venceu na vida com muito esforço. Trajetória de vida
Casado com Miridan Leobas, Wenceslau teve três filhas. Ao longo dos anos, o goiano/tocantinense que sempre foi visto como uma pessoa simples mostrou-se empreendedora. Vindo de uma família humilde, tornou-se um dos maiores empresários da região. Empregava cerca de 150 pessoas das cidades de Porto, Ponte Alta, Silvanópolis, Brejinho. Gerou renda, movimentou o comércio, foi crucial no desenvolvimento do Tocantins. Ele que viveu como vendedor ambulante comprou duas mulas e passava meses fora de casa. Estudou até o 2° ano do primário, e viu oportunidades.
Homenagens
No local do revezamento, mais de cem pessoas homenageava Vencin. Amigos, colegas, filhos, netos, sobrinhos, os irmãos, todos vestidos com sua face.
Eles traziam faixas em agradecimento. A irmã de Vencin, Nadir Leobas disse que dos seis irmãos ele era o único que havia sido tirado do convívio familiar. “Homenagem merecida pelo homem que foi enquanto aqui esteve,” disse.
Enquanto a filha passava com a Tocha acesa, eles pediram justiça, com a certeza de que o brilho da sua chama jamais se apagará. Depoimentos Ao O Paralelo 13, o engenheiro, diretor de operações da Secretaria de Agricultura do Tocantins, Ermício Parente, amigo de Vencim, disse: Conheci o Vencim quando ainda éramos crianças, em Ponte Alta. Ele foi pra Brasília e depois, na fase adulta, veio pra Porto Nacional, nesse período já morávamos aqui. Montou um comércio e começou a trabalhar. Lembro-me das palavras da minha mãe que quando ficou viúva dizia sempre que podíamos contar com ele, porque era um amigo. Conservei essa amizade. Falar do Vencim é muito fácil, pelas inúmeras qualidades vistas, e feitos que poucos sabem, porque ele nunca gostou de sair falando das ajudas financeiras que dava, frisou.

 


“Um homem de caráter, correto nos seus negócios, adquiriu um patrimônio, mas nunca deixou de reconhecer os amigos. Já o vi ajudando até times de futebol. Foi uma morte sem explicação, por ambições, uma dor muito grande que até hoje é difícil de assimilar”, disse o amigo que ressaltou que espera que a justiça seja feita com os responsáveis pelo crime.
Outro grande amigo do Vencim era o Padre Juraci, mais que amigo, seu conselheiro espiritual, pessoa no qual ele contava suas angústias. Wenceslau Leobas ajudou ainda na construção de duas igrejas, uma católica, outra evangélica.
José Dias Santinho, contador do empresário desde 1978, reforçou as qualidades do chefe, que ele define como pai. “Nossa relação não era de patrão e empregado, era de amigo, de pai pra filho. Vencim tinha um coração de mãe. Trabalhei com ele por quase 40 anos, convívio diário. Sempre honrou com suas obrigações tributárias. Pagava fornecedores e empregados em dia; Não guardava rancor e tinha uma qualidade ímpar: desculpar-se quando achava necessário”.


“Nasci para o trabalho e o sol nasceu pra todos”, repetia ele sempre que preciso. Porto Nacional perdeu um cidadão, um homem de bem. Ele fazia favores para todos que o procurassem, e no dia da sua morte, não vi um funcionário que não chorou por sua perda, concluiu Santinho.

Posted On Sexta, 24 Junho 2016 01:54 Escrito por O Paralelo 13

Raul Filho tem novo recurso negado pela Justiça.  Órgãos  fiscalizadores divulgarão relação de nomes impedidos de concorrer às eleições no próximo dia cinco de julho

 

Por Edson Rodrigues

 

O destino de muitas pré-candidaturas a prefeito, vice-prefeito e a vereador pode ter um desfecho nada agradável no próximo dia cinco de julho, quando será divulgada pelo TRE, TCE e TJ a lista de nomes de ex-gestores e ex-ordenadores de despesas incluídos na Lei da Ficha Limpa, em atendimento às normas da legislação eleitoral.

O TCU já disponibilizou uma lista parcial, em nível nacional, com 21 nomes impedidos de disputar as eleições de outubro próximo.  A lista completa sairá, também, no dia cinco de julho, com a inclusão de novos nomes. Segundo informações de bastidores, muitos ex-gestores estarão figurando como “impedidos” nessa nova lista.

 

FORA DO PÁREO

A situação do pré-candidato do PR, Raul Filho fica, a cada dia, mais difícil.  Se as eleições fossem hoje, ele não poderia participar. Raul  teve novo recurso negado na quinta-feira, 16, pela 1ª Região do Tribunal Regional Federal. Em pedido de revisão criminal, o ex-prefeito visava a substituição da sentença que determinou o início do cumprimento da pena por crime ambiental, entre as sanções, a suspensão dos direitos políticos. A defesa do republicano pedia a distribuição da ação a um dos desembargadores da Corte que não tivesse atuado como relator, revisor ou proferido voto no processo.

Por meio da comunicação do Partido da República, Raul Filho informou que recebeu na manhã desta segunda-feira a notícia de que teria sido negado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) o recurso liminar, mas reafirmou confiança na absolvição. "Porém, continuamos firmes. Ainda precisa ser julgado o mérito do pedido e nossa crença é de que a justiça será justa, reconhecendo que não houve crime nem danos ao meio ambiente", afirmou.

Raul Filho também esclareceu que aguarda o julgamento de duas decisões impetradas em seu favor, sendo um no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros no Supremo Tribunal Federal (STF). "Além da confiança na justiça, também temos a convicção de que nosso pleito é justo. Continuamos trabalhando, incansáveis, por Palmas e por nossa gente", finalizou.

A condenação do ex-prefeito Raul Filho (PR) pelo colegiado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (1ª TRF) aconteceu em 2012. O acórdão se refere a uma construção sem licença necessária em sua propriedade, que fica às margens do lago da usina Luiz Eduardo Magalhães, em Miracema do Tocantins. A obra teria suprimido a vegetação nativa, compactado e impermeabilizado o solo, e influído negativamente na fauna e na regeneração da flora nativa, segundo o Ibama; caracterizando crime ambiental.

A condenação também é resultado de um relaxo jurídico da equipe de assessores de Raul Filho, que perdeu todos os prazos para a defesa e deixou o julgamento correr à revelia e acabou dando no que deu, podendo inviabilizar sua candidatura e frustrar as pretensões de diversos outros políticos, que tinham na participação de Raul Filho nas eleições deste ano, talvez a única chance de terem sucesso.

A Lei da Ficha Limpa é clara ao afirmar em seu artigo 1º, inciso I, alínea e, que estão inelegíveis “os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado”. Entre os crimes listados na Legislação está aqueles “contra o meio ambiente e a saúde pública”, caso que engloba a decisão contra Raul Filho no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Assim, a condenação o impossibilita de se candidatar a qualquer cargo eletivo até 2020.

 

GAGUIM: PREDESTINADO?

O ex-governador e deputado federal Carlos Gaguim pode provar ser um predestinado.  Depois de assumir o governo do Estado por estar nu lugar certo, na hora certa, Gaguim vê seu nome cogitado como substituto natural de Raul Filho no agrupamento político que buscava sua eleição.

Gaguim tem um histórico de boas votações em Palmas, onde já foi eleito vereador, presidente da Câmara Municipal, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e, por conseguinte, governador, posto no qual angariou prestígio significativo junto ao funcionalismo público estadual e municipal, empresariado e ganhou fama de político que “honra sua palavra”. Outro ponto que pesa em favor de Gaguim é que ele pode agregar ao grupo que lutava pela eleição de Raul Filho, o apoio de diversos ex-vereadores, ex-prefeitos, ex-deputados estaduais e federais, ex-senadores e ex-governadores. Carlos Gaguim também tem um ótimo relacionamento com a imprensa estadual e municipal e, caso seu nome venha a ser confirmado como pré-candidato pelo grupo que, inicialmente, apoiaria Raul Filho, pode representar uma guinada de 180 graus no panorama político-sucessório em Palmas.

Posted On Terça, 21 Junho 2016 07:34 Escrito por O Paralelo 13

Informações dão conta que, dependendo da profundidade das investigações, SECOM terá sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados

 

 

Por Edson Rodrigues

 

O Ministério Público Estadual está investigando a aplicação dos 41 milhões de reais destinados à secretaria estadual da Comunicação, SECOM, que chegaram a ser aventados como desculpa para a falta de recursos na Saúde Pública.

Mas, segundo uma fonte do Ministério Público, o principal motivo da abertura da investigação, é a suspeita, muito bem fundamentada, de superfaturamento na contratação de serviços por parte da secretaria, principalmente o programa de rádio do governo do Estado, feito por uma empresa de Goiânia, com um custo mensal que ultrapassa os 400 mil reais – que, diga-se de passagem, não merece uma nota de qualidade acima de uns 3,5, para sermos simpáticos – que corroboraria, também, com a suspeita de direcionamento seletivo de contratos para empresas de Goiás.

Caso as provas coletadas apontem para irregularidades, ainda segundo fontes internas do MPE, não está descartada a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da SECOM, das empresas executoras do orçamento e dos prestadores de serviços.

Os assuntos investigados, caso comprovados, podem render uma condenação por improbidade administrativa aos responsáveis.  Ante essa possibilidade, o secretário de Comunicação, Rogério Silva, já se adiantou e veio a público afirmar que está à disposição dos membros do MPE e que todas as ações da secretaria estão pautadas no que reza a Lei.

A questão é que a Lei da Transparência vem colocando aos olhos da população e das autoridades os rumos dos recursos públicos, suas finalidades, o valor pago e a quem foi pago.  Cabe aos fiscais do povo, como o Ministério Público, a Procuradoria Geral, ao Tribunal de Contas do Estado, averiguar os valores pagos e se eles condizem com os serviços prestados.

Essa investigação, se há indícios, é muito bem vinda e refrigera ainda mais a vontade do povo brasileiro e tocantinense de se ver livre, de vez, de qualquer tipo de corrupção, esteja onde estiver.

 

OS “MUI AMIGOS” DE MARCELO MIRANDA NA ASSEMBLEIA

O Poder Legislativo Tocantinense também está em pleno processo sucessório, com os arranjos e composições para a eleição da mesa-diretora para o biênio 2017/18 em pleno desenvolvimento.

Mas, como sempre, há algo mais no ar que a simples eleição.  Vários membros da Casa de Leis trabalham com a possibilidade de o governador Marcelo Miranda cair, pelo menos, até abril do ano que vem, por conta dos processos que correm contra ele em algumas instâncias, e articulam um nome que tenha peso para, como presidente da Assembleia Legislativa, assumir mais um mandato-tampão de dois anos, o terceiro na curta história política do Tocantins.

Será que o governador Marcelo Miranda precisa de uma “base aliada” mais amiga que essa para ajudá-lo a recolocar o Tocantins em ordem? Amigos que abraçam pela frente e apunhalam pelas costas?

Vale ressaltar que um dos pretendentes ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa – e, por conseguinte, a assumir o governo do Estado, apostando na queda de Marcelo Miranda – esteve, no início deste mês, em Brasília, onde reuniu-se com membros da bancada no Congresso Nacional, opositores ao governo do Estado, onde traçaram as primeiras linhas estratégia que será usada na eleição da mesa-diretora da AL.

Como “amigos” assim, quem precisa de inimigos?

 

QUEDA DE ADÃO NA SEDUC PODERÁ TER EFEITOS COLATERAIS

Pego no laço, de última hora, para ser secretário da Educação, Adão Francisco de Oliveira nem sonhava com o cargo, mas o desentendimento explosivo da senadora Kátia Abreu, com o governador Marcelo Miranda, na semana da posse do governador, o nome indicado para a pasta da Educação foi descartado e uma secretaria tão importante não poderia ficar sem um titular. Assim, Marcelo Miranda teve que analisar nomes de última hora e, como Adão vinha de um trabalho na área, desenvolvido para o PT, que apoiou a eleição de Marcelo Miranda, acabou sendo o “sortudo”.

Mas, sua gestão foi uma decepção sem tamanho, segundo educadores de renome, um verdadeiro fracasso, motivado, justamente pela característica intrínseca ao PT de “aparelhar” as instituições que domina, ou seja, inchar a pasta com militantes da esquerda radical.

Além de criar atritos com membros do poder legislativo, Adão perdeu prestígio junto ao Palácio Araguaia, junto ao seu próprio partido e, principalmente junto aos educadores e à população, que classificaram sua gestão como pífia.

 

EFEITOS COLATERAIS

Sem prestígio e isolado pelo Palácio Araguaia, não houve outro caminho ao ex-secretário de Educação Adão, senão pedir para sair de onde já vinha em processo de “fritura”.  

O problema é que quem cai, nunca cai calado ou sozinho.

Já há “fumaça” sobre a contratação (concorrência 1/2015) de duas empreiteiras por 148 milhões de reais, este ano, para reformas e manutenção unidades de ensino, segundo, ex-assessores de Adão, na SEDUC. A “fumaça” é um recado ao Palácio Araguaia, aconselhando-o a “ir devagarinho com o andor, pois o santo é de barro”. Segundo relatos, secretário, Adão nunca participou das discussões dessa concorrência, nem dezenas de contratos realizados pela pasta, pois tudo já chegava “mastigado”, dando a entender que se há alguma irregularidade de qualquer espécie ela teria origem no Palácio Araguaia.

Na verdade, não só Adão, mas nestes 28 anos de Tocantins, a atual equipe de secretários é, sem sombra de dúvidas, com exceção secretários, a pior safra já vista em um governo, com resultados pífios, como a secretaria de Industria e Comércio e Turismo, inexistente, afetada por um secretário desconhecido, inoperante, invisível e que age com total desrespeito aos vários seguimentos da cadeia produtiva do Estado.  Assim como esse secretário, a maioria dos seus colegas não está sendo leal com o governador Marcelo Miranda, que os nomeou, nem com o povo que paga imposto para pagar os seus salários e os dos  seus “aspones” que lotam os gabinetes com o nome de assessore, mas que são, na verdade, “gafanhotos”.

Mas, nós e a sociedade esperamos do governador Marcelo Miranda que ele continue sendo esse lutador, esse garimpeiro de recursos em Brasília e no exterior, para trazer para o nosso Tocantins condições de melhoria para todo e desejamos mais sorte na escolha dos seus novos secretários.

Marcelo de Carvalho Miranda tem, até primeiro de agosto, a oportunidade para dar um basta e fazer um limpa nessa cambada de incompetentes desleais, mal-agradecidos, que não se dispõem nem demonstram coragem de sair em defesa do governador, que vem sofrendo ataques vis de todos os lados e acusações públicas das mais espúrias.

Com a saída de Adão da Seduc, quem assume a pasta, interinamente, é a subsecretária Morgana Nunes Tavares Gomes. A decisão também foi publicada no DOE desta quinta-feira

 

SUCESSÃO EM PALMAS

O ex-prefeito Raul Filho, apesar de condenado por colegiado por crime contra o meio ambiente e com outros processos no TCE e no Polícia Federal, desponta com a maior popularidade junto ao eleitorado Palmense nas pesquisas para consumo interno encomendadas pelos partidos locais.

Agora Raul ganha ainda mais força, ao receber o valioso e volumoso apoio do ex-governador e deputado federal, Carlos Gaguim, à sua pré-candidatura a prefeito da Capital do Estado.  Filiado ao PR do senador Vicentinho Alves, campeão em liberação de recursos em 2015 e até agora em 2016 para o Tocantins.

Raul recebeu ainda este mês outros importantes apoios à sua candidatura, proveniente de um trabalho de cooptação, coordenado justamente pelo senador Vicentinho Alves e por seu filho, deputado federal Vicentinho Jr., que apostam em Raul como o candidato de consenso da Oposição para derrotar o prefeito colombiano Carlos Amastha.

As opiniões dos juristas consultados por O Paralelo 13 ainda divergem sobre a elegibilidade ou não de Raul Filho, por conta dos processos a que responde e da sua condenação.  Mas as opiniões também são unânimes ao afirmar que, caso consiga registrar sua candidatura e participar das eleições, Raul Filho é o único candidato capaz de unir as oposições à Amastha e de, efetivamente, derrotar a máquina administrativa que estará atuando em favor do atual prefeito.

Há ainda a pré-candidatura da vice-governadora, Cláudia Lélis, que, apesar do bom trabalho que vem desenvolvendo e do virtual apoio do Palácio Araguaia, ainda carece de uma maior popularização de sua intenção em concorrer ao cargo e de um efetivo engajamento de seus correligionários para que seu nome ganhe força e comece a aparecer nas pesquisas como real concorrente à prefeitura da Capital.

Cláudia, inclusive, ainda nem é unanimidade na frente partidária que representa, que vem fazendo reuniões para decidir entre o seu nome e os de Derval de Paiva, do PMDB e Kairo Bernardo, do PHS.

 

 

 

Posted On Domingo, 19 Junho 2016 19:08 Escrito por O Paralelo 13

Veja e Época trazem capas semelhantes e reportagens especiais sobre o avanço da Lava Jato na cúpula do PMDB, inclusive com acusações contra o presidente interino Michel Temer. Istoé traz denúncias exclusivas de que Lula fez lobby para empreiteira OAS

 

VEJA

O país começou a conviver com dois Michel Temer desde a semana passada. O primeiro está promovendo uma agenda positiva na economia, formou uma equipe de excelência comprovada e acaba de apresentar uma proposta de emenda cons­titucional para definir um teto para o crescimento do gasto público. O segundo está agora às voltas com uma acusação dura.

O delator Sérgio Machado, em depoimento aos investigadores da Lava-Jato, disse que o presidente interino lhe pediu 1,5 milhão de reais durante um encontro na Base Aérea de Brasília, em setembro de 2012, para a campanha de Gabriel Chalita, então no PMDB, à prefeitura de São Paulo. O dinheiro foi repassado pela Queiroz Galvão na forma de doação eleitoral, numa tentativa de dar à transação ares de legalidade. Às autoridades, Machado confessou que a verba não tinha origem lícita. Era propina. E Temer, que encomendara a mercadoria, tinha plena consciência disso. A acusação é forte, mas, do ponto de vista jurídico, tende a morrer na praia, já que Temer não pode ser investigado por atos estranhos ao mandato.

O presidente interino estava certo de que teria uma semana positiva. Com pompa e circunstância, apresentaria aos parlamentares, como de fato fez, a proposta do teto. Embalado pela repercussão da iniciativa, faria um pronunciamento em rede de rádio e televisão para exaltar seu governo, sua capacidade de dialogar com o Congresso e sua injeção de ânimo nos agentes econômicos. Um otimismo compartilhado por muitos. Sentindo-se fortalecido, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que analisaria um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que defendera as prisões preventivas dele, do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá, rechaçadas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. O céu parecia clarear para o bom e velho PMDB, finalmente no exercício pleno do poder. Implacável, a Operação Lava-­Jato devolveu os peemedebistas à realidade dos desvios da Petrobras, a estatal que, na definição já nascida imortal de Sérgio Machado, é a "madame mais honesta dos cabarés do Brasil".

A delação de Machado chama atenção pela riqueza de detalhes, como o uso de senhas para impedir que a empreiteira, no papel de corruptor, soubesse a identidade do destinatário final da propina, o corrompido. Ele contou que repassou pelo menos 115 milhões de reais a 23 políticos de oito partidos. O PMDB ficou com 100 milhões de reais, sendo as maiores partes destinadas a Renan (32 milhões), Edison Lobão (24 milhões), Romero Jucá (21 milhões) e José Sarney (18,5 milhões). A maioria dos valores era paga em dinheiro vivo.

Os depoimentos de Machado provocaram uma nova baixa no governo. Apontado como beneficiário de 1,5 milhão de reais em propina levantada na Transpetro, Henrique Eduardo Alves pediu demissão do Ministério do Turismo. Com a decisão, disse que fazia um gesto de grandeza, para não constranger a Presidência interina de seu amigo. Balela. Henrique Alves já era investigado pela Procuradoria-Geral da República sob a suspeita de embolsar propina paga pela OAS. Também foi citado na delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, que coletava propinas para o PMDB da Câmara, do qual Henrique Alves era expoente. Para completar, tramita na Justiça um processo de improbidade administrativa contra o ex-ministro no qual são citadas suas contas na Suíça. Os extratos foram entregues por sua ex-mulher. Temer cobrou explicações sobre essas contas no exterior supostamente abastecidas por meio de transações nebulosas. Recebeu, no dia seguinte, um pedido de demissão de Alves, que admitiu estar à espera de chumbo grosso.

Foi o terceiro ministro de Temer a cair em decorrência da Lava-Jato. Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) foram exonerados depois de ser gravados pelo operante Sérgio Machado maquinando para "estancar a sangria" das investigações.

ÉPOCA

No segundo semestre de 2012, quando se chateava menos com o caráter “decorativo” de sua figura no governo de Dilma Rousseff, o então vice-presidente Michel Temer foi uma ausência notada em Brasília. Apesar de dar expediente às terças, quartas e quintas-feiras no gabinete da Vice-Presidência da República, envolvia-se pouco nos assuntos que preocupavam o Palácio do Planalto. Quando Dilma convocava sua tropa de choque para almoços no Alvorada com o objetivo de discutir as pautas da vez – como o Código Florestal, a CPI de Carlinhos Cachoeira e a crise financeira –, Michel Temer não comparecia. Em alguns casos, nem era convidado; em outros, estava mais ocupado resolvendo pendências do partido que presidia, o PMDB.

Tamanho era o descompasso entre a Presidência e a Vice, entre o PT e o PMDB, que os dois partidos marcharam com candidatos diferentes à prefeitura de São Paulo naquele ano. O PT estava firme em Fernando Haddad, apoiado por Lula, e Michel Temer apostava suas fichas em Gabriel Chalita.

O apoio de Temer a Chalita não se restringia a uma simples chancela partidária. Em parceria com Eduardo Cunha, à época um deputado evangélico bem relacionado, em ascensão hiperbólica no partido, Temer batalhou o apoio evangélico. Prometeu a Chalita que estaria em São Paulo todas as segundas-feiras para participar das reuniões do conselho político que assessorava sua candidatura. Na semana passada, uma delação premiada sugeriu que a dedicação de Temer pode ter sido realmente grande. Em seus depoimentos após o acordo de colaboração com a força-tarefa da Procuradoria-Geral da República encarregada da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, um conviva antigo da cúpula do PMDB, afirmou que Michel Temer pediu a ele que conseguisse doações oficiais para a campanha de Chalita em São Paulo. O encontro, segundo Machado, se deu em uma sala reservada da Base Aérea em Brasília, em setembro de 2012. Machado afirma que todos do PMDB que faziam tais pedidos sabiam que o dinheiro viria das propinas pagas por empresas que mantinham contratos com a Transpetro. Machado afirma ter atendido ao pedido de Temer com uma doação oficial de R$ 1,5 milhão da empreiteira Queiroz Galvão ao Diretório Nacional do PMDB, a ser repassada à campanha de Chalita. Ao tomar consciência da delação, Temer reagiu com indignação. Em nota emitida na quarta-feira, dia 15, Temer disse que, a ser verdadeira a delação de Machado, ele, Temer, não mereceria estar na Presidência da República. Cabe agora a Machado provar o que denunciou – em relação a Temer e a vários outros políticos.

ISTOÉ

A disposição do juiz Sérgio Moro desde a semana passada, o arsenal de provas preparado por agentes federais e investigadores contra o ex-presidente Lula será robustecido em breve pelo que os procuradores da Lava Jato classificam de a “bala de prata” capaz de aniquilar o petista. O tiro de misericórdia – a julgar pelo cardápio de revelações ofertado durante as tratativas para um acordo de delação premiada – será desferido pelo empresário Léo Pinheiro, um dos sócios do grupo OAS. Conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, ao se dispor a desfiar com profusão de detalhes a maneira como se desenvolveram as negociações para as obras e reformas no sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá, tocadas pela OAS, Pinheiro já forneceu antecipadamente algumas das peças restantes do quebra-cabeças montado desde o surgimento das primeiras digitais de Lula no esquema do Petrolão.

Diz respeito às contrapartidas aos favores prestados pela empreiteira ao ex-presidente. De acordo com o relato preliminar de Pinheiro, em troca das obras no sítio e no tríplex do Guarujá, o petista se ofereceu para praticar tráfico de influência em favor da OAS no exterior. A OAS acalentava o desejo de incrementar negócios com o Peru, Chile, Costa Rica, Bolívia, Uruguai e nações africanas. Desenvolto no trânsito com esses países, Lula se prontificou a ajudá-los. Negócio fechado, coube então ao petista escancarar-lhes as portas. Ou, para ser mais preciso, os canteiros de obras. Se até meados de 2008 a OAS engatinhava no mercado internacional, hoje a empresa possui 14 escritórios e toca 20 obras fora do País – boa parte delas conquistada graças às articulações do ex-presidente petista.

 

Tráfico de influência quando praticado por um agente público é crime. Torna-se ainda mais grave quando em troca do auxílio são ofertados favores privados provenientes de uma empresa implicada num dos maiores escândalos de corrupção da história recente do País, o Petrolão. As revelações de Pinheiro, segundo procuradores da Lava Jato, ferem Lula de morte. O empreiteiro planeja deixar claro ainda que Lula é o real proprietário tanto do sítio em Atibaia quanto do tríplex no Guarujá. Assim, o ex-presidente estará a um passo de ser formalmente acusado pelos crimes de ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Um futuro julgamento, provavelmente conduzido pelo juiz Sergio Moro, poderá resultar em condenação superior a dez anos de reclusão.

Nos últimos dias, Lula voltou a entoar como ladainha em procissão a fábula da superioridade moral. Reiterou que “não há ninguém mais honesto” do que ele. Como se vê no desenrolar das negociações para a delação, Pinheiro, simpatizante do PT e com quem Lula viveu uma relação de amizade simbiótica desde os tempos do sindicalismo, o fará descer do pedestal ético erguido por ele próprio com a contribuição dos seus fiéis seguidores. O acordo ainda não está sacramentado, mas flui como mel. Para os investigadores não pairam dúvidas: Pinheiro provará que Lula se beneficiou pessoalmente dos esquemas que fraudaram a Petrobras. Os relatos e documentos apresentados pelo executivo, hoje um dos sócios da OAS, poderão reforçar uma das denúncias contra Lula que a Lava Jato pretende apresentar por crimes relacionados ao Petrolão. Seriam pelo menos três. Já haveria elementos comprobatórios, segundo investigadores, para implicar Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por favores recebidos não só da OAS como da Odebrecht. Resta saber o momento em que as denúncias seriam apresentadas, uma vez que podem resultar numa condenação superior a dez anos de cadeia. Há uma vertente da Lava Jato que prefere aguardar o desfecho da tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Seria uma maneira de evitar uma possível convulsão social no País, antes do desenlace do julgamento tido como crucial para os rumos políticos nacionais. Outro grupo, por ora majoritário, não admite que o critério político prevaleça sobre o técnico. Por isso, Lula anda insone, segundo interlocutores próximos.

 

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), também encaminhou semana passada para o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, apurações envolvendo os ex-ministros Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência), Ideli Salvatti (Direitos Humanos) e Edinho Silva (Comunicação Social) e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Uma das investigações envolvendo Wagner surgiu de depoimento do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que em delação premiada apontou recebimento de propina na Petrobras junto com Gabrielli. O material sobre Ideli Salvatti também é baseado na delação de Cerveró, que apontou que ela usou cargo no governo para renegociar uma dívida de R$ 90 milhões de uma transportadora de Santa Catarina com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Na delação, ele diz que “imagina que a ministra Ideli e outros políticos” receberam propina no negócio. O caso de Edinho Silva é fundamentado na delação do ex-presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa. Aos investigadores, ele narrou encontro em que o ex-ministro teria pressionado por doações para a campanha da presidente afastada Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

Posted On Sábado, 18 Junho 2016 23:10 Escrito por O Paralelo 13
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