Na segunda metade do Século XIX, enquanto importantes municípios do então Norte de Goiás, investiam semestralmente na recontagem de seus escravos, Porto Nacional construía escolas e nelas implantavam inteligentes metodologias pedagógicas, o que resultou neste rico presente que vivenciamos hoje, uma coletividade culta, de ações libertarias e cidadãs, que com muito orgulho empresta filhos seus para prestar expressivos e relevantes serviços em todo território nacional.
Por Edivaldo Rodrigues
Nestas últimas nove décadas e meia foi possível registrar expressivas ações de filhos de Porto Nacional em importantes centros populacionais do Brasil, ondeprofissionais como médicos, pesquisadores, professores universitários, engenheiros, economistas, escritores, poetas, atletas, músicos, e administradores, por suas competências técnicas, elevaram ao alto a capacidade de conhecimento desta secular coletividade.
O mais recente destaque de um portuense em terras distantes é o trabalho social, clínico e cultural de Francisco Aires Gomes, o popular “Chiquinho”, que na adolescência se rebelou contra os costumes e padrões familiares e, trilhando caminhos perigosos, se tornou um dependente químico. Após a retomada da lucidez e de sua reconstrução como cidadão, ele se constituiuum admirado e respeitado administrador do Centro de Recuperação Restaurando Vidas, instituição que este jovem portuense implantouna cidade de Uruçuca, no Sudeste da Bahia, distante 1400 quilômetros de Porto Nacional.
Ali, nos últimos cinco anos, comapoio do comércio e de autoridades governamentais do município e do estado, de alguns empresários e lideranças políticas de Porto Nacional, “Chiquinho” e sua equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogos, psicanalista, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos em enfermagem e terapeutas já trataram mais de três mil pessoas, sendo que deste total cerca de duzentos internos foram buscados em Porto Nacional, quena sua grande maioria aceitaram o tratamento espontaneamente e, em alguns casos, foram internados compulsoriamente, com anuência médica e familiar.
Quebrando estatísticas
Segundo “Chiquinho”, estudos especializados indicam que, em cada 100 internados, semente dois se recuperam totalmente, mas o Centro de Recuperação Resgatando Vidas está quebrando estas estatísticas, elevando estes números para cerca de 30 a quarenta por cento de recuperados. “Isso somente está sendo possível graças a nossa metodologia, aplicada através das nossas palestras, todas voltadas para o espirito, a alma das pessoas, fortalecendo assim a fé e a crença na bondade de Deus. Além disso, são usadosmedicamentos específicos, como também terapias ocupacionais com o oferecimento de vários cursos profissionalizantes, dentre eles de artesanato, eletrificação rural, orticultura, inseminação e manejo com o cacau”, destacou ele, dizendo ainda: “Várias instituições governamentais do Governo Baiano da Prefeitura Municipal nos dá suporte nestes cursos, além de contarmos também com a atuação diuturnamente dos dirigentes dos Alcóolicos Anônimos e do Narcóticos Anônimos, e do trabalho voluntário de expressivos profissionais das áreas de saúde e ação social”, pontuou.
“Chiquinho” disse ainda à nossa reportagem que, o Centro de Recuperação Resgatando Vidas é uma instituição filantrópica, e por isso sem fins lucrativos, que sobrevive da ajuda de voluntários e de algumas contribuições financeiras de familiares dos internos. “No momento estamos passando por muitas dificuldades e por isso venho a publico pedir uma maior participação de todos, pois a nossa intenção e resgatar estas pessoas do mundo das drogas e do álcool e devolvê-las à sociedade, reintegrá-las ao universo profissional, dando-lhes o certificado da cidadania”, destacou ele, pedindo em seguida: “Espero que com esta reportagem, que está levando para o Brasil o nosso trabalho, muitas pessoas se sensibilizem e assim venham se unir a nosso grupo na busca de promover dignidade a nossos irmãos, que estão necessitados de ajuda espiritual e médica”, lembrou.
Gente de bom coração
Para “Chiquinho”, não havia a menor possibilidade de sucesso do Centro de Recuperação Resgatando Vida sem a participação de respeitadas instituiçõesdo Governo Baiano, da Prefeitura Municipal, da sociedade e de comerciantes da acolhedora cidade de Uruçuca, como também de lideranças politicas e empresariais de Porto Nacional. “Meu povo portuense tem um grande coração. É por isso que estamos trabalhando para devolver nossos irmãos aqui internados em condições de trabalhar, de ser um cidadão com dignidade. Isso somente esta sendo possível graças a pessoas como Diomedinho, Márcia Mascarenhas, Wiliam Pinheiro, Pastor Giuliano, Augusto Catatau, José Wilson Aires, Thiago do Sacolão Promoção, Fernando da Padaria Padre Luso, Igreja Nova Aliança, de Palmas, o deputado Toinho Andrade e o ex-prefeito Otoniel Andrade. Otoniel Andrade é um exemplo de cidadania. Este sim é um verdadeiro colaborador, que durante seus quatro anos de mandato, mensamente contribuía significativamente com nosso trabalho, inclusive empregando na prefeitura os recuperados. Um verdadeiro líder, ciente de suas obrigações. Agradeço a todos, do fundo do coração”, finalizou.
A solenidade de condecoração e lançamento do Portal da PM ocorreu no auditório do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins (QCG/PMTO)
Por Cláudio Paixão
A governadora em exercício, Claudia Lelis, recebeu na tarde desta quinta-feira, 21, a Medalha Tiradentes, honraria concedida, anualmente, a autoridades civis, militares e eclesiásticas, que tenham prestado relevantes serviços ao Estado ou, em especial, à Corporação ou a interesse desta. Na ocasião, também foi lançado o Portal da Polícia Militar, site que gerencia informações tanto pessoais quanto institucionais dos militares. A solenidade ocorreu no auditório do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins (QCG/PMTO)
"Receber essa honraria me enche de orgulho e aumenta a minha responsabilidade. Pois, quando recebemos uma honraria como essa, precisamos também redobrar nossa atenção e esforços para garantir que a Polícia Militar tenha cada dia mais condições de prestar os seus serviços para nossa população. Parabenizo cada membro dessa corporação pelo belíssimo trabalho desempenhado", destacou Claudia Lelis.
A Medalha Tiradentes é entregue no dia 21 de abril, dia do Tiradentes, patrono das Polícias Militares do Brasil. Este ano, Claudia Lelis estava entre as 87 pessoas e autoridades civis homenageadas, mas, na data, estava em outro compromisso.
Portal PM
O Portal da PM faz parte de um plano de trabalho da gestão, que busca aplicar a inovação tecnológica e a usabilidade para manter a transparência, a acessibilidade e a atualidade de informações, que poderão ser acessadas pelos militares, por meio da criação de um perfil na Assessoria Técnica de Informática e Telecomunicações (ATIT)
O comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel Glauber de Oliveira Santos, destacou que a iniciativa faz parte do projeto de gestão da corporação em favor dos servidores e da comunidade. "Gestão voltada para a satisfação dos valores sociais. Podemos ter os melhores equipamentos do mundo, mas é com o militar estando bem que alcançaremos os melhores resultados com o nosso trabalho", garantiu.
O Portal da PM foi desenvolvido pela ATIT, sendo a equipe de técnicos composta por policiais militares. A plataforma poderá ser acessada por meio do site da PM (http://www.pm.to.gov.br/), que inclusive, futuramente irá substituir a intranet, uma vez que condensará todos os dados acerca do efetivo policial.
Além do Portal da PM, os policiais militares poderão fazer o download do aplicativo no Google Play. "Procuramos, com esse portal, facilitar o trabalho de gestão da Polícia Militar. Podemos dizer que o Portal é uma espécie de RH eletrônico", destacou o capitão Gildásio Aires, coordenador de Desenvolvimento de TI, da ATIT.
Defesa do petista sustentava falta de isenção de Moro para julgar processos contra o ex-presidente. Ministro Felix Fischer mandou arquivar representação
Por Ivan Richard Esposito/ABr
O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou hoje (21) pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o juiz federal Sérgio Moro seja considerado suspeito para julgá-lo em casos envolvendo a Operação Lava Jato. Essa é a segunda vez que Fischer nega esse tipo de pedido formulado pelos advogados do petista.
Em agosto, o ministro já havia indeferido habeas corpus protocolado pela defesa de Lula que alegava parcialidade do juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos decorrentes da Lava Jato na primeira instância. Na ocasião, o ministro argumentou que o meio processual escolhido, um habeas corpus, não é adequado para solicitar a suspeição.
Ao negar o recurso nesta quinta-feira, o ministro do STJ argumentou que a análise de eventual configuração sobre a suspeição do magistrado dependeria do reexame dos elementos de prova, o que iria de encontro aos termos da Súmula 7 do tribunal.
“Na hipótese, entender de modo contrário ao estabelecido pelo tribunal a quo, como pretende o recorrente, implicaria o revolvimento do material fático-probatório, inviável nesta seara recursal, e não somente discutir a violação à lei federal e aos tratados internacionais referentes à imparcialidade do juiz”, concluiu o ministro ao manter a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Anteriormente, o pedido de suspeição de Moro feito pela defesa de Lula foi rejeitado pelo TRF4. Na decisão, o tribunal entendeu que eventuais manifestações do magistrado em textos jurídicos ou palestras de natureza acadêmica sobre corrupção não levariam ao reconhecimento de sua suspeição para julgar os respectivos procedimentos.
Defesa
Em nota, os advogados do ex-presidente informaram que vão recorrer da decisão ao plenário do STJ. “Vamos recorrer para que o colegiado analise o tema da suspeição, tal como opinou o Ministério Público Federal em parecer emitido nos autos", diz o documento.
Retomadas em agosto, as obras de pavimentação das quadras 307, 309 e 407, em Palmas, também foram vistoriadas pela governadora em exercício
Por Jarbas Coutinho
A visita da governadora em exercício Claudia Lelis, na manhã desta quinta-feira, 21, marcou a retomada das obras das 260 unidades habitacionais do Programa Pró Moradia na T-23, no Jardim Taquari. A construção das unidades habitacionais estava parada desde o ano passado, quando famílias invadiram o conjunto e, posteriormente, depredaram as moradias. Ainda pela manhã, a governadora vistoriou as obras de pavimentação asfáltica das quadras 307, 309 e 407 Sul, em Palmas.
A partir de agora, a empresa contratada assume as unidades habitacionais da T-23 e o primeiro passo será realizar um levantamento sistemático de todos os danos provocados nas casas. “A partir desse levantamento, vamos montar o canteiro de obras e toda a infraestrutura necessária para a sua retomada”, explicou a advogada representante da empresa, Sheila Morgante, adiantando que a expectativa é entregar as primeiras 180 unidades até julho do próximo ano.
Claudia Lelis avaliou como bastante positivo esse momento que marca a retomada dessas obras de grande alcance social e que, segundo ela, promove também maior segurança no local. “Tão logo seja realizado esse levantamento predial e o recálculo das obras necessárias para corrigir os danos serão reiniciadas as obras, que são prioridades e um compromisso do Governo do Estado com o Jardim Taquari, a exemplo da regularização fundiária, realizada recentemente pela atual gestão”, informou.
O secretário interino da pasta da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Geferson Barros, destacou que o primeiro passo, a partir agora, é cobrar celeridade da empresa nesse levantamento de dados sobre os danos ocorridos. “Essa avaliação é primordial para que possamos dar andamento aos pagamentos e iniciarmos as obras o mais rápido possível”, afirmou.
Pavimentação
As obras de pavimentação das quadras 307, 309 e 407 Sul foram retomadas em agosto e a expectativa do Governo é de que sejam todas concluídas em novembro deste ano. “São obras importantes, que representam qualidade de vida para as pessoas e vão promover um salto imobiliário em toda a região. Daí, a necessidade da empresa imprimir um ritmo bastante acelerado para garantirmos a entrega o mais rápido possível”, cobrou a governadora.
O engenheiro da empresa responsável pelas obras, Diego Henrique Rodrigues, explicou que o asfalto das três quadras já foi concluído e resta apenas a pavimentação das avenidas. “A nossa expectativa é de concluir essas obras de pavimentação em até 40 dias e até o final de novembro, meio-fio e calçadas também serão entregues”, assegurou.
Na sentença, Cabral é descrito como "idealizador do gigante esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Governo do Estado do R io de Janeiro
Com Agência Brasil
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Cabral e mais 11 pessoas, incluindo sua mulher, Adriana Ancelmo, foram condenados na sentença final da Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato, proferida nesta quarta-feira (20), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Adriana Ancelmo foi condenada a 18 anos e três meses de reclusão por lavagem de dinheiro e participar de organização criminosa; Wilson Carlos, secretário de Cabral, a 34 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Hudson Braga foi condenado a 27 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Carlos Miranda foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa; Luiz Carlos Bezerra, a seis anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e participar de organização criminosa e Wagner Jordão Garcia, a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Paulo Fernandes Pinto Gonçalves foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa; José Orlando Rabelo, a quatro anos e um mês de prisão por organização criminosa; Luiz Paulo Reis, a cinco anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro e Carlos Jardim Borges a cinco anos e três meses de prisão por lavagem de dinheiro.
Luiz Alexandre Igayara foi condenado a seis anos de prisão por crime de lavagem de dinheiro, mas será beneficiado por ter feito delação premiada e teve a pena convertida em regime semi-aberto e prestação de serviços.
Líder
Na sentença, Bretas explica que considerou como agravante o fato de Cabral ter sido o líder da organização criminosa. “Principal idealizador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos, o condenado Sergio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro. Vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extrema”, escreveu Bretas.
Sobre Adriana Ancelmo, o juiz determinou que ela cumpra sua pena em regime inicial fechado. Atualmente, ela está cumprindo prisão preventiva domiciliar, em seu apartamento no Leblon, zona sul carioca, mas como a legislação possibilita apelação em liberdade até condenação em segunda instância, ela deverá permanecer em seu imóvel até decisão colegiada. Bretas considerou, na sentença, que Adriana Ancelmo foi mentora dos esquemas ilícitos, ao lado do marido.
“Foi também diretamente beneficiada com as muitas práticas criminosas reveladas nestes autos. Ao lado de seu marido, usufruiu como poucas pessoas no mundo, os prazeres e excentricidades que o dinheiro pode proporcionar, quase sempre a partir dos recebimentos que recebeu por contratos fraudulentos celebrados por seu escritório de advocacia, com o fim de propiciar que a organização criminosa que integrava promovesse a lavagem de capitais que, em sua origem, eram frutos de negócios espúrios.”
Na sentença, Bretas reafirma a necessidade de manutenção da prisão preventiva de Cabral, Wilson Carlos, Hudson Braga e Carlos Miranda, assim como o recolhimento domiciliar de Adriana Ancelmo. Porém, revoga a prisão preventiva e demais medidas cautelares de Luiz Carlos Bezerra, José Orlando Rabelo, Wagner Jordão Garcia, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, por não vislumbrar que perduram os requisitos das medidas e eles vão recorrer à segunda instância em liberdade. "Expeçam-se os respectivos alvarás de soltura", determinou.
Outro lado
O advogado Rodrigo Roca, que representa Cabral, divulgou vídeo em que classifica a sentença como uma violência ao estado democrático de direito. “Só reforça a arguição de suspeição que nós fizemos contra o juiz que a prolatou. A condenação do governador pelo juiz Marcelo Bretas era um fato, era esperada, todo mundo sabia disso”, disse Roca, adiantando que vai apelar à instância superior.
A defesa de Adriana Ancelmo informou que ainda estava tomando ciência da sentença. Os advogados dos demais condenados não foram localizados pela reportagem. Todos os condenados foram arrolados na Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que investigou a relação entre o poder político no governo Cabral e empresas prestadoras de serviços, fornecedoras de produtos e empreiteiras responsáveis por grandes obras, principalmente para a Copa de 2014.