País passa por economia em crise e ecos de gestões anteriores de Cristina Kirchner
Por: Marina Guimarães e Bruno Viterbo
O atentado à vice-presidente Cristina Kirchner ocorre em meio a uma situação polarizada na Argentina, disputas internas dentro do partido e inflação galopante, a 70%. O ataque é considerado o pior da história do país e o primeiro da era democrática, causando comoção na população.
Antes, o ex-presidente Raul Alfonsín sofreu três tentativas de assassinato, uma delas de forma semelhante à de Kirchner, mas nenhuma com a magnitude e potencial tragédia que ocorreria com a atual vice e que já foi presidente por dois mandatos.
A motivação do atentado perpetrado por Fernando André Sabag Montiel na noite de 5ª feira (1.set) ainda é desconhecida e nenhuma hipótese é descartada. A Argentina vive um momento de polarização, além de divisão interna entre o presidente Alberto Fernandez e Kirchner, com disputas de poder e desacordos públicos sobre questões econômicas. Cristina é popular no país vizinho e fez com que a corrente inclinada à esquerda voltasse a ocupar a Casa Rosada em 2019, após a derrota do direitista Maurício Macri.
Em um clima de disputa de narrativas, a oposição ao governo de Fernandez e Kirchner criticou o presidente por ter decretado feriado na 6ª feira (2.set) ao invés de exigir uma "exaustiva investigação", algo que já está em curso. O presidente afirmou que o feriado seja destinado à população se "manifestar em paz para repudiar a tentativa de assassinato".
Cristina Kirchner, com gestões populares e controversas, enfrenta ações na Justiça, jogando mais tensão no cenário político. No último dia 22.ago, um promotor público pediu 12 anos de prisão por obras públicas com suspeitas de corrupção quando Cristina era presidente. Desde então, kirchneristas e apoiadores ficam em vigília na porta da casa da política, para defendê-la de perseguidores ou alguma efetiva condenação judicial.
O atentado também chegou a render comparações de analistas e líderes de opinião com o corrido com o então candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro, em 2018, quando foi atingido por uma facada em Juiz de Fora (MG). Pessoas anti-kirchneristas levantam suspeitas de que o atentado foi uma armação.
Apesar de as imagens registradas no momento do atentado dão a entender que Cristina se assustou com a tentativa do disparo, a vice-presidente estava autografando um livro, quando o objeto caiu e a política levou as mãos à cabeça. Nesse mesmo instante, o criminoso apontou a arma, falhando o disparo. Kirchner só ficou sabendo que foi alvo de um atentado após a situação.
Pesquisa contratada pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) divulgada nesta quinta-feira, 1º de setembro, mostra que Professora Dorinha (UB/TO) lidera em todos os cenários para a eleição para o Senado Federal. Neste sentido, levando em consideração os votos válidos, Dorinha seria eleita Senadora pelo Tocantins com 33%, confirmando a preferência do eleitor.
Da Assessoria
Na pesquisa estimulada, Dorinha tem 23% das intenções de voto para o Senado, seguida de Kátia Abreu, depois por Carlos Amastha e Mauro Carlesse com 8% cada, Ataídes Oliveira com 6%, Vilela com 2%, e Pastor Claudemir 1%. Os demais candidatos não pontuaram. Branco e Nulo somam 5%. Não sabem 21% e não responderam 6%.
Dorinha também lidera a pesquisa espontânea, tendo 20% das intenções de voto para o Senado.
Na disputa pelo Governo do Estado, o governador Wanderlei Barbosa também lidera a pesquisa e venceria já no primeiro turno. Conforme o levantamento, o governador Wanderlei aparece na pesquisa estimulada com 42% das intenções de voto. Considerando apenas os votos válidos, Wanderlei venceria no primeiro turno com 55% dos votos.
Rejeição ao Senado
A mais rejeitada é Kátia Abreu, com 17%, seguida de Mauro Carlesse, com 13%, Carlos Amastha tem 4%, Vilela do PT 3%, Lúcia Viana 2%, Pastor Claudemir, Ataídes Oliveira, Lázaro Castro e Vanderlan Gomes possuem 1% cada. Rejeitam todos/nenhum 5%. Não sabem 34% e não responderam 15%.
Professora Dorinha tem um dos menores índices de rejeição, segundo a pesquisa FIETO/Vetor, com apenas 3%. O que mostra o reconhecimento e o respeito do eleitor com o trabalho realizado por Dorinha.
A pesquisa FIETO foi realizada pelo Instituto Vetor entre os dias 27 e 30 de agosto, com 1020 entrevistas. A margem de erro é de aproximadamente 3% para mais ou para menos, com 95% de margem de confiança. O registro da pesquisa foi feito no Tribunal Regional Eleitoral (TO - 04812/2022 – Governador/Senador).
Por Edson Rodrigues
Os números apresentados na pesquisa FIETO/Vetor para o senado precisam, ainda, ser analisados mais profundamente. O alto número de indecisos (37%), se comparados aos resultados trazidos pelos demais levantamentos de outros institutos, levam a um quadro quase de empate técnico entre Dorinha Seabra e Kátia Abreu, mas deixa, também, margem para um crescimento significativo das demais candidaturas.
Com números assim, é preciso que se avalie o potencial de cada um dos candidatos que pontuaram em conquistar o voto dos indecisos, assim como se há viés de alta ou de baixa entra as duas candidatas que aparecem à frente.
Apenas divulgar os números em fazer essa análise seria quase uma leviandade por parte de O paralelo 13, por isso achamos por bem consultar os principais analistas políticos e nossos colaboradores, para trazer um quadro mais claro e palpável da disputa pela única vaga para o Senado Federal, em que, até agora, ninguém pode se considerar eleito, muito menos derrotado.
Assim como os candidatos ao governo, os candidatos ao Senado têm mais 30 decisivos dias para corrigir, alinhar e aprumar suas campanhas, de acordo com os que as pesquisas estão apresentando.
Nesta segunda-feira, dia cinco de setembro, nosso Observatório Político trará essa análise com dados e argumentos reforçados, decifrando para os nossos leitores como se apresenta o real quadro pela disputa pelo Senado.
Aguardem!
Ronaldo Dimas, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto apresentadas até agora, tem os próximos 30 dias para reverter esse panorama negativo ou, pelo menos, diminuir a diferença para Wanderlei Barbosa, que lidera em todo os cenários, para forçar um segundo turno.
Por Edson Rodrigues
Os programas do Horário Obrigatório de Rádio e TV podem ser o caminho para que o ex-prefeito de Araguaína mostre todo o seu know how de gestor, que lhe valeu o título de um dos melhores prefeitos da história da Capital do Boi Gordo, assim como diminuir a sensação de que ele, Dimas, impôs sua candidatura ao grupo político do qual faz parte, coordenado pelo senador Eduardo Gomes, antes da hora.
Dimas terá 30 dias para demonstrar todo o seu potencial, suas propostas, suas ideias e a forma com que tentará adaptar para o Estado do Tocantins o modelo de gestão que o levou a fazer de Araguaína uma cidade de economia pujante e em desenvolvimento contínuo, com a atração de grandes empresas e um comércio aquecido.
O grande problema de Dimas foi que, nestes quase um ano e meio como pré-candidato ao governo – ele foi o primeiro dos atuais postulante a se declarar candidato ao Palácio Araguaia – ele não deu a devida atenção à publicidade de seus atos, em tornar conhecidas, fora da região Norte do Tocantins, tudo o que fez de bom para a população local, mesmo estando próximo aos melhores publicitários do Estado.
Faltou a Dimas investimento financeiro em publicidade, uma maior proximidade com as redações dos veículos de comunicação tradicionais do Tocantins e uma sensibilidade midiática que o colocasse na evidência que sua gestão em Araguaína lhe proporcionou.
Essa falha, essa falta de timming publicitário, pode estar, hoje, cobrando seu preço de forma amarga para a concretização dos seus planos de se tornar governador.
Mas, como em política nada é exato, como já cansamos de afirmar, os próximos 30 dias podem ser o mês da redenção de Ronaldo Dimas, o mês em que sua comunicação irá focar em mostrar seus feitos, suas qualidades e sua capacidade gestora, e reverter a diferença negativa em relação à candidatura de Wanderlei Barbosa. Afinal, é só na política que se consegue fazer “elefante voar”
Ou não.
ESFORÇOS CONCENTRADOS
A partir de amanhã à noite, mais precisamente às 19h, com a inauguração do comitê central da candidatura de Ronaldo Dimas ao governo do Estado, na avenida JK Norte, com a presença de diversos candidatos a deputado estadual, federal e do líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes, coordenador político da campanha de Dimas, a palavra de ordem no grupo político é “fazer campanha 24 horas por dia”.
General do Exército, Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro
Nos bastidores da política tocantinense, já corre a notícia da vinda à Palmas do ministro da economia, Paulo Guedes e do vice-presidente da república, General do Exército, Braga Netto, que irão prestigiar a campanha de Dimas, aliado do presidente Jair Bolsonaro, além da vinda do próprio presidente Jair Bolsonaro, com a possibilidade da realização de uma ou duas motociatas, em regiões diferentes do Estado, para demonstrar não só que Eduardo Gomes tem muito prestígio no governo federal e que a eleição de Ronaldo Dimas significa um caminho aberto para os investimentos e ações do governo federal no Tocantins.
MOURÃO E IRAJÁ
Enquanto isso, os dois outros candidatos ao governo do Estado, Paulo Mourão, pelo PT, e Irajá Abreu, pelo PSD, oscilam entre os 5% e 7%, tecnicamente empatados, devem intensificar suas ações de campanha.
Paulo Mourão aguarda a confirmação da vinda do candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda líder nas pesquisas, mas com a luz de alerta acesa com o crescimento da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro que, em algumas pesquisas, já aparece empatado tecnicamente, apontando para um segundo turno entre os dois. Resta saber se Lula irá se preocupar com as províncias e, desta forma, tentar alavancar a campanha de Paulo Mourão, que até agora, não decolou, ou irá cuidar apenas do seu projeto de poder.
Já o senador Irajá Abreu terá 30 dias cruciais para tentar o crescimento de sua candidatura e sair da “zona neutra”, daqueles que não farão nenhuma diferença na eleição, nem com condições de ser eleito nem com condições de apoiar alguma candidatura se houver um segundo turno.
Enquanto isso, sua assessoria de comunicação vem divulgando reuniões e mais reuniões com prefeitos, cerca de 50 deles, sem dar nome nem municípios, muito menos fotos desses encontros.
POSSIBILIDADES
A verdade é que ainda há tempo para que todo o quadro sucessório demonstrado pelas pesquisas atuais se modifique, não de forma drástica, mas de forma a abrir novas possibilidades para todos os candidatos ao governo, se aproximando da real possibilidade de um segundo turno para o governo do Estado.
As próximas pesquisas, a partir do dia 15 de setembro, trarão os reflexos das inserções do Horário Obrigatório de Rádio e TV, com dados e números novos, apontando para um desfecho diferente do que hoje está apresentado.
Serão mais 15 dias de campanha nas ruas e 15 dias de candidatos mostrando seus rostos, projetos e ideias no Rádio e na TV, aparecendo até para os eleitores que estão desinteressados ou desmotivados com o processo eleitoral. Sem contar com a chegada dos recursos do Fundo Eleitoral, que impulsionam os trabalhos de marketing e permitem a realização de eventos, como comícios, carreatas e reuniões.
O resultado disso será auferido nas próximas pesquisas e, apenas após esses novos números, esses novos levantamentos, e que os destinos de cada candidatura poderão ser analisados, comparados e avaliados, para que se possa traçar um prognóstico mais certeiro sobre o futuro político do Tocantins e dos políticos tocantinenses.
O jogo está sendo jogado, e o Observatório Político de O Paralelo 13 está de olho.
Vamos aguardar!
A polícia argentina prendeu na noite desta quinta-feira (1º) um homem que aparentemente tentou disparar uma arma contra a vice-presidente Cristina Kirchner quando ela chegava em casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
Por Sylvia Colombo - UOL
A polícia o identificou como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos com antecedentes criminais —em março de 2021 ele tinha sido detido portando uma faca de 35 centímetros, no bairro de La Paternal, onde supostamente morava.
Canais de TV captaram as imagens de quando a ex-presidente deixava seu carro, rodeada por uma multidão de apoiadores. Em determinado momento, ela abaixa a cabeça quando alguém com o que parece ser uma pistola se aproxima a menos de 1 metro dela. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento de diversos ângulos, inclusive de frente para a política.
O ministro da Segurança da Argentina, Aníbal Fernández, disse que o homem estava armado com uma pistola 3.8 e que ele teria tentado puxar o gatilho, sem sucesso. Segundo noticiou a emissora C5N, a arma teria falhado.
Mais tarde, o presidente Alberto Fernández fez um pronunciamento no qual atribuiu o caso a discursos de ódio, dizendo que eles engendram violência. "Esse caso tem gravidade institucional. Atentou-se contra nossa vice-presidente e nossa paz social foi alterada. Afeta nossa democracia, nossa convivência sofre as consequências dos discursos de ódio", afirmou.
O político chamou o ataque de fato mais grave desde a recuperação da democracia argentina. "A arma com cinco balas não disparou apesar de ter sido acionado o gatilho. Graças a isso Cristina continua com vida. Convoco a todos os argentinos a rejeitar qualquer forma de violência." Fernández determinou feriado nacional nesta sexta-feira (2) para que o povo "possa se solidarizar" com a vice-presidente.
Partidas de futebol e sessões do Parlamento foram suspensas.
Momentos depois do ataque, a oposição divulgou um comunicado pedindo uma investigação urgente e condenando o que chamou de ato de violência. Senadores e deputados se reuniram no Parlamento para fazer uma foto unindo nomes peronistas e da oposição prestando solidariedade a Cristina —que, por seu cargo no governo, atua como presidente do Senado também.
Alguns opositores, porém, encontraram espaço para fazer ressalvar à reação de Fernández. "O presidente brinca com fogo. Em vez de investigar seriamente um caso grave, acusa a oposição e a imprensa e decreta um feriado para mobilizar militantes. Converte uma violência pessoal em jogada política. Lamentável", tuitou Patricia Bullrich, líder do partido PRO.
A militância ligada ao peronismo fez convocações para que apoiadores voltassem a se reunir em frente ao prédio da vice-presidente e marcaram um ato para a tarde desta sexta (2) em Buenos Aires. O peronismo enfrenta uma grave crise de popularidade, com o governo rachado entre o presidente e sua vice.
Políticos no Brasil e na América do Sul também se manifestaram. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tuitou que Cristina Kirchner foi "vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade". O ex-presidente argentino Mauricio Macri chamou o caso de gravíssimo incidente, que "exige um esclarecimento imediato e profundo por parte da Justiça e das forças de segurança".
Segundo a imprensa argentina, o homem que tentou disparar contra Cristina usava touca e máscara e, por isso, teria chamado a atenção da multidão ao sair correndo depois do ataque. Boletim da polícia informou que cinco pessoas teriam seguido atrás dele, permitido aos agentes o identificarem como autor do ataque. A pistola teria sido encontrada na calçada.
De acordo com o jornal Clarín, sua passagem pela polícia se deu quando ele foi interceptado por dirigir sem a placa traseira do carro —ele afirmou às autoridades que ela havia caído dias antes por causa de um acidente. Os agentes pediram então que ele saísse do veículo e, quando a porta do carro se abriu, uma faca de 35 centímetros de comprimento caiu no chão.
O brasileiro afirmou então que usava o objeto para se defender e terminou autuado pelo porte de arma. Segundo registros comerciais encontrados pelo mesmo jornal, ele atuaria como motorista de aplicativo e tinha um Chevrolet Prisma em seu nome.
Há mais de uma semana, a residência de Cristina na Recoleta se transformou em ponto de encontro de manifestantes pró e contra a ex-mandatária. Os protestos começaram quando o promotor Diego Luciani pediu uma pena de prisão de 12 anos para a política, que é acusada de chefiar um esquema de associação ilícita e fraude ao Estado no período em que foi presidente (2007-2015).
Luciani também solicitou que Cristina seja inabilitada a concorrer a cargos públicos para o resto da vida e que sejam devolvidos aos cofres públicos 5,3 bilhões de pesos (R$ 200 milhões).
"Estão esperando que matem a um peronista", havia dito na tarde desta quinta o filho de Cristina, Máximo Kirchner, referindo-se ao fato de a polícia da cidade de Buenos Aires, governada pela oposição, ter abandonado a vigilância do local depois dos incidentes da noite do último sábado (27).
Um grupo de militantes do movimento La Cámpora estourou fogos de artifício e derrubou barreiras que haviam sido colocadas pelo governo para, segundo a versão oficial, impedir o trânsito de veículos e "respeitar os vizinhos, que não dormem há dias". O argumento foi lido por apoiadores de Cristina como provocação.
Houve tumulto quando os manifestantes encontraram os agentes de segurança, que reprimiram o ato com jatos de água e gás lacrimogêneo. Duas pessoas foram presas e sete policiais ficaram feridos, segundo a agência Reuters.
Ao fim da confusão, Fernández escreveu no Twitter que a operação policial, "longe de contribuir para a tranquilidade, gerou um clima de insegurança e intimidação". Já o ex-presidente Mauricio Macri culpou Cristina pelo tumulto.
Além de enfrentar problemas na Justiça, a vice-presidente passa por uma crise dentro do governo, travando uma disputa por espaço com Alberto Fernández, que sofre com a baixa popularidade. No mês passado, a gestão criou um "superministério" da Economia, atribuído a Sergio Massa, com a missão de tirar o país da crise financeira —que envolve uma inflação que pode chegar a 90% ao ano e a disparada do dólar no mercado paralelo.