O ex-presidente Lula deu indícios nesta quarta-feira 15 do discurso que deve adotar na campanha da eleição de 2022 quando for questionado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-juiz Sergio Moro sobre a corrupção nos governos do PT.
Com Metrópoles
Em entrevista à Rádio Clube de Blumenau, em Santa Catarina, o petista primeiro comparou as denúncias do tempo do mensalão às mais recentes, que envolvem o orçamento secreto.
É uma vergonha o que está acontecendo. São 20 bilhões [de reais] para comprar voto de deputado. Isso nunca aconteceu. Isso sim é corrupção”, afirmou o ex-presidente.
Na conversa, ele ainda citou os avanços que atribui aos governos do PT. “Todos os mecanismos de combate à corrupção foram criados no nosso governo. O Portal da Transparência é elogiado no mundo inteiro. A Lei de Acesso à Informação, a Lei da delação premiada, a preparação da PF, a independência do Ministério Público e o investimento na inteligência”, avaliou Lula.
Na conversa, o petista ainda relembrou outros supostos casos de desvio de dinheiro público durante o governo atual. “Bolsonaro protege os filhos e o chefe das rachadinhas. O Queiroz até hoje não foi prestar depoimento. O filho dele não foi prestar depoimento. O Pazuello na saúde montou uma quadrilha para comprar vacina. É só pegar o relatório da CPI da Covid”, citou o ex-presidente.
Já em relação a Moro, que o condenou na Lava Jato, Lula voltou a dizer que foi vítima de mentiras do hoje pré-candidato à Presidência
Presidência
“Se protegido com um a toga ele mentiu, eu fico imaginando o que ele pode fazer na campanha”, declarou. “Desmentimos esse deus de barro e vai ficar mais claro ainda na campanha. Quero saber se ele tem estrutura para aguentar uma campanha”, acrescentou.
Ainda sobre a operação, Lula disse que o PT fez um mea-culpa ao deixar a investigação acontecer.
“Não houve um gesto da Dilma para impedir a investigação [da Lava Jato] A melhor forma para se combater corrupção é deixar investigar”, afirmou. “Os diretores da Petrobras tinham mais de 30 anos de empresa, não foram indicação. No Brasil houve uma tomada de decisão de punir a empresa e os trabalhadores em benefícios de multinacionais”, disse.
O presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE) diz ter "absoluta certeza" de que a operação da Polícia Federal em sua residência e de seus irmãos Lucio e Cid Gomes teve a influência do presidente Jair Bolsonaro.
Monica Bergamo - Folha S Paulo
"Eu tenho absoluta segurança de que é ordem de Bolsonaro, tal a violência e arbitrariedade", afirmou ele à coluna.
A Polícia Federal deflagrou operação na manhã desta quarta (15) contra supostos desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, no Ceará.
A PF cumpre 14 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça.
De acordo com Ciro Gomes, a origem do inquérito é uma delação premiada de "uma pessoa que diz na própria delação que nunca falou comigo".
A colaboração foi feita por um executivo de uma empreiteira, a Galvão Engenharia, que participou de concorrência para reformar o estádio do Castelão, que sediou partidas da Copa do Mundo.
Ciro afirma que a concorrência foi vencida por quem ofereceu o menor preço. "Soube agora por meus advogados que o custo do assento do Castelão foi o mais barato do mundo desde 2002, de todas as Copas do Mundo. Pode investigar isso", afirma ele.
Ele afirma ainda que foi arrolado como agente público, sendo que não exerce cargos públicos desde 2010, quando cumpriu mandato de deputado federal.
"É completamente aberrante e calunioso. Vou processar todos os envolvidos", afirma ele.
Nas redes sociais, Ciro afirmou: "Até esta manhã eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade."
Segundo Ciro, a operação "tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos" à sua pré-candidatura à Presidência. "O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim."
"O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco", seguiu Ciro pelas redes sociais.
"O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo."
"Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionado com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que nunca me encontrou. Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção", disse Ciro.
Por 3 votos a 1, Segunda Turma entendeu que competência não era da Justiça Federal porque não há conexão entre operações da Lava Jato. Caso será enviado à Justiça Estadual do Rio
Por Rayssa Motta
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta terça-feira, 14, a competência da Justiça do Estado do Rio de Janeiro para processar e julgar o empresário Jacob Barata Filho, o 'Rei do Ônibus', e o ex-governador Sérgio Cabral na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato fluminense que investigou suspeitas de propinas de donos de empresas de transportes.
A decisão impõe mais uma derrota ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelos processos derivados da Lava Jato Rio. Na semana passada, os ministros também tiraram de seu guarda-chuva as ações penais derivadas da Operação Fatura Exposta.
Barata Filho e Cabral foram denunciados pelo Ministério Público Federal e condenados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A acusação diz que empresários teriam oferecido vantagem indevida ao então governador em troca de benefícios ao setor de transportes. A investigação teve como ponto de partida a delação premiada de Álvaro Novis, apontado como operador financeiro do ex-governador.
O ministro Gilmar Mendes, relator do habeas corpus movido pela defesa do empresário, observou que o fato de a investigação ter sido conduzida pela força-tarefa da Lava Jato, por si só, não atrai a competência para a 7.ª Vara Federal.
Em sua avaliação, a investigação não tem conexão probatória com outros processos da Lava Jato no Rio e não envolve recursos da União, por isso não deveria ficar na Justiça Federal.
O entendimento foi seguido pelos ministros Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. O ministro Edson Fachin ficou isolado na divergência. Ele viu ligação com a Operação Calicute.
Com a decisão da Segunda Turma, a ação penal será redistribuída livremente na Justiça Estadual do Rio de Janeiro e caberá ao juiz natural deliberar se confirma ou não os atos decisórios proferidos até o momento.
Presidente do STF, Luiz Fux exigirá teste de Covid para qualquer pessoa que tente acessar o STF; Jair Bolsonaro diz que não se vacinou
Por Guilherme Amado
O presidente do STF, Luiz Fux, não deixará Jair Bolsonaro entrar no tribunal para a posse de André Mendonça, na próxima quinta-feira (16/12), sem apresentar o teste PCR ou o comprovante de vacinação contra a Covid. A exigência valerá para qualquer pessoa que tente acessar o prédio do Supremo.
Dois anos após o início da pandemia, que matou 616 mil brasileiros, Bolsonaro diz que não se vacinou e segue contrariando recomendações sanitárias. Se de fato optou por fazer o teste PCR para acompanhar a posse de seu ministro “terrivelmente evangélico” no Supremo, Bolsonaro já passou pelo exame, que precisa ser feito com três dias de antecedência.
Crítico da vacina e do isolamento social, Bolsonaro costuma reclamar de decisões do STF sobre a pandemia. A mais recente aconteceu no último sábado (11/12), quando o ministro Luís Roberto Barroso determinou a obrigatoriedade de comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país.
Em novembro, o Planalto impôs sigilo de até 100 anos aos exames de anticorpos de Covid-19 feitos por Bolsonaro. O presidente alega, sem base científica, que não se vacinará porque os resultados dos testes apontam que ele apresenta taxa de imunoglobulina suficiente para protegê-lo contra o coronavírus. A decisão reforçou a suspeita de que Bolsonaro pode já ter se imunizado ou contraído a doença novamente, sem divulgar essas informações.
Inquérito apura o vazamento de dados sobre um ataque hacker sofrido pelo TSE
Com Agências
A Polícia Federal intimou o presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento no inquérito que apura o vazamento de dados sobre um ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. A informação é do jornal Folha de São Paulo.
As informações sobre data e formato do depoimento não foram divulgadas.
Em uma entrevista em agosto, ao lado do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), Bolsonaro usou informações sobre a investigação do TSE que eram sigilosas.
Logo depois, o presidente publicou em rede social a íntegra do inquérito, que não foi concluído pela PF. Além disso, informações sigilosas devem ser protegidas pelos servidores públicos.
Diante disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que fosse feita uma apuração sobre o que ocorreu a partir de uma notícia-crime apresentada pelo TSE.
Já prestaram depoimento o deputado Filipe Barros e o delegado responsável pelo caso, Victor Neves Feitosa Campos, que foi afastado por determinação de Moraes.
Segundo o jornal, a PF investiga como o parlamentar soube da investigação sigilosa em curso na superintendência do Distrito Federal e também quem foi o responsável pelo vazamento dos dados.
A entrevista concedida por Bolsonaro foi feita menos de uma semana depois da live do presidente em que ele levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas e não apresentou provas sobre o que falava.
O depoimento do presidente faz parte do conjunto de diligências necessárias para concluir a investigação.
Além da intimação que foi feita agora, no mês passado, o presidente foi ouvido no inquérito que apura suas supostas interferências na cúpula da PF.