Nenhuma das candidaturas ao senado pode ser subestimada. Cada uma tem sua própria musculatura política, sendo que, as quatro principais – Kátia Abreu, Dorinha Seabra, Ataídes Oliveira e Mauro Carlesse – têm bons fundos partidários, recursos próprios e bons tempo no Horário Obrigatório de Rádio e TV, com destaque para suas situações financeiras.
Por Edson Rodrigues
Logo, o fator determinante será saber com qual candidato ao governo cada uma dessas candidaturas ao Senado irá se lançar, uma vez que dependerão das estruturas de marketing político e da força das chapas proporcionais que cada grupo político está aglutinando.
Desta forma, saber com quem “colar” nesta campanha que se aproxima, será determinante para o sucesso ou o fracasso em dois de outubro.
MUNICÍPIOS
Outro fator a ser levado em consideração é o apoio em cada um dos 139 municípios, com especial atenção para os cinco maiores colégios eleitorais, onde a conquista de lideranças locais será o passo mais importante para formar uma boa base de votos que, somados, podem fazer a diferença.
Para isso, o trabalho de marketing político junto aos principais e mais tradicionais veículos de comunicação será um diferencial, pela penetração e influência que os mesmos têm junto à população que busca informações para formular seus votos, uma vez que para a disputa do cargo de governador, haverá segundo turno, já a de senador, tem que ser decidida em dois de outubro.
Após as convenções partidárias, quem já estiver com suas estruturas de campanha prontas, com o marketing político definido, parcerias com os veículos de comunicação e suas propostas a apresentar aos líderes políticos e aos eleitores “na ponta da língua”, certamente largará na frente, com muito mais chances de ganhar a confiança e a simpatia do eleitorado.
AQUECIMENTO
E a hora é agora, pois nessa disputa por uma única vaga de senador, para um mandato de oito anos, os atuais pré-candidatos ainda não conseguiram fazer chegar aos eleitores uma linha sequer de suas propostas.
E a situação é ainda pior quando se percebe que há candidatos ao Senado que o eleitor nem sabe que é candidato ou não sabe o que já faz pelo Tocantins o seu histórico político.
Por enquanto, isso ainda não quer dizer que esses candidatos “desconhecidos” estejam fora do páreo, mas, sem sombra de dúvidas, é hora de reunir uma equipe profissional de marketing político e de comunicação, colocar suas ideias no papel e definir a estratégia de popularização dos seus nomes, o famoso “colocar o bloco na rua” e alinhar um planejamento para o uso do Horário Obrigatório de Rádio e TV que tenha complementação nas publicações permitidas nos veículos de comunicação. Só com essa junção de meios, o candidato ao Senado conseguirá mostrar tudo o que que pode, quer e deseja fazer pelo eleitor.
Em época em que os comícios estão esvaziados, com as presenças apenas do pessoal das bandeirinhas, que recebem para estar ali, e que o povo não quer se arriscar em aglomerações, o trabalho de marketing e de mídia terá que ser muito bem planejado e executado.
ELEITORES DESINTERESSADOS
O maior desafio dos candidatos ao Senado será despertar o interesse dos eleitores em uma eleição atípica, em que, até a última amostragem, 47% não sabem em quem votar por não estar interessados em política ou simplesmente desconhecer os candidatos.
Os nomes para o cargo de governador são pronunciados naturalmente, tornando-se conhecidos sem muito trabalho. Já o dos candidatos a senador, tem eleitor que nem sabe que haverá uma vaga em disputa em dois de outubro. Abrir a mente desses eleitores, colocar suas ideias, seus projetos e planos de ação para serem analisados, será um desafio hercúleo para os candidatos ao Senado.
Os debates serão as melhores oportunidades para concretizar suas propostas e fixar na mente do eleitorado suas qualidades e o porquê merecem ser eleitos para o senado, mas isso só vai acontecer se o eleitor já tiver em mente a ideologia política e o posicionamento dos candidatos. E isso só vai ser possível se houver um trabalho anterior de marketing e mídia.
Segundo os números das pesquisas de intenção de voto para consumo interno, a eleição para o senado vai ser a mais difícil neste pleito. Portanto, o recado está dado.
Quem não é visto, não é lembrado. Fica a dica!
A menos de dois quilômetros da avenida no centro de São Paulo onde milhares de evangélicos se reuniram neste sábado (9) para a Marcha para Jesus, o maior evento evangélico do país, no qual discursou o presidente e pré-candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), um pequeno grupo de religiosos produziu um ato batizado de Jesus Está Aqui.
POR FERNANDA MENA
Diante da Catedral da Sé, no coração da capital paulista, lideranças cristãs, como o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, e a reverenda Alexya Salvador, líder da ICM (Igreja da Comunidade Metropolitana), e o pastor Átila Pastor Augusto, oraram, cantaram, lavaram os pés de pessoas em situação de rua e distribuíram cerca de 2.000 refeições.
O grupo se declara "contrário a fundamentalismos religiosos que têm usado a política para colonizar o povo com suas ideias", explica Alexya Salvador, que discursou durante o ato. "A ideia foi ser um contraponto à Marcha para Jesus, porque entendemos que precisamos estar em marcha com o povo oprimido, perseguido e que passa fome nas ruas da cidade."
Vestindo camisetas em que se lia "Jesus está aqui" e diante de cartazes e faixas com frases como "Jesus mandou alimentar, não armar as pessoas", as lideranças discursaram de maneira crítica ao presidente-candidato e às políticas de combate à fome do governo. Estudo apontou que hoje no Brasil 33 milhões de pessoas estão passando fome, número maior que há 30 anos, quando começou o movimento social de combate à fome no país.
Para a reverenda, que se declara "travesti, preta e periférica", é "uma vergonha para alguns evangélicos que um evento que reúne milhares de pessoas abra espaço para um político que persegue minorias e corpos LGBTQ, de mulheres e de pessoas negras".
Durante a Marcha para Jesus, o presidente Bolsonaro fez discurso em que disse "somos contra o aborto, contra a ideologia de gênero, contra a liberação das drogas e somos defensores da família brasileira".
Para a reverenda da ICM, igreja inclusiva que acolhe sem ressalvas fiéis LGBTQIA+, no ato Jesus Está Aqui, as lideranças cristãs "reafirmaram o posicionamento de que este não é um Jesus em que nós acreditamos".
"Nosso Jesus foi torturado e assassinado pelo poder político de seu tempo. Se Jesus estivesse aqui hoje, o atual governo federal o mataria de novo", diz ela.
Bolsonaro subiu por volta das 10h no trio, com uma comitiva política que incluiu Tarcísio de Freitas, seu candidato a governador paulista, e o deputado Marco Feliciano, ambos do PL de SP. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também estava lá.
"Usar espaço de poder para falar de religião é uma coisa horrorosa", critica.
Alexya relata ter se emocionado durante o ato e diz ter visto muita gente chorando enquanto os religiosos cantavam e prosseguiam com a lavagem dos pés de pessoas em situação de rua. "Cheguei em casa muito impactada e muito mexida. Este foi o exemplo que Jesus nos deixou. Antes de partir o pão, sabendo que seria morto, ele lavou os pés de seus discípulos. Lavar os pés é servir."
O presidente foi à sua primeira Marcha para Jesus em 2018, quando o líder do ato, apóstolo Estevam Hernandes, disse que Bolsonaro faria bem em "pregar mais amor e tolerância". Hoje aliado do presidente, Hernandes diz pensar diferente e afirmou à Folha que, após conhecer o chefe do Executivo, sentiu que era um homem de Deus.
Por Vinicius Lemos
Depois da Marcha para Jesus em São Paulo e no caminho para Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve agenda no Triângulo Mineiro em nova motociata e participação de outra marcha, desta vez em Uberlândia (MG), neste sábado, 9. Em um discurso rápido, ele comparou indiretamente as eleições de 2022 com uma guerra.
Bolsonaro chegou a Uberlândia perto das 16h em sua segunda motociata na cidade, que partiu de ponto perto do aeroporto. Visivelmente com menor adesão do que no primeiro evento do tipo em agosto de 2021 na cidade, ele circulou por cerca de meia hora
O fim do trajeto foi o Estádio João Havelange, onde fez corpo a corpo com apoiadores e discursou por cerca de cinco minutos. O tom foi o mesmo utilizado pela manhã na Marcha para Jesus em São Paulo.
“Todos os dias dobro meus joelhos e rezo para que o nosso povo não experimente as dores do comunismo”, disse Bolsonaro sob aplausos. O presidente ainda citou ser contra aborto, ideologia de gênero, legalização de drogas e de jogos de azar.
Ao dizer indiretamente que a eleição de outubro é uma “guerra do bem contra o mal”, Bolsonaro afirmou que não cabe apenas a uma pessoa vencer esse conflito. “Cabe a todos nós entrar em campo e nos afastarmos cada vez mais daqueles que querem nos afastar do nosso criador e querem roubar a nossa liberdade.”
Boa parte do público vestia camisetas da seleção brasileira de futebol ou com estampas com o nome do presidente Bolsonaro. No caminhão de som, ao iniciar a marcha, saindo do estacionamento do Estádio Parque do Sabiá em direção às ruas da cidade mineira, chamou a atenção o fato de os hinos cantados terem algumas letras alteradas para inclusão do nome do presidente em meio aos louvores.
Policiais também solicitaram imagens de câmera do local do evento de Lula, no bairro da Cinelândia, no Rio de Janeiro
Com Yahoo Notícias
A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu nesta sexta-feira (8/7) à Justiça a quebra do sigilo imediata de dados telemáticos de André Stefano Dimitriou Alves de Brito, preso por arremessar uma bomba caseira em um ato de Lula no Rio na quinta-feira (7/7). A corporação também solicitou as gravações das câmeras públicas do local do evento.Continua depois da publicidade
Os investigadores esperam ter acesso a informações como o histórico e a duração de ligações telefônicas de André Stefano, que está sob custódia no presídio de Benfica.
A corporação afirmou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que é necessário investigar se o crime teve algum mandante, como foi planejado ou se foi um fato isolado. A polícia alegou que os dados do telefone de André Stefano podem ajudar a desvendar se há coautores do crime de explosão.Continua depois da publicidade
Como André Stefano manifestou o direito de permanecer calado até estar na presença de sua defesa, a Polícia Civil destacou a necessidade de reconstruir a cena do crime de forma “mais fidedigna possível”, uma vez que toda a investigação do inquérito foi construída por “fontes humanas”. A Polícia Civil também acionou o Ministério Público do estado.
O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) irá anunciar na próxima terça-feira, 12, que será candidato ao Senado pelo Paraná. O pronunciamento será feito em Curitiba e deve contar a presença do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, e do presidente do diretório paranaense da sigla, Felipe Francischini.
Por Lauriberto Pompeu
Integrantes do União Brasil, em conversas reservadas, confirmam que o ex-ministro da Justiça irá disputar o Senado. Moro evitou antecipar a decisão que será anunciada, mas admitiu que ser senador é uma opção. “Será divulgado na terça. Senado é uma possibilidade”, disse ao Estadão.
O partido no Paraná ainda não definiu quem irá apoiar para governador. A sigla tem negociação aberta com o projeto de reeleição do governador Ratinho Júnior (PSD), mas ainda não tem previsão de bater ou não o martelo para a aliança. Outros pré-candidatos ao Senado, como o deputado Paulo Martins (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), também tentam estar na mesma chapa do governador.
Pesquisa Ipespe divulgada nesta semana mostra Moro em segundo lugar nas intenções de voto para o Senado, com 24%, atrás do senador Álvaro Dias (Podemos), que aparece com 31%.
Já a pesquisa Real Time Big Data divulgada na semana passada aponta Moro em primeiro lugar nas intenções de voto para o Senado, com 30%, e Dias em segundo com 23%. O senador do Podemos foi um dos principais incentivadores para que Moro entrasse na política.
A decisão encerra uma série de idas e vindas que marcou a participação de Moro no período pré-eleitoral. Inicialmente ele foi apresentado como candidato à Presidência da República e para isso se filiou ao Podemos em novembro do ano passado. No entanto, o ex-ministro da Justiça enfrentava resistência de parte da bancada do partido no Congresso, que estava insatisfeita em dividir os recursos financeiros com uma candidatura presidencial.
Em abril, perto do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para trocar de legenda e participar das eleições, Moro se filiou ao União Brasil, partido originado da fusão do DEM com o PSL e com muito mais recursos financeiros, com uma cifra que se aproxima de R$ 1 bilhão.
Ele entrou na nova sigla já com o aviso de que teria de desistir de disputar o Palácio do Planalto. Caciques do União Brasil temiam que uma eventual candidatura presidencial de Moro contaminasse as eleições para governador em Estados que os eleitores possuem resistência ao ex-ministro.
Quando trocou de partido, Moro também tentou mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, mas a Justiça do Estado invalidou a mudança e ele mudou os planos para concorrer no Paraná, sua terra natal.
A advogada Rosângela Moro, mulher do ex-ministro, será candidata a deputada federal por São Paulo. Diferente do marido, ela não teve a mudança de domicílio contestada. Nesta quinta-feira, 7, o ex-juiz compartilhou uma entrevista da advogada publicada pelo jornal O Globo em que ela confirma que irá concorrer a deputada e disse que “tem muito orgulho” dela.
O União Brasil lançou Luciano Bivar como candidato à Presidência. Mesmo assim, integrantes do partido nos Estados, como o senador Márcio Bittar (AC), o governador do Amazonas, Wilson Lima, e a deputada Clarissa Garotinho (RJ) declaram abertamente o apoio a Bolsonaro.