Programação incluiu um passeio de moto com aliados e apoiadores antes da Marcha para Jesus.
Com Agências
O presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou o Espírito Santo neste sábado (23) para participar de um evento religioso, a Marcha para Jesus.
Esta é a segunda vez que Bolsonaro visita o estado desde que assumiu o cargo de presidente, a primeira foi em junho de 2021.
Pela manhã, Bolsonaro esteve em um evento religioso e discursou por cerca de 30 minutos para apoiadores e criticou Lula e Dilma.
“Terminamos 2020, entramos em 2021 e, nesses dois anos, foram criados no Brasil quase três milhões de empregos”, observou. “Com crise, com seca, com geada. O outro lado, sem nada, perdeu três milhões”, afirmou.
Na cidade, o chefe do Executivo também participou da Marcha para Jesus, na Praça do Papa.
Aliados políticos do presidente no Estado participaram da motociata. Entre eles, o pré-candidato a governador Carlos Manato (PL).
O grupo partiu do aeroporto de Vitória com destino à Vila Velha. Apoiadores de Bolsonaro chegaram a caminhar pela Terceira Ponte, que liga as duas cidades.
A ida do ex-presidente e pré-candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Paraíba, marcada para 4 de agosto, está causando desgaste entre o petista e setores do PSB.
Por Caio Spechoto
O motivo é uma disputa de poder local. Lula apoia Veneziano Vital do Rêgo (MDB) para o governo do Estado. O atual governador, João Azevêdo, porém, vai tentar reeleição e é do PSB.
Líderes locais do partido dizem que foram preteridos mesmo estando na aliança nacional do ex-presidente, enquanto o partido de Veneziano não deve estar na coligação do petista. O vice de Lula, Geraldo Alckmin, é do PSB.
“Vamos estar no dia 29 com o Lula [na convenção do PSB, em Brasília]. No dia 4, o Lula vem para cá e a gente não pode participar”, disse o presidente do diretório Paraibano do PSB, Gervásio Maia.
“É uma atitude que causa um terrível mal-estar. Em favor de um partido de direita, de alguém que cassou a Dilma”, declarou o dirigente partidário.
Ele afirma que poderia ser encontrado um outro jeito de lidar com a escolha do ex-presidente por Veneziano. “Não havia necessidade de Lula tratar dessa forma”, declarou.
“É um ato público da candidatura do Veneziano e do Ricardo Coutinho (PT) ao Senado, é a coligação que a gente está fazendo parte aqui na Paraíba”, declarou o presidente do diretório Paraibano do PT, Jackson Macêdo.
“Aqui nós somos adversários. O PT é adversário do PSB”, disse ele.
O apoio de Lula e do PT a Veneziano faz parte de um movimento mais amplo do ex-presidente. Ele tem fechado alianças com emedebistas do Norte e do Nordeste para ampliar sua base.
A articulação inclui nomes como Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Helder Barbalho (MDB-PA).
Esse grupo tem feito pressão contra Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata do partido à Presidência da República. Caso ela saia do páreo, o que é pouco provável, aumentam as chances de Lula liquidar a eleição no 1º turno.
O ex-presidente tem feito uma série de viagens para promover sua pré-candidatura. O movimento começou depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) devolveu seus direitos políticos, em abril de 2021.
A Paraíba é o único Estado do Nordeste, região onde tem maior apoio popular, que Lula ainda não visitou nesse período. Um dos motivos é a tensão com o PSB local. Agora, o entorno do ex-presidente avalia que já não há mais o que fazer para apaziguar a situação.
O ato liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (21) em Olinda (PE) foi marcado por um descompasso entre o discurso oficial no palco e a militância petista na plateia, acirrando as tensões em torno da disputa pelo Governo de Pernambuco.
POR ANNA TENÓRIO E JOÃO PEDRO PITOMBO
Em seu último comício em visita de dois dias a Pernambuco, Lula reiterou o seu apoio ao deputado federal Danilo Cabral, pré-candidato do PSB ao governo. Os militantes que prestigiaram o evento, contudo, gritaram o nome da também pré-candidata ao governo Marília Arraes (Solidariedade).
A referência de Lula a Cabral aconteceu apenas no final do discurso e durou cerca de 30 segundos em um discurso de mais de 30 minutos do petista.
"No estado de Pernambuco o meu candidato a governador tem nome e é o companheiro Danilo, do PSB, que nós estamos apoiando. Eu sou da terra que a gente fazia acordo no meio do bigode", disse.
Ao longo do ato, o público também entoou vaias a cada vez que o nome de Cabral era mencionado e ainda chamou o pré-candidato a governador do PSB de "golpista", em referência ao voto do deputado federal a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016.
A produção do evento tentou conter o mal-estar e passou a soltar uma gravação de aplausos sempre que o público insistia nas vaias.
Marília Arraes deixou o PT em abril após ter sido, pela segunda vez consecutiva, preterida pelo partido na disputa pelo governo pernambucano. Migrou para o Solidariedade e vai concorrer ao governo rodeada por ex-aliados do PSB no estado.
Os petistas aderiram à candidatura de Danilo Cabral em um acordo que passou pela direção nacional dos dois partidos e pelo apoio do PSB a Lula nacionalmente. A deputada estadual Teresa Leitão (PT) será a candidata ao Senado na chapa.
A visita de Lula a Pernambuco era tida como relevante pelo PSB para alavancar a campanha de Danilo. O partido governa Pernambuco desde 2007, com dois governos de Eduardo Campos e dois do atual governador, Paulo Câmara.
Com Paulo Câmara sob desgaste na avaliação do governo, Danilo Cabral tem buscado se associar a Lula para subir nas pesquisas de intenção de voto. Ele já se desculpou publicamente por ter apoiado o impeachment de Dilma.
Marília Arraes não participou das agendas com Lula, assim como o pré-candidato a governador João Arnaldo (PSOL), que também apoia o ex-presidente.
No ato em Olinda, Lula falou em incluir os mais pobres no orçamento, prometeu taxar lucros e dividendos dos mais ricos e disse que trabalharia pela geração de empregos.
Também fez críticas à reforma trabalhista e citou o formato de trabalho intermitente, previsto pela legislação aprovada no governo Michel temer (MDB): "Isso não é emprego, é escravidão. Só falta colocar a corrente no pé das pessoas".
O ex-presidente também fez sinalizações ao agronegócio e destacou que o governo financiou a compra de maquinário agrícola a juros mais baixos.
"Esse genocida não fez absolutamente nada", disse Lula, em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista ainda disse que o país não merece um governo como o atual: " Vamos mandar Bolsonaro para Cochinchina".
O ato em Olinda aconteceu no mesmo dia em que o Partido dos Trabalhadores formalizou a indicação de Lula para a corrida presidencial.
A reunião em São Paulo aconteceu sem a presença do líder petista, que na capital pernambucana seguia a missão de abençoar a chapa estadual liderada pelo PSB. Um dos acordos entre PT e PSB para oficializar a união dos partidos no âmbito nacional envolvia o estado de Pernambuco.
Lula desembarcou em Pernambuco nesta quarta (19) para uma agenda cercada de simbolismos na terra natal. O ex-presidente visitou Caetés, sua terra natal que era um povoado de Garanhuns quando ele nasceu em 1945, e também foi à cidade de Serra Talhada.
Um dia depois de cumprir agenda no interior de Pernambuco, Lula desembarcou na capital para mais um dia de atividades políticas.
O primeiro compromisso aconteceu às 9h, quando o presidente e sua mulher Rosângela da Silva foram padrinhos no batizado dos filhos gêmeos do deputado federal Carlos Veras (PT).
Depois, o petista participou de um encontro com representantes da cultura do Estado no Teatro do Parque, bairro da Boa Vista. O ex-presidente prometeu a recriação do Ministério da Cultura.
O evento em Olinda reuniu milhares de apoiadores em uma casa de eventos. O ato, que anteriormente estava previsto para acontecer na Praça do Carmo, no Recife, mudou para um local fechado por causa das chuvas que atingem a capital pernambucana
Partido ainda não definiu o candidato a vice
Por Marcelo Brandão
O PDT oficializou, na tarde de hoje (20), a candidatura de Ciro Gomes para a Presidência da República. Essa será a quarta vez que Ciro tentará assumir o posto de presidente. Nas últimas eleições, em 2018, ele ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 13 milhões de votos, 12,47% do eleitorado. Ciro também concorreu à Presidência nas eleições de 1998 e 2002.
“Eu quero unir o país em torno de um novo projeto”, disse Ciro, em seu discurso na convenção do partido, citando seu livro, que funciona como um documento do seu projeto de governo. “Tenho trabalhado nesse projeto há anos. Com o projeto nacional de desenvolvimento, nós vamos vencer inúmeros desafios”. Ele propôs uma reforma tributária que corrigiria desigualdades, para que os mais ricos paguem, proporcionalmente, mais impostos que os pobres.
Ciro Gomes também criticou as propostas de privatização da Petrobras e defendeu o fim da atual política de preços da estatal, que atrela ao valor do dólar o preço do combustível vendido no país. Ele defendeu ainda o fim do teto de gastos, um limite incluído na Constituição para as despesas da União. “Vai ser revogado nas primeiras horas do nosso possível governo”, disse. Para Ciro, o teto de gastos é uma medida “arbitrária e elitista” por “cortar apenas os investimentos na vida do povo e deixar intactos os juros pagos aos banqueiros”.
O PDT ainda não definiu o candidato a vice-presidente. Essa escolha ficará a cargo da Executiva Nacional do partido, conforme decidido na convenção nacional de hoje. O partido tem até o dia 15 de agosto para registrar a candidatura. Como não tem alianças formais com outros partidos, o PDT pode ter que fazer como em 2018 e lançar uma “chapa puro-sangue”. Na ocasião, a candidata a vice foi a senadora Kátia Abreu, na época no PDT.
Perfil
Natural de Pindamonhangaba (SP), Ciro Gomes construiu a carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época. Ciro foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Também exerceu dois mandatos de deputado estadual no Ceará. Tem 64 anos e quatro filhos.
Uma ala do MDB que tenta viabilizar o apoio do partido à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência já no primeiro turno conseguiu nesta terça (19) o apoio do ex-presidente Michel Temer para tentar adiar em oito dias a convenção do partido, que definirá o rumo da sigla na eleição presidencial.
POR CATIA SEABRA
A convenção nacional do MDB, que está programada para oficializar o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) na corrida pelo Palácio do Planalto, será virtual no próximo dia 27. Hoje, a maioria dos delegados do partido tende a apoiar a candidatura própria.
Em minoria entre os delegados emedebistas, o grupo da sigla que apoia Lula articula mais tempo para convencer dirigentes a respaldar a candidatura petista e propõe realizar a convenção no dia 5 de agosto, data-limite para realização desse tipo de ato, de forma presencial.
O tema foi discutido em reunião nesta terça-feira (19) no escritório do ex-presidente.
O apoio de Temer, um dos principais cardeais do MDB, à empreitada foi lida por emedebistas como gesto importante em direção à campanha petista.
De acordo com presentes à reunião, o argumento que convenceu o ex-presidente foi o de que em 42 anos de fundação, o partido nunca teve uma convenção virtual.
O assunto ainda não foi levado ao presidente do MDB, Baleia Rossi (SP). Mas, nos bastidores, integrantes da cúpula da sigla favoráveis a Tebet dizem não haver chance de adiar a reunião partidária.
Temer, segundo aliados, se comprometeu a trabalhar junto a Baleia para convencê-lo da necessidade de mudar a data.
Em entrevista à CNN, Temer afirmou que o apoio a Lula não foi debatido na reunião, mas que confirmou que atuará junto a Baleia para alterar a data da convenção. Segundo ele, Tebet está em viagem a São Paulo para debater o tema.
"[Os líderes vieram aqui para] quem sabe ajudar num entendimento interno do partido para eventualmente prorrogar o momento da convenção e não fazer ela virtualmente, mas presencialmente, que tem sido a tradição do MDB", disse o ex-presidente.
Em seguida, Temer defendeu a jornalistas a necessidade de diálogo no partido.
"Eles querem discutir a possibilidade de uma convenção presencial e nela todos terão a palavra. Eu não vejo nenhuma oposição radical a Simone Tebet, pelo contrário. Só palavras de elogios. O que há, e é natural, é a preocupação política em relação ao que possa acontecer na eleição. Mas isso, pelo diálogo se resolve, e é o que eu vou propor", disse Temer.
O ex-presidente ainda afirmou que, como emedebista, apoia Tebet, mas como há diretórios que preferem apoiar Lula, é necessário haver mais conversas internas.
"Acho que ela está decidida, trabalhando muito, de igual maneira Baleia e membros dos diretórios. [Mas] há cerca de 11 com dificuldades seria bom dialogar e conversar."
Questionado sobre se a terceira via fracassou e se é possível apoiar o PT, Temer, que capitaneou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) respondeu: "Não sei dizer. É preciso dar tempo a tempo. O tempo é que resolve essas coisas".
Temer ainda disse que um eventual encontro com Lula não está "na pauta", mas não rechaçou a ideia.
O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), disse que a ideia de adiar a convenção tem como objetivo manter a tradição do partido e debater o rumo da legenda com líderes.
"O que está posto está posto. Onze estados declararam apoio ao presidente Lula no primeiro turno. É obvio que queremos ter um dialogo com o partido para que esta seja uma convergência interna do partido diante da realidade política que se põe no pais", afirmou Braga.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a sigla não "tem dono" e ainda argumentou que o partido diminuiu com a candidatura de Henrique Meirelles (MDB) na última eleição presidencial e disse que o partido não pode ter uma candidatura de "faz de conta".
"Não é com esse nível de pragmatismo que nós devemos fazer política", afirmou Renan.
Hoje, a proposta que poderia unir diferentes alas do MDB é não ter candidato algum. De acordo com emedebistas, há chances de o partido crescer nesse cenário. Em 2006, quando a sigla resolveu não apoiar Lula mas também não lançar o ex-governador Anthony Garotinho ao Planalto, o MDB elegeu 89 deputados federais.
Participaram do encontro nesta terça os senadores emedebistas Renan Calheiros (AL), Marcelo Castro (PI), Rose de Freitas (ES), Eduardo Braga (AM), líder da legenda no Senado, além do ex-ministro Moreira Franco (RJ), do deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB na Câmara, e do ex-deputado Leonardo Picciani (RJ).
O ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) e o ex-governador Edison Lobão (MA), que estiveram na reunião com Lula segunda, não participaram do encontro com Temer.
Deputado Federal Lúcio Vieira Lima MDB - BA
Antes de a reunião começar, Isnaldo afirmou à imprensa que não há discussão sobre a legitimidade da pré-candidatura de Tebet e que "não há racha no partido".
"Estamos afunilando o diálogo, porque a convenção do partido acontecerá nos próximos dias", diz. Ele também afirmou que manifesto divulgado mais cedo por lideranças do MDB "é natural".
"Houve uma nota de vários estados em apoio à candidatura da senadora Simone, que é natural. Outros estados já manifestaram o apoio a Lula. Isso é uma posição independente da consolidação, da confirmação da candidatura da Simone ou não", afirmou.
Previamente consultado sobre a reunião desta terça, Temer concordou em recebê-los, mas lembrou aos emedebistas das críticas feitas por Lula à reforma trabalhista encampada em seu governo, além de ser constantemente chamado de golpista pelos integrantes do PT.
Sem esse endosso de Temer, restaria como estratégia para apoiadores de Lula a desidratação da pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) para que ela mesma desista, o que abriria espaço para uma articulação com com o petista.
Os aliados de Lula, porém, ainda reconhecem nos bastidores a dificuldade de rifar a pré-candidatura de Tebet.
Nessa segunda-feira (18), os emedebistas informaram a Lula que seriam derrotados caso levassem a disputa a voto durante a convenção. Segundo eles, não houve tempo para articulação de um acordo em prol do ex-presidente.
Um dos participantes do encontro chegou a afirmar que essa derrota recairia nos ombros de Lula caso eles insistissem no embate interno. A avaliação é a de que, excluídos os defensores da candidatura de Tebet, a ala bolsonarista poderia ser até maior na correlação de forças internas do MDB.
Nesta semana, emedebistas alinhados a Lula estão buscando conversas com outras lideranças do MDB na tentativa de reverter esse quadro.
Na segunda (18), o líder do MDB no Senado, o senador Eduardo Braga (AM), anunciou que 11 diretórios estaduais já estarão com o petista no primeiro turno das eleições: Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Dirigentes do MDB ressaltaram que o encontro desta segunda-feira reúne lideranças estaduais, sem significar apoio dos diretórios com o ex-presidente.