Presidente do Senado tinha sido convidado pelo partido para disputar eleição, mas alegou que vai se dedicar ao Parlamento
Por Daniel Weterman e Lauriberto Pompeu
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desistiu de se lançar como candidato à Presidência da República pelo PSD. O partido o havia convidado a disputar o cargo em outubro. A decisão, já esperada, foi comunicada oficialmente por Pacheco após uma reunião com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e a bancada da legenda na Casa.
Conforme o Broadcast Político antecipou, Pacheco desistiu de se lançar na disputa eleitoral para mirar na campanha pela reeleição na presidência do Senado, em fevereiro de 2023. Dessa forma, ele levantou a bandeira da reforma tributária e do pacote relacionado aos preços dos combustíveis, sob o discurso de usar o cargo para resolver problemas urgentes do País.
"Nesse cenário, tenho que dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado neste ano fundamental para a tão ansiada recuperação do nosso país. O cargo que me foi confiado por meus pares está acima de qualquer tipo de interesse pessoal ou de ambição eleitoral", disse Pacheco em discurso no plenário.
"Meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial", afirmou.
No discurso, Pacheco defendeu a moderação e o respeito ao resultado das urnas em outubro. "Qualquer tentativa de retrocesso democrático deverá ser rechaçada com veemência pelo Congresso Nacional", disse Pacheco.
O PSD ainda não definiu um candidato próprio a presidente, mas escolheu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, atualmente no PSDB, como o "plano B" para a disputa.
A negociação para a filiação de Leite provocou uma insatisfação geral no PSDB. A maior parte da cúpula do partido, inclusive os que são aliados do governador, veem com temor o cenário da troca de legenda.
Derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias presidenciais do PSDB, o gaúcho foi sondado nas últimas semanas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, para concorrer ao Palácio do Planalto pela legenda.
O medo do comando do PSDB é que o gaúcho fique refém dos interesses de Kassab e de outros líderes do PSD, onde muitos não querem uma candidatura presidencial e outros já definiram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como mostrou o Estadão, uma ala significativa do PSD pressiona para o comando sigla liberar os diretórios a se posicionarem como quiserem na disputa nacional.
No entanto, mesmo os contrários à saída de Leite, admitem que ele pode optar por entrar no PSD. O tucano está nos Estados Unidos em busca de investimentos para o Rio Grande do Sul. A agenda deve ser um dos últimos compromissos de Leite à frente do Executivo estadual. A expectativa é que ele passe o comando para o seu vice Ranolfo Vieira (PSDB).
"Quando retornar ao Estado, vamos retomar as conversas (sobre eleições presidenciais). Mas continuamos falando por telefone. A decisão envolve coalizão, deputados e lideranças que podem seguir o mesmo caminho. Na próxima semana este tema deve estar encaminhado", afirmou Eduardo Leite em entrevista coletiva durante viagem à Nova Iorque.
Antes de anunciar uma decisão, Leite vai conversar com os integrantes do PSDB que apoiaram seu nome nas prévias do partido, como o deputado Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador José Aníbal (SP).
"Tem toda essa conversa que ele provavelmente sai do governo do Rio Grande do Sul e pode ser que ele não continue no PSDB. Pode sair do governo e do PSDB", disse Aníbal, que defende uma união entre Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a disputa presidencial. O senador paulista afirmou que preferia que o gaúcho disputasse pelo PSDB, mas admitiu ser improvável que Doria desista da pré-candidatura.
Em fevereiro, o presidente do partido, Bruno Araújo, emitiu diversos recados de desacordo com as movimentações do governador do Rio Grande do Sul. Ao lembrar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), trocou o DEM pelo PSD, Araújo chegou a dizer que Kassab não consegue produzir líderes entre seus próprios quadros e precisa "pular a grama do vizinho".
"O eleitor gaúcho sempre exigiu muita firmeza de posições de seus líderes e Eduardo é firme. Não vai dar margens para o seu eleitor ficar em dúvida dessas posições com as informações desencontradas que circulam. Nem sempre a grama do vizinho é mais verde", disse o dirigente no Twitter.
Se decidir concorrer pela legenda, Leite vai encontrar pouca receptividade nos palanques estaduais. Estados importantes, como Minas Gerais e Bahia, já se encaminham para uma aliança com o PT. Já outros, como Paraná, estão mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do partido na Câmara e pré-candidato ao Senado, afirmou ao Estadão que é "zero" a chance de a sigla não apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas. Perguntado sobre o fato do PSD já ter o senador Alexandre Silveira (MG) como pré-candidato à reeleição, Reginaldo minimizou e disse que a base de Kalil ficará dividida apenas nessa disputa. "Um governador e dois candidatos ao Senado", afirmou.
Na Bahia, o senador Jaques Wagner (PT) desistiu de concorrer à eleição e tentou emplacar o senador Otto Alencar (PSD) como candidato a governador, mas o próprio pessedista resistiu e manifestou preferência por disputar a reeleição ao Senado dentro do mesmo grupo do PT. Diante disso, Wagner, que pode assumir um papel de destaque em eventual novo governo Lula, manteve a retirada da candidatura e tem trabalhado na escolha de um novo nome do PT para a disputa.
A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o secretário de Relações Institucionais do Estado, Luiz Caetano, estão no páreo. A ideia é que o partido defina isso até a próxima sexta-feira, 11.
PT e PSD também fazem parte do mesmo grupo em outros Estados como Amazonas, Sergipe, Ceará e Pernambuco. Mesmo com as alianças dos dois partidos, líderes petistas reconhecem a dificuldade de receberem o apoio da legenda de Kassab logo no primeiro turno.
Jaques Wagner afirmou que o PSD é um partido dividido e que a estratégia de ter candidatura própria sempre mencionada por Kassab é uma maneira de evitar cobrança por apoio na primeira fase da disputa, ao mesmo tempo que não fecha uma possibilidade de aliança no segundo turno.
O petista comparou o movimento de Kassab ao do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo ele, assim como o apoio de Costa Neto a Bolsonaro visa aumentar a bancada no Congresso, a tese de candidatura própria de Kassab objetiva o mesmo, pois evitaria que a sigla perdesse os quadros distantes do PT. "Preocupação de qualquer presidente de partido é bancada", afirmou Wagner.
Conforme pré-candidato, está tudo encaminhado para que a filiação ocorra, bastando pequenos detalhes a serem definidos
Da Assessoria
Pré-candidato a governador, o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas discutiu, nesta terça-feira, 9 de março, a possibilidade de filiação ao PL com o presidente da República Jair Bolsonaro. O encontro foi no Palácio do Planalto, em Brasília. A possível filiação faz parte das articulações do grupo político de Dimas para a montagem de uma chapa competitiva para as eleições de outubro.
Conforme Dimas, o encontro foi bastante positivo. O ingresso no PL, embora ainda não esteja sacramentado, caminha a passos largos para se concretizar. “Há pequenos detalhes a serem acertados, mas já está praticamente definido. Vamos discutir esses últimos pontos nos próximos dias”, explicou o ex-prefeito.
Para Dimas, o trabalho do governo federal tem sido muito importante para o Tocantins. O pré-candidato avalia que o auxílio emergencial anteriormente, e agora o Auxilio Brasil, foram fundamentais para o bom atendimento das pessoas mais carentes que sofreram e ainda sofrem com os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.
Ele também destacou as obras federais como a ponte que liga o Tocantins ao Pará em Xambioá e a duplicação da de parte da BR-153. “Em Araguaína, a contribuição do governo federal foi muito importante para o sucesso das minhas gestões e agora para a gestão do prefeito Wagner Rodrigues. Tenho certeza que podemos repetir isso no Tocantins”, salientou.
Após impasse na Bahia, vice-governador expõe insatisfação com PT nas redes e pode trocar Lula por Bolsonaro
Com Agências
O vice-governador da Bahia, João Leão (PP), usou suas redes sociais na manhã desta quarta-feira para expor sua insatisfação com o PT e indicar uma mudança de lado na eleição estadual deste ano. Leão esperava assumir o Executivo em abril com a renúncia do governador Rui Costa (PT) para disputar vaga ao Senado, mas os planos foram por água abaixo após o senador petista Jaques Wagner anunciar na segunda-feira que Costa cumprirá o mandato até o fim e que o PT terá candidato próprio ao governo.
O PP, embora faça parte da coligação nacional do presidente Jair Bolsonaro, já havia acertado que apoiaria Wagner ao governo da Bahia, mas o senador petista desistiu de concorrer há duas semanas. Incomodado com as idas e vindas no debate sobre a sucessão estadual, o vice-governador Leão reclamou de Wagner e indicou o rompimento com o PT baiano após reunir-se em Brasília, nesta quarta, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), lideranças do PP e aliados de Bolsonaro.
"Após as declarações do senador Jaques Wagner, em entrevista no início da semana, descumprindo alinhamentos construídos fruto de amplo diálogo, o PP da Bahia precisa refletir sobre seu futuro nas eleições estaduais deste ano", publicou Leão.
O desentendimento pode desidratar o palanque do ex-presidente Lula (PT) e a candidatura do PT ao governo na Bahia. Em seus posts, Leão indicou que avalia uma candidatura própria do PP e também sugeriu um apoio a ACM Neto, pré-candidato ao governo pelo União Brasil, e rival do PT no estado.
Os movimentos podem impactar também a formação de um palanque para Bolsonaro na Bahia. O entorno do presidente vinha tentando uma aproximação com ACM Neto para ter seu apoio, mas o ex-prefeito de Salvador reluta em abrir seu palanque para presidenciáveis. Uma alternativa levantada pela equipe de Bolsonaro é incentivar uma candidatura de Leão ao governo.
"Estão sendo analisados alguns cenários. Um deles, o PP ter candidatura própria ao Governo da Bahia. O outro, compor com a chapa majoritária do ex-prefeito de Salvador e secretário Geral do União Brasil, ACM Neto", afirmou o vice-governador.
Em suas postagens nesta quarta-feira, Leão afirmou que esteve com o governador Rui Costa e também com o ex-presidente Lula nos últimos dias, e que conversará novamente com ambos antes de tomar sua decisão sobre as eleições. Antes do impasse envolvendo a sucessão de Costa, o vice-governador havia afirmado faria campanha para Lula na Bahia e que o ex-presidente trabalhava para manter a união da base governista no estado, que conta com siglas como PP e PSD.
O PT tem um dia decisivo nesta quarta-feira, 9, para a composição de alianças nacionais para as eleições. O partido se reúne hoje com PSOL para debater o apoio da sigla à candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já os petistas devem apresentar uma resposta sobre a carta de condições elaborada pelo PSB no começo de fevereiro para consolidar uma federação entre os partidos.
Com Estadão
Nesse contexto, enquanto os pessebistas buscam apoio em diversas disputas nos Estados, a adesão do PSOL depende de Lula promover um "revogaço", a exemplo do que já sinalizou sobre a reforma trabalhista de 2017 e aprovar a tributação sobre grandes fortunas.
Como mostrou o Estadão, os pessebistas podem desistir do casamento de quatro anos caso não ocorra um retorno favorável do PT, o que não inviabilizaria uma aliança e o apoio à candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. A sigla de Carlos Siqueira espera que os petistas cedam em apoios no Acre, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, depois de já garantido o apoio no Rio de Janeiro e em Pernambuco. São Paulo, no entanto, é um assunto que deve ser tratado depois e, nesta fase, não será decisivo.
O foco do encontro com o PSOL não será a construção de palanques. De acordo com Guilherme Boulos, uma das lideranças da sigla mais próximas do petista, a base do acordo são 12 pontos programáticos que o PSOL considera fundamentais para a construção de uma "frente ampla" encabeçada por Lula.
Segundo Boulos, três pontos são prioritários para afinar a relação entre PSOL e PT nas eleições. O primeiro é a revogação do Teto de Gastos e da Reforma Trabalhista, medidas às quais o partido do ex-presidente já demonstrou simpatia. O segundo item é a realização de uma reforma que implemente um tributo para taxar os super-ricos. O terceiro é a adoção de uma agenda ambiental mais contundente, passando pela demarcação de terras indígenas e combate ao uso de fertilizantes químicos na agricultura.
Apesar das precondições programáticas, o apoio do PSOL a Lula já é dado como praticamente certo. Isso não significa que as siglas avancem o acordo para compor uma federação. Essa possibilidade é remota, assim como, em São Paulo, o partido rejeita apoiar Fernando Haddad e mantém a pré-candidatura de Boulos ao governo. "A forma como o partido colocou o debate na mesa com o PT não foi propondo contrapartidas em palanques regionais - o que seria legítimo -, mas apresentando pontos programáticos que considera fundamentais para a campanha de Lula", escreveu Boulos, em artigo publicado na imprensa e compartilhado por ele em sua rede social.
Na mesma publicação, o líder do MTST descreve Lula como "aquele que tem mais condições para liderar uma frente" contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em agosto do ano passado, o grupo de Boulos venceu a disputa no congresso do PSOL e desbancou a ala antipetista do partido, abrindo caminho para a aliança com o provável candidato do PT.
Ao lado de Juliano Medeiros, presidente da sigla, Boulos tornou-se o interlocutor do partido nas negociações diretas com o ex-presidente.
A aproximação com Geraldo Alckmin, provável vice do petista na chapa, é criticada pelo PSOL, que já decidiu não comparecer ao ato de filiação do ex-governador ao PSB, previsto para as próximas semanas. Apesar da contrariedade, o partido aceita a composição em nome de uma "frente ampla".
Da Assessoria
Enfermeiras estão em Brasília hoje, 8 de março, Dia da Mulher, com uma pauta que foge ao espírito comemorativo. O objetivo das profissionais é mobilizar e sensibilizar parlamentares para aprovação do projeto de lei 2.564/2020, que cria o piso salarial fixo para os profissionais da enfermagem de todo o Brasil.
A proposta estabelece o valor mínimo inicial para os enfermeiros de R$ 4.750,00, que deve ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados.
“A professora Dorinha sempre esteve à frente, na luta, pelas pautas dos trabalhadores da saúde, em especial da enfermagem. Em todas as Comissões que era necessária uma defesa para estas pautas, a parlamentar sempre teve voz ativa na defesa da nossa categoria. Ela também abriu as portas da Câmara Federal para os representantes sindicais, e para a enfermagem brasileira. Muito nos orgulha seu apoio, sua atuação e sua maneira engajada e legítima, abrindo portas e sendo voz”, ressaltou a enfermeira Sol
“A proposta do piso salarial nacional dos enfermeiros já está na minha pauta pessoal desde que foi apresentada pela categoria. Além de abraçar todos esses profissionais que merecem nosso reconhecimento, levanto bandeira pela aprovação urgente do piso”, finalizou Professora Dorinha.