Partidários do presidente Jair Bolsonaro participam de protesto em Brasília
Com Agência Brasil
Os incondicionais partidários do presidente Jair Bolsonaro ignoraram as advertências sobre o novo coronavírus e fizeram manifestações nas principais capitais do país. Os protestos criticam o Congresso e os tribunais por atrapalharem as ações do atual presidente, com alguns deles abertamente pedindo por um golpe de estado.
Centenas de simpatizantes se reuniram em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo, muitos usando máscaras com mensagens como “Canalhas – Vírus – Congresso Nacional”.
Os críticos do presidente defendem que as manifestações são antidemocráticas, em um país ainda atormentado pela memória de uma ditadura militar, cujo legado é abertamente admirado por Bolsonaro, um ex-capitão do exército.
Mas nem isso ou as advertências das autoridades para evitar grandes aglomerações em meio à pandemia de coronavírus impediram os partidários de saírem às ruas.
“A manifestação é contra o Congresso, porque eles não deixam Bolsonaro governar. Vetam tudo”, disse Rogério Galhardo, um empresário de 60 anos que carregava uma bandeira brasileira.
“Eles só querem roubar”, ressaltou a sua esposa, a professora Patricia Monteiro, de 45 anos.
Bolsonaro está em disputa com o Congresso pelo controle do orçamento para este ano, estimado em R$ 30 bilhões.O atual presidente, que não está afiliado a nenhum partido político e continua em discussão sobre o assunto com o Congresso, defende que o poder Executivo deveria conservar o poder de controlar a execução do orçamento.
Pedido foi feito por Bolsonaro após a perspectiva de que o número de pessoas contaminadas por coronavírus cresça nas próximas semanas em todo o Brasil
Por iG
Em uma live transmitida pelo Facebook nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usava máscara branca por suspeita de coronavírus e pedia que os movimentos de rua suspendam a manifestação do próximo domingo, dia 15 de março.
O pedido de Bolsonaro foi feito após a perspectiva de que o número de contaminados por coronavírus cresça nas próximas semanas no Brasil. No último final de semana, o presidente havia incentivado os atos no país.
“O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe, depois não dá mais e o sistema não suporta”, disse o presidente, que estava acompanhado do ministro da Saúde, Henrique Mandetta , que também estava usando uma máscara.
A ideia sugerida pelo presidente é suspender temporariamente a data da manifestação. "Depois de um mês, dois meses, faz", disse Bolsonaro , alegando que o movimento não é dele. Na visão do presidente, mesmo sem os protestos, o "recado" foi dado ao Congresso .
Assista parte do pronunciamento, transmitido nas redes sociais.
Presidente @jairbolsonaro e Ministro da Saúde @lhmandetta falam sobre coronavírus e manifestações de 15/MAR. pic.twitter.com/K0VEtCDTbf
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) March 12, 2020
Palácio do Planalto informou ainda que a contra-prova deu positivo e que o secretário ficará de quarentena em casa
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília
O governo informou nesta quinta-feira (12) que o secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wanjgarten, tem coronavírus.
O Palácio do Planalto informou ainda que a contra-prova já foi realizada e que o secretário já está em quarentena em casa.
Wajngarten fez parte da comitiva do governo que viajou nesta semana para a Flórida, nos Estados Unidos, para uma série de compromissos. Ele viajou junto com o presidente Jair Bolsonaro.
Na nota em que informou que o secretário contraiu o vírus, o governo disse também que o serviço médico da Presidência está tomando medidas para preservar a saúde de Bolsonaro e de toda a comitiva.
"O serviço médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do Presidente da República e de toda comitiva presidencial que o acompanhou em recente viagem oficial aos Estados Unidos, bem como dos servidores do Palácio do Planalto", afirmou o governo.
Na Flórida, Bolsonaro participou de um jantar com o presidente norte-americano, Donald Trump. Wajngarten acompanhou Bolsonaro no evento.
De acordo com o Planalto, o governo brasileiro comunicou às autoridades do governo norte-americano sobre a infecção de Wajngarten.
O Ministério da Defesa informou que, por precaução, o estado de saúde do ministro Fernando Azevedo e Silva, que também esteve na comitiva, está sendo monitorado.
Evento cancelado
Nesta quinta-feira, Bolsonaro cancelou em razão do surto de coronavírus uma viagem que faria a Mossoró (RN) para anunciar medidas do governo federal na região. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia da Covid-19, doença causada pelo vírus.
Bolsonaro permaneceu durante a manhã desta quinta na residência oficial do Palácio da Alvorada. Ele não tem compromissos previstos para a tarde.
Íntegra da nota do governo
O Serviço Médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do Presidente da República e de toda comitiva presidencial que o acompanhou em recente viagem oficial aos Estados Unidos, bem como dos servidores do Palácio do Planalto.
Isso porque um dos integrantes do grupo, o Secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, é portador do novo coronavírus Covid-19, confirmado em contraprova já realizada.
O governo brasileiro também já comunicou às autoridades do governo norte-americano a ocorrência do evento para que elas também adotem as medidas cautelares necessárias.
O Secretário de Comunicação está cumprindo todas as recomendações médicas, em quarentena domiciliar, e só retornará ao seu trabalho quando não houver risco de transmissão da doença.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
Suspensão durará 30 dias; exceção será o Reino Unido
Por Agência Brasil
O presidente norte-americano, Donald Trump, em pronunciamento na noite de hoje (11), anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para os Estados Unidos durante 30 dias como forma de “proteger os americanos” do coronavírus.
A suspensão passará a valer a partir de sexta-feira (13) à meia-noite, mas não terá validade para o Reino Unido, que continuará tendo voos para os Estados Unidos. As restrições também não têm validade para quem tem residência permanente em território norte-americano.
“Estamos respondendo com grande rapidez e profissionalismo [à ameaça do coronavírus]”, disse Trump.
O presidente destacou que tomou a decisão após consultar autoridades na área de saúde. Ele disse que essas medidas, “fortes, mas necessárias” foram tomadas para proteger a “saúde e o bem-estar de todos os americanos”.
Trump considerou que as medidas vão reduzir a ameaça que o coronavírus representa aos norte-americanos de “forma significativa”.
Ele comparou a decisão de suspender os voos da Europa à restrição que os Estados Unidos fizeram de voos vindos da China e do Irã quando a crise do coronavírus começou. Trump criticou a forma como a Europa agiu e disse que o continente deveria ter tomado medidas similares e, com isso, evitado o crescimento do coronavírus no mundo.
Durante o pronunciamento, de mais de nove minutos, Donald Trump também disse que a crise do coronavírus não é financeira e que vai tomar ações de emergência para ajudar os norte-americanos diagnosticados com o vírus, que estejam em quarentena ou que precisem ficar afastados para cuidar de pessoas infectadas.
O presidente também pediu que o Congresso norte-americano aprove reduções fiscais com o intuito de ajudar a combater eventuais perdas econômicas que tenham sido causadas pelo vírus.
Questionado se confiava na justiça eleitoral, o presidente se mostrou chateado e aumentou o tom de voz
Por Ingrid Soares
Reforçando a afirmação de que ganhou as eleições em primeiro turno, e que tem provas de fraudes no sistema de votação, o presidente Jair Bolsonaro desafiou um grupo de jornalistas em Miami, Flórida, nos Estados Unidos. Questionado sobre a afirmação dada na segunda-feira (9/3), Bolsonaro apontou. "Olha, quero que você me ache um brasileiro que confia no sistema eleitoral brasileiro. Espero que você ache um brasileiro que confia no processo eleitoral brasileiro". O chefe do Executivo, no entanto, não deu mais informações sobre o assunto.
Questionado se confiava na Justiça Eleitoral, o presidente se mostrou chateado e aumentou o tom de voz: "Não é na Justiça. Não deturpem minhas palavras, tá ok? Não façam essa baixaria que a imprensa faz sempre comigo. Não é a Justiça." Ao ser perguntado se apresentaria as provas, ele encerrou a entrevista.
Bolsonaro foi eleito em segundo turno, após disputar as eleições com Fernando Haddad (PT). O vencedor obteve 57 milhões de votos, e Haddad, 47 milhões. Na segunda-feira (9/3), em viagem aos Estados Unidos, o presidente afirmou que ganhou as eleições em primeiro turno, e que tem provas de fraudes no sistema de votação.
"Eu acredito pelas provas que tenho nas minhas mãos, que vou mostrar brevemente. Eu fui eleito em primeiro turno, mas no meu entender houve fraude. Tá? Nós temos não apenas uma palavra… Nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes. Então, acredito até aquele dia que eu tive muito mais votos no segundo turno do que se poderia esperar e ficaria bastante complicado uma fraude naquele momento", disse ele, sem apresentar qualquer tipo de documento.
Durante os quatro dias em que esteve em Miami, essa foi a primeira vez que o presidente falou com a imprensa. A entrevista durou menos de dois minutos e ocorreu momentos antes do embarque dele para Jacksonville, onde visitou por cerca de duas horas a fábrica da Embraer. Posteriormente, Bolsonaro embarcou rumo à Brasília. A previsão é de que ele chegue em Boa Vista por volta das 19h e retorne para a capital federal de madrugada.
Polêmica
Em nota, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu as acusações do presidente e afirmou que ao "longo de mais de 20 anos", da utilização do sistema eleitoral, não "foi constatado sequer uma fraude".
Os ministros também se pronunciaram sobre o assunto. A ministra Rosa Weber foi enfática ao afirmar que o TSE não aceitaria qualquer irregularidade no processo eleitoral. "Que fique muito claro: a Justiça Eleitoral não compactua com fraudes. Não compactua com fraudes", disse. "Eu mantenho a minha convicção quanto à absoluta confiabilidade do nosso sistema eletrônico de votação. Agora, se há fatos novos, se há provas, que possam nos ser oferecidas, nós vamos examiná-las com o mais absoluto rigor e com total transparência, justamente no sentido da sua apuração", disse.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que vivemos "tempos estranhos" e afirmou que não houve críticas credíveis sobre as eleições. "Como eu disse anteriormente: Tempos estranhos. Pelo menos de tédio nós não morremos. Em 1996, capitaneei as eleições. De lá pra cá, não houve impugnação ao sistema minimamente séria. Se persevera a vontade do eleitor", afirmou.
Já o ministro Barroso afirmou que este tipo de acusação precisa de provas para ser apresentada. "Nós nunca tivemos qualquer evidência objetiva de fraude. O sistema é totalmente confiável, respeitado mundialmente. Agora, se alguém trouxer alguma prova, alguma evidência, estou pronto para examinar, a gente tem sempre espaço para aperfeiçoamento. Agora, não pode ser uma coisa retórica, tem que ser uma coisa fundada em elementos objetivamente aferíveis. Não pode ser 'eu acho', é preciso que haja elementos", concluiu.