A estratégia de aproximar o presidente da população, com entrevistas, ao que parece anda é dando munição para oposição. Novamente o governo é massacrado nas redes sociais. “Se produto está caro, não compra”, diz Lula sobre alta dos preços

 

 

Por Antônio Coelho de Carvalho

 

 

Passados mais da metade de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em coletiva, dia 30 de janeiro, resolveu falar com a imprensa, antes tarde que nunca. Querendo ou não, a imprensa é a instituição responsável para levar a sociedade o que se passa nos poderes construídos. Nos últimos dias essa estratégia tem se avolumado. Um exemplo é esse vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira

 

 

Já de inicio em sua fala e querendo já se desculpar: “Nem me lembro da última vez que fiz isso”. Percebe-se que as estratégias do novo ministro chefe da (Secretaria de Comunicação da Presidência da Republica) Secom, é uma tentativa melhorar a imagem do Governo. Uma vez que pesquisas mostram a crescente rejeição do presidente.

 

O começo

Lula partiu logo para o ataque, foi enfático: "2025 é o ano mais importante do meu mandato".  Em 2025 vamos fazer a melhor colheita política deste país para o governo. A melhor política de obras públicas, a maior colheita de inclusão. Disse como em um discurso para eleitores. Esse será o ritmo de agora pra frente. O que realidade ta crescendo nessa plantação de Lula é a impopularidade, essa coletiva veio devido à leitura da pesquisa Quaest, divulgada dias antes, entre outras, que apontou pela primeira vez que a reprovação do governo cresceu e superou a aprovação popular.

 

Aliados

Questionado sobre declarações de Gilberto Kassab, presidente do PDS, outra velha raposa da política, que disse que o ministro da fazenda Fernando Haddad (PT) era fraco e que se as eleições fossem hoje Lula perderia ele comentou: “Eu ri, porque hoje não tem eleição”. Lula tem um discurso para todas as ocasiões. Dias antes em reunião com ministros foi categórico ao afirmar que 2026 já havia começado. Ele defendeu seu ministro da fazenda, lembrando que foi Haddad que comandou a PEC da transição.  PEC essa que ampliou o teto de gastos do governo em R$ 145 bilhões com as assinaturas da Câmara e do Senado. Ontem porem o mesmo Kassab, após encontro com outros camaradas de partido, declarou que Lula é forte e 2026 esta longe.

 

Fogo amigo

Outro presidente de partidos que fez criticas ao governo foi presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP).  “Tem que haver um controle maior nas contas públicas para diminuir o déficit fiscal, tem que haver uma ação mais pragmática do governo federal, por exemplo, com referência à inflação, à alta dos alimentos. Tudo isso são temas que, no que depender da Câmara, no que depender dos Republicanos, nós estaremos prontos para colaborar”, declarou ele a rede Recod.

 

Leitura

A queda da popularidade de Lula no Nordeste acende alerta vermelha no governo. A maior queda da avaliação positiva veio do Nordeste. Velho reduto do PT e de partidos de esquerda. Até então se acreditava que as políticas publicas como o Bolsa Família manteria a população satisfeita, e garantiria o voto, só que não. Essa queda de popularidade, e a crescente insatisfação entre os mais pobres, se deve fatores, o principal é a inflação, mas, a violência, tema que ainda é muito caro para o governo, não entraram ainda no radar. A saúde capenga, a infraestrutura, transporte ineficiente e caro, e o que melhor mais conhecimento, educação. O Nordeste concentra o maior número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, (9,4 milhões) e o maior volume de recursos (R$6,4 bilhões). O cidadão com mais conhecimento, aprendeu que os programas sociais são de estado e não de governo. É a leitura que se tem de alguns dos pontos dessa insatisfação.  

 

Conversa

No contra-taque, já com olhos, boca, ouvidos e pele em 2026. Lula recebeu dia 6 de fevereiro, governadores do Nordeste. Dos nove estados da região, seis representantes estiveram presentes no encontro com o presidente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no encerramento da cerimônia de posse do novo presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Rafael Fonteles. Haddad destacou que nos primeiros dois anos de governo Lula o Executivo dobrou os repasses a estados, especialmente aos do Nordeste.

“Se vocês pegarem a série histórica do que aconteceu nesses dois primeiros anos do governo do presidente Lula, vocês vão ver que nós dobramos o repasse em termos de empréstimos e de aval do Tesouro, sobretudo para os Estados do Nordeste. Na nossa plataforma de investimentos verdes, dos US$ 12 bilhões da plataforma, US$ 6 bilhões estão no Nordeste”, destacou o ministro. Ai um ponto, a divida só cresce o resultado não chega à ponta. O cidadão não vê melhora, só conversa.

 

Arrecadação

Um recorde, arrecadação do governo federal somou R$ 2,7 trilhões em 2024, com aumento de 9,6% frente ao ano anterior. Isso não foi o suficiente o governo Lula registra déficit de R$ 43 bi em 2024, diz Tesouro. Excluídos gastos extraordinários autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que não são computados para o cumprimento da meta, incluindo créditos destinados ao combate às enchentes no Rio Grande do Sul e às queimadas, o rombo foi de R$ 11 bilhões. Ao considerar gastos com enchentes no Rio Grande do Sul, o saldo negativo nas contas públicas foi de R$ 44 bilhões em 2024. Uma conta difícil de fechar.

 

Flash Back

Quando assumiu o governo em 2003, não lembro quem foi o ministro da propaganda acho que Duda Mendonça, e o mantra foi: “herança maldita”. Essas duas palavras foram ditas, à exaustão e aos quatro ventos, Lula recebera uma “herança maldita” dos oito anos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). FHC foi taxado de Neoliberal, o mesmo que fascista hoje, só que fascista é mais grave, a meu ver. E até hoje muitos acreditam que Lula recebera um país arrombado com contas atrapalhadas, no vermelho, sem políticas publicas. Assim como ontem, hoje o mantra é o mesmo. A mesma historia contada várias vezes, e mesmo não sendo real, ela se tornar uma narrativa real. A máxima de que "basta repetir uma mentira para que ela se torne verdade" é uma das regras básicas da propaganda política, que se aprende no primeiro semestre dos cursos de comunicação social ou propaganda, constantemente atribuída ao nazista Joseph Goebbels. Não se engane, 2026 já começou e Lula está em plena campanha.

 

A Deriva

Vendo as dificuldades que enfrentará principalmente no nordeste e no sudeste, Lula percebe que não conseguirá atrair o eleitorado de Bolsonaro, ele busca um porto seguro, narrativas, discursos para ancorar esse barco à deriva, ainda em mar calmo, pois para ele 2026 já começou. Em discurso dia 4 de fevereiro ele disse: "Queria terminar dizendo para vocês que nós temos mais dois anos de governo, e vocês aprenderam uma lição: construir leva décadas. Destruir, basta um aloprado ganhar as eleições que ele destrói em quatro anos o que a gente fez em 20 ou fez em 30", afirmou. Ele sabe que mesmo estando inelegível, Jair Bolsonaro consegue mobilizar não só setores da política, mas o cidadão comum. Mesmo com as dificuldades e da insatisfação, parte do eleitorado ainda não vê uma alternativa clara para 2026. Lula tenta reagir, como na mudança da comunicação e procurando medidas para conter a inflação dos alimentos. Mas a colheita será boa como disse Lula? Só o tempo dirá.

 

Solucionatica

O agro antes taxado de fascista por Lula agora é visto como uma das soluções da alta da inflação dos alimentos. Durante sua campanha a 2022 o presidente Lula afirmou na bancada do Jornal Nacional da rede Gobo “O agronegócio, sabe, que é fascista e direitista [é contra o meio ambiente]”.  Mesmo com previsão de recorde na safra de grãos deve ser 8,2% maior que a anterior, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não resolve o problema. Uma vez que o preço dos grãos é muito dependente do mercado externo e, portanto o valor do dólar frente ao real também é influenciador. Dólar esse que chegou aos R$ 6,15, foi mais um recorde do governo Lula e agora está a R$ 5,75. Não depende somente do governo, a postura tarifária menos agressiva de Donald Trump com o Brasil (ainda) ajudou nessa queda. Uma coisa é certa, toda problematica tem uma solucionatica. 

 

Duas Casas

Outro fator que será muito caro ao governo será a reposta que virá do novo comando do Congresso Nacional. Na Câmara Hugo Motta (Republicamos -PB), legítimo representante da oligarquia nordestina, ele que é cria política do ex-presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha, ao que disse, pretende sempre ouvir o colégio de lideres, privilegiando a pauta econômica (leia-se ai emendas) e avesso a temas ideológicos no plenário. Sempre afirma. Na Casa alta o já conhecido Davi Alcolumbre (União - AC) declarou que é preciso haver convergência em favor das causas que precisam ser enfrentadas pelo Parlamento brasileiro. Ele ressaltou que é importante ouvir e buscar consensos, mas sem deixar de lado a defesa da independência e autonomia do Poder Legislativo. Estou aberto a conversar com os outros Poderes constituídos, com respeito e altivez. O Senado não pode se furtar a debater ou ter preconceito contra qualquer assunto que chegue à tona do Parlamento. Ainda é um mistério para todos, quem o diga é o ministro Fernando Haddad.

 

A Procura

 

Na tentativa de achar a popularidade perdida a equipe de Lula e Janja já traçaram um roteiro de viagens Brasil a fora. A informação é do Estadão, além do casal o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também viajara mais para participar de eventos. Essa é mais uma estratégia do pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Se vai reverter à impopularidade crescente não se sabe. Essas viagens começou pelo Rio de Janeiro, depois na agenda tem: Paramirim (BA): cerimônia “Água Para Todos". Belém (PA): anúncio de ações relacionadas à Conferência das (COP-30), que será realizada em novembro, e obras Programa Minha Casa, Minha Vida. Em Macapá (AP): entrega de títulos de regularização fundiária a assentados. Novamente no Rio de Janeiro para comemoração dos 45 anos do PT e no Rio Grande (RS) polo naval. Janja internacional que é, irá para Itália entre os dias 10 e 12 de fevereiro.

 

Sigilo de 100 anos

 

Por fala em Janja o MPF (Ministério Publico Federal), que saber de sues gastos, pois o governo colocou em sigilo em praticamente tudo que rodeia Janja, assim como o uso helicópteros por filho do presidente Lula também é alvo de investigação pelo órgão. Para MPF a falta de transparência em atos da Presidência. Entre os questionamentos vão desde o número de assessores à disposição da primeira-dama até o uso do helicóptero presidencial. Outro ponto investigado é motivo para uso de sigilo de 100 anos com relação à visita dos filhos do presidente ao Palácio do Planalto. É uma gastança desenfreada, essas viagens Brasil são realmente necessárias, ou são somente para se amostrar para a população. Lula esbravejou quando Jair Bolsonaro impôs sigilo em seu cartão de vacinação. Disse que se eleito acabaria com os sigilos no executivo, sigilos esses criados pela sua criatura Dilma.

 

Caiu na rede

Nunca foi segredo para ninguém que Lula quer regular as redes sociais. Em entrevista a rádios da Bahia Lula declarou que Congresso tem que regulamentar as redes sociais e, se não for o caso, será o STF.  Afirmou que ninguém quer proibir liberdade de expressão e, sim, enquadrar responsabilidades de declarações. O que vê é que essa estratégia, e pelo que vimos ate agora de entrevistas e coletivas do presidente pode um tiro no pé, munição para oposição, Lula deve ter tomado água de badalo fala muito, e fez pouca essa é a realidade. Lula que quer furar a bolha de eles contra nos, para ele é caminho mais fácil. Na entrevista as rádios da Bahia o petista sugeriu que a população evite comprar produtos que estejam muito caros, como forma de pressionar a redução dos preços e ajudar a controlar a inflação. Ainda culpou o Banco Central (BC) pela alta nos preços dos alimentos. Mas o grande culpado é o próprio governo, a continuar nessa tuada, com esse discurso, e desconectado da realidade, não só a luz vermelha irá acender, a sirene vai tocar e o barco vai afundar, e a vaca vai brejo.

 

Até a próxima

 

Antônio Coelho de Carvalho é jornalista

 

 

Posted On Sexta, 07 Fevereiro 2025 14:31 Escrito por O Paralelo 13

Aumento é anotado em 13 das 17 cidades pesquisadas

 

 

POR GUILHERME JERONYMO

 

 

Levantamento de preços de itens de consumo básicos nas capitais do país identificou aumento no custo da cesta básica em janeiro deste ano em 13 das 17 cidades pesquisadas.

 

A maior alta foi em Salvador (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). As quatro cidades onde houve redução no valor global dos itens foram Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). O levantamento – realizado desde 2005 - é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

A cesta básica mais cara foi cotada em São Paulo, onde os alimentos que a compõem custam R$ 851,82, 60% do salário mínimo oficial (R$ 1.518).

 

Em janeiro, segundo o levantamento do Dieese, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15.

 

Estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que a renda média do trabalhador brasileiro foi de R$ 3.279,00 em outubro de 2024, dado mais atual disponível.

 

Valores

A comparação, segundo o Dieese, é possível "com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência".

 

Em janeiro de 2024, deveria ter ficado em R$ 6.723,41 ou 4,76 vezes o valor vigente. A inflação dos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,8%, valor próximo ao aumento indicado.

 

As cidades do sul e sudeste estão entre as mais caras cotadas. Em Florianópolis, o valor médio da cesta básica foi de R$ 808,75, no Rio de Janeiro R$ 802,88, e, em Porto Alegre, R$ 770,63.

 

Custo

 

Curitiba, com R$ 743,69, Vitória com 735,31 e Belo Horizonte com R$ 717,51 completam o setor, mas foram superadas por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03). As capitais do Norte e Nordeste pesquisadas têm custos abaixo da metade do valor do salário mínimo. Em Fortaleza a cesta básica custou em média R$ 700,44, em Belém R$ 697,81, em Natal R$ 634,11, em Salvador R$ 620,23, em João Pessoa R$ 618,64, no Recife R$ 598,72 e em Aracaju R$ 571,43.

 

A análise do Dieese liga o aumento da cesta básica ao comportamento de três itens principais: o café em pó, que subiu em todas as cidades nos últimos 12 meses; o tomate, que aumentou em cinco cidades, mas diminuiu em outras 12 nesse período, mas teve aumento acima de 40% em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, por conta das chuvas; e o pão francês, que aumentou em 16 cidades pesquisadas nos últimos 12 meses, o que se atribui a uma "menor oferta de trigo nacional e necessidade maior de importação, nesse cenário de câmbio desvalorizado".

 

O reajuste poderia ter sido maior, porém, foi contido por itens como a batata, que diminuiu em todas as capitais no último ano, o leite integral, que, apesar do reajuste durante o ano, teve queda em 12 cidades em dezembro, e o arroz agulhinha e o feijão preto, que têm caído de preço nos últimos meses por conta de aumento na oferta.

 

 

Posted On Sexta, 07 Fevereiro 2025 04:54 Escrito por O Paralelo 13

Com Assessoria

 

 

O vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, senador Eduardo Gomes, participou nesta quinta-feira, 6, da Reunião da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com a República Federativa do Brasil. O encontro, realizado por videoconferência, reuniu parlamentares, especialistas e representantes da Comissão Europeia para discutir a regulamentação da Inteligência Artificial (IA) e a diplomacia digital na União Europeia e no Brasil.

 

Durante o evento, foram debatidos desafios e oportunidades da regulação da Inteligência Artificial, bem como o impacto da diplomacia digital nas relações internacionais. O senador Eduardo Gomes destacou a relevância da cooperação entre o Brasil e a União Europeia no desenvolvimento de marcos regulatórios para a IA, enfatizando a necessidade de um equilíbrio entre inovação e segurança.

 

“A Inteligência Artificial tem um papel estratégico no futuro do Brasil e do mundo. Precisamos garantir uma regulamentação que estimule a inovação, ao mesmo tempo em que proteja direitos fundamentais e assegure um uso ético da tecnologia. O diálogo entre Brasil e União Europeia é essencial para alinharmos princípios e boas práticas nessa questão”, afirmou o senador.

 

O debate contou com a participação do deputado europeu Brando Benifei, correlator da Comissão do Mercado Interno do Regulamento de Inteligência Artificial; Corneliu Bjola, professor de Diplomacia Digital na Universidade de Oxford; Laura Schertel Ferreira Mendes, professora convidada na Goethe Universität Frankfurt; e Kilian Gross, chefe de unidade de Regulamentação e Conformidade em matéria de Inteligência Artificial da Comissão Europeia.

 

Regulamentação da IA no Brasil

 

Relator do Regulamento de Inteligência Artificial no Senado Federal, Eduardo Gomes tem atuado na construção de um marco regulatório que fomente o desenvolvimento da tecnologia de forma segura e responsável no Brasil. O processo relatado por ele foi apresentado e aprovado pelo Senado no último dia 10 de dezembro, e agora aguarda análise e votação na Câmara dos Deputados.

 

Posted On Sexta, 07 Fevereiro 2025 04:51 Escrito por O Paralelo 13

Fazenda elencou 25 propostas prioritárias para 2025 e 2026; objetivo é que projetos sejam analisados antes das eleições

 

 

Por Lis Cappi

 

 

Reforma da renda, limitação de salários e mudanças na previdência dos militares estão entre as prioridades do Ministério da Fazenda para aprovação no Congresso Nacional até 2026. Os temas fazem parte das 25 propostas econômicas levadas pelo titular da pasta, Fernando Haddad, ao novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

 

O principal destaque é voltado à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 por mês. A proposta deve ser enviada à Câmara nas próximas semanas, com expectativa para avanço das discussões ainda no primeiro semestre.

 

Apesar de as propostas serem voltadas para os anos de 2025 e 2026, o governo trabalha para garantir todas as aprovações ainda este ano, visto que o próximo ano será marcado pela eleição presidencial.

 

Apesar do calendário apertado, Haddad afirmou que ministérios estarão à disposição de parlamentares para avançar com a análise dos textos.

 

Veja os 25 pontos destacados pela equipe econômica do governo

 

  1. Fortalecimento do arcabouço fiscal, para assegurar expansão sustentável do PIB (Produto Interno Bruto), desemprego e inflação baixos e estabilidade da dívida: a proposta é voltada para adequar o crescimento de gastos aos limites da nova regra fiscal;
  2. Início da implementação da reforma tributária sobre o consumo: a proposta ainda pode passar por derrubada de vetos dentro do Congresso;
  3. Regulamentação da reforma tributária: Lei de Gestão e Administração do IBS, Fundos e Imposto Seletivo - o segundo projeto ainda depende de análise de parlamentares;
  4. Reforma tributária sobre a renda com isenção de IRPF para quem ganha até R$ 5.000 e tributação sobre o topo da pirâmide de renda;
  5. Reforma da previdência dos militares: altera a previdência dos militares e reduz assimetrias em relação aos regimes previdenciários civis. O projeto define idade mínima de transferência dos militares à reserva remunerada. Avanço do PL 4920/2024, em tramitação na Congresso Nacional;
  6. Projeto de lei da conformidade tributária e aduaneira, com valorização do bom contribuinte e responsabilização do devedor contumaz: entre os pontos, corrige distorções no planejamento da arrecadação, valoriza o bom contribuinte e penaliza o devedor recorrente;
  7. Aprimoramento da Lei de Falências: voltado para aprimorar a governança do processo falimentar, com designação da figura do gestor fiduciário e a criação do plano de falências;
  8. Fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais: aprimora mecanismos de proteção a investidores minoritários no mercado de capitais e aperfeiçoa regras contra eventuais prejuízos causados por acionistas controladores;
  9. Consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro: voltado para maior eficiência nas operações realizadas entre as instituições financeiras, com menores custos e mais segurança aos consumidores finais;
  10. Resolução bancária: aprimora regimes de estabilização e liquidação de instituições do sistema financeiro, securitário e do mercado de capitais;
  11. Mercado de crédito: desjudicialização da execução civil de título executivo judicial e extrajudicial; operacionalização das operações de crédito consignado por meio de plataforma digital; uso de fluxo de pagamentos no Pix e outros recebíveis em garantia de operações de crédito, especialmente para MPEs; ecossistema único para registro e uso de ativos financeiros como garantia em operações de crédito;
  12. Regulamentação econômica das big techs: projeto para incentivar a concorrência ao dotar o poder público de ferramentas mais adequadas para coibir práticas anticoncorrenciais nos mercados digitais;
  13. Modernização do marco legal de preços de medicamentos;
  14. Novos Leilões do EcoInvest: programa de proteção cambial e mobilização de investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis;
  15. Pé-de-Meia: permissão ao aluno investir em poupança ou títulos do Tesouro;
  16. Modernização do regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos e das parcerias público-privadas voltada para um marco legal para equilíbrio de contratos e seleção de empresas;
  17. Nova emissão de títulos sustentáveis, trazendo recursos ao Fundo Clima: títulos da dívida pública com critérios de sustentabilidade para financiar atividades da transformação ecológica com taxa de juros competitivas;
  18. Avanço na implantação do mercado de carbono (governança e decreto regulamentador): criação do mercado regulado de carbono no Brasil, com teto de emissões e mecanismo de precificação;
  19. Compra pública com conteúdo nacional e programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica: exigência de que parte dos equipamentos e serviços sejam produzidos no Brasil em casos de compras e financiamentos públicos e uso do poder de compra para desenvolver inovações tecnológicas;
  20. Compra pública com conteúdo nacional e programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica: exigência de que parte dos equipamentos e serviços sejam produzidos no Brasil em casos de compras e financiamentos públicos e uso do poder de compra para desenvolver inovações tecnológicas;
  21. Estruturação do Fundo Internacional de Florestas: criação de fundo global cujos rendimentos sejam repassados a países que preservam suas florestas tropicais;
  22. Implementação da Taxonomia Sustentável Brasileira: criação de sistema de classificação de atividades, projetos e ativos que contribuem para objetivos climáticos e sociais;
  23. Marco legal da inteligência artificial e política de atração de datacenter: conjunto de medidas para promover o desenvolvimento responsável da Inteligência Artificial e atração de datacenters sustentáveis (aproveitando o potencial de energia renovável) para impulsar a produtividade da economia nacional.
  24. Plano Safra e Renovagro: aprimoramento dos critérios de sustentabilidade, melhora das condições de crédito para práticas agrícolas sustentáveis e regularização do cadastro ambiental, além de assistência técnica;
  25. Consolidar o mapa de investimento sustentáveis na BIP (Plataforma de Investimentos para a Transformação Ecológica no Brasil): plataforma gerida pelo BNDES que conecta projetos em bioeconomia, indústria de baixo carbono e transição energética com ampla rede de financiadores.
Posted On Quinta, 06 Fevereiro 2025 07:33 Escrito por O Paralelo 13

Em entrevista, presidente questionou a luta por anistia sem antes terminar o devido processo legal do julgamento

 

 

Por Plínio Aguiar

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quarta-feira (5), que quem tentou dar um golpe de Estado no Brasil não merece absolvição. Em entrevista a rádios mineiras, o petista criticou Jair Bolsonaro e questionou o desejo de anistia sem antes terminar o devido processo legal.

 

“As pessoas são muito interessantes. Nem terminou o processo e já querem anistia, ou seja, não acreditam que são inocentes? Deveriam acreditar que são inocentes e não pedir anistia antes do juiz determinar punição e se vai ter punição”, criticou o presidente.

 

Segundo ele, a garantia é de um processo de julgamento “altamente democrático com todo direito de defesa”. E que quando pessoas pedem anistia sem ter sido julgadas “é porque estão se condenando”.

 

“Primeiro espera o julgamento, se defendam. Vai ter condenação ou não, vão ter o direito de defender”, disse Lula. “Haverá o direito de defesa que nunca houve para mim. Para ele [Bolsonaro] vai ter”, continuou, aproveitando para alfinetar o ex-presidente.

 

Lula afirmou que se a Justiça entender que Bolsonaro pode concorrer às eleições, ele vai concorrer. “E se for comigo vai perder outra vez. Não há possibilidade de a mentira ganhar uma eleição nesse país. Estou muito tranquilo em relação a isso”.

 

E voltou a falar dos acusados de tentativa do suposto golpe. “Quem vai decidir o processo é a Justiça. Eu acho que quem tentou dar um golpe, quem articulou inclusive a morte do presidente e do vice-presidente, do presidente do Tribunal Eleitoral, não merece absolvição. Eu acho. Por menos do que eles fizeram, muita gente no Partido Comunista foi morta”, completou.

Suposta tentativa de golpe

 

Em 8 de Janeiro de 2023, as sedes dos Três Poderes foram atacadas e depredadas por vândalos. O episódio ficou conhecido como um ataque à democracia. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal decidiu indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022.

 

Outras 36 pessoas foram indiciadas. Entre elas, estão os ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Desde o indiciamento, parlamentares da oposição tentam avançar em projetos que visam anistiar os envolvidos.

 

O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (4) em entrevista exclusiva à RECORD News que a decisão de pautar ou não a votação na Casa de um projeto de lei para conceder anistia aos presos por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 vai ser do colégio de líderes da Câmara.

 

“Nós vamos tratar com muita cautela, para que não venha a ser mais um fator pra causar tensionamento entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Nós vamos dialogar e vamos sentir o ambiente político para ver se dá para ser pautada ou não. Não tem decisão tomada nesse sentido”, disse Motta. “Nós temos a tranquilidade de, quando essas matérias são trazidas até à Presidência, conduzir ouvindo o colégio de líderes. Temos que ter sempre a capacidade de dividir os ônus dessas decisões”, acrescentou.

 

 

Posted On Quarta, 05 Fevereiro 2025 14:23 Escrito por O Paralelo 13
Página 27 de 909