Investigação começou em 2015 e identificou o desvio de verbas na ordem de R$ 3,7 milhões
Com Revista Oeste
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 17, a operação Quadro Negro, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, fruto de uma investigação sobre desvio de verbas na Universidade Federal Fluminense (UFF).
Cerca de 20 policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói. São duas buscas em Niterói e duas na cidade do Rio de Janeiro.
A investigação começou em 2015 e identificou o desvio de verbas na ordem de R$ 3,7 milhões, feito em contratos emergenciais e ordinários entre a universidade e uma empresa de terceirização de mão de obra. Os desvios foram verificados entre os anos de 2011 e 2015. A operação busca identificar se os desvios continuaram depois desse período.
De acordo com a Polícia Federal, a cada pagamento pela execução do contrato eram feitos pagamentos adicionais a uma empresa de consultoria de propriedade de um professor da UFF, que utilizava um contrato de prestação de serviço fictício para justificar os recebimentos.
As investigações mostram que parte dos pagamentos que a empresa de consultoria recebia era repassada a um outro servidor da UFF, que seria o beneficiário final do desvio.
Segundo a PF, essa pessoa era responsável pela abertura das licitações ou contratações emergenciais, pela seleção das empresas e também pela execução do contrato administrativo e fiscalização.
Os crimes investigados são de licitação fraudulenta, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Nota
Em nota, a reitoria da Universidade Federal Fluminense informou que soube da operação de busca e apreensão pela imprensa e que a instituição é a maior interessada no “rápido esclarecimento dos fatos”, o que deve ocorrer dentro dos “princípios do Estado Democrático de Direito no curso das investigações”.
“Comunicamos que estamos nos informando sobre a operação em curso, solicitando à Polícia Federal a cópia do inquérito para conhecimento dos fatos e instauração dos devidos procedimentos administrativos para apuração de responsabilidade, no que couber. Como é nosso dever, colocamos todos os setores da administração da universidade para cooperar com as autoridades nas investigações”, informou a UFF.
Governador do Rio diz que temporal em Petrópolis uniu 'tragédia histórica' e 'déficit que realmente existe'.
Com Agências
A tragédia que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na tarde de terça-feira (15), bateu a triste marca de 104 mortos na madrugada desta quinta-feira. Outras 24 foram resgatadas com vida. A forte chuva que caiu na cidade causou ao menos 171 pontos de deslizamento, sendo o mais crítico o Morro da Oficina – parte da encosta foi abaixo durante a tarde e pelo menos 80 casas foram atingidas. O Ministério Público já recebeu mais de 35 solicitações para localizar pessoas desaparecidas. O município decretou Estado de Calamidade Pública e os militares seguem trabalhando. Há previsão de mais chuva para esta quinta-feira.
Após as fortes chuvas que caíram no município, a região central ficou completamente destruída. O temporal concentrou 259 milímetros de chuva em apenas seis horas, pouco mais do que era esperado para todo o mês de fevereiro inteiro. A maior incidência de deslizamento ocorreu nos bairros do Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra e Castelânea.
Por conta do alto número de vítimas, o Instituto Médico Legal (IML) está usando um caminhão frigorífico para transportar e armazenar os corpos. Diversos familiares se concentram próximos ao local para a identificação das vítimas.
A tragédia se repete
No dia 11 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio foi palco da maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, 918 pessoas morreram, 30 mil ficaram desabrigadas e ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje, após um temporal sem precedentes atingir cidades como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A chuva provocou avalanches de lama e muitas casas desabaram sob a força das águas carregadas de terra e entulho.
Na época do desastre, cerca de 850 mil toneladas de lama e entulho foram retiradas das ruas das cidades. Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. Em janeiro do ano passado, foi feita a promessa de investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. O chefe do Executivo acusou os magistrados de quererem torná-lo inelegível na "base da canetada" para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano.
Por Bruno Luiz e Giordanna Neves
"Difícil continuar três ministros do STF agindo dessa maneira. É uma perseguição clara à minha pessoa ... Essas três pessoas (Fachin, Barroso e Moraes) não contribuem com o Brasil em nada", criticou o presidente, que ainda reforçou que os ministros tentam desgastar o governo para "eleger seu candidato, que é o Lula". As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Jovem Pan, durante viagem à Rússia.
Ele disse, ainda, que "jamais faria o que ele (Fachin) fez, dando início à anulação do julgamento do sr. Lula". O comentário faz referência à decisão do ministro, em março do ano passado, de anular todas as condenações do ex-presidente pela Justiça Federal no Paraná relacionadas à Operação Lava Jato. "Querem entregar a faixa ao ex-presidiário Lula", reforçou.
Bolsonaro ainda voltou a criticar Lula, que lidera as pesquisas de intenções de voto à disputa ao Planalto, e afirmou que o petista "se comporta agora como se fosse um virgem na política", tentando se apresentar ao eleitor como se não fosse alguém com dois mandatos presidenciais.
Urnas
Em mais um momento de confronto com ministros do STF, Bolsonaro rebateu Fachin, que citou a Rússia como origem da maior parte dos ataques hackers contra a Justiça Eleitoral brasileira. O presidente classificou a fala como constrangedora, em um momento no qual está em viagem ao País.
"Não estou na Rússia para programar ataque hacker a computadores do TSE", disse o chefe do Executivo, ao pontuar também que o ministro produziu fake news ao criticar o país russo. Crítico do processo eleitoral, do qual questiona a segurança e lisura, o presidente tem eleito os três ministros como alvos preferenciais, já que eles também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fachin assumirá a presidência da Corte em 22 de fevereiro.
Só porque Bolsonaro está na Rússia os ministros do STF dizem que a Rússia é uma ameaça... pic.twitter.com/Fyu8WeCo1q
— Patriotas (@PATRlOTAS) February 16, 2022
"O próprio Fachin acaba de comprovar no meu entender que ele não tem confiança no sistema eleitoral, eu não sei o que está passando na cabeça deles. Se o sistema eleitoral é inviolável, por que essa preocupação? Acabaram de comprovar que existe pode ser violável", afirmou Bolsonaro durante a entrevista.
Em resposta ao posicionamento de Barroso, que voltou a discutir a possível suspensão do Telegram no País em entrevista ao jornal O Globo, o presidente criticou o eventual banimento do aplicativo "em base de Fake News".
A nova pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (16)
Pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira (16) mostra que diminui a vantagem do ex-presidente Lula (PT) em relação a seus adversários no primeiro e no eventual segundo turno da eleição presidencial. Apesar disso, o petista segue líder das intenções de voto, superando também todos os outros pré-candidatos no segundo turno.
Lula tem 40% das intenções de voto no primeiro turno contra 31% de Jair Bolsonaro (PL), 9% do ex-juiz parcial Sergio Moro (Podemos) e 4% de Ciro Gomes (PDT). No levantamento anterior, realizado entre 31 de janeiro e 1 de fevereiro, Lula tinha 41% e Bolsonaro 30%.
Há um mês, no levantamento feito entre 16 e 18 de janeiro, a distância entre o petista e Bolsonaro era de 14 pontos percentuais. Agora, a distância é de nove pontos, o que representa uma queda de cinco pontos.
A pesquisa ouviu três mil pessoas por telefone entre os dias 13 e 15 de fevereiro. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O código da pesquisa no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-06942/2022.
Segundo turno
A pesquisa mostra que projeção de vitória folgada do ex-presidente Lula (PT) no segundo turno permanece, com diferenças que oscilam de 15 pontos percentuais (em relação a Jair Bolsonaro) até 28 pontos em relação a João Doria. No primeiro turno, Lula tem 40% contra 51% da soma dos demais.
Lula permanece no patamar de 50% no embate contra Bolsonaro, que alcançou em meados de 2021, enquanto Bolsonaro recuperou-se da queda expressiva do ano passado, quando chegou a apenas 30% e agora tem 35% das indicações. A diferença entre os dois é de 15 pontos -a maior diferença, de 24 pontos, foi na virada de agosto para setembro de 2021.
Em relação ao ex-juiz suspeito Sergio Moro, a diferença é de 15 pontos (47% a 32%); em relação a Ciro Gomes, 23 (45% a 22%); em relação a Doria, 28 (46% a 18%).
Na agenda de hoje, presidente terá encontro com empresários russos
Com Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro, que está na Rússia, está em reunião com o mandatário do país, Vladimir Putin. O encontro acontece hoje (16), no Palácio do Kremlin, sede do governo russo.
Antes da reunião bilateral, os dois fizeram uma declaração à imprensa. Putin afirmou que o Brasil é o principal parceiro russo na América Latina. Bolsonaro disse que o Brasil está disposto a colaborar em várias áreas, como defesa, petróleo, gás e agricultura.
O presidente do Brasil disse acreditar que os dois países podem crescer muito com sua relação bilateral e agradeceu o indulto dado ao brasileiro que estava preso na Rússia até o ano passado.
Soldado Desconhecido
Antes da reunião com Putin, Bolsonaro participou de uma cerimônia de aposição floral no Túmulo do Soldado Desconhecido, ponto histórico da capital russa. O evento ocorreu às 9h da manhã de hoje em Moscou (3h da manhã no horário de Brasília). O presidente do Brasil acompanhou militares russos, que carregavam uma coroa de flores com o desenho da bandeira brasileira, em uma homenagem a soldados e combatentes que prestaram serviços fora de sua terra natal. A solenidade contou com uma marcha da Guarda de Honra russa e um minuto de silêncio em homenagens a soldados mortos em operações militares. A cerimônia faz parte do protocolo de visitas de chefes de Estado a outros países.
Após a colocação da coroa de flores em uma espécie de pedestal, o Hino Nacional brasileiro foi executado, na presença de Bolsonaro. No final do evento, todas as autoridades presentes se posicionaram para uma foto. Os ministros Carlos Alberto França (Relações Exteriores), general Walter Braga Netto (Defesa), general Luiz Eduardo Ramos (Secretária-Geral da Presidência da República)e general Augusto Heleno (Ministro do Gabinete de Segurança Institucional), acompanharam Bolsonaro.
Agenda
Após reunião com o presidente russo, o presidente brasileiro se encontrará, ainda na tarde de hoje, com o presidente da Duma do Estado (parlamento russo), o deputado Vyacheslav Volodin.
Às 17h45 (horário local), Bolsonaro participará do Encontro Empresarial Brasil-Rússia, com presença de empresários dos dois países. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, acompanhará o presidente. Entre os principais assuntos a serem tratados na viagem está a compra de fertilizantes russos por parte do Brasil.
Relações Exteriores
O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, falou sobre a visita. “A importância desse entendimento bilateral é de que devemos ter uma cooperação facilitada em tecnologia de ponta e áreas sensíveis. Tratamos de temas da conjuntura internacional, sobretudo em nossas regiões e também abordamos questões afetas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Rússia é para o Brasil uma referência mundial em desenvolvimento tecnológico, sobretudo no âmbito de sua indústria de defesa”, afirmou.
Os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1828 e a Rússia é, atualmente, um dos 15 maiores parceiros comerciais do Brasil.