Centro de Distribuição terá investimento privado inicial de R$ 25 milhões e atenderá os estados do TO; MA; PA; e PI, com expectativa de expansão para todo o país
Por Fernanda França
O governador do Tocantins, Laurez Moreira, recebeu nesta quarta-feira, 17, no Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos, o presidente do Grupo Grão de Ouro, Silvio de Souza Filho; o CEO da XGMA na América Latina, Darcy Itiberê; e o CEO da concessionária Verdes Máquinas, Cleber A. C. Lordano, responsável pela distribuição de equipamentos no Brasil.
O encontro consolida tratativas iniciadas em setembro de 2023, quando Laurez Moreira, ainda como vice-governador, liderou missão oficial tocantinense à China e participou da 23ª Feira Internacional de Investimentos e Comércio (Cifit), em Xiamen. Na ocasião, visitou a sede da XGMA, apresentou as potencialidades logísticas do Tocantins e convidou o grupo empresarial a conhecer o estado. Poucos meses depois, representantes da empresa estiveram no Tocantins, reforçando o diálogo e a confiança mútua.
Centro de distribuição em Palmas
Agora, em 2025, a parceria se concretiza com a instalação de um centro de distribuição da XGMA em Palmas. Inicialmente, a unidade atenderá os estados do Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí, com previsão de expansão para todo o Brasil.
Encontro marca a consolidação de tratativas iniciadas ainda em setembro de 2023, quando o governador Laurez Moreira, à época vice-governador, liderou a missão tocantinense à China
O governador Laurez Moreira reforçou que esse é o perfil de gestão que deseja imprimir no estado. “Estamos transformando o Tocantins em um polo de oportunidades. Receber uma empresa do porte da XGMA e consolidar esse centro de distribuição em Palmas é dar um passo firme para fortalecer nossa economia, gerar empregos e mostrar que o Tocantins está pronto para ser referência nacional em logística e desenvolvimento”, frisou.
O presidente do Grupo Grão de Ouro, Silvio de Souza Filho, também ressaltou a confiança no Estado. “Estamos há oito anos no Tocantins e sempre acreditamos no potencial desse lugar. Hoje, com o apoio do governo, damos mais um passo importante trazendo a XGMA para consolidar Palmas como polo estratégico de distribuição. É um projeto que nos empolga e que acreditamos que terá grande impacto positivo na região e no país”, afirmou.
Investimento privado
O projeto será viabilizado pela associação entre o Grupo Grão de Ouro e a XGMA do Brasil, representada no estado pela concessionária Verdes Máquinas. Enquanto a Verdes Máquinas atua na linha agrícola, o Grupo Grão de Ouro será responsável pela linha amarela, que envolve máquinas pesadas para a construção civil.
O investimento inicial será de aproximadamente R$ 25 milhões, com previsão de renovação a cada cinco ou seis meses, dado o perfil de operação de um centro distribuidor. Esse ciclo contínuo de aportes garante impacto positivo e permanente na geração de emprego e renda para a população tocantinense. Trata-se de um investimento 100% privado, com apoio do Governo do Estado por meio de incentivos fiscais. A empresa negocia com a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) e a Secretaria da Fazenda (Sefaz), um termo de acordo de regime especial de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para viabilizar a distribuição a partir do Tocantins.
O titular da Sics, Carlos Humberto Lima, ressaltou a importância do investimento. “Esse é um marco para o Tocantins, que consolida seu papel de polo logístico estratégico do Brasil. Estamos falando de um aporte privado expressivo, com potencial de renovação constante e que vai gerar empregos de qualidade e fortalecer a nossa economia. Vemos nascer o embrião de um projeto que, no futuro, pode evoluir até mesmo para a implantação de uma planta industrial da XGMA em nosso território”, revelou.
Também participaram da reunião o secretário de Estado da Fazenda, Jairo Mariano; o secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Odilon Júnior; a presidente do Igeprev, Bárbara Jesuína Mendes Gomes; e Eliane Grossmann, superintendente de Parcerias e Concessões.
Da Assessoria
A Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) realizou, nessa terça-feira, 16, uma nova cerimônia de posse dos servidores aprovados no concurso público da Casa de Leis. Dessa vez, nove dos 18 nomeados em 1º de setembro foram empossados. Parlamentares, servidores e familiares dos novos efetivos participaram da solenidade.
Até o momento, a Aleto empossou 46 novos servidores das diversas carreiras de técnico, analista legislativo e policial legislativo II. A previsão é que neste ano sejam empossados pelos menos 50% dos 105 candidatos aprovados no certame.
Durante seu pronunciamento na solenidade, o presidente da Aleto, deputado Amélio Cayres (Republicanos), disse que a execução do cronograma para a convocação dos aprovados e a posse demonstram o compromisso da instituição com a valorização do serviço público. “A posse desses servidores foi uma missão cumprida, como parte de um trabalho conjunto de todos os deputados. Isso é um compromisso que fizemos com os concursados. Acredito que até setembro de 2026 teremos chamado todos os aprovados”, enfatizou.
Ainda em seu discurso, o presidente desejou sucesso e deu boas-vindas aos novos servidores. “Esta Casa é formada pela união dos servidores a serviço da sociedade e tem o privilégio de contar com o reforço de novos concursados comprometidos com o serviço público”, declarou.
Parlamentares
O deputado Professor Júnior Geo (PSDB) destacou a importância da conquista para os novos efetivos. “Essa posse foi a realização de um sonho, que foi possível graças ao esforço [dos aprovados] e vai mudar a vida de seus filhos e netos; representa segurança e tranquilidade para se trabalhar com autoestima e motivação na realização de novos sonhos”, frisou.
Já o deputado Luciano Oliveira (PSD) parabenizou os empossados e agradeceu ao presidente Amélio Cayres pelo empenho em dar estabilidade aos servidores e proporcionar melhores acomodações com a ampliação da sede da Aleto.
Empossados
Juciene dos Santos Araújo, empossada como analista legislativo da área de Administração, agradeceu publicamente aos deputados e gestores pela realização do concurso. “O processo foi concorrido, mas fomos agraciados com a aprovação e queremos dizer que estamos aqui para colaborar, para servir e colocar nosso empenho nesse trabalho, focados em fazer a diferença como servidores nesta Casa de Leis e colaborar para que a missão da Assembleia Legislativa do Tocantins seja cumprida com êxito”.
Amanda Cardoso Borges, aprovada para a área de técnico legislativo da Assistência Administrativa, afirmou que o novo trabalho representa a estabilidade e segurança financeira com as quais tanto sonhou.
Já a empossada na área de Polícia Legislativa Aryelle Povoas Marinho disse que a nova conquista é resultado de muito trabalho, esforço e estudo. “É muito gratificante fazer parte desta nova geração de servidores efetivos do Poder Legislativo e contribuir com este Estado e com a Casa de Leis. A expectativa é continuar avançando na carreira e fazendo o melhor pelo nosso Estado”.
Participaram da cerimônia o diretor-geral da Aleto, Irisfran de Sousa Pereira, o diretor da área administrativa, Júnior Braga, o diretor de pessoal, Regis Camarço, o diretor da Escola do Legislativo, Júlio Oliveira, o procurador-geral da Aleto, Alcir Raineri Filho e a subprocuradora-geral, Dorema Costa, além de outros diretores da Casa.
Delegado da PF foi preso durante operação de combate a fraudes e corrupção em mineração
Por Juliet Manfrin
O delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal (PF) na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi preso na manhã desta quarta-feira (17), em uma operação da PF que investiga corrupção no setor ambiental. O delegado é o mesmo que iniciou as investigações da facada sofrida por Jair Bolsonaro (PL) em 2018 em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral daquele ano. A prisão de hoje não tem nenhuma relação com o caso da facada.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do delegado e aguarda retorno da PF. O espaço segue aberto às manifestações.
Em nota, a Petrobras informou que recebeu na manhã desta quarta-feira o pedido de renúncia imediata do integrante externo do Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da companhia, Rodrigo de Melo Teixeira. “A Petrobras esclarece que não tem qualquer relação com os fatos investigados na Operação Rejeito, deflagrada hoje. Tais fatos são alheios às operações da companhia e à atuação do Comitê”.
Fontes ligadas à operação disseram à reportagem que o foco é combater atos ilegais, independentemente de quem sejam os envolvidos, mesmo que seja um delegado da PF ou outro membro da instituição.
Teixeira, que ocupava a função de diretor de Polícia Administrativa e era o terceiro nome na hierarquia da PF, deixou o cargo no fim de 2024. Atualmente, ele exerce a função de diretor de administração e finanças no Serviço Geológico do Brasil/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB/CPRM). A reportagem ainda não conseguiu contato com o órgão.
A prisão de Teixeira é parte de uma operação maior que apura fraudes em licenciamento ambiental e propina paga a servidores públicos. Ele é suspeito de ser administrador oculto de uma empresa de mineração, envolvida com os alvos investigados. Segundo as investigações, Teixeira usava seu cargo na PF para influenciar investigações e beneficiar seus próprios interesses comerciais, principalmente no setor de mineração.
A operação, que tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa no setor, identificou lucros indevidos superiores a R$ 1,5 bilhão. Além de Teixeira, outros nomes de peso estão sendo investigados, incluindo servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O caso está ligado a fraudes que envolvem também órgãos estaduais de Minas Gerais.
Quem é o delegado Rodrigo de Melo Teixeira
Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal foi superintendente da PF em Minas Gerais até o fim de 2024 e atualmente ocupa uma posição na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, vinculada ao Serviço Geológico do Brasil.
Famoso por sua atuação em grandes investigações, Teixeira ganhou destaque em 2018 ao liderar a apuração do atentado a faca contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora.
Em 2019, foi responsável também pelas investigações sobre o rompimento da barragem em Brumadinho, um dos maiores desastres ambientais do Brasil.
Em 2024, Teixeira foi nomeado para o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Sua carreira inclui ainda passagens por cargos de destaque, como secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e secretário municipal de Segurança de Belo Horizonte.
O esquema revelado na operação de hoje envolve mais de 40 empresas e, segundo a PF, causou danos ambientais significativos e colocou em risco grandes áreas de preservação.
Doença acontece na camada mais superficial da pele e dificilmente consegue penetrar o corpo e invadir o organismo
Por Mariana Barcellos
O último boletim médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divulgado nesta quarta-feira (17), mostra a “presença de carcinoma de células escamosas in situ”, um tipo de câncer de pele superficial. O ex-presidente recebeu alta do Hospital DF Star, em Brasília.
Das cerca de oito lesões retiradas da pele do ex-presidente, no último domingo (14), em duas há a presença de carcinoma de células escamosas. Por conta disso, o boletim médico indica que seja feito acompanhamento clínico e reavaliação periódica.
Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, precisou passar a noite no hospital nesta terça-feira (16) após um quadro de vômitos, tontura e queda da pressão arterial. De acordo com o boletim, ele apresentou melhora dos sintomas e da função renal após passar por um tratamento com hidratação e medicação via endovenosa.
O que é a doença
Segundo o médico chefe da equipe cirúrgica de Bolsonaro, Claudio Biroloni, as lesões estão localizadas no tórax e em um dos braços do Bolsonaro, e são “precoces”.
— O câncer de pele, a grosso modo, você tem três tipos de lesões, que é o carcinoma baso-celular, o carcinoma espino-celular, o carcinoma de células escamosas, que é o que ele tem, e o melanoma. O melanoma é o mais agressivo. O carcinoma baso-celular, geralmente, só tem crescimento local — disse o médico.
O carcinoma de células escamosas in situ é uma forma inicial de câncer de pele, caracterizada pelo crescimento desordenado de células escamosas na epiderme. O termo in situ é latim para “no lugar”, o que significa que as células cancerígenas estão confinadas exclusivamente à camada mais superficial da pele (a epiderme) e não invadiram as camadas mais profundas (a derme). Por isso, a doença é considerada não invasiva, mas pode evoluir para um tumor mais agressivo se não for tratada.
Clinicamente, costuma se manifestar como uma lesão avermelhada, áspera, descamativa ou com crostas, que pode se confundir com inflamações ou manchas benignas. As áreas mais afetadas são aquelas expostas ao sol, como rosto, orelhas, couro cabeludo e dorso das mãos, mas também pode surgir em mucosas. Pessoas de pele clara, com histórico de exposição solar intensa ou uso de bronzeamento artificial, apresentam risco maior de desenvolver a doença.
O diagnóstico é confirmado por biópsia e o tratamento varia de acordo com a extensão da lesão, incluindo cirurgia, crioterapia, uso de medicamentos tópicos ou procedimentos a laser. A taxa de cura é alta quando identificado precocemente. Quando se trata de um estágio inicial, como no caso de Bolsonaro, a prevenção por meio de proteção solar e exames dermatológicos regulares é considerada a principal estratégia para evitar complicações.
Leia o boletim na íntegra
Brasília, 17 de setembro de 2025 – O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star na tarde do dia 16 de setembro, devido a quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa. O laudo anátomo patológico das lesões cutâneas operadas no domingo mostrou a presença de carcinoma de células escamosas “in situ”, em duas das oito lesões removidas, com a necessidade de acompanhamento clínico e reavaliação periódica. Recebe alta hospitalar, mantendo o acompanhamento médico.
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Na política tocantinense, às vezes a figura mais incômoda não é a oposição declarada, mas o “bode na sala” que todos fingem não ver. Hoje, esse papel recai sobre a candidatura à reeleição do senador Irajá Silvestre (PSD), que ressurgiu com força após arranjos recentes dentro do próprio partido.
A ex senadora Kátia Abreu articula um palanque sólido para o presidente Lula no Tocantins, com Laurez Moreira (PSD) como candidato ao governo e Irajá disputando a reeleição. O problema é que o PSD, em nível nacional, está nas mãos de Gilberto Kassab, alinhado à pré-candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (São Paulo), adversário direto de Lula em 2026. Ou seja, trata-se de um palanque lulista em solo tocantinense sustentado por um partido que, em Brasília, marcha para o lado oposto.
Esse é o imbróglio que precisa ser resolvido. Laurez, hoje governador interino e presidente da comissão provisória do PSD no Tocantins, tem a missão de manter harmonia entre os interesses locais e a cúpula nacional da legenda. Já o senador Irajá, que abriu espaço para que Laurez assumisse a presidência estadual, se vê diante do desafio de negociar com Kassab antes do prazo final de filiações e arrumar a equação partidária.
Há ainda outro ingrediente e fala-se nos bastidores que Tarcísio pode migrar para o PL ou costurar uma federação com Republicanos, União Brasil e PP – um bloco robusto da direita que, no Tocantins, já ensaia candidatura com a senadora Professora Dorinha (União/PP) e o senador Eduardo Gomes (PL), apoiada pelos bolsonaristas.
Logo, temos de um lado, um grupo afinado com a direita nacional, mirando em Tarcísio presidente; do outro, Laurez no PSD de Kassab tentando garantir palanque para Lula. Duas engrenagens que, na teoria, não giram juntas, mas que, no Tocantins, se cruzam perigosamente.
Ex-governador Marcelo Miranda e a ex-senadora Kátia Abreu
O Observatório Político de O Paralelo 13 lembra bem: não seria a primeira vez que uma virada de mesa alteraria o jogo partidário no Tocantins. No passado, quando Júnior Coimbra era presidente do MDB no Tocantins, a própria senadora Kátia Abreu interveio no partido, tirando o comando do saudoso deputado Júnior Coimbra, que articulava coligação com Siqueira Campos, para entregar a direção ao então candidato Marcelo Miranda. Naquela articulação Marcelo foi eleito governador e Kátia reeleita senadora. Poucos dias depois, já consagrada nas urnas, a senadora rompeu politicamente com o governador eleito, deixando claro que, em política, nada é definitivo.
Esse episódio serve de alerta para Laurez e seu grupo. Em política, a matemática não fecha quando quem manda é a cúpula nacional da legenda. O risco de nadar, nadar e morrer na areia é real.
Presidente Nacional do PSD Gilberto kassab e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas
Esse jogo de contradições pode gerar efeitos colaterais antes mesmo das convenções de 2026. Afinal, não há espaço para dois palanques nacionais conflitantes ocupando a mesma sala. O “bode” precisa ser retirado ou, no mínimo, acomodado.
No fim das contas, todo cuidado é pouco quando se trata de cúpulas partidárias. Em Brasília, basta um piscar de olhos para que tudo mude: alianças, candidaturas, até as convicções mais firmes. E, convenhamos, o jogo ainda nem começou.