Por: Kimberly Caroline
O ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira (9), em voto no julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro (PL) à prisão, que o ex-presidente "liderou" uma "organização criminosa" entre julho de 2021 e janeiro de 2023. Segundo ele, o grupo atuava de forma hierarquizada, com divisão de tarefas permanentes, e praticou atos para tentar um golpe de Estado no país.
"O conjunto é de uma organização criminosa sobre a liderança de Jair Messias Bolsonaro, que durante o período de julho de 2021 até 8 de janeiro de 2023, essa organização criminosa com divisão de tarefas e de forma permanente e hierarquizado, que caracteriza o crime de organização criminosa, praticou vários atos executórios", declarou Moraes.
O ministro listou 13 ações que, em sua avaliação, demonstram a interligação do grupo para elaborar e tentar executar o plano golpista.
Foco do julgamento
Moraes ressaltou que o processo não discute mais a ocorrência da tentativa de golpe, já reconhecida em ações anteriores pelo Supremo. "Discute a autoria", afirmou. Para o relator, a denúncia da PGR aponta "atos executórios e sequenciais" que configuram "delitos consumados".
Ele criticou os argumentos das defesas, alegando ausência de provas capazes de contrariar a acusação. Disse que os advogados tiveram meses para acessar o material, mas não apresentaram "nada de pertinente". "Oito equipes de advogados (...) não foi juntando nada de pertinente", observou.
Críticas às defesas e à tese da "samambaia"
Ainda na leitura inicial, Moraes rejeitou a tese de que os interrogatórios não poderiam ser usados no julgamento. Para ele, há uma confusão entre o papel do Ministério Público e a participação prevista do juiz na instrução penal. "Não cabe a nenhum advogado censurar o magistrado", disse, ironizando a visão de que o juiz seria apenas uma "samambaia".
O relator também afirmou que eventuais omissões dolosas em delações não anulam automaticamente os acordos, mas exigem nova análise sobre sua validade. Em seguida, rejeitou as contestações contra a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Defesas reagem
A defesa de Bolsonaro, conduzida por Celso Vilardi, argumentou que não houve acesso integral às provas e pediu a anulação da delação de Cid. Já o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa o ex-ministro Walter Braga Netto, reforçou as críticas ao acordo e afirmou que o depoimento não poderia ser considerado.
Na colaboração, Cid relatou que entregou dinheiro em caixas de vinho ao general Braga Netto para financiar atos golpistas.
São 290 anos da chegada da imagem a Natividade e 33 anos desde que Nossa Senhora da Natividade foi oficializada como padroeira do estado
Por Fernanda França
O governador em exercício do Tocantins, Laurez Moreira, acompanhado de sua esposa, a desembargadora Ângela Prudente, participou, nessa segunda-feira, 8, em Natividade, da missa solene em honra a Nossa Senhora da Natividade, padroeira do estado. A celebração marcou o encerramento do novenário iniciado em 30 de agosto e reuniu milhares de fiéis, autoridades religiosas, civis e políticas.

Missa foi presidida pelo bispo diocesano de Porto Nacional, Dom José Moreira, que expressou sua alegria em viver mais um momento de celebração
Na ocasião, Laurez Moreira ressaltou a importância da festividade para a identidade do Tocantins. “Celebrar Nossa Senhora da Natividade é enaltecer a história, a cultura e a fé do povo tocantinense. Natividade é o berço cultural do nosso estado e, por isso, estar aqui junto ao nosso povo é uma forma de reafirmar nossas raízes e nossa devoção. A padroeira nos inspira a cuidar do estado com amor, fé e esperança em dias melhores para todos”, enfatizou.
A missa foi presidida pelo bispo diocesano de Porto Nacional, Dom José Moreira, que expressou sua alegria em viver esse momento. “Nossa Senhora da Natividade é a mãe de Jesus e a padroeira desta terra, onde nasceu a história do estado. Ver a fé desse povo é uma honra e motivo de gratidão”, destacou.

Celebração marcou o encerramento do novenário iniciado em 30 de agosto e reuniu milhares de fiéis, autoridades religiosas, civis e políticas
Presente há mais de três décadas em Natividade, o monsenhor Joatan Bispo Macedo, recordou a trajetória da devoção mariana e sua importância cultural. “Natividade é o continente que guarda os conteúdos históricos, religiosos e culturais desta terra. A invocação de Nossa Senhora da Natividade foi a primeira nestas plagas, ainda no século XVIII, entre escravos, indígenas, vaqueiros e colonos. Por isso, quando o Tocantins foi criado, era natural que ela se tornasse a padroeira do estado. Essa festa não é apenas religiosa, mas também cultural, porque reúne a identidade e a força do nosso povo”, pontuou.
O pároco de Dianópolis, padre Eldinei Carneiro, também evidenciou o simbolismo da celebração. “Celebrar Nossa Senhora da Natividade é festejar o nascimento de Maria e, nela, o nascimento da fé que sustenta o nosso povo. Esta devoção, oficializada em 1992 pelo Papa João Paulo II, lembra nossas origens, nossa cultura e nossa religiosidade. Nossa Senhora da Natividade é a mãe do Tocantins e sua festa é expressão da união entre fé, história e esperança do nosso povo”, salientou.

Presente há mais de três décadas em Natividade, o monsenhor Joatan Bispo Macedo recordou a trajetória da devoção mariana e sua importância cultural
Participaram da celebração o prefeito de Natividade, Thiago Cerqueira; o senador da República, Irajá Abreu; o deputado estadual Gutierres Torquato; o vereador de Palmas Walter Viana; e os vereadores de Gurupi André Caixeta e Pedro Morais.
História da padroeira
A devoção a Nossa Senhora da Natividade tem origem no século XVIII, quando a imagem foi trazida por colonizadores portugueses para a região que hoje é o município de Natividade, em 1735. Em 1992, a pedido da Diocese de Porto Nacional, o Papa João Paulo II declarou oficialmente Nossa Senhora da Natividade como padroeira do estado.
O Tocantins é o único estado brasileiro que tem Nossa Senhora da Natividade como padroeira. A festa é celebrada no dia 8 de setembro, nove meses após a Imaculada Conceição (8 de dezembro), reforçando o simbolismo do nascimento e da esperança.
Fiscalização e brigadistas trabalham de forma integrada e reforçam o monitoramento para preservar a vegetação e a atividade tradicional da região
Por Andréa Marques
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) mobilizou uma força-tarefa para atuar no Parque Estadual do Jalapão (PEJ), em decorrência do incêndio registrado em áreas de capim-dourado, nos campos Riacho de Areia e Faveira/Caetano. A ação contou com brigadistas do Parque, equipe de fiscalização ambiental do órgão, e apoio do município.
O incêndio registrado na última quinta-feira, 4, ocorreu em um cenário de calor intenso, ventos fortes e baixa umidade. Assim que acionada, a brigada do PEJ, composta por 13 brigadistas, deslocou-se imediatamente até a área atingida e iniciou o combate. A ação contou ainda com o apoio de brigadistas municipais, e o trabalho integrado das equipes possibilitou o controle total das chamas no final do dia.
A diretora de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Perla Oliveira, destacou o empenho dos brigadistas e o trabalho conjunto para conter o fogo. “O combate exigiu uma atuação intensa, com o apoio de diferentes frentes. Apesar das condições desfavoráveis, conseguimos controlar o incêndio, evitando que se propagasse para outras áreas”, informou.
A fiscalização ambiental do Naturatins, que atua na região desde 1º de agosto, quando teve início a Operação Capim-Dourado, também agiu prontamente e se deslocou imediatamente até o local do incêndio. Durante as vistorias realizadas em campo, a equipe de fiscais conseguiu inferir o ponto exato de início do fogo, próximo aos campos de capim-dourado do Riacho de Areia e Faveira/Caetano.
Após reunir todas as informações necessárias, a equipe de fiscalização do Naturatins, coordenada pela fiscal ambiental Aurilene Carlos Henrique, encaminhará o caso imediatamente às autoridades competentes para investigação. “Estamos tratando de um crime ambiental grave. A legislação estabelece que provocar incêndio em unidade de conservação é uma infração de alta gravidade, sujeita a reclusão, multas e responsabilização administrativa. Iremos acionar as autoridades competentes do Tocantins, que vão conduzir a investigação”, afirmou a fiscal.
Segundo informações dos fiscais, a equipe segue com o monitoramento e intensificaram as rondas para proteger os demais campos e garantir a coleta, atividade essencial para a renda das comunidades locais.
Apesar do impacto registrado em duas áreas específicas, as equipes reforçam que vários campos de capim-dourado no Jalapão permanecem preservados, garantindo a coleta. Para a comunidade, que tem nessa atividade sua principal fonte de renda, essa informação representa segurança e tranquilidade para a manutenção do trabalho.
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
A pouco mais de um ano da disputa eleitoral, o cenário político do Tocantins para 2026 se mostra cada vez mais complexo, especialmente na composição das chapas proporcionais. O coeficiente eleitoral, tanto para a Assembleia Legislativa quanto para a Câmara dos Deputados, será um divisor de águas. Partidos que não se organizarem com nominatas consistentes e competitivas correm o risco de nadar e morrer na areia, mesmo com tempo de televisão garantido e acesso a fundos eleitorais expressivos.
É hora de fazer as contas. Há partidos com estrutura financeira e espaço no horário eleitoral gratuito, mas sem apresentar nomes com potencial de votos suficientes para compor chapas que assegurem cadeiras. Nesse grupo estão siglas tradicionais, como MDB, PSDB e até mesmo o Progressistas, que enfrenta contradições dentro da federação firmada com o União Brasil.
O MDB rachado

Deputado Amélio Cayres e Alexandre Guimarães
O MDB, presidido atualmente pelo deputado federal Alexandre Guimarães, vive uma encruzilhada. Guimarães, que se elegeu em 2022 pelo Republicanos de Wanderlei Barbosa, migrou para o MDB, mas hoje encontra-se isolado da velha guarda do partido. O racha é evidente pois de um lado, o ex-governador Marcelo Miranda e sua esposa, a ex-primeira-dama Dulce Miranda, que deve se filiar ao União Brasil, atraem lideranças da região Sudeste, do Bico do Papagaio, do Vale do Araguaia e de Palmas. De outro, políticos históricos do MDB caminham ao lado do governador interino Laurez Moreira, como o ex-secretário de Segurança Pública Dr. Buty e o ex-senador Jacques Silva.
Essa divisão compromete a capacidade de o MDB formar uma nominata sólida. Para Alexandre Guimarães, que chegou a ser cotado para o Senado em uma chapa liderada por Amélio Cayres com apoio de Wanderlei Barbosa, restam dois caminhos: retornar ao Republicanos, partido que lhe garantiu a eleição anterior, ou tentar montar uma chapa federal que consiga ao menos 80 mil votos, patamar mínimo para sua reeleição.
O PSDB e a dificuldade de manter espaço

Deputado Eduardo Mantoan e a ex prefeita Cinthia Riberio
O PSDB não vive situação mais confortável. A ex-prefeita Cinthia Ribeiro, presidente estadual da sigla, chegou a ser cogitada como vice de Amélio Cayres antes do afastamento de Wanderlei Barbosa. Seu marido, o deputado Eduardo Mantoan, havia declarado apoio ao presidente da Assembleia Legislativa dias antes da substituição do governador afastado por Laurez Moreira.
O desafio tucano agora é construir duas nominatas competitivas em um cenário eleitoral já saturado. Para manter Mantoan na Assembleia, será preciso garantir cerca de 42 mil votos em uma chapa estadual. Já Cinthia, caso confirme sua candidatura à Câmara, precisará de uma nominata federal com capacidade de somar mais de 80 mil votos. O problema é que o “mercado eleitoral” já foi praticamente absorvido por partidos maiores, restando poucos nomes com real potencial de votos.
Dorinha, o PP, o União Brasil e a disputa pelo Senado

Dorinha e os deputados federais Carlos Gaguim e Vicentinho Júnior
Se no campo das proporcionais o cenário é desafiador, nas majoritárias a disputa é ainda mais acirrada. O deputado federal Vicentinho Júnior mantém sua pré-candidatura ao Senado, mas enfrenta dificuldades dentro da federação União Brasil/PP, que obriga uma decisão única em convenção. O União Brasil já lançou o deputado Carlos Gaguim como candidato a senador, com respaldo da executiva nacional, e como primeira suplente a irmã do presidente nacional do partido, Mila Rueda.
Essa configuração cria atrito direto com Vicentinho. O clima azedou, e o impasse precisa ser resolvido, uma vez que não convém à federação apresentar dois candidatos e formar uma chapa puro sangue.
Na verdade, Dorinha que lidera as pesquisas de intenção de votos para o governo do Estado e preside a federação União Brasil/PP no Tocantins tem sido categórica e tem afirmado que os dois pré-candidatos ao Senado, Gaguim e Vicentinho, precisam encontrar uma forma de medir quem está mais forte e mais encorpado politicamente. E como a senadora é quem comanda a federação no Estado, não precisa dizer mais nada.
A possibilidade de Vicentinho buscar um caminho alternativo existe, como a composição na chapa majoritária de Laurez Moreira ao lado do senador Irajá. No entanto, para isso, ele precisaria do aval da cúpula do PP, evitando riscos de perda de mandato por infidelidade partidária.
Vicentinho, filho do ex-senador Vicentinho Alves, tem serviços prestados e base consolidada, mas o jogo interno na federação ameaça seu projeto. A disputa entre Gaguim, Dorinha e Vicentinho expõe fragilidades na aliança União Brasil/PP e pode redefinir os rumos da eleição ao Senado.
As vagas ao Senado e o peso das composições

Em 2026, duas vagas ao Senado estarão em disputa. Uma será ocupada pelo atual senador Eduardo Gomes (PL), que buscará a reeleição. A outra está em aberto, mas com Gaguim já lançado pelo União Brasil e Vicentinho tentando viabilizar seu espaço, a composição das chapas majoritárias se torna peça-chave.
Especulações dão conta de que Vicentinho poderia integrar a chapa de Laurez Moreira com Irajá, mas a definição dependerá das negociações nas cúpulas partidárias. Enquanto isso, a candidatura de Gaguim, apesar do apoio nacional, ainda precisa superar resistências locais e garantir musculatura política suficiente.
Um jogo de sobrevivência

Ex senadora Kátia Abreu e o governador em exercício Laurez Moreira
A sucessão estadual e as disputas proporcionais no Tocantins em 2026 se desenham como um verdadeiro xadrez político. MDB, PSDB, PP e União Brasil enfrentam dilemas internos que podem comprometer não apenas seus projetos majoritários, mas também a sobrevivência de suas bancadas na Assembleia e na Câmara.
A ausência de nominatas competitivas, a fragmentação de lideranças e as disputas internas podem levar partidos tradicionais à estagnação ou mesmo à perda de representatividade. Mais do que nunca, a eleição de 2026 será um teste de sobrevivência.
A pergunta que se impõe, diante de tantos imbróglios, é inevitável: quem escapará da guilhotina das urnas no próximo ano?
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
A ex-senadora Katia Abreu, conhecida no cenário político tocantinense e nacional, amiga pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff e aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressurge no tabuleiro da sucessão de 2026 como peça-chave. Katia acaba de montar um palanque para o presidente Lula no Estado, tendo como principal parceiro o governador interino Laurez Moreira, que busca viabilizar sua reeleição.
Do ponto de vista técnico e estratégico, Katia assume o papel de operadora política do Palácio Araguaia. A tarefa de articulação está sob comando direto de Laurez, enquanto ela promete turbinar a gestão interina com recursos federais e apoio irrestrito do governo Lula. Nessa engrenagem entram nomes como Jairo Mariano, Ailton Araújo, Raul Filho e César Halum, compondo o núcleo de sustentação política do atual governador interino.
Irajá Silvestre, a “bola da vez”

Outro ator que ganha destaque é o senador Irajá Silvestre (PSD), que vem calçando as sandálias da sabedoria ao entregar a presidência estadual do PSD ao governador interino Laurez Moreira. O gesto fortalece ainda mais a articulação, já que o PSD possui a maior representatividade municipal no Brasil, uma bancada robusta no Congresso Nacional e dezenas de prefeitos aliados.
Irajá, que busca sua reeleição em 2026, tem o apoio de sua mãe, a ex-senadora Katia Abreu, mulher influente em Brasília e com trânsito livre no governo Lula. O alinhamento fortalece o arco governista e posiciona o PSD como protagonista do processo sucessório.
Vicentinho Júnior na berlinda

No outro extremo do tabuleiro, o deputado federal Vicentinho Júnior (Progressistas), presidente estadual do partido, enfrenta um dilema. Pré-candidato ao Senado, ele vinha se apoiando em um capital político robusto, com o apoio de diversos prefeitos, inclusive obtido apoio público do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos. Contudo, sua relação com a senadora Professora Dorinha (União Brasil), pré-candidata ao governo, está praticamente rompida.
Dorinha já deixou claro ter sua chapa ao Senado definida com Eduardo Gomes (PL) e Carlos Gaguim (União Brasil). A situação se agrava porque o Progressistas nacional desembarcou do governo Lula, assumindo posição de oposição. Além disso, como todos conhecem o histórico, Vicentinho Júnior é apoiador e entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para manter chances de viabilidade, Vicentinho precisaria migrar para uma legenda da base estadual de Laurez algo que analistas chamam de “barriga de aluguel”.
Além disso, restaria convencer o próprio Irajá Silvestre, já consolidado como candidato à reeleição pelo PSD, a dividir a chapa com outro concorrente forte. O desafio é enorme, e Vicentinho terá que recorrer à habilidade política do pai, o ex-senador Vicentinho Alves, para encontrar espaço. Vale lembrar que nas eleições de 2022, enquanto o parlamentar apoiava Bolsonaro para presidente, seu pai, o ex-senador Vicentinho Alves declarou apoio público ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Oposição fragilizada e sem rumo

Enquanto Katia e Laurez se organizam, a oposição segue dividida e desorganizada. O afastamento do governador Wanderlei Barbosa, alvo de processo no STF, abriu um vácuo político que os governistas correm para preencher.
Nesse contexto, tanto Wanderlei quanto o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres (Republicanos), precisam urgentemente dar um norte aos aliados. Falta clareza sobre se Cayres será mantido como candidato a governador ou se haverá união das oposições em torno da senadora Professora Dorinha.
Independentemente do resultado do pedido de liminar no STF que pode devolver o cargo a Wanderlei, ele e seu grupo precisam tomar posição. Até o momento, não há impedimento jurídico que o impeça de disputar uma cadeira no Legislativo federal em 2026, inclusive ao Senado. Mas a indefinição gera insegurança dentro do Republicanos e entre prefeitos e deputados que orbitam sua liderança.
Laurez Moreira

O governador interino Laurez Moreira não terá direito a uma lua de mel de muito glamour. Assumir o comando do Estado exigirá habilidade política, firmeza de gestão e controle absoluto das decisões. Não poderá permitir a existência de “primeiras-ministras” nem de “chefetes” que atuem em seu governo por indicações de terceiros, tampouco admitir que haja sobras de poder a serem divididas. Em suas duas gestões como prefeito de Gurupi, Laurez demonstrou personalidade forte e nunca permitiu interferências externas em suas ações. Agora, diante de um cenário muito mais complexo, será novamente testado em sua capacidade de liderança. Neste momento Laurez precisa varrer para dentro, captar líderes e evitar fofoqueiros nos corredores do poder.
PT tocantinense isolado

Um dado curioso é o isolamento do PT estadual. Apesar de o partido ter eleito nova direção com apoio de Paulo Mourão e Célio Moura, pouco aparece nas costuras políticas de Katia e Laurez. Mourão até surge como pré-candidato a governador pelo PT, mas não foi citado pelos principais articuladores.

Na prática, Katia se coloca como a verdadeira interlocutora do presidente Lula no Tocantins. É ela quem detém credenciais políticas e pessoais para representar o Planalto no Estado, relegando o PT a um papel secundário. O movimento já é visto como uma “intervenção branca”, em que Katia centraliza o diálogo com Brasília.

O Observatório Político do Paralelo 13 chegou a contatar, no sábado (6/9), o ex-deputado Paulo Mourão para comentar sobre o isolamento do PT e a formação do palanque de Katia e Laurez. Mourão informou que estava em reunião e prometeu retorno. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.
Um jogo aberto até 2026
O cenário político do Tocantins se redesenha rapidamente. Katia Abreu retorna ao protagonismo, Laurez busca consolidar sua permanência no poder, Irajá Silvestre se fortalece com o PSD, Vicentinho Júnior enfrenta dilemas partidários e a oposição tenta se reorganizar.