Áudios obtidos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cravada flagram criminosos criticando o Moro e elogiando a abertura com gestão anterior
Por iG
A Polícia Federal grampeou, no âmbito da Operação Cravada, conversas entre membros da organização criminosa PCC. Os áudios obtidos pela investigação mostram um dos líderes da facção elogiando a abertura que o crime organizado tinha com o Partido dos Trabalhadores, logo após criticar a atuação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
"Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão", diz Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’. De acordo com a investigação, ele atua como espécie de "tesoureiro" do PCC e também participa da hierarquização da facção, sendo assim um dos líderes da organização.
"Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse Moro aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar", continua Elias, criticando a falta de abertura do crime organizado com o ministro da Justiça e Segurança Pública.
Logo após criticar Moro, o criminoso faz comentários elogiosos sobre o suposto "diálogo" que a facção teria com o PT . “Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano", explicou Elias, em conversa com André Luiz de Oliveira, conhecido como "Salim.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores negou as acusações e aproveitou para atacar a Polícia Federal e o ministro Sergio Moro:
"Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele", escreveu o partido.
Na última terça-feira (6), a Polícia Federal cumpriu 30 mandados de prisão e outros 55 de busca e apreensão São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Acre e Roraima no âmbito da Operação Cravada. De acordo com a investigação, o objetivo da operação é atacar o núcleo financeiro de uma das maiores facções criminosas do País, como é o caso do PCC .
A base da pirâmide que representa mais de 76% do eleitorado brasileiro, que vive com “merrecas” de um a três salários mínimos, tem demonstrado estar com saudades do governo do ex-presidente Lula e do seu populismo social. Pesquisas revelam que Lula ainda é, hoje, o único líder político vivo que consegue mover e aglutinar “massas” de eleitores.
Por Edson Rodrigues
A força de Lula ainda é tamanha, que mesmo os que hoje estão no poder nos governos federal, estadual e municipal e fazem oposição ao ex-presidente e ao PT, são incapazes de competir com a popularidade e a transmissão de votos que Lula, fora da prisão, conseguiria em 2020.
BOLSONARO
Se o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, não conseguir deixar as picuinhas políticas e ideológicas de lado e passar a, realmente, governar o Brasil, baixando as taxas de desemprego, socorrendo os estados e municípios e aquecendo a economia do Brasil, as coisas ficarão ainda mais propensas ás indicações de Lula durante a eleição.
Bolsonaro precisa superar a situação herdada dos governos passados, inclusive do próprio Lula, e mostrar a que veio em termos de administração e soluções para o marasmo e a leniência da economia, que não se resolverão apenas com o combate à corrupção, atitude muito importante do atual governo, mas que, para o bolso da população, pouco reflete.
A aprovação da Reforma da Previdência, única grande vitória do atual governo, diz muito mias respeito à governabilidade e, novamente, pouco reflete na economia doméstica, que tanto importa para a população e, para piorar, Ainda não é uma medida popular, pois mexe com o bolso dos trabalhadores e coloca muitas “pulgas atrás da orelha” dos trabalhadores.
Ou seja, apesar de ser necessária, a Reforma da Previdência não evidencia sua importância e pouco pesa na hora de se medir o apoio popular ao governo ou os votos que irão resultar deste nó desatado pelo governo federal.
Vale lembrar, também, que apenas a Reforma da previdência não basta para desatar as amarras econômicas, faltando, ainda, serem destravadas as reformas Fiscal e Trabalhista.
IMPRENSA
Outro ponto em que o governo federal vem pecando é no seu relacionamento com a imprensa, em que elege alguns veículos como “preferenciais” e deixa os demais como meros expectadores e repetidores de declarações. Esse é um grande erro de qualquer governo, pois em tempos de mídias eletrônicas, como milhares de emissores transmitindo mensagens para milhões de receptores, a verdade pode ficar pelo caminho e a notícia real ser facilmente trocada pela fake News.
O país passa por um de seus piores momentos após o fim do governo militar quando se fala no relacionamento entre os poderes, com evidências de tentativas de interferência de todos os lados, deixando a população tonta ante tantas informações de um contra o outro, não sabendo identificar até onde vai a verdade e onde termina o boato.
BENEFICIANDO LULA
O certo é que dentro de todo esse contexto, quem sai beneficiado é o ex-presidente Lula que, de dentro de sua cela especial em Curitiba, vem coordenando as ações não do PT, mas de personagens carismáticos junto ao público, principalmente ao povão que forma sua massa principal de eleitores, mandando suas mensagens de “inconformismo”, de “luta de classes” e de óbvio direcionamento de opinião, fortalecendo aqueles que podem ser seus principais aliados caso a Justiça decida pela progressão de sua pena do regime fechado para o semiaberto.
Aí, meus amigos, se de dentro da carceragem o “hômi” já incomoda, fora dela, vai eleger não um poste, mas qualquer “estaca” para qual apontar o dedo, como mostram as cartas que Lula vem enviando para personalidades, como o aniversário de Chico Buarque, a internação de um caro amigo e a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que não passaram em branco pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos 488 dias de prisão na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
Da mesa redonda na cela de 15 metros quadrados, no 4º andar da Superintendência paranaense da PF, com uma caneta esferográfica de tinta azul e folhas arrancadas de um caderno de brochura, o petista já escreveu pouco mais de 50 cartas e bilhetes do cárcere. O forte abraço por extenso, acompanhado, por vezes, da frase "Sem medo de ser feliz" — trecho do jingle da campanha presidencial de 1989 — seguem no fim de cada carta entregue aos "camaradas" do Partido dos Trabalhadores, às personalidades da cultura popular, como Beth Carvalho e Chico, e até a catadores de materiais recicláveis às vésperas do Natal.
Uma das cartas mais recentes do ex-presidente foi endereçada ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz . Lula enviou três parágrafos em solidariedade ao advogado após o presidente Jair Bolsonaro dizer que se Santa Cruz quisesse saber a verdade sobre o desaparecimento do pai durante a Ditadura Militar, ele lhe contaria. “Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez. Mas tenha certeza de que a imensa maioria do povo brasileiro ama a paz e a democracia. Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar”, escreveu.
A atuação política via Correios do ex-presidente não se restringiu ao período eleitoral. Com o resultado sacramentado, o PT derrotado e Bolsonaro na Presidência, Lula também não poupou o eleito. Logo após o resultado do pleito, ele analisou a campanha em uma carta aos companheiros de partido. O petista agradeceu aos militantes, a Haddad e a Manuela D'ávila, candidata a vice na chapa, e alfinetou o vencedor. "Jair Bolsonaro tem um único propósito em mente, que é continuar atacando o PT. Ele não desceu do palanque e não pretende descer", escreveu o ex-presidente.
"Nosso adversário criou uma indústria de mentiras no submundo da internet, orientada por agentes dos Estados Unidos e financiada por um caixa dois de dimensões desconhecidas, mas certamente gigantescas."personalidades.
A semana não tem sido fácil para o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
Com Agências
Após perder contratos de 2,5 milhões com a Petrobras, Santa Cruz agora teve a notícia de que o Ministro Sérgio Moro finalmente cansou de suas calúnias e revolveu pedir a PGR abertura de investigação contra ele.
Sergio Moro pediu que Raquel Dodge investigue Felipe Santa Cruz por suposto crime de calúnia.
O pedido deve-se a declarações de Santa Cruz, que afirmou que o ministro da Justiça “banca o chefe de quadrilha” nas investigações sobre o hacker suspeito de invadir aplicativos de celulares dele e de outras autoridades.
“Atribuir falsamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública a condição de chefe de quadrilha configura em tese o crime de calúnia do art. 138 do Código Penal”, escreveu Moro na representação que enviou a Dodge.
Para o ministro, caberá a PGR apurar o caso e “solicitar as providências necessárias voltadas à responsabilização” do presidente da OAB.
Leia íntegra do pedido de Sérgio Moro:
Juiz Marcelo Bretas determinou a prisão o do ex-homem mais rico do Brasil a partir de um pedido da força-tarefa do Ministério Público Federal
Com Agências
O empresário Eike Batista foi preso por agentes da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (8), em mais uma fase da Operação Lava-Jato que acontece no Rio. A prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, a partir de um pedido da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF).
Além da prisão de Eike , os policiais visam a cumprir mandados de busca e apreensão de documentos nas residências dos dois filhos mais velhos de Eike, Thor e Olin. A prisão do empresário ocorre após a recém-homologada delação premiada do banqueiro Eduardo Plass.
Eike já havia sido preso em janeiro de 2017. Na ocasião, a acusação era de de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Quatro meses depois, Gilmar Mendes o libertou. O empresário (que já foi o homem mais rico do Brasil) foi condenado a 30 anos de prisão, mas continuava solto.
Além da condenação, o empresário recebeu uma multa de R$ 53 milhões aplicada por Bretas. A decisão veio em um processo sobre Eike que investigava denúncias de corrupção ativa dentro do esquema do ex-governador Sérgio Cabral , que também foi condenado na sentença a mais 22 anos e oito meses de cárcere por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ex-bilionário, Eike foi acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões para Cabral no exterior. Além disso, o braço-direito do empresário e ex-vice-presidente do Flamengo, Flavio Godinho, também foi condenado a 22 anos de prisão.
Condenado a 30 anos
Eike Batista já chegou a ser o homem mais rico do Brasil. Entre 2010 e 2012, período em que chegou a ser listado como o 8º mais rico do mundo, Eike acumulou fortuna que variou entre US$ 27 bilhões e US$ 34,5 bilhões.
O empresário foi preso pela primeira vez no final de janeiro de 2017 logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, vindo do exterior.
Cerca de três meses depois, no final de abril de 2017, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, ele deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para cumprir prisão domiciliar.
A primeira condenação saiu em julho do ano passado. O juiz Marcelo Bretas sentenciou Eike a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
O empresário foi réu no mesmo processo em que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado a 22 anos e 8 meses de prisão.
Dois doleiros haviam afirmado que o empresário pagou US$ 16,5 milhões (ou cerca de R$ 65,74 milhões, na conversão atualizada) a Cabral em propina. O pagamento teria sido feito em troca de contratos com o governo estadual.
Condenação na CVM
Em maio deste ano, o empresário foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por usar informações privilegiadas para lucrar no mercado de ações e por manipular preços quando era acionista controlador e presidente do conselho de administração da OGX Petróleo e Gás Participações S.A.
Vinculada ao Ministério da Economia, a CVM é responsável por fiscalizar e regular o mercado de ações no país. A comissão estabeleceu uma multa de R$ 440,8 milhões e outra de R$ 95,7 milhões, e inabilitou Eike, pelo prazo de sete anos, de ser administrador ou conselheiro de companhia com capital aberto.
Quem é Eduardo Plass
O banqueiro Eduardo Plass foi preso há um ano pela força-tarefa da Lava Jato, suspeito de lavar dinheiro para o ex-governador Sérgio Cabral.
O banqueiro teria lavado mais de US$ 22 milhões, o equivalente a R$ 90 milhões, da joalheria H. Stern, dinheiro de clientes que compravam sem nota fiscal. Cabral gastava parte do que recebia em propina em anéis e brincos.
O Ministério Público Federal explica que Eduardo Plass transferia o dinheiro recebido pela H. Stern para empresas de fachada no exterior. Depois, o banqueiro repassava os valores para contas da própria joalheria também fora do Brasil.
Os investigadores dizem que Eduardo Plass assinava contratos falsos de empréstimos com a joalheria para a movimentação financeira parecer legal. O esquema foi revelado por diretores da H. Stern que fizeram delação premiada.
“A joalheria precisava que esse dinheiro fosse mandado para fora e fosse lavado para se distanciar da sua origem ilícita. Então Eduardo Plass, usando-se dos mecanismos aos quais ele tinha acesso justamente por ser uma pessoa do mercado financeiro e dono de banco no exterior, acabava ajudando e promovendo essa lavagem de dinheiro e evasão de divisas”, explicou o procurador da República Almir Teubl Sanches.
Plass não ficou nem uma semana preso. Ele pagou fiança de R$ 90 milhões e deixou a prisão.
Eduardo Plass é ainda sócio majoritário do TAG Bank, no Panamá, e da gestora de recursos Opus, no Brasil.
Ao analisar na tarde desta quarta (7) pedido da defesa do ex-presidente em caráter de urgência, maioria dos ministros do Supremo concordou que o petista continue na sede da PF no Paraná.
Com Agências
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin concedeu liminar a favor de pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o petista não seja transferido para a Penitenciária 2 do Tremembé, no interior de São Paulo.
A transferência de Lula foi autorizada nesta manhã pela juíza Carolina Lebbos , da 12ª Vara Federal de Curitiba, e complementada horas mais tarde pela Vara de Execuções Penais de São Paulo – que definiu o presidídio de Tremembé como novo endereço do petista. Os advogados do ex-presidente, no entanto, entraram com petição no Supremo pedindo a suspensão das decisões até que o pedido de liberdade do petista seja julgado.
A petição foi endereçada ao ministro Gilmar Mendes, mas o presidente do Supremo, Dias Toffoli, decidiu deixar o recurso sob a relatoria do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF .
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se a favor do pedido de suspensão da transferência de Lula, alegando que o direito à permanência em uma Sala de Estado-Maior está previsto na legislação brasileira para ex-chefes de Estado.
Fachin, em seu voto, justificou a concessão da liminar afirmando que o pedido representa "matéria de indiscutível urgência".
"Tendo em vista que a matéria se revela de indiscutível urgência e que não haverá sessão da respectiva turma a não ser na próxima semana, estou comunicando o deferimento, à luz do poder geral de cautela, dos pedidos constantes da petição. Para o fim de suspender a eficácia da decisão proferida pelo juízo da 12ª Vara de Curitiba e pela Vara de Execuções Penais de São Paulo até a apreciação final desta petição e para assegurar ao paciente o direito de permanecer em sala de Estado-Maior na qual se encontra neste momento", disse Fachin.
A liminar de Fachin foi referendada por dez ministros: Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Apenas o ministro Marco Aurélio se manifestou contra o pedido de Lula, alegando que a competência para julgar o recurso era do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso tríplex da Operação Lava Jato, Lula está preso desde abril do ano passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A sentença do ex-presidente foi reduzida em abril deste ano (de 12 anos e 1 mês para 8 anos e 10 meses) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a defesa do petista já protocolou pedido de progressão do regime.