Em uma tentativa de evitar o colapso da chamada terceira via na disputa presidencial e a judicialização das prévias tucanas, as cúpulas do PSDB e do MDB admitem um acordo para indicar o ex-governador João Doria como vice da senadora Simone Tebet (MS). Os dois partidos estabeleceram o dia 18 de maio como prazo final para anunciar o desfecho das negociações.
Por Pedro Venceslau
Doria, porém, resiste a abrir mão da cabeça de chapa e aliados dizem que pretendem lançar uma chapa pura caso as conversas com outras forças políticas não prosperem. Filiada ao Cidadania, que formou federação com o PSDB, a senadora Eliziane Gama (MA) é apontada como eventual vice de Doria no grupo do ex-governador.
Na leitura de integrantes da executiva do PSDB, a ideia de indicar o ex-governador como vice de Simone não é a preferida da bancada ou das bases, mas ajudaria a pacificar a legenda e evitaria uma guerra jurídica. Doria ameaçou recorrer à Justiça Eleitoral para garantir o resultado das prévias do ano passado, caso seus adversários internos tentem retirar sua candidatura por meio do diretório nacional ou na convenção.
“A decisão final (sobre ser ou não candidato) será do João Doria, que foi eleito democraticamente nas prévias. Não vejo a menor possibilidade de ele renunciar para ser vice. O PSDB sempre teve candidato”, disse César Gontijo, tesoureiro do PSDB e aliado do ex-governador de São Paulo.
Doria, no entanto, já admitiu em entrevista a hipótese de ser vice da senadora. Antes disso, ele tenta reatar relações no PSDB. Doria deve jantar em Brasília nesta quarta-feira, 4, com a bancada do PSDB na Câmara para sair do isolamento após ter rompido com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que era também o coordenador de sua pré-campanha.
Tanto no PSDB como no MDB prevalece o ceticismo sobre o prazo para definir a candidatura. Os emedebistas consideram a pré-candidatura de Simone irrevogável e pretendem lançar seu plano de governo logo depois da data, com ou sem acordo com o PSDB. “Não existe a menor possibilidade de eu ser vice”, disse Simone ao Estadão.
Em conversas reservadas, pessoas próximas a Simone dizem que o nome preferido dela para ser seu vice é o do senador Tasso Jereissati (CE), mas reconhecem que a opção Doria pode ser a saída para a terceira via.
A pré-candidatura de Simone Tebet foi exaltada por empresários em um jantar promovido por Tereza Bracher na quinta-feira passada, no qual estavam presentes nomes como Fábio Barbosa, Horácio Piva e Persio Arida.
O ex-presidente Lula (PT) voltou nesta terça-feira (3) a atacar o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL)
POR VICTORIA AZEVEDO
"Se a gente ganhar as eleições e o atual presidente da Câmara continuar com o poder imperial, ele já está querendo criar o semipresidencialismo. Ele já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara dos Deputados e ele aja como se fosse o imperador do Japão", afirmou Lula, ao discursar sobre a importância das eleições ao Congresso Nacional.
"Ele acha que pode mandar, inclusive administrando o Orçamento, que tem que ser administrado pelo governo, que é pra isso que o governo é eleito. E é o governo que decide cumprir orçamento aprovado pela Câmara em função da realidade financeira do país", continuou o petista.
O Japão é uma monarquia constitucional parlamentar, com chefe de governo (primeiro-ministro) e de Estado ocupado pelo imperador Naruhito, que assumiu em maio de 2019 e possui função cerimonial.
Lula participou de ato da executiva nacional do Solidariedade em apoio à pré-candidatura de Lula à Presidência nesta terça-feira (3), em São Paulo.
A aliança foi fechada após turbulência no mês passado, quando o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, foi vaiado em evento com Lula e sindicalistas.
Isso deu origem a um debate sobre possível saída do Solidariedade do bloco pró-petista, o que depois acabou sendo resolvido em reunião dele com a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
O petista estava acompanhado do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que irá compor a chapa presidencial como vice-presidente, e de Gleisi.
Presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força alertou que a eleição não está ganha, que a aliança em torno de Lula pode ser "muito maior" e disse que a pré-campanha está "perdendo tempo" com algumas coisas, entre elas a "revogação da reforma trabalhista".
"Uma vaia aqui, uma internacional ali, a revogação da reforma trabalhista. Isso só joga água contra no nosso moinho. Ganhando a eleição, em dois meses a gente resolve a questão dos trabalhadores dentro do Congresso", disse.
Gleisi exaltou a aliança com o Solidariedade e afirmou que ainda há tempo para atrair outros partidos para a aliança em torno do nome de Lula.
"Agora, vamos juntos buscar apoio de outros partidos, de outros setores. Queremos fazer um grande movimento pela democracia, pelo Brasil. Para resgatar os direitos do povo e tirar o país dessa encrenca que está metido, nessa crise", disse.
A parlamentar também defendeu o nome de Alckmin como vice-presidente na chapa e afirmou que ele terá papel importante tanto nas discussões de proposta de governo quanto nas agendas, principalmente estabelecendo diálogo com setores como o agronegócio e o empresariado.
"Mostrando que não temos uma candidatura do radicalismo e do extremo. Aqui estão os democratas que estiveram sempre na luta pela democracia do Brasil. Que tiveram divergências ao longo da história, mas sempre essas divergências foram tratadas no âmbito da política, da disputa, dentro dos marcos da democracia."
Marina Silva deve apoiar o candidato Ciro Gomes do PDT nas eleições de 2022
Com Yahoo notícias
A Rede Sustentabilidade decidiu apoiar a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta última quinta-feira (28), o apoio vem de uma “frente ampla” apoiada também pelo PSOL. Mas, o partido fez um pedido de “salvo-conduto” ao Partido dos Trabalhadores. As informações são da coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles.
Uma das principais lideranças do partido, a ex-ministra Marina Silva e a ex-senadora Heloísa Helena devem apoiar Ciro Gomes do PDT para à Presidência da República. Ambas não compareceram na cerimônia organizada pelo senador Randolfe Rodrigues que contou com a presença de Lula.
Segundo a coluna, o ex-presidente lamentou a ausência de Marina em seu discurso: “Minha relação com ela é muito antiga, é muito grande. Não sei porque, às vezes, ela demonstra momentos de raiva” disse Lula.
Marina foi ministra do Meio Ambiente no governo do petista. Marina Silva e Heloísa Helena devem concorrer a vagas na Câmara dos deputados por São Paulo e Rio de Janeiro.
PSOL também vai apoiar Lula
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) oficializou por meio de uma conferência, neste sábado (30), apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente e classificou como “união das esquerdas para derrotar Bolsonaro”.
Desde que o partido foi criado em 2005, essa é a primeira vez que o PSOL apoia desde o primeiro turno o Partido dos Trabalhadores (PT), e não decide lançar candidato próprio para concorrer à presidência. O partido já lançou Heloísa Helena em 2006, Plínio Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e Guilherme Boulos em 2018.
As centrais sindicais promoveram um ato esvaziado de 1º de Maio neste domingo em São Paulo, e as falas dos participantes foram marcadas por pedidos de voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que falou ao final e manteve o tom de campanha durante seu discurso aos poucos presentes.
Com Estadão
O ato ocorreu na praça em frente ao estádio do Pacaembu e teve ainda uma série de ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula foi recepcionado no palco por dirigentes sindicais que puxaram coros de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula" e logo no início de sua fala sugeriu estar preocupado com eventual punição da Justiça Eleitoral por propaganda antecipada.
A lei eleitoral diz que não pode ocorrer pedido explícito de voto antes do início da campanha, o que ocorrerá somente em 16 de agosto. Mas, na prática, a Justiça tem sido tolerante e com raras punições para quem desrespeita a regra.
"Eu fiquei um pouco atrás [dos dirigentes] porque eu não posso falar de eleição. Eu estou aqui num ato de 1º de Maio para discutir o problema dos trabalhadores e das trabalhadoras desse país", afirmou Lula.
"Eu ainda não sou candidato, só dia 7 eu vou ser pré-candidato. Mas se preparem porque alguém melhor do que esse presidente [Bolsonaro] vai ganhar as eleições", acrescentou, para logo adotar um tom eleitoreiro e falar de projetos para um eventual governo seu.
A pré-candidatura do petista à Presidência será lançada no próximo sábado (7) em um evento em São Paulo. O provável vice do petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também deve participar.
"Logo, logo vai estar tudo formalizado e nós vamos acordar num belo dia do mês de outubro, agradecendo a Deus e agradecendo à liberdade. E vamos agradecer porque a liberdade finalmente abriu as asas sobre o povo brasileiro, e nós vamos voltar a ter um país civilizado", afirmou o petista.
Pela programação original, Lula falaria às 13h, após discursos de presidentes de centrais e representantes de partidos.
No entanto, como o público presente era abaixo do esperado, colaboradores do ex-presidente decidiram postergar sua participação para as 15h30, mais próximo ao show da cantora Daniela Mercury.
A ideia era atrair mais público para o pronunciamento, reunindo os militantes e sindicalistas com os fãs da cantora baiana. Lula começou a discursar por volta das 15h50.
As centrais chegaram a sugerir que o ato ocorresse na praça da República, menor e de fácil acesso, mas a assessoria direta de Lula insistiu para que fosse na praça Charles Miller, diante do Pacaembu.
Presidente da UGT, Ricardo Patah reconheceu que os organizadores esperavam mais participantes na manifestação. "Não adianta choramingar. Esse é o exército com que contamos para ir às ruas em defesa da democracia e do trabalhador", diz.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que não se trata de quantidade, mas de qualidade da presença.
"Aqui não tem sorteio de carro, nem mega-show, para atrair gente. É a qualidade de público". Durante o ato, organizadores pediram que presentes fossem para a lateral do palco.
O ato, contudo, não contou com a participação de todas as centrais sindicais. A CSB, ligada ao PDT de Ciro Gomes, não participou. Ciro disse que enviaria uma carta para ser lida durante os discursos, mas o documento não foi recebido.
Antes da fala de Lula, outros nomes do PT e da esquerda discursaram no ato. Fernando Haddad, pré-candidato do PT ao Governo de São Paulo, convocou os apoiadores presentes a conquistarem votos para derrotar Bolsonaro no pleito deste ano e a "botar os fascistas para correr".
Haddad discursou ao lado de petistas como a deputada federal e presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR), o ex-ministro Aloizio Mercadante e o presidente estadual do PT paulista, Luiz Marinho.
"O que fez Bolsonaro nesses dias? Convocou para um ato contra o STF. Vocês acham que a causa da tristeza do povo brasileiro é o Supremo Tribunal Federal?", questionou Gleisi, presidente do PT, que ouviu um "não" como resposta da plateia.
"A causa da tristeza do povo brasileiro é não ter um projeto para esse país, é ter gasolina cara, é ter óleo diesel caro, é ter gás de cozinha caro. É as pessoas irem no mercado e não conseguir comprar o necessário para poder dar sustentação às suas famílias", disse ainda a deputada.
O pré-candidato a deputado federal e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos (PSOL), chamou a reforma trabalhista realizada no governo Michel Temer de "criminosa" e fez um paralelo entre as condições de trabalho de motoristas de aplicativos e os primórdios do 1º de Maio.
"O 1º de Maio começou lá em 1886 com uma greve de trabalhadores lutando pela jornada de oito horas. E quando a gente olha hoje, quase 150 anos depois, tem jovens trabalhando 12 horas por dia em cima de uma moto ou atrás de um volante de um Uber sem ter um direito trabalhista. Essa é a nossa realidade. E é por isso que nós estamos aqui hoje", disse Boulos.
No início do ato, Bolsonaro foi repetidamente chamado de "fascista" e "genocida" pelos presentes.
"Tudo o que ele [Bolsonaro] faz é para o mal da população. Gera desemprego, tira a renda, ataca a saúde, ataca o meio ambiente. Traz a fome de volta para a vida dos brasileiros. Para solucionar isso, só tem um jeito: olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", cantou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, o Chicão dos Eletricitários.
Prevista para acontecer às 13 horas, fala de ex-presidente em ato organizado por centrais sindicais foi adiada para às 15h30. Organizados colocaram o discurso do petista para ocorrer mais perto do show de Daniela Mercury
Por Cilene Pereira
Por causa da falta de público expressivo até o início da tarde no ato do Dia do Trabalho organizado pelas centrais sindicais, em São Paulo, neste domingo, 1, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu atrasar sua participação. Seu pronunciamento estava programado para acontecer ás 13 horas, mas agora está planejado para às 15h30, quando os organizadores esperam já ter mais gente na Praça Charles Miller, no Pacaembu, na capital paulista, onde o ato está sendo feito.
Mais cedo, passaram pelo local o ex-prefeito e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT Fernando Haddad e o pré-candidato a deputado federal pelo Psol Guilherme Boulos. Perguntado sobre a ida do presidente Jair Bolsonaro à manifestação organizada pelo deputado Daniel Silveira na manhã de hoje em Brasília, Haddad disse se tratar de mais um ato contra a democracia. “Vamos tirar esse homem”, afirmou. Boulos chamou Bolsonaro de “presidente miliciano”. “Vamos trabalhar para que seja o último Primeiro de Maio com Bolsonaro na presidência”, disse.