Por Adrierlis Ribeiro Duarte
Porto Nacional é uma cidade histórica. Conhecida nacionalmente como porto de navegação e também como berço da cultura. Temos uma grande responsabilidade na escolha daqueles que irão atuar na gestão do executivo e representação na Câmara municipal.
Tenha certeza, amigo eleitor, que sua participação é de importância ímpar, não só através do exercício do sufrágio universal, mas tambem no acompanhamento das ideias e propostas de cada pré candidato.
Em princípio estão na disputa do paço municipal o atual prefeito Ronivon Maciel, o deputado Federal Antonio Andrade e dois nomes novos na política local: Nelcir Formhel e Alvaro A7. Estejamos atentos ás movimentações políticas para atuarmos como coadjuvantes no processo democrático.
Adrierlis Ribeiro Duarte, é filho de Porto Nacional e Delegado de Polícia no Distrito Federal
Por Marco Túlio Rodrigues
A segurança da informação tem sido uma grande preocupação entre grandes, pequenas e médias empresas que estão na mira de ataques de hackers. Só no ano passado uma entre cinco vítimas de ataques cibernéticos foram pequenas e médias empresas que tiveram um prejuízo milionário.
Os hackers visam sistemas vulneráveis, independentemente do porte dos sistemas das empresas. Na verdade, os criminosos tendem a atacar os sistemas menos protegidos. Os criminosos estão cientes de que as pequenas e médias empresas normalmente têm menos sistemas de segurança para detectar e prevenir ataques. Por isso, elas são alvos preferidos. Além disso, essas empresas são mais propensas a usar serviços na nuvem para armazenar dados confidenciais, que podem não ter uma tecnologia de criptografia forte ou podem sucumbir vulnerabilidades em infraestrutura de terceiros.
Quando confrontadas com uma violação de segurança cibernética, as grandes empresas tendem a ter planos de contingência e funcionários que lhes permitem continuar com os seus negócios normalmente. A realidade é que as startups nem sempre têm uma equipe de TI dedicada a segurança cibernética ou recursos para adquirir ferramentas de segurança de nível empresarial. Se uma pequena empresa ou startup sofrer uma invasão, ela pode ficar fora do ar por dias ou até semanas. Isso pode ser financeiramente devastador. Mais importante, pode destruir a sua reputação e a confiança. Isso pode se traduzir em perda de clientes, falta de fé dos assessores e preocupação dos investidores em um mercado de empreendimentos cada vez mais competitivo.
De acordo com o presidente da empresa especializada em segurança da informação MTR Cyber Sec, Marco Túlio Rodrigues, as quatro principais ameaças cibernéticas enfrentadas por pequenas e medias empresas em 2024 são: os Ransonware, os sistemas desatualizados, erros ou falta de configurações de segurança, os ataques usando credenciais vazadas na internet e a engenharia social.
O Ransonware que é um software maliciosoque sequestra dados, criptografa os dados do sistema infectado e depois exige uma recompensa para que o dono possa resgatar seus dados de volta.
As configurações incorretas que podem ser muito mais do que uma regra de firewall mal configurada, sendo que algumas das configurações incorretas mais comuns são: falta de controle de acesso, exposição de dados confidenciais, componentes vulneráveis e desatualizados.
Preenchimentos de credenciais, no qual é um ataque feito através de contas de logins e senhas que foram vazados na internet. Os criminosos usam esses logins e senhas para tentar acessar outros serviços como sites de bancos ou a empresa na qual a vítima afetada no vazamento trabalha.
A engenharia social não ataca um sistema diretamente, mas sim uma pessoa por detrás dele, o que faz com que ela libere informações confidenciais sem saber. O mais preocupante é que mais de 70% dos incidentes de engenharia social são descobertos por terceiros. Isso significa que, quando os usuários caem no golpe, eles geralmente não percebem que foram enganados. Além disso, os invasores estão constantemente criando novas maneiras de burlar ferramentas de segurança automatizadas que detectam esses tipos de ataques.
Marco Túlio Rodrigues: Presidente da MTR Cyber Sec e especialista em segurança cibernética.
Por João Bosco Campos*
No vasto território do Tocantins, um cenário de riqueza cultural e étnica singular é ofuscado por um desafio persistente: a invisibilidade das comunidades tradicionais. Dentro dessas terras férteis, onde a diversidade deveria ser celebrada e protegida, a falta de reconhecimento e apoio adequados coloca em risco a preservação de tradições antigas e modos de vida únicos.
É crucial compreender a extensão dessa questão. Dos 28 segmentações de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) reconhecidos e com assento no Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), nada menos que 12 encontram-se enraizadas no solo tocantinense. Entre elas estão os pescadores artesanais, ribeirinhos, quebradeiras de coco babaçu, torrãozeiros, extrativistas, catadores e catadoras de mangaba, geraiseiros, povos de terreiro e comunidades tradicionais de matriz africana, raizeiros, povos indígenas, povos ciganos e comunidades quilombolas.
Entretanto, apesar da diversidade e da importância cultural desses grupos, apenas os povos indígenas e quilombolas conseguiram algum nível de visibilidade. O que acontece com os demais? Por que, mesmo com a criação da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (SEPOT), ainda enfrentam obstáculos significativos para serem reconhecidos e apoiados?
Uma resposta possível é a falta de uma política pública específica e efetiva que leve em consideração as necessidades específicas de cada grupo. Enquanto os povos indígenas e quilombolas têm lutado por seus direitos ao longo de décadas, outras comunidades tradicionais têm sido relegadas ao segundo plano, muitas vezes esquecidas pelos órgãos governamentais e pela sociedade em geral.
Além disso, a falta de conscientização sobre a importância dessas comunidades também contribui para sua invisibilidade. Suas práticas ancestrais de manejo sustentável dos recursos naturais, por exemplo, são frequentemente subestimadas ou ignoradas, mesmo que representem um modelo de convivência harmoniosa com o meio ambiente.
Para enfrentar esse desafio, é fundamental que o estado do Tocantins e a sociedade como um todo reconheçam a importância vital das comunidades tradicionais e ajam de maneira decisiva para garantir sua visibilidade e proteção. Isso envolve a implementação de políticas inclusivas, o fortalecimento dos mecanismos de participação dessas comunidades nas decisões que afetam suas vidas e a promoção de ações que valorizem e preservem suas tradições culturais.
A criação da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (SEPOT) foi um passo na direção certa, mas é preciso ir além. É necessário um compromisso real com a promoção da diversidade e o respeito aos direitos humanos e territoriais de todas as comunidades tradicionais, sem exceção. Somente assim poderemos construir um Tocantins verdadeiramente inclusivo, onde cada voz seja ouvida e cada cultura seja respeitada.
A Política Nacional para os Povos e Comunidades Tradicionais também deve ser mencionada aqui. Essa política reconhece a diversidade étnica, cultural, social e econômica desses grupos, buscando garantir o respeito ao seu direito territorial, aos seus modos de vida, conhecimentos e práticas tradicionais. No contexto do Tocantins, a implementação efetiva dessa política poderia proporcionar um apoio mais robusto às comunidades tradicionais, promovendo sua visibilidade e garantindo a proteção de seus direitos.
Em suma, a invisibilidade das comunidades tradicionais no Tocantins é um desafio que exige ação imediata e coordenada. Reconhecer e valorizar a diversidade cultural desses grupos é essencial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos tenham a oportunidade de prosperar e viver com dignidade.
*João Bosco Campos, Jornalista, Administrador, Tecnólogo em Agricultura, Ribeirinho, membro da Rede dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil (REDE PCTs BRASIL)
No dia 1° de maio, o presidente fez um discurso para cerca de 2 mil pessoas no estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo
Por Guilherme Mazieiro
“No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava muito bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar”. Assim começa o conto “Primeiro de Maio”, do escritor Mário de Andrade. Escrito entre 1934 e 1942, período de grande agitação sindical no Brasil e no mundo, o texto retrata o desumanizado carregador que nem nome tem, é só o “35”. No decorrer da história, o personagem vê seu “grande dia” ruir sob a fome, a raiva e a perda de consciência de sua condição e, no fim, abandona a folga para terminar o dia trabalhando na Estação da Luz, em São Paulo.
O dia Primeiro de Maio do presidente Lula (PT) foi parecido com o do personagem de Mário de Andrade, o desenrolar de uma tragédia.
Fruto do movimento sindical brasileiro dos anos 70/80 e um dos criadores do Partido dos Trabalhadores, o presidente se deparou com um ato de 1º de Maio esvaziado. No estádio do seu time de coração, o Corinthians, na Zona Leste da maior cidade do país, o petista viu um público miúdo, cerca de 2 mil pessoas, segundo o "Monitor do debate político”, da Universidade de São Paulo. Diante de uma plateia onde se via mais cimento do que gente, Lula se queixou da organização do evento, feita por seu ministro Márcio Macedo (Secretaria Geral da Presidência), responsável pela relação com movimentos sociais.
“Ô, Márcio, o ato está mal convocado. O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar, mas de qualquer forma estou acostumado a falar com 1 mil, 1 milhão, mas se for necessário apenas com a senhora maravilhosa que está ali na minha frente”, disse Lula num tom de afago aos poucos manifestantes que estavam ali.
Pela própria natureza e demanda de trabalho que exige a Presidência da República, é normal o presidente não se envolver diretamente na articulação de atos. A sensação que dá é de que faltou interesse das organizações sociais, centrais sindicais, pré-candidatos e militantes que dão capilaridade ao projeto petista e trabalham pelo campo progressista. Organicamente, o ato não teve vida e quem foi responsável por agitar esses segmentos a pedido do presidente, falhou. As ruas estavam tão vazias quanto as retratadas por Mário de Andrade no Primeiro de Maio do “35”.
No Dia do Trabalhador, o presidente fez um discurso destacando feitos do governo e chamou um a um os ministros presentes para apresentá-los aos apoiadores. Os introduziu com alguma brincadeira, citando feitos da gestão das respectivas pastas ou citando feitos da biografia deles. Em Macedo, deu bronca.
Na semana passada, quem tomou uma chamada de atenção em público foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ex-prefeito da capital paulista, Haddad não estava no ato. No caso de Haddad, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, veio a público dizer que a fala não passou de uma brincadeira do presidente. No caso de Macedo, Pimenta veio a público novamente. Dessa vez disse que o colega ministro é uma pessoa de “confiança” de Lula e de papel “muito importante no governo”.
É ruim que as falas do presidente precisem de tradução ou “explicações” por parte dos auxiliares. No governo Lula 3 isso acontece com alguma frequência. O governante precisa ter muita clareza do que e de como quer se comunicar.
Ainda no evento de quarta-feira, o recado mais cristalino de Lula foi trágico. Quando o petista chamou para seu lado o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, não exitou em pedir votos para seu aliado - o que é proibido pelas regras eleitorais e pode acarretar em multa. O ato não empolgou ninguém e quem mais se deliciou com isso, claro, foi a oposição a Lula e Boulos. O vídeo, aliás, teve de ser removido das redes sociais do presidente por decisão da Justiça Eleitoral.
A campanha municipal já começou, as articulações correm por gabinetes, pelos bairros das cidades do país, mas há regras a serem cumpridas e não se pode pedir voto. Lula sabe disso e deveria cumprir o que determina a legislação.
“Desastre” talvez seja uma definição exagerada para classificar o ato, mas “fracasso” ou “fiasco” é uma classificação evidente.
Lula foi um indutor do movimento sindical brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1985). Da efervescência popular o torneiro mecânico ascendeu ao posto de liderança nacional. Foi preso por isso e fundou um partido político, o que mais vezes governou o Brasil desde a redemocratização.
Nesta semana, Lula viu o fracasso de uma mobilização que é cara a ele e que costumava ser expressiva. Como o “35”, praguejou no Primeiro de Maio e viu o dia que ele queria e havia de celebrar, ruir. Enquanto isso, no Congresso, uma das principais propostas do governo na área trabalhista, a que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativo, caminha para ser desidratada e enfrentar resistência na própria categoria.
Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasilía
Da Coluna Notas & Informações / Estadão
Durante a reunião semanal com os líderes dos partidos, ocorrida no dia 16 passado, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que poderá dar andamento ao que já está sendo chamado pelos corredores da Casa de “pacote da vingança”. Nessa sacola de maldades, digamos assim, estaria a instalação de nada menos que cinco das oito Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) requeridas à Mesa Diretora, além de outras medidas legislativas. O alvo principal da desforra é o Poder Judiciário, particularmente o Supremo Tribunal Federal (STF), mas não é improvável que o Palácio do Planalto também seja colhido pela sanha revanchista do sr. Lira. Seja como for, a grande vítima dessa bagunça institucional que parece ter tomado conta do País, como sói acontecer, será a sociedade.
É preciso ter claro que tudo isso faz parte de uma estratégia do presidente da Câmara para dar vazão a seu desejo incontido de influenciar a escolha de seu sucessor e, desse modo, manter algum tipo de protagonismo político mesmo após “descer à planície” – como se diz em Brasília dos presidentes da Câmara que, terminado o mandato, voltam a ser apenas mais um entre os 513 deputados. Comportando-se dessa forma, Lira revela que não vê problema algum em submeter o interesse público a seus caprichos.
A bem da verdade, não é a primeira vez que o sr. Lira coloca o País sob seu tacão, mas decerto será uma das últimas. Afinal, está cada dia mais próximo o fim de seu mandato à frente da Câmara, razão pela qual todo cuidado é pouco. Na condição de influente líder político que vê seu poder escorrer pelas mãos sob a pressão do tempo, não são triviais os danos que o deputado alagoano pode causar ao País se, imbuído desse espírito revanchista, usar o poder que lhe resta para levar a cabo sua vendeta contra o STF e, de quebra, fustigar o governo Lula da Silva.
Tudo leva a crer que assim será. O que se discute na Câmara neste momento é apenas a ordem de instalação das CPIs. Umas das primeiras, se não a primeira, será a CPI para investigar a suposta “violação de direitos e garantias fundamentais”, além da “prática de condutas arbitrárias” e “abuso de autoridade” por parte de ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As outras CPIs que estão em vias de serem instaladas atendem direta ou indiretamente aos interesses da oposição – a forma nada sutil que Lira encontrou para “dar recados” ao governo em meio às suas rusgas particulares com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entre outros motivos inconfessáveis.
Convém registrar que, a rigor, a instalação dessas CPIs – como quaisquer outros atos legislativos – não é algo essencialmente errado caso estejam presentes os requisitos constitucionais e regimentais para isso, como de resto parecem estar. O problema são os fins a que se prestariam essas ações do presidente da Câmara. Parece claro que, antes do interesse de investigar o que quer que seja, está o interesse de Lira de, a um só tempo, turvar o debate público em pleno ano eleitoral e travar o andamento da pauta legislativa, incluindo projetos de interesse do governo por seus supostos desdobramentos na seara econômica. Ora, se é isso o que normalmente acontece quando há apenas uma CPI em andamento, que dirá com cinco CPIs simultâneas e potencialmente tumultuadas, haja vista seus possíveis reflexos em outros Poderes e na opinião pública.
O País poderia estar apenas assistindo ao jogo jogado da política, o que de resto seria rigorosamente legítimo. Só não é porque, como dissemos, as intenções subjacentes a essa articulação conduzida pelo presidente da Câmara em fim de mandato passam muito longe do melhor interesse público. Ao fim e ao cabo, pode ser que Lira não consiga realizar o que deseja. É lícito inferir que tudo não passe mesmo de “recados”, uma encenação de poder sem uma correspondente materialização de atos hostis. O busílis é que essa “guerra fria” entre os Poderes não gera nada de bom para o País.