Acre, Pará e Tocantins foram os únicos estados brasileiros nos quais não houve piora da pobreza entre novembro de 2019 e janeiro de 2021. É o que mostra estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Daniel Duque.
Luciana Cavalcante - Colaboração para o UOL, em Belém
A pesquisa concluiu que, em 24 dos 26 estados e o Distrito Federal, houve aumento da população pobre em relação ao total. Os dados refletem as consequências da pandemia de coronavírus na economia.
Rio de Janeiro, Distrito Federal e Roraima foram os estados onde houve maior expansão da pobreza. No Rio de Janeiro, o incremento foi de 6,9 pontos percentuais, passando de 16,9% em 2019 para 23,8% em 2021, chegando a quase um quinto da população. O Rio de Janeiro foi o segundo estado com a maior alta na concentração da população mais pobre; em primeiro lugar está o Distrito Federal, no qual a população pobre foi de 12,9% para 20,8% no período.
Em São Paulo, a população pobre chegou a 19,7%, alta de 5,9 pontos percentuais em relação a 13,8% no final de 2019.
A pesquisa considerou índices de pobreza do Banco Mundial, cuja renda per capita é de até R$ 400 ao mês. Para a condição de pobreza extrema, a pesquisa tem como referência a renda per capita de R$ 160 por mês.
No Nordeste, o Piauí teve a maior alta (5,3 pontos): de 41,1%, para 46,4%.
No norte, estão os únicos três estados que não tiveram piora: Acre, Pará e Tocantins, respectivamente com 46,4%, 45,9% e 35,7% de sua população em situação de pobreza.
O Amapá é o Estado com a maior concentração de população pobre: 55,9% (eram 51,4% na medição anterior).
Para chegar a essas conclusões, o pesquisador combinou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad contínua), do primeiro trimestre de 2019 com a Pnad-Covid, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os levantamentos trazem informações sobre a renda da população entre janeiro de 2019 e novembro de 2020. "A partir daí fiz uma projeção até janeiro de 2021", afirmou o pesquisador.
Extrema pobreza subiu em 18 estados
O economista também analisou o crescimento da extrema pobreza no país. Das 27 capitais, 18 estão nessa situação. Segundo o estudo, todas as capitais apresentaram crescimento tanto da pobreza, como da sua situação extrema. Mas ele destaca Roraima com uma situação peculiar, por causa da migração de venezuelanos.
"Pela crise migratória, com uma grande entrada da população venezuelana, sem perspectiva, sem possibilidade de se inserir no mercado de trabalho. Por isso houve um aumento muito grande da extrema pobreza nesse estado." Foi o Estado com a maior alta na população em extrema pobreza, de 11,2% a 19,9%, alta de 8,7 pontos.
Principais causas da piora da pobreza
Para Daniel Duque, essa alta pode ser explicada principalmente pelas consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus, como a inflação e o desemprego.
"Os principais fatores são a grande perda de vagas, devido à pandemia. E não apenas isso, pois houve uma perda de rendimento real de diversos trabalhadores que mantiveram seus empregos. Isso é devido a uma alta inflacionária no último período, que está se acelerando agora ao longo de 2021", declara.
Ele destaca a distribuição menor do auxílio emergencial, o que deixou parte da população sem opção de renda. No caso de Rio de Janeiro e São Paulo, a atividade econômica ficou prejudicada com as medidas de isolamento social.
"Nos dois estados, mas principalmente no RJ, há grande participação de serviços e não há tanta população em programas sociais, como Bolsa Família."
O mesmo acontece com o Nordeste, que, apesar de ter maior participação nos programas sociais, sofreu com a perda de empregos desde o início da pandemia.
"O problema principal do Nordeste é que é uma região de muita informalidade, de de muitos serviços tradicionais que precisam de aglomeração, de movimento de pessoas. Essa característica econômica, de empregos que não podem ser feitos por home office, acabou tendo um impacto muito negativo sobre a renda do trabalho.".
Ma
Estimativa do IBGE traz que a população saiu de 306.296 habitantes em 2020 para 313.349 em 2021
Com Assessoria
Palmas apresenta a segunda melhor taxa de crescimento populacional entre as capitais, conforme as estimativas das populações divulgadas nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo em meio a pandemia da Covid-19, a Capital tocantinense saiu dos 306.296 habitantes, estimativa de 2020, para 313.349 em 2021, uma taxa de crescimento de 2,30%. Um incremento de 7.053 pessoas. Na primeira posição temos Boa Vista, capital de Roraima, com uma taxa de crescimento de 4,04%, sendo que em 2020 a estimativa populacional registrava 419.652 habitantes e neste ano, 436.591 pessoas.
Palmas é a capital mais jovem do Brasil e a menor em número de habitantes, mas se destaca nacionalmente em crescimento, em 2020 a sua taxa de crescimento foi de 2,40%. Considerando os dados do último Censo Demográfico do IBGE, de 2010, quando Palmas contava com 228.332 habitantes, vemos um crescimento de 37,23% em 11 anos, o segundo melhor desempenho entre as capitais, ficando atrás somente de Boa Vista (RR), que registra uma taxa de crescimento de 53,56%.
A taxa de crescimento populacional de Palmas também ficou acima do desempenho do Tocantins e do Brasil. Em comparação com a estimativa populacional de 2020, o Tocantins registrou um crescimento de 1,08%, saindo de 1,5 milhão de pessoas no ano passado e 1,6 milhão agora. A taxa de crescimento populacional no Brasil foi de 0,74%, aumento de 211,7 milhões de pessoas para 213,3 milhões. A Capital tocantinense também ficou na frente de grandes capitais, como São Paulo (SP) que teve uma taxa de crescimento de 0,58%; Goiânia, 1,27% (GO); e Curitiba (PR), 0,77%.
A prefeita Cinthia Ribeiro avalia que o crescimento populacional é o reflexo do que a cidade tem a oferecer. “Palmas é uma cidade linda, planejada, segura e com importantes equipamentos públicos. Os dados do IBGE demonstram que estamos no caminho certo, que estamos construindo uma cidade onde o centro da nossa administração são as pessoas. Palmas é a capital caçulinha do Brasil e temos a oportunidade de copiar exemplos positivos das outras capitais e adaptar a nossa realidade. E agora nosso desafio como gestão pública é ainda maior, continuar administrando esse crescimento de uma forma sustentável, dinâmica e cada vez mais inclusiva e com a participação da população”, ressalta.
IBGE: evolução da população de Palmas:
1991 - 24.261 pessoas
2000 - 137.045 pessoas
2010 - 228.332 pessoas
2021 - 313.349 pessoas
Com o objetivo de transformar áreas urbanas abandonadas e proporcionar uma alimentação saudável, orgânica e sem agrotóxicos à população tocantinense, a Região Sul do Estado, se tornou uma referência quando se trata de hortas comunitárias.
Com Assessoria
Idealizado pelo ex-vereador e médico veterinário Eduardo Fortes, começou a implementar o Projeto Social Horta Comunitária durante o mandato de vereança na cidade de Gurupi (2017/2020), que concretizou um sonho antigo implantando quatro hortas comunitárias nos bairros da cidade, beneficiando por meio de cadastros várias famílias vulneráveis.
Nesses cinco anos de implantação do projeto social Horta Comunitária, a população do município foi entendendo sua importância e nisso fez com que o idealizador Eduardo Fortes ampliasse para outros municípios.
Atualmente, a Região Sul do Tocantins conta com nove hortas comunitárias, sendo três em Gurupi, e uma nos municípios de; São Valério, Dueré, Formoso do Araguaia, Crixás, Aliança do Tocantins e Talismã. Beneficiando semanalmente mais de 1.500 famílias de baixa renda. Conforme Fortes, próximas semanas outros municípios serão comtemplados.
De acordo com o Eduardo Fortes, os benefícios das hortas são muitos, promovem a integração, melhoraram a qualidade dos alimentos saudáveis e frescos nos centros urbanos, além de dar um destino sustentável a terrenos baldios que muitas vezes são utilizados como depósitos de lixo e entulhos, atraindo ratos e outros animais peçonhentos.
Dessa forma, alimentação saudável é um assunto que está cada vez mais nas mídias e na vida das pessoas. Com isso, Eduardo Fortes apostou verdadeiramente nas hortas comunitárias, aliado com a prática de uma atividade diária e entretenimento para os voluntários do local.
Além das hortas comunitárias crescer nos municípios, Eduardo Fortes lançou parceria por meio do seu projeto social com a CPP de Gurupi e com a Unidade Penal Feminina de Talismã. A parceria tem o intuito de auxiliar na alimentação diária dos detentos e famílias como também na ressocialização dos mesmos.
O projeto social, tem parceria com a Cooperfrigu Foods, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Instituto Federal do Tocantins – IFTO do Formoso do Araguaia, Hortas Marrafon, Mega Ambiental, Chefão Delivery, Posto Décio, Supermercados Beira Rio, Iguatu, Fri Leite e voluntários.
“Essas hortas garantem a produção de alimentos de qualidade. É proporcionar, as pessoas e entidades acessam a alimentos nutritivos. O que é produzido na horta serve para o consumo das famílias que nela trabalham e também distribui para outras famílias da comunidade local. Ecologicamente orgânica, sem utilização de agrotóxico, que tem como objetivo distribuir verduras e legumes as famílias vulneráveis, alimentos nutritivo e de qualidade”, concluiu Eduardo Fortes.
Na comunidade, 117 famílias vivem da agropecuária e do extrativismo
Por Brener Nunes
O governador do Tocantins, Mauro Carlesse, entrega na próxima sexta-feira, 3, os títulos definitivos de terras às famílias da comunidade quilombola Barra do Aroeira, localizada na divisa dos municípios de Lagoa do Tocantins, Novo Acordo e Santa Tereza do Tocantins, na região do Jalapão. A comunidade que luta pelo reconhecimento da posse há mais de um século receberá dois títulos definitivos de uma área correspondente a mil hectares. A cerimônia de entrega ocorre às 10 horas, na própria comunidade.
São 117 famílias composta por cerca de 1,2 mil pessoas que vivem da agropecuária e do extrativismo. O quilombo tem sua origem datada de 1871, quando Dom Pedro II presenteou o negro Félix José Rodrigues por lutar na Guerra do Paraguai. O território pertence à família dos Rodrigues há 150 anos. Entretanto, a comunidade formalizou sua associação em 2004 e deu início ao processo que originou a titulação definitiva com o Termo de Permissão firmado em 2006. O processo de titulação foi conduzido pelo Instituto de Terras do Tocantins (Itertins).
Para o governador Mauro Carlesse, a entrega do título é uma vitória para a comunidade e para o estado do Tocantins - Foto: Nilson Chaves/Governo do Tocantins
O governador Mauro Carlesse destaca que a entrega do título é uma vitória para a comunidade e para o estado do Tocantins. “É uma honra poder entregar este título histórico ao quilombo Barra da Aroeira, que tem lutado há dezenas de anos por esse direito sobre suas terras. É minha obrigação tornar este sonho realidade para estas pessoas, que são trabalhadoras e guerreiras, que lutam dia e noite para sustentar suas famílias”, destaca o Governador.
Histórico
Atualmente, centenas de quilombolas são herdeiros do patriarca Félix José Rodrigues, que deixou um território de “12 léguas em quadra”, ou 79,2 mil hectares, no norte de Goiás (atual estado do Tocantins).
Ao longo da história, fazendeiros foram se instalando nas proximidades, tomando parte do território. Os descendentes de Rodrigues ocupam atualmente apenas 12% da área original.
Desde o início da década de 1980, a comunidade iniciou a mobilização para o reconhecimento das terras. Assim, o grupo intensificou contatos com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Nacional, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Grupo de Consciência Negra do Tocantins (Gruconto) e a Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação (Comsaúde).
O Tocantins possui 38 comunidades quilombolas certificadas.
Programa prevê investimentos na ordem de mais de R$ 2,9 bi
Por Sara Cardoso
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, reuniu sua equipe de governo, secretários de Estado e presidentes de Autarquias para alinhar ações, analisar projetos em execução e dar prioridade no cumprimento das metas estabelecidas dentro do programa Tocando em Frente. O programa tem chegado aos 139 municípios do Estado levando obras, investimentos e geração de emprego e renda.
Durante a reunião, o governador Carlesse destacou que o momento pede ainda mais união e alinhamento de ações para que os benefícios cheguem a todo o Tocantins. “O Tocando em Frente traz uma realidade de investimentos. Vemos que o governo tem trabalhando firmemente, com muito empenho e seriedade para oferecer o melhor ao povo tocantinense, mas sempre podemos melhorar. Cada secretário tem seu jeito de trabalhar, mas todos fazem parte de uma só gestão, uma gestão que visa o desenvolvimento, uma gestão que já organizou a casa e agora tem que mostrar ao que veio, oferecendo ao povo muito mais obras e serviços dentro desse grande programa”, disse o Governador.
O secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, e o titular da Fazenda, Sandro Armando, reforçaram que a gestão sempre foi uma equipe coesa, com muita unidade e alinhamento e que assim tem que permanecer. “Nós planejamos tudo o que está acontecendo agora. Ninguém estava arrumando a casa por arrumar, apenas para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estávamos organizando porque, além de ser uma obrigação constitucional, é o único caminho que nos possibilitava condições de realizar as políticas públicas que todo cidadão almeja. O Tocantins atualmente é um Estado que fomenta, que dá oportunidade, que atrai investimentos e que gera emprego e renda para a população. Temos que continuar com este espírito para concluir a gestão e entregar ao povo o que ele merece e o que foi renegado por muitos anos”, ressaltou o secretário Sandro Armando.
Governador Carlesse destacou que equipe tem que trabalhar coesa com foco na concretização das ações do programa Tocando em Frente
Corroborando a fala do secretário, o gestor da Secretaria de Planejamento e Orçamento, Sergislei Moura, disse que para 2022 o Governo planeja instituir um orçamento por semestre, o que vai possibilitar que seja feito um melhor planejamento das licitações e ações específicas da gestão. “O ano de 2020 foi muito complexo e tivemos que instituir um orçamento liberado mensalmente. Em 2021, estamos liberando por quadrimestre e em 2022, com a receita reagindo, queremos trabalhar semestralmente. Neste último ano não podemos deixar dívidas, é um ano de planejar a concretização de tudo o que foi orçamentariamente instituído e que deve ser quitado ou gerado receita para o ano subsequente”, lembrou o secretário.
Já no ramo do agronegócio, o secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, fez questão de destacar o excelente momento vivido pelo Tocantins. “No agronegócio, o produtor tem tido muitas boas notícias. Dentre diversas ações, podemos citar o projeto de melhoramento genético para o pequeno produtor de leite. A gente está levando melhoramento de graça para o Bico do Papagaio, para a região de Colinas do Tocantins, Guaraí. Acho que o agronegócio nunca viveu um boom tão grande como estamos vivendo agora no Tocantins e muito disso é graças ao trabalho sério e comprometido que temos feito sob a liderança do Governador”, disse o secretário.
Tocando em Frente
O programa Tocando em Frente prevê investimentos na ordem de mais de R$ 2,9 bilhões e visa o fortalecimento da economia e a geração de empregos para a população nos 139 municípios. A expectativa é que os investimentos propiciem a geração de aproximadamente 104 mil empregos e beneficiem 359 mil pessoas com programas sociais.
Os recursos são oriundos de várias fontes como as operações de crédito, convênios federais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que serão investidos em obras de infraestrutura, educação, saúde, além do fomento à produção e ações de inserção social