Preço médio da gasolina nos postos registrou alta de 1,45% em agosto
Com Estadão Conteúdo
O aumento do preço da gasolina pela Petrobras em julho continuou refletindo nos preços do combustível em agosto, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que mostrou alta de 1,45% no acumulado do mês passado contra julho, com preço médio de R$ 6,28 o litro. O etanol subiu 2,16% e o diesel S10, o mais usado, teve alta de 0,16%.
"Como reflexo do último reajuste declarado na venda pelas refinarias, ainda em julho, o preço da gasolina segue pesando mais no bolso dos motoristas em todo o País. Com a média acima de R$ 6,25, o combustível representa um valor importante dos gastos e está impactando diretamente o bolso dos brasileiros", de acordo com avaliação do diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina.
O etanol, principal concorrente da gasolina, também subiu de preço no mês passado, com o litro custando em média R$ 4,25 nos postos brasileiros, após alta de 2,16% no acumulado do mês, ante o fechamento de julho.
Todas as regiões registraram alta nos dois combustíveis, com exceção da região Sul que teve estabilidade para o etanol. A região Norte liderou o ranking dos maiores preços e apresentou a alta mais expressiva, tanto para a gasolina quanto para o etanol. A gasolina ficou 2,11% mais cara no norte do País, vendida a R$ 6,76, enquanto o etanol foi comercializado a R$ 4,95, após aumento de 3,34%, na comparação com o mês anterior.
A média mais baixa da gasolina foi encontrada nos postos de abastecimento da região Sudeste, a R$ 6,16, mesmo com alta de 1,65%. E, o litro do etanol com o valor mais baixo foi identificado nas bombas do Centro-Oeste, a R$ 4,08.
A alta do diesel
O diesel comum manteve a tendência de alta registrada em julho e encerrou agosto com incremento de 0,99% na comparação com o mês anterior, alcançando a média nacional de R$ 6,10. Ainda que em porcentual menor, o tipo S10 do combustível também aumentou no período, em 0,16%, elevando o preço médio a R$ 6,18.
"É o segundo mês consecutivo em que o preço do diesel comum se mantém acima de R$ 6. Se compararmos com o valor registrado em junho, último mês em que a média esteve abaixo desse valor, a R$ 5,98, o incremento já alcança 2%", disse Pina.
Na análise regional, o Sul se destacou com os menores preços para os dois tipos de diesel: R$ 5,92 o comum (apesar de um aumento de 0,17% no período) e R$ 5,97 o S-10 (após queda de 0,17%). Já o Norte foi a região com as maiores médias, sendo o diesel comum encontrado nos postos a R$ 6,70 e o S-10 R$ 6,59, mesmo após recuo de 0,15%. A maior alta no preço médio do diesel comum aconteceu no Sudeste, de 0,84%, enquanto no Norte foi registrado o maior aumento para o S-10, de 0,61%.
Na avaliação por Estado, o IPTL mostrou que os maiores preços médios para os dois tipos de diesel foram registrados no Amapá: R$ 7,39 o comum, após alta de 0,27%; e R$ 7,46 o S-10, como resultado de um incremento de 0,13%. Já o Paraná foi o Estado com as menores médias também para os dois combustíveis: R$ 5,90 o diesel comum, mesmo com uma alta de 0,34% observada no período; e R$ 5,94 o S-10, após queda de 0,34%.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log.
Analistas estimam aumento entre 9,7% e 11,5% na conta de luz; entenda
POR ANA CAROLINA NUNES
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que, em setembro, passa a valer a bandeira tarifária vermelha patamar 2. O anúncio dessa sexta-feira, 30, significa custos mais elevados para a geração de energia elétrica, o que deixa a conta de luz mais cara para os consumidores, com consequente impacto na inflação nacional.
O aumento maior da energia elétrica afeta diretamente o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo), que mede a inflação oficial do país. O peso da energia elétrica no índice é de quase 4%. Com isso, analistas projetam o impacto no IPCA já em setembro e de uma inflação no limite do teto da meta no final de 2024, de 4,5%, conforme estabelecido pelo Banco Central (BC).
Andréa Angelo, estrategista de Inflação da Warren Investimentos, explica que a casa já projetava que a inflação chegaria a 4,45% no final de 2024, considerando a bandeira amarela. “A estimativa de impacto da bandeira vermelha no IPCA é de 0,43 pontos percentuais. Estamos considerando que a vermelha siga ao longo de setembro e outubro, para voltar a amarela em novembro e dezembro”.
Na conta de luz residencial, o cálculo da Warren é de um aumento médio de 9,7% em setembro. Lembrando que, com a bandeira vermelha, a tarifa aumenta R$ 7,877 a cada 100 quilowatt-hora (kWh). O consumo médio em uma casa na zona urbana é de aproximadamente 150 kWh a 200 kWh.
Para Leonardo Costa, economista do ASA, o IPCA de setembro deve ficar em 0,76%, e em 4,4% no ano. O ASA também esperava que a bandeira tarifária seguiria amarela no mês. “A seca pior do que o esperado pela sazonalidade justificou a elevação do preço da energia elétrica. Esperávamos bandeira amarela no mês, com impacto líquido de 35 pontos-base na nossa projeção, mas o impacto será de 46 pontos-base agora”.
Na projeção feita por Leonardo, o aumento médio nas contas de luz residenciais deve ser de 11,5%. Vale destacar que os impostos incidentes sobre a conta de luz são calculados sobre o valor da conta, ou seja, incidirá também sobre a tarifa extra. Os tributos da conta de energia – como ICMS, Pis e Cofins -, a tarifa de transmissão e a contribuição para a iluminação pública (Cosip ou Cip – a depender do município) representam quase a metade do total da fatura.
Reunião do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne define, no próximo dia 18, como fica a taxa de juros. O aumento tarifário da energia com impacto direto na inflação adiciona mais um ponto de pressão sobre a decisão do grupo.
“A inflação em alta, combinada com a pressão cambial, cria um cenário desafiador para manter as expectativas ancoradas dentro da meta. Diante disso, o Copom deve considerar uma alta na taxa Selic na próxima reunião, provavelmente na ordem de 0,25 a 0,50 pontos percentuais, como uma medida para conter essa pressão inflacionária e evitar uma deterioração ainda maior das expectativas de mercado”, avalia Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.
O Boletim Focus, documento do Banco Central com as projeções do mercado para os indicadores econômicos, aponta para um IPCA de 4,26% neste ano no relatório divulgado esta semana, que não incorpora o anúncio feito na sexta-feira pela Aneel. Na semana anterior a alta projetada era de 4,25%.
“Uma ‘bandeira vermelha’ na inflação indica uma preocupação significativa com o aumento dos preços, que pode sair do controle e impactar a economia de maneira negativa”, afirma Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
Bandeira vermelha
A bandeira dessa cor não era acionada desde agosto de 2021. Uma sequência de bandeiras verdes foi iniciada em abril de 2022 e interrompida apenas em julho de 2024 com bandeira amarela, seguida de bandeira verde em agosto.
O que significa cada cor e quanto custa?
Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Suspeitas dos órgãos é de ataque DDoS, quando há sobrecarga de acesso para desequilibrar a rede
Por Guilherme Mazieiro
Sistemas da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvos de ataques hacker nos últimos dias e apresentaram instabilidade. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo. A coluna confirmou a ação contra o STF. A PF não havia se manifestado sobre o caso até às 17h50 desta terça, 3. As ações cibernéticas aconteceram após decisões do ministro Alexander de Moraes, corroboradas pela 1ª Turma do STF, que bloquearam o acesso à rede X, antigo Twitter, na semana passada.
As informações iniciais dos órgãos é de que, possivelmente, os sistemas foram alvos de ataque DDoS (ataque de negação de serviço), quando acontecem milhares de acessos simultâneos e direcionados para sobrecarregar e desequilibrar a rede, impedindo o funcionamento.
Em nota, o STF informou que "no último dia 29/08, sistemas do STF foram alvo de um DDoS (ataque de negação de serviço), ou seja, milhares de acessos simultâneos com o intuito de desequilibrar a rede e inviabilizar os serviços. Os sistemas ficaram inoperantes por menos de 10 minutos. A equipe técnica do tribunal agiu rapidamente, retirando os serviços do ar e implantando novas camadas de segurança, de modo que todos os acessos foram normalizados e não houve nenhum prejuízo operacional ao Tribunal".
Segundo informações da Folha de S. Paulo, a rede interna da Polícia Federal ficou fora do ar durante a tarde desta terça e sites ligados à PF também não funcionam para o público externo.
Entidades lançaram aplicativo
Por Agência Brasil
O assédio eleitoral é crime e, desde 2022, o número de denúncias só tem crescido. Para evitar que um trabalhador ou servidor público sofra a pressão direta ou indireta dos patrões ou dos chefes imediatos para votar em determinado candidato, as centrais sindicais lançaram, nesta terça-feira (3), um aplicativo onde é possível que o trabalhador denuncie essa prática antidemocrática.
O lançamento ocorre em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT). A iniciativa partiu da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Pública, Intersindical e MPT. A denúncia pode ser feita na página do Fórum das Centrais Sindicais.
Paulo Oliveira, secretário de Organização e Mobilização da CSB, explicou que os trabalhadores não vão precisar baixar o app. Os sites das centrais e o MPT vão colocar em suas páginas o QR Code onde o trabalhador, com seu celular, poderá acessar o canal e denunciar se estiver sendo vítima de assédio eleitoral no ambiente de trabalho.
O assédio eleitoral, muitas vezes, ocorre de maneira sutil, segundo a procuradora do MPT Priscila Moreto, quando um empregador defende que seus funcionários votem em determinado candidato porque, assim, a empresa continuará crescendo. Caso o trabalhador não vote no candidato do patrão, o empregador diz que haverá mudanças, quando não demissões. “Essa é uma das formas do assédio eleitoral”, disse.
O secretário nacional de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, alerta que o assédio eleitoral é muito forte no Brasil, até porque em 73% dos 5,7 mil municípios, a população varia entre 10 e 20 mil habitantes. “Nessas cidades, é muito comum que os trabalhadores conheçam os candidatos preferidos do empregador, e a pressão para que os funcionários votem no candidato indicado é muito forte. A mesma pressão, o assédio, ocorre com os funcionários das prefeituras”, disse.
O voto livre é um direito fundamental que deve prevalecer em todas as situações, de acordo com a também procuradora do trabalho Danielle Olivares Corrêa, porque, caso contrário, o trabalhador torna-se um instrumento dos interesses exclusivos do empregador. Assédio eleitoral é crime e o MPT estará atento a toda e qualquer denúncia que chegar pelo app.
Nas eleições de 2022, as centrais sindicais e o MPT fizeram a mesma parceria de agora, e o resultado foi o recebimento de 3,5 mil denúncias de assédio eleitoral, um percentual 1.600% maior do que o registrado nas eleições de 2018.
O assédio eleitoral ou o “voto de cabresto” não se vê mais nos rincões do país, onde os coronéis determinavam em qual ou quais candidatos os empregados deviam votar. Esse fenômeno cresceu e veio para os grandes centros urbanos também. Dados extraídos do sistema informatizado do MPT, em 2022 foram expedidas 1.512 recomendações e ajuizadas 105 ações civis públicas contra o assédio eleitoral.
As centrais sindicais e o MPT disponibilizaram cartilhas para que os trabalhadores identifiquem as abordagens ilícitas no ambiente de trabalho.
Na opinião do advogado Ernani Bortolini, o problema não está no pagamento dos impostos, mas sim na falta de retorno à população
Por: Homework
Uma simples compra no supermercado pode revelar muito sobre a economia do país. Ao receber o cupom fiscal, o consumidor mais atento enxerga no documento informações sobre data, valores, descrição dos produtos, forma de pagamento e impostos. O cálculo revela uma carga tributária alta, que coloca o Brasil em um delicado ranking: é o segundo entre os países latino-americanos com a maior carga tributária, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Confirmam essa máxima os dados atualizados do Impostômetro: apenas nos primeiros quatro meses do ano, a arrecadação federal somou R$ 886,642 bilhões.
O recente fim do prazo para declarar o Imposto de Renda (IR) também trouxe à tona discussões sobre as taxas cobradas. Para o advogado e professor universitário Ernani Bortolini, que atua no Paraná e em Santa Catarina, embora a alta carga tributária no país seja histórica, há alguns equívocos em todo o processo.
“Hoje, a carga está em mais de 40%. Alguns impostos, como o IR, tributam o salário, que não é renda. É um erro, afinal, renda é algo que vai além do salário e poderia ser tributado pelo governo. Carro não é renda, salário não é renda. Isso esmaga o cidadão, que precisa trabalhar cinco meses para pagar impostos federais, estaduais e municipais”, assinala.
Parafraseando Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido, o jurista concorda que “não existe dinheiro público; existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”. “E o cidadão acaba tendo muito pouco retorno de tudo que paga. Esta é a realidade e o maior problema do pagamento de impostos”, afirma.
Outro ponto abordado por Bortolini é que, no Brasil, boa parte dos impostos incide sobre o consumo. O advogado considera esse ponto bastante injusto, considerando que o país é um dos mais desiguais do mundo.
Informações do World Inequality Lab reforçam seu pensamento. O levantamento aponta que a renda média mensal da população mais rica é de 103 mil reais. Essa faixa corresponde a apenas 1% da população. Por outro lado, 67 em cada 100 brasileiros têm renda média de até 2,4 mil reais mensais e mais da metade nem ganha o salário mínimo. A tributação sobre patrimônios, aponta o jurista, também tem distorções.
“O imposto para grandes fortunas era para estar na Constituição de 88, mas jamais passou de um projeto”, afirma. “Seguimos em uma espiral que facilita a má distribuição social. Quem ganha pouco vai ter que pagar muito, e o retorno não é exatamente suficiente”.
Para onde vai o seu imposto
Parte do dinheiro pago é enviado para estados e municípios. Eles vão quitar despesas da própria máquina pública e oferecer estrutura para a população, como na saúde, educação, cultura e lazer. Depois do repasse, o governo usa o restante para suas despesas.
Neste sentido, a tramitação da reforma tributária pode ser uma solução, ainda que lenta. Para Bortolini, até 2033, quando se encerra o período de transição, novas leis complementares precisam ser feitas.
“Até lá, cabe aos governos usarem com bons critérios, sabedoria e gestão, o valor que recebem do trabalhador. É um cashback natural, uma forma realmente efetiva de fazer justiça com coerência”, finaliza.