Rede social voltou a funcionar para parte dos usuários brasileiros nesta quarta-feira (18)
Com SBT
"Quando o X foi encerrado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço à América Latina deixou de ser acessível à nossa equipe. Para continuar oferecendo um serviço ideal aos nossos usuários, mudamos de provedor de rede. Essa mudança resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para os usuários brasileiros.", diz a publicação.
"Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para retornar muito em breve ao povo do Brasil", completou a rede social.
Apesar disso, Elon Musk, dono da plataforma, debochou em seu perfil após o retorno do serviço.
"Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia", disse Musk, citando o inventor britânico Arthur Clarke.
Como o X "voltou"?
Segundo uma nota emitida pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), o aplicativo da rede social foi atualizado, na madrugada desta quarta-feira (18), e, agora, não utiliza mais endereços de IP (Protocolo de Internet) do próprio X e sim vinculados ao serviço Cloudflare — um intermediário entre os usuários e os servidores.
A mudança nos servidores do X dificulta o bloqueio do aplicativo, pois a rede social não utiliza mais IPs específicos, atuando por meio de um "escudo" que mascara o IP original e utiliza IPs dinâmicos, com mudanças constantes, como explica o coordenador do MBA em Cibersegurança da FIAP, Marcelo Lau:
"Qualquer outro bloqueio que você já tinha previsto, que não utilizava serviços da Cloudflare, funcionava. Agora, vai ter que bloquear o serviço da Cloudflare".
Contudo, bloquear o Cloudflare traria diversas de implicações, isso porque diversos sites de bancos, empresas e até mesmo alguns domínios do próprio Governo utilizam os serviços da Cloudflare.
"A Cloudflare é um serviço utilizado como uma camada intermediária para evitar que atacantes tenha êxito para tentar derrubar serviços na internet", explica Marcelo.
O que é o Cloudflare?
O Cloudflare é um serviço de rede em nuvem que é utilizado, sobretudo, para acelerar a performance de sites e para proteção contra ataques de hackers, utilizando um sistema de firewall de aplicação web (WAF) e de proxy reverso.
Posicionamento do STF
O SBT entrou em contato com o Supremo Tribunal Federal (STF) para obter um posicionamento sobre a "volta" do funcionamento do X no Brasil, mas fomos informados de que, até o momento, não há novas informações.
Mais cedo, o STF emitiu uma nota afirmando que a volta da rede social se tratava de uma "instabilidade no bloqueio de algumas redes".
Além de impactar milhares de pacientes, este pode ser um caminho para prevenção de esclerose múltipla e alguns tipos de câncer
Por Wagner Lauria Jr.
A identificação do 47º tipo sanguíneo representa um novo passo na história das transfusões de sangue e pode ir além. O estudo, publicado na revista Blood e liderado por pesquisadores da Universidade de Bristol, revela a existência do gene “MAL”, e a presença do antígeno AnWj, negativo e positivo. O que isso significa?
Geralmente o tipo sanguíneo de uma pessoa é ABO e Rh. Juntos, eles geram combinações como, por exemplo, O+, A-, B- ou AB. Mas o sangue é mais complexo do que essa classificação conhecida por todos. Por exemplo, o antígeno (proteína) AnWj está presente em 99,9% da população, o que pode ser visto a partir da observação da superfície das hemácias (glóbulos vermelhos) em laboratório.
Mas sua forma negativa (AnWj-negativo), ou sua ausência, é rara.
A descoberta do gene responsável por essa variação (MAL), que estava envolto em mistério desde 1972, é crucial para evitar reações adversas em transfusões de sangue para 0,01% das pacientes.
Como foi feito o estudo?
"A ausência do antígeno AnWj foi identificada primeiramente na década de 1970 em uma mulher grávida, mas não se conhecia suas bases moleculares, ou seja, sua origem genética. Com as novas ferramentas para mapear o genoma humano, os pesquisadores analisaram o exoma (setor do genoma que codifica as proteínas) e identificaram outras pessoas que não tinham o antígeno", explica a Especialista em Hematologia e Hemoterapia pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Lilian Castilho.
Segundo a pesquisa, pacientes com AnWj-negativo, quando recebem o sangue AnWj-positivo, podem ter reações após uma transfusão, já que "deletam" uma determinada sequência de DNA no gene MAL e o corpo produz anticorpos contra o AnWj.
A descoberta que resolve um enigma mais de cinco décadas e, além de beneficiar milhares de pessoas que precisarão de transfusão de sangue, pode promover avanços significativos no diagnóstico e tratamento de algumas doenças (veja mais detalhes abaixo).
“Resolver o histórico genético do AnWj, que tem sido um mistério por mais de 50 anos, é uma grande conquista. Esse avanço é o resultado de um longo e árduo trabalho em equipe e melhora significativamente o atendimento a pacientes raros", disse uma das autoras do estudo Louise Tilley, em comunicado.
Prevenção de esclerose múltipla e alguns tipos de câncer
Lilian aponta que a partir da descoberta do grupo sanguíneo é possível desenvolver ensaios para aumentar a segurança de transfusão de sangue para esses 0,01% pacientes. Mas pode ir além:
"A proteína MAL é responsável por produzir a proteína mielina e linfocitária, e sua ausência pode estar relacionada a um tipo de câncer que atinge linfomas, esclerose múltipla e outras doenças autoimunes. Se identificarmos que quem não tem essa proteína, de fato, desenvolve as doenças, pode ser um caminho para a edição genética de genes inadequados", explica.
Ela acredita que com mais estudos sobre o tema e o auxílio de técnicas de edição genética, com as de CRISPR, que permite a alteração de genes "de forma sofisticada, colocando um gene funcional no lugar de um disfuncional", pode permitir que as doenças sejam evitadas em alguns casos.
Alvos teriam cometido diversos atos ilícitos ambientais na região do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará
Por Gabriel Hirabahasi
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, anunciou nesta segunda-feira, 16, a primeira ação de dano climático protocolada em nome do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) por danos no Parque Nacional do Jamanxim, no Pará. Os alvos são cinco fazendeiros que, segundo o ministro, teriam cometido diversos atos ilícitos ambientais na região.
"Hoje anunciamos uma ação muito importante, primeira grande ação de dano climático que vamos apresentar representando o ICMBio. Será apresentada na Justiça Federal contra vários infratores no Parque Nacional Jamanxim, no Pará, na ordem R$ 635 milhões", disse o ministro em um evento na sede da AGU, em Brasília.
A ação já foi protocolada na Justiça Federal. O nome dos réus não foi divulgado, bem como a peça protocolada pela AGU, para evitar reações dos réus antes de o assunto ser despachado com o juiz responsável.
A procuradora-chefe da Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente da AGU, Mariana Cirne, disse que "nunca esteve tão evidente a necessidade de incluirmos o clima em nossas vidas". "Estamos abrindo uma nova etapa, levando em consideração as unidades de conservação", afirmou.
A ação por dano climático tem como objetivo buscar o ressarcimento por todos os danos, desde a devastação do bioma até a emissão de gases de efeito estufa, por exemplo. É a primeira ação do tipo protocolada pela AGU em nome do ICMBio, responsável por mais de 600 áreas de conservação ambiental no País.
A ação foi anunciada pela Advocacia-Geral da União no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo pressionado a liderar uma reação contra as insistentes queimadas que assolam o País nas últimas semanas. Nesta segunda-feira, 16, Brasília amanheceu tomada de fumaça por causa de incêndios no Parque Nacional de Brasília. A Polícia Federal investiga este caso.
O governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o "povo" continuar provocando incêndios.
'Tolerância zero'
Jorge Messias disse que Lula e o governo passam uma mensagem de que há "tolerância zero contra infratores ambientais" por meio da ação de dano climático protocolada em nome do ICMBio por danos no Parque Nacional do Jamanxim.
"A mensagem que vamos passar hoje com o anúncio desta ação por dano climático contra diversos infratores é muito forte, do presidente Lula: daqui para frente, governo federal terá tolerância zero contra infratores ambientais. que fique muito claro isso. não toleraremos de forma alguma qualquer infração ambiental", afirmou o ministro.
Apesar de se tratar de um caso específico - uma ação de punição pelos danos climáticos no Parque Nacional do Jamanxim (PA) -, o ministro Jorge Messias fez questão de ressaltar que a ação demonstra "com muita clareza à sociedade" essa posição do governo para "responsabilizar todos os infratores ambientais".
"Como sabemos que a degradação do meio ambiente e as ações que colocam em risco se dão pela mão do homem, temos que alcançar as pessoas. Uma questão fundamental e que demonstraremos com muita clareza à sociedade é que vamos responsabilizar todos os infratores ambientais", afirmou.
Em entrevista ao Estado de Minas, ministro de Minas e Energia afirmou que medida tomada na gestão Bolsonaro não teve estudos técnicos como base
Com O Estado de Minas
Diante de uma seca recorde no país, o governo avalia a volta do horário de verão, suspenso em 2019. O Ministério de Minas e Energia deve concluir, nos próximos dias, um estudo sobre a necessidade e viabilidade da medida.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) também se reúne hoje para retomar a discussão sobre as medidas de combate à falta de chuvas e o impacto nos reservatórios. O último boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado na sexta-feira, elevou a previsão para a carga nacional de energia em setembro, ao mesmo tempo em que apontou um nível menor do que o esperado anteriormente para os principais reservatórios de hidrelétricas do país ao final deste mês.
O órgão projetou um crescimento de 3,2% para a carga de energia no SIN (Sistema Interligado Nacional) ante setembro de 2023, a 79.679 megawatts médios, contra 1,5% estimado há uma semana.
Já para os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/ Centro-Oeste, a expectativa é de que atinjam apenas 46,9% da capacidade ao final deste mês, ante 47,4% previstos na semana anterior.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já vem dando sinais sobre a volta do horário de verão. Ontem, ele reforçou que deve propor a medida à Casa Civil. Sem mencionar datas, ele ponderou que será necessário um amplo planejamento.
“Vamos avaliar o contexto, e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo como uma decisão final”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.
Escassez hídrica
A prática de adiantar os relógios uma hora durante os meses da primavera e do verão é adotada em diversos países e visa ao máximo aproveitamento da luz solar e, consequentemente, à redução do consumo de energia elétrica.
No Brasil, foi instituído em 1931, em decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. Ao longo dos governos que se sucederam, houve alternância entre sua aplicação ou não. A partir de 1985, o presidente José Sarney tornou o horário especial perene.
Os governos seguintes mantiveram. O fim do horário de verão foi oficializado durante o governo de Jair Bolsonaro, em abril de 2019. A justificativa foi a avaliação de que a reduzida economia de energia no período não era suficiente para justificar os efeitos negativos produzidos no relógio biológico da população.
Agora, Silveira dá outra interpretação e diz que, sim, é necessário reavaliar sua adoção ou não. “O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente. Com essa escassez hídrica, no momento de pico, entre 18h e 20h, quando perdemos a energia solar e diminui a eólica, precisamos despachar a térmica”, explicou Silveira.
O ministro lembrou que a situação atual é diferente de anos atrás, porque há um caixa de R$ 9 bilhões para investir nas distribuidoras, mas que é preciso aumentar a segurança e a resiliência do sistema, além de fazer o planejamento para 2026. “O efeito do horário de verão não é só de segurança energética, até porque não temos risco de uma crise energética, mas temos que aumentar a segurança e a resiliência do sistema, para garantir energia para todos os brasileiros e temos também que planejar 2026”, enfatizou. Apesar da orientação do MME, a decisão final depende do Palácio do Planalto.
O ministro disse ainda que o retorno do horário de verão, além de necessário para a segurança energética, também deve impulsionar setores econômicos como comércio e turismo, aquecendo a atividade durante o período em que os dias são mais longos.
Efetividade
A efetividade do horário de verão divide opiniões. Muitos acreditam que estender a luz solar mediante a mudança de horário é positivo, mas há também a parcela que acredita que a mudança de horário além de não apresentar resultados expressivos no consumo de energia é também prejudicial à saúde.
O professor da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Luiz Côrtes, destacou que o consumo de energia elétrica tem se mantido alto em 2024 devido às temperaturas elevadas e à falta de chuvas.
“Tradicionalmente, o nosso consumo é muito elevado durante o verão, pelo uso mais intensivo de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e reduz bastante no inverno”, disse ao jornal da instituição. “O que tem acontecido este ano é que o consumo subiu muito, em função do calor, são temperaturas de um período muito quente, e isso fez com que o consumo subisse muito.
Um dado importante é que o consumo mínimo, que nós verificamos este ano em agosto, foi maior do que todos os picos de consumo que nós tivemos ao longo dos anos anteriores”, destacou. Apesar do cenário, embora o consumo de pico no final da tarde e início da noite ainda exista, o professor lembra que o maior consumo de energia atualmente ocorre no meio da tarde, devido ao uso de ar-condicionado.
“O horário de verão, até a última vez em que ele foi adotado, ainda apresentava algum resultado em termos de economia de energia. Não tão significativa proporcionalmente quanto fora em anos anteriores, mas ainda ocorria”, avaliou.
Divergências sobre o tamanho do rombo fiscal foram reforçadas após a aprovação do projeto da desoneração da folha
Com o site InfoMoney
As divergências entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda sobre o tamanho do rombo fiscal foram reforçadas após a aprovação do projeto da desoneração da folha de pagamentos, de acordo com reportagem do jornal Estadão.
Em meio a um cenário já marcado pela incerteza fiscal, especialistas ouvidos pelo jornal Estadão alertam para a perda de transparência e credibilidade em relação ao resultado primário do Brasil – que leva em conta o saldo entre receitas e despesas e serve de parâmetro para a verificação da meta fiscal.
Apesar da recomendação do BC, o texto aprovado pelo Congresso com aval do governo permite que o Tesouro Nacional contabilize como receita primária – ou seja, computada para a meta – os cerca de R$ 8,6 bilhões esquecidos por correntistas em instituições financeiras. Essa cifra a maior não será considerada pelo BC no seu cálculo de resultado primário. Pelo arcabouço fiscal, porém, a verificação da meta é atribuição do Banco Central.
Vale frisar que o BC e Tesouro sempre tiveram metodologias distintas para aferir esse resultado. No entanto, a diferença deixou de ser residual e se aprofundou, segundo o jornal. No acumulado em 12 meses até julho, o rombo calculado pelo BC é superior em R$ 39,7 bilhões ao verificado pela Fazenda. Em valores corrigidos pela inflação, essa discrepância chega a R$ 41,1 bilhões – a maior diferença da história, segundo levantamento do economista-chefe da Tullett Prebon Brasil, Fernando Montero, ao jornal.
Segundo a reportagem, a maior parte dessa diferença é explicada pelos R$ 26 bilhões deixados por trabalhadores nas cotas do PIS/Pasep, os quais foram incorporados pelo Tesouro em setembro de 2023, por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, aprovada no fim de 2022. No entanto, esse valores não foram computados como receita primária pelo BC, levando a uma diferença expressiva nos números apurados pelos dois órgãos.
A divergência de quase R$ 40 bilhões ainda inclui aproximadamente de R$ 8 bilhões de ajuste metodológico em relação às compensações aos Estados pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) e discrepâncias estatísticas mensais.