Com 3.600 óbitos em decorrência da covid-19 nas últimas 24 horas, o Brasil atingiu um novo recorde de vítimas da doença em um só dia, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número equivale a 150 registros por hora ao longo do último dia. O total de mortes pelo novo coronavírus no País chegou nesta sexta-feira, 26, a 307.326
Por Marco Antônio Carvalho
Dezenove das 20 maiores marcas de mortes da pandemia até aqui foram alcançadas em março. O número de vítimas desta sexta-feira é o segundo a passar da marca de 3 mil, após 3.158 óbitos terem sido registrados na terça-feira, 23. O Brasil vive o pior momento da pandemia, com avanço nos dados de casos, internações e mortes em decorrência da doença.
A média móvel diária de óbitos ficou em 2.400 nesta sexta-feira. É a maior média de toda a pandemia. O dado leva em consideração registros dos últimos sete dias para avaliar a tendência da curva no Brasil. A média está acima de 2 mil desde o dia 17 de março. Na prática, o número indica que 16.801 morreram de covid-19 na última semana, o maior número para um período de sete dias desde o surgimento da doença no País.
Os números desta sexta-feira sofreram influência da alta recorde em São Paulo, que registrou 1.193 novos óbitos pela doença. No Rio Grande do Sul, o número ficou em 408, seguido por 316 em Minas Gerais. Em Santa Catarina, foram 210 vítimas, e o dado ficou em 200 em Goiás e 195 no Rio de Janeiro.
Os dados do consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL são coletados junto às secretarias estaduais de Saúde. Nesta sexta-feira, 82.558 novos testes positivos foram confirmados, fazendo o total de diagnósticos confirmados chegar a 12.407.323. Segundo o Ministério da Saúde, 10.824.095 pessoas se recuperaram da covid-19 e 1.273.207 seguem em acompanhamento médico.
Começou a vigorar nesta sexta-feira em algumas regiões um feriadão prolongado criado com propósito de incentivar o distanciamento social. Nas cidades de São Paulo e do Rio, teve início um feriadão de dez dias possibilitado a partir da antecipação de datas de feriado oficial para esta semana e a próxima. Entenda como fica o funcionamento dos serviços essenciais na capital paulista e na capital fluminense.
Consórcio de imprensa reúne dados desde 8 de junho
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
Anúncio foi feito horas depois de o governo de São Paulo anunciar que vai pedir autorização para os testes da Butanvac. "No meu ponto de vista, não tem nada a ver um ponto com o outro", disse o ministro da Ciência
Com Agências
O governo federal pediu na noite de quinta-feira (26/3) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer testes clínicos de fase 1 e 2 de uma nova vacina contra o coronavírus.
Segundo o ministério, os resultados dos testes em laboratório sobre a toxicidade da vacina e sua capacidade de gerar uma resposta do sistema imune foram promissores.
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"A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico - imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo", disse a pasta em nota.
'Ter várias vacinas nacionais é importante'
A divulgação ocorreu algumas horas depois do Instituto Butantan dizer que pedirá à agência autorização para começar os estudos clínicos de um imunizante totalmente nacional, a Butanvac.
Pontes disse que "uma coisa não tinha nada a ver com a outra". "Deve ter sido uma coincidência", afirmou o ministro, emendando que isso é "bom para o país". "A gente precisa ter várias vacinas nacionais. É importante."
Ele explicou que o governo investiu em 15 pesquisas de vacinas contra covid-19 e três avançaram para testes em humanos — a nova vacina é uma delas.
O imunizante, chamado Versamune®️-CoV-2FC, está sendo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation, dos Estados Unidos.
Os testes estão a cargo de Célio Lopes Silva, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da USP e pós-doutor pelo National Institute for Medical Research, em Londres.
Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais.
Para Marcelo Mesquita, o general não preenche condições para ocupar vaga no Conselho de Administração da estatal
Por Denise Luna
Na condição de convidado sem direito a voto na reunião do último dia 16 do Conselho de Pessoas (Cope) da Petrobras, o conselheiro Marcelo Mesquita afirmou ser contrário à eleição do general Joaquim Silva e Luna para uma vaga no Conselho de Administração da estatal, já que significaria posterior condução do militar ao cargo de presidente, segundo ata da reunião.
Apesar de não votarem, tanto Mesquita como o conselheiro Leonardo Antonelli, que também não votou, possuem o voto de qualidade em caso de empate.
Segundo Mesquita, o Cope não deveria se limitar a uma análise burocrática do currículo do indicado (Silva e Luna), mas se valendo de análises de integridade e de capacitação e gestão. O executivo fez referência à contratação pela Eletrobras de uma consultoria para escolher o novo presidente - o que foi descartado após indicação direta da União nesta quinta-feira, 25 -, afirmando que este seria o melhor caminho a seguir para a indicação do presidente "da maior empresa do hemisfério sul".
Ainda na ata, Mesquita destacou que se a eleição fosse apenas para conselheiro da Petrobras, não faria oposição. Para presidente, porém, o executivo afirmou que "o indicado não preencheria as condições suficientes para o exercício do cargo".
Apesar da declaração de Mesquita, os membros do Cope votaram favoravelmente à eleição de Silva e Luna para o Conselho de Administração da empresa, o que o torna elegível ao cargo de presidente da Petrobras, e que deverá ser confirmado na próxima Assembleia Geral dos Acionistas (AGE), marcada para o da 12 de abril. O Cope é presidido pelo conselheiro da Petrobras, Ruy Flaks Schneider.
Ensaios clínicos fazem parte das fases 1 e 2, com 1,8 mil voluntários; objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim deste ano
Com Agências
O Instituto Butantan criou uma possível nova vacina contra a covid-19, e pedirá autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar ensaios clínicos em humanos. A informação foi dada pelo jornal Folha de S.Paulo na noite de quinta-feira, 25. O objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim deste ano.
De acordo com a reportagem, o imunizante será chamado de "Butanvac" e foi desenvolvido pelo Instituto, que lidera um consórcio internacional do qual ele é o principal produtor - 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se tudo ocorrer como previsto, sairá do órgão do governo paulista.
O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes do imunizante, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1,8 mil voluntários. Na fase 3, até 9 mil pessoas irão participar - etapa que vai estipular a eficácia da nova fórmula.
A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade. O imunizante também será testado nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia - neste último, a fase 1 já começou.
Em vídeo divulgado para a imprensa na noite de quinta, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao lado do diretor do Instituto, Dimas Covas, convocou uma coletiva para as 8h desta sexta para dar uma "notícia espetacular, que nos enche de esperança em relação à saúde, à ciência e à vida dos brasileiros". Sem adiantar a novidade da criação do imunizante, Doria afirmou que a anúncio é fruto do trabalho dos cientistas do Butantan ao longo de vários meses.
"Amanhã mais um anúncio de uma grande contribuição que vai fazer a diferença no curso dessa epidemia aqui no nosso País e vai ajudar a combater essa epidemia no mundo também", complementou Covas.
A Butanvac tem uma tecnologia já empregada amplamente pelo Instituto Butantan, que utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do SARS-CoV-2.
O Butantan é o maior produtor de vacinas do País e já fornece a Coronavac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac. O Instituto conduziu a testagem do imunizante no Brasil e é o responsável pelo envase do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), importado da China. O desenvolvimento da Butanvac em nada altera o cronograma de vacinação da Coronavac.
Diferentemente da Coronavac ou da vacina de Oxford/AstraZeneca, em que os parceiros nacionais podem produzir uma capacidade limitada de doses, agora, o Instituto Butantan é o principal desenvolvedor dentro do consórcio e poderá produzir a maior parte dos imunizantes.
Além da vacina, o órgão já havia pedido à Anvisa a autorização para testar o soro de tratamento contra a covid-19. Na última quarta-feira, 24, Dimas Covas informou que toda a documentação solicitada pela agência havia sido enviada no dia anterior.
Ao lado de Covas na coletiva, Doria estimou que a aprovação deva ocorrer até esta sexta. "O soro contribui, ao lado da vacinação com a vacina do Butantan, para salvar mais vidas", afirmou.
A pandemia já matou mais de 300 mil brasileiros e a imunização anda a passos lentos no País. Balanço da vacinação aponta que 14.074.577 pessoas já receberam a primeira dose. O número representa 6,65% da população brasileira.
O levantamento diário realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) indicou que o país já tem 300.675 pessoas mortas pela doença até às 18h desta quarta-feira (24)
Por iG Saúde
O Brasil ultrapassou, nesta quarta-feira (24), a triste marca de 300 mil vidas perdidas em consequência da Covid-19. Monitoramento do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) indicou que o país tem 300.675 pessoas mortas pela doença até às 18h00 de hoje, com 1.999 mortes pelo vírus de ontem para hoje. A média móvel de óbitos subiu para 2.271, batendo o 26º dia consecutivo de recorde.
As contaminações nas últimas 24 horas foram 89.414, fazendo o total chegar a 12.219.433. A média móvel dos casos confirmados nos últimos sete dias foi para 75.085.
Ontem, o país superou pela primeira vez a marca de 3 mil mortos em 24 horas em decorrência da doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2): foram 3.251 óbitos. A média móvel ficou em 2.436 mortes, sendo o 25º dia consecutivo de recorde.
Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que ao menos três estados brasileiros não têm mais vaga de UTI disponível para pacientes com Covid-19. Acre, Rondônia e Mato Grosso do Sul registram taxas de ocupação dos leitos de terapia intensiva maiores que 100%.
Outros 14 estados estão com o índice acima de 90%: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Mais de 124 milhões pessoas foram infectadas em todo o mundo. Do total de doentes, mais de 2,7 milhões morreram, segundo a Universidade Johns Hopkins. O Brasil segue como o terceiro país do mundo em número de casos de Covid-19 e o segundo em mortes, atrás apenas dos Estados Unidos.
Brasil, 24 de março
Total de mortes: 301.087
Registro de mortes em 24 horas: 2.244
Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 2.279 (variação em 14 dias: +34%)
Total de casos confirmados: 12.227.179
Registro de casos confirmados em 24 horas: 90.504
Média de novos casos nos últimos 7 dias: 75.250 por dia (variação em 14 dias: +8%)
Veja a sequência da última semana na média móvel:
Quinta (18): 2.096 (recorde)
Sexta (19): 2.178 (recorde)
Sábado (20): 2.234 (recorde)
Domingo (21): 2.255 (recorde)
Segunda (22): 2.298 (recorde)
Terça (23): 2.349 (recorde)
Quarta (24): 2.279