Procedimento demonstra o comprometimento das autoridades com a transparência e a prestação de contas à sociedade
Por Gabriela Glória
Os processos de prestação de contas dos ordenadores de despesas dos órgãos e entidades do Executivo Estadual referentes ao exercício 2023 estão sendo entregues à Controladoria-Geral do Estado do Tocantins (CGE-TO). O procedimento é parte integrante das medidas de transparência e responsabilidade fiscal determinadas pela administração pública tocantinense.
“A entrega representa um marco importante para o controle, eficiência e legitimidade da gestão pública. Por meio deste processo, a Controladoria tem a oportunidade de avaliar a aplicação dos recursos, verificar a conformidade das despesas e garantir a legalidade dos gastos realizados pelos órgãos governamentais”, explica o secretário-chefe da CGE-TO, José Humberto Muniz Filho.
A Agência de Tecnologia da Informação do Estado (ATI) foi a primeira pasta a entregar o processo de prestação de contas. O gerente de Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação do órgão, Ronne Márcio Piagem Milhomens, reforça a importância da entrega dentro do cronograma previsto. “Isso permite à CGE realizar uma avaliação das nossas contas com maior tranquilidade e fazer as observações necessárias em tempo hábil. Também ressaltamos o apoio técnico do órgão para solucionar os desafios que ocorreram durante o processo”, afirma.
Processos
As prestações de contas abrangem um amplo espectro de informações, que incluem desde os gastos em diferentes áreas da administração pública até a execução de programas e projetos governamentais. “Por meio da análise minuciosa desses dados, pode-se identificar possíveis irregularidades, promover ajustes necessários e garantir a correta aplicação dos recursos públicos em benefício da população”, esclarece o superintendente de Gestão e de Ações de Controle Interno da CGE-TO, Benedito Martiniano da Costa Neto.
Os processos reúnem informações de contabilidade, de patrimônio, de finanças, de recursos humanos e de almoxarifado, além da avaliação do Plano Plurianual. Os dados foram consolidados após o fechamento das contas das 80 unidades gestoras(UG’s) no Sistema Integrado de Administração Financeira do Estado do Tocantins (Siafe-TO), o que ocorreu em 27 de janeiro. Após isso, os órgãos e entidades iniciaram as entregas nessa quarta-feira, 31 de janeiro, com a consolidação desta documentação.
Próximas etapas
A CGE-TO analisa as contas públicas de acordo com os critérios estabelecidos na legislação estadual e emite o relatório de auditoria. Ao final da análise, os processos serão submetidos às respectivas pastas para o pronunciamento dos ordenadores de despesas. Em seguida, será realizada a remessa eletrônica, o que inclui relatórios, pareceres e pronunciamentos, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/TO) até o dia 29 de fevereiro. O prazo está previsto na Instrução Normativa nº 007/2004 do órgão de controle externo.
Tudo caminha às mil maravilhas no tocante à gestão de Wanderlei Barbosa. Contas no azul, enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal, dinheiro em caixa, obras entregues e a serem entregues, popularidade em alta.
Por Edson Rodrigues
Mas, como em todo período eleitoral, o fim do céu de brigadeiro tem data marcada: após o período de Carnaval. Mais precisamente, quando iniciar a “janela” para a troca de partido sem a perda do mandato, a chamada “adesão”.
Esse perigo aumenta exponencialmente a partir do momento em que se percebe que o governador Wanderlei Barbosa não tem um interlocutor em seu grupo político, para abrir as portas nos 139 municípios tocantinenses e proporcionar a governabilidade necessária em um momento em que todos tentam trazer o máximo possível de apoio para dar sustentação às suas pretensões políticas.
O secretário de Governo Osires Damaso, um político e empresário muito bem-sucedido, após reunião com vereadores e líderes políticos de Paraíso do Tocantins, incluindo o ex-governador Moisés Avelino, confirmou sua candidatura à prefeitura da cidade, com o apoio do grupo palaciano.
Traduzindo, não será ele, Osires, quem será o interlocutor político tão necessária ao Palácio Araguaia. Isso não deixa escolha ao governador Wanderlei Barbosa escolher um de seus seguidores (claro, dentre os mais leais) que seja capaz de desenvolver uma costura política em cada um dos 139 municípios.
Osires Damaso e o governador Wabderlei Barbosa
Em todos os municípios tocantinenses há mais de um candidato a prefeito em outubro próximo, cada um com seus “padrinhos”, partidos e ideologias diferentes. Muitos deles, membros das legendas de apoio ao governo estadual. Para Wanderlei Barbosa alinhar essas tratativas sozinhos, fica praticamente inviável, ao mesmo tempo em que toca sua gestão.
DESARMAR BOMBAS E OPOSIÇÃO UNIDA
Cada município tem suas tradições políticas. Conflitos e interesses locais. Muitos dos padrinhos dessas candidaturas são senadores, deputados federais ou estaduais e até o vice-governador e membros das cúpulas dos partidos que orbitam o Palácio Araguaia.
Justamente por isso, esse interlocutor que ainda falta ao governo do Estado, precisa ter o traquejo político, a habilidade e a competência para administrar os interesses, incêndios e conflitos que podem surgir nessa busca não só pelo apoio, mas pelos holofotes do grupo palaciano. Literalmente, para desarmar bombas.
O governo precisa alinhavar muitas situações prévias, com um olho nas eleições de outubro e outro no retrovisor interno e externo, sempre atento para os obstáculos que serão plantados pela oposição e aqueles que podem ser criados pelos próprios membros mais afoitos do conglomerado palaciano.
Nos quinze principais colégios eleitorais há vantagens e desvantagens em relação às candidaturas oposicionistas e governistas.
Para o grupo palaciano não basta estar nas alturas, em termos de gestão. Tem que atuar com excelência nas ações políticas e estratégias de convencimento nessa costura, que pode, sim, se transformar em votos aos candidatos apoiados pelo governador Wanderlei Barbosa.
As eleições de outubro próximo serão um “alicerce” para as eleições estaduais de 2026. O Observatório Político de O Paralelo 13 é testemunha viva, como personagem atuante na política e com sua ação jornalística, de que o governador Wanderlei Barbosa não pode demorar muito para escolher sua “tropa de elite” entre seus aliados e, principalmente, seu interlocutor, para compor seu staff de articulações políticas.
A oposição virá unida nos principais colégios eleitorais do Tocantins, em especial em Palmas, onde querem provocar um segundo turno, quando agirá unida, em busca de impedir que o Palácio Araguaia tenha o apoio da prefeitura de Palmas em 2026, por estarem, ali, mais de 200 mil votos.
Ninguém além de Wanderlei Barbosa será o responsável pela escolha desse interlocutor político que comandará as articulações do processo sucessório dentro do seu conglomerado político, e desta forma, buscar os resultados que embasem, concretamente, suas pretensões políticas em 2026.
É certo que o Palácio Araguaia já tem seus candidatos a prefeito em Paraíso, Porto Nacional, Gurupi, Araguaína e em outros municípios. Mas a união desses interesses e de outros municípios, dependerá desse articulador.
PALMAS
Palmas é o caso mais emblemático dessa situação. Ninguém sabe mais que o próprio Wanderlei Barbosa que a oposição não pode sair vencedora na Capital. Um prefeito oposicionista no maior colégio eleitoral do Tocantins pode “contaminar” com antecedência a eleição estadual de 2026, e isso é fato.
Sem contar com a possibilidade de perda de popularidade com os conflitos que podem ser criados por uma administração oposicionista na Capital em relação aos atos do Palácio Araguaia, como já vimos em todas as gestões passadas.
E, nunca podemos deixar de levar em conta o fato de que a família do governador vem dominando, nesses quase quarenta anos de Tocantins, as eleições na Capital. Fenelon Barbosa foi o primeiro prefeito eleito de Taquaruçu/Palmas e, até hoje, nenhum membro da família Barbosa deixou de ser eleito na Capital.
Logo, seja qual for o resultado do candidato apoiado pelo grupo palaciano em Palmas, ele será ou debitado ou creditado na conta do próprio Wanderlei Barbosa, lembrando aos candidatos a vereador e a prefeito que vierem a ter esse apoio, que o Palácio Araguaia não tem “varinha mágica”, e só esse apoio não basta.
Cada um tem que fazer a sua parte, primeiro, para merecer o apoio e, depois para valorizá-lo e mostrar que também fez o seu “dever de casa” em busca dos votos.
Quem serão esses candidatos em Palmas, só o tempo dirá...
O projeto inicial do Poder Executivo era encerrar a estrutura para o fim do ano passado
Com Assessoria
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio de sua atuação resolutiva, conseguiu que a Escola Municipal Padre Luso Matos, localizada em Porto Nacional, que anteriormente seria fechada, seja transferida para o prédio da Escola Estadual Frei José Maria Audrin, que estava desativada.
A mudança de posicionamento ocorreu após a concessão do prédio, pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), para a Prefeitura do município, como resultado de tratativas que tiveram a participação da 4ª Promotoria de Justiça de Porto Nacional.
A princípio, a unidade escolar seria fechada em razão do baixo número de estudantes matriculados nos últimos quatro anos e do custo de manutenção, já que a escola funcionava em imóvel alugado. Diante da situação, o promotor de Justiça Luiz Francisco de Oliveira, da 4ª Promotoria de Justiça de Porto Nacional, promoveu audiência pública em agosto de 2023, a fim de ouvir a comunidade e representantes da gestão municipal.
No encontro, foi deliberada a formação de Comissão Técnica com representantes do Poder Legislativo, comissão de pais, servidores da referida escola, Conselho Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Educação e Prefeitura para discutir a regularização da oferta escolar para o ano de 2024.
Reuniões
Após a audiência pública, foram feitas reuniões entre a Secretaria Municipal de Educação e a Comissão Técnica, ocasião em que se decidiu pela transferência da escola para o prédio disponibilizado pela Seduc.
A escola, no momento, passa por reforma e a previsão é que as aulas sejam retomadas na próxima segunda-feira, 05.
Secretária visa retomar ações sociais e assim promover condições estruturais para a sociedade
Por Jarbas Coutinho
A primeira-dama do Tocantins e secretária extraordinária de Participações Sociais, Karynne Sotero, visitou nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, as instalações onde funcionavam o antigo Projeto Recriarte, localizadas no Jardim Aureny I, região sul de Palmas, e na 305 Norte, em Palmas. O objetivo das visitas foi conhecer e levantar as condições estruturais para realizar as melhorias e retomar as ações sociais junto com a comunidade.
O projeto de inclusão social é desenvolvido em Palmas, por meio da Secretária de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) de maneira permanente, e em municípios do interior, de maneira itinerante, com o propósito de incentivar as mães de família a se profissionalizarem e buscarem sua própria renda. Atualmente, o projeto conta com quatro núcleos localizados nos Jardins Aureny I, Aureny II, Taquari e na Arno 32.
A Primeira-Dama Karynne Sotero destacou o alcance social do programa e afirmou durante a visita que irá fazer o possível para reestruturar as unidades, fazendo com que os cursos de geração de renda voltem a ser ofertados para a população. “Os núcleos devem iniciar as atividades em breve, e com o apoio da pasta da Infraestrutura e outras secretarias nós vamos realizar as melhorias necessárias, mobiliar esses ambientes, equipar com maquinários, porque tem muita coisa defasada, inclusive com espaços para acomodar as crianças, retomar os cursos e melhorar cada vez mais o atendimento. Em um curto espaço de tempo a comunidade poderá estar aqui adquirindo uma profissão, aprendendo a costurar, fazer um curso de corte de cabelo, de panificação e melhorar a renda familiar”, ressaltou.
A coordenadora do projeto social, Ruth Brunes, explicou que os núcleos estão parados há muitos anos e a demanda da população por capacitação e geração de renda é muito grande. “Os cursos vêm ao encontro dessa demanda e as reformas são necessárias, estamos com carência de tudo. Os móveis estão sucateados e a estrutura dos imóveis não está em condições de receber a comunidade. A primeira-dama Karynne se sensibilizou e intercedeu para realizar essas reformas o mais rápido possível para que possamos voltar a atender a população”, frisou.
O presidente da Agência de Transportes e Obras (Ageto), que acompanhou as visitas, falou do estado dos imóveis e que o governador Wanderlei Barbosa e a primeira-dama Karynne Sotero querem reconstruir esses ambientes para retomar as atividades sociais em ambientes mais confortáveis à comunidade. “Vamos criar um prédio próprio para essas atividades, que contam com cursos de panificação, cursos de massagem e outros. Vamos remodelar para que atenda com tranquilidade o cidadão que venha aqui para os cursos. Nossa equipe vai fazer um levantamento e a determinação do governador Wanderlei Barbosa e da Primeira-Dama é para concluirmos esse projeto”.
Os cursos
O projeto social oferece à população uma série de cursos, como panificação, cabeleireiro, manicure, bordado, pintura em cerâmica, arte em retalhos, patchwork, confecção em bonecas de pano, tapeçaria, tapetes em tela, costura básica, ponto pena, ponto russo, crochê diverso, bordado em sandálias, entre outros. Os cursos oferecidos são gratuitos e disponibilizados nos quatro núcleos de Palmas, principalmente para as famílias em situação de vulnerabilidade social.
Decisão do Plenário autoriza a opção por regime de bens diferente do obrigatório previsto no Código Civil
Da Assessoria do STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, nesta quinta-feira (1°), que o regime obrigatório de separação de bens nos casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoas com mais de 70 anos pode ser alterado pela vontade das partes. Por unanimidade, o Plenário entendeu que manter a obrigatoriedade da separação de bens, prevista no Código Civil, desrespeita o direito de autodeterminação das pessoas idosas.
Segundo a decisão, para afastar a obrigatoriedade, é necessário manifestar esse desejo por meio de escritura pública, firmada em cartório. Também ficou definido que pessoas acima dessa idade que já estejam casadas ou em união estável podem alterar o regime de bens, mas para isso é necessário autorização judicial (no caso do casamento) ou manifestação em escritura pública (no caso da união estável). Nesses casos, a alteração produzirá efeitos patrimoniais apenas para o futuro.
Vedação à discriminação
Relator do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1309642, com repercussão geral, o ministro Luís Roberto Barroso (presidente) afirmou que a obrigatoriedade da separação de bens impede, apenas em função da idade, que pessoas capazes para praticar atos da vida civil, ou seja, em pleno gozo de suas faculdades mentais, definam qual o regime de casamento ou união estável mais adequado. Ele destacou que a discriminação por idade, entre outras, é expressamente proibida pela Constituição Federal (artigo 4º).
Recurso
No processo em análise, a companheira de um homem com quem constituiu união estável quando ele tinha mais de 70 anos recorreu de decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que negou a ela o direito de fazer parte do inventário ao aplicar à união estável o regime da separação de bens.
Segurança jurídica
No caso concreto, o STF negou o recurso e manteve decisão do TJ-SP. O ministro Barroso explicou que, como não houve manifestação prévia sobre o regime de bens, deve ser ao caso concreto aplicada a regra do Código Civil. O ministro salientou que a solução dada pelo STF à controvérsia só pode ser aplicada para casos futuros, ou haveria o risco de reabertura de processos de sucessão já ocorridos, produzindo insegurança jurídica.
A tese de repercussão geral fixada para Tema 1.236 da repercussão geral, é a seguinte:
“Nos casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoa maior de 70 anos, o regime de separação de bens previsto no artigo 1.641, II, do Código Civil, pode ser afastado por expressa manifestação de vontade das partes mediante escritura pública".