Não é surpresa para ninguém que vivenciou a ligação de lealdade política entre a senadora Kátia Abreu e a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem a tocantinense foi ministra da Agricultura. Kátia também tem uma duradoura relação de amizade com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que mantém, também, laços estreitos de ideologia política.
Por Edson Rodrigues
Logo, já era mais que esperado que as duas petistas da cúpula nacional trouxesse o apoio do ex-presidente Lula, líder mor do partido, a apoiar as pretensões políticas da senadora tocantinense nas eleições de outubro próximo.
A época Kátia escreveu em uma rede social:
Estive neste final de semana com dirigentes nacionais do PT (Lula, Dilma e Gleisi Hoffmann) para falarmos sobre o apoio do partido no Tocantins. Mais do que tempo de televisão em uma campanha eleitoral, o importante são as propostas que cada partido tem a oferecer em prol do desenvolvimento do nosso estado. Precisamos unir forças de forma responsável e consciente a fim de termos uma gestão eficiente, honesta e transparente, retomarmos o crescimento e, sobretudo, recuperamos o emprego dos tocantinenses.
Continuo no PMDB, mas quero fazer alianças com todos os partidos que possam contribuir para a reconstrução do meu estado, principalmente aqueles que têm experiências exitosas em desenvolvimento social e econômico.
Sempre fiz e faço política no campo da centro-direita, mas governar não é afirmar ideologia, e sim encontrar equilíbrio e soluções. Não sou da esquerda, mas se há propostas na esquerda que indiquem soluções, eu vou defendê-las. O que é bom precisa ser aproveitado.
Os brasileiros não querem guerra, querem resultado. E a união de muitas ideias é que fará a diferença. Sem radicalismo e sem preconceitos, nosso foco tem que ser as famílias, o sucesso das pessoas, o bem estar. Vamos em frente. Força, Tocantins!
Kátia demonstrou-se muito mais fiel à Dilma Rousseff que muitos amigos e companheiros petistas durante o processo de “fritura” que levou ao seu impeachment. Agindo dessa forma, o PT está apenas retribuindo à senadora Tocantinense o tratamento recebido, inclusive com a possibilidade da vinda de Lula e da cúpula nacional do partido para participar do palanque em que estiver Kátia Abreu na campanha eleitoral deste ano.
Nos bastidores da política tocantinense as conversas indicam que tudo caminha para um possível palanque entre Kátia Abreu, como candidata á reeleição, juntamente com o governador em exercício, Wanderlei Barbosa.VICENTINHO JR. “FECHADO” COM KÁTIA
Senadores Katia Abre Irajá Abreu e o governador Wanderlei Barbosa
A se contar por sua atuação política nas últimas eleições municipais, Kátia Abreu deve contar com o apoio do presidente do PL estadual, deputado federal Vicentinho Jr., que, no fim do ano passado, tornou público seu apoio à senadora por um pacto feito e cumprido na íntegra pela parlamentar, em retirar a candidatura de um de seus correligionários à prefeito de Pindorama, para apoiar a candidatura do irmão do deputado federal, Dr. Thiago Tapajós, que acabou eleito com uma diferença apertada de votos (17 votos), sua adversária, Tatiane Arruda.
A diferença de votos mostrou claramente que o movimento de Kátia, na retirada da candidatura de seu apoiado foi fundamental para a eleição de Dr. Thiago.
Vicentinho Jr. circulou na região do Bico do Papagaio na companhia do senador Irajá Abreu, presidente do PSD estadual, e do governador em exercício Wanderlei Barbosa, na entrega de obras, no fim de 2021. Irajá, inclusive, passou um fim de semana em uma fazenda de Vicentinho Jr., no município de Aparecida do Rio Negro, onde mantiveram conversas e articulações comuns do mundo político.
COMBATE ÀS ENCHENTES
Wanderlei, por sua parte, está totalmente desligado das movimentações eleitorais, e se encontra na frente de batalha contra as mazelas da população tocantinense com as enchentes em vários municípios, que já deixaram milhares de desabrigados. O governador faz questão de acompanhar a situação in loco, comparecendo a todas as regiões impactadas e participando, pessoalmente, da distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal e apoio logístico, junto com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, e secretarias do Trabalho e Ação Social, da Saúde, do Meio Ambiente e dos homens da Defesa Civil, que vêm se desdobrando 24 horas por dia para mitigar o sofrimento da população atingida.
Deputado Federal Vicente Junior em inauguração de obras no Bico de Papagaio com o governador Wanderlei Barbosa
Quando perguntado, Wanderlei afirma que não tem tempo para tratar de política enquanto houver um tocantinense desassistido nesse momento de calamidade pública; “antes das águas baixarem, o Palácio Araguaia não emite uma nota sobre sucessão estadual”, demonstrando um bom senso exemplar que deveria estar presente em toda a classe política do Estado.
ALERTA LIGADO NO PT TOCANTINENSE
Ex=presidente Dilma a presidente do PT Gleisi Hoffmann e Katia Abreu
Independentemente do PT do Tocantins gostar ou não da indicação da cúpula nacional acerca do apoio à candidatura á reeleição de Kátia Abreu, a indicação é clara e objetiva, mas já começa a causar transtornos na cúpula estadual do partido.
Um “quatro-estrelas” do PT tocantinense foi claro: “ou apóia Kátia Abreu ou não terão investimentos em infraestrutura partidária para as eleições de outubro”. Esse mesmo petista disse que uma cisão no partido é aguardada, faltando, apenas as manifestações em favor de outro nome para o Senado.
Apenas o tempo poderá afirmar se as informações obtidas pelo Observatório Político de O Paralelo 13 estão corretas, tendo-se que levar em conta, também, a possibilidade de Kátia Abreu tentar uma vaga para deputada federal, o que seria uma decisão “sem risco” e com probabilidade de eleição perto dos 100%.
Para dar esse passo, Kátia teria que se dispor a “olhar pelo retrovisor político” para enxergar os grandes líderes políticos que, por razões diversas, resolveram reiniciar suas vidas públicas em cargos menores que os que já ocuparam, como Iram saraiva, que foi senador por Goiás e reiniciou seu caminho como vereador, foi eleito deputado estadual e, hoje é ministro do TCU.
O saudoso Ibsen Pinheiro, deputado federal e presidente da Câmara Federal, que foi massacrado pela mídia como corrupto, cassado pelos seus pares, provou sua inocência e voltou como deputado federal e se aposentou como deputado estadual.
O próprio ex-presidente da República, Fernando Collor, que renunciou ante a um impeachment iminente, foi execrado da vida pública, inocentado e conseguiu sua volta á política como senador da República.
É óbvio que o melhor para Kátia Abreu é conseguir uma reeleição de forma tranqüila, principalmente do alto de todo o seu patrimônio político. Mas, se tudo der errado e a reeleição ficar difícil, optar por dar um passo atrás para progredir dois passos, logo à frente, não seria muito fora do seu perfil de mulher guerreira e combativa e, principalmente, extremamente inteligente.
Por enquanto, só cabe á senadora esperar pela reação do PT tocantinense para, depois, tomar a atitude que julgar mais coerente com sua personalidade e sua vida pública.
DIRETO DA FONTE
PRESIDENTE DA ANVISA COBRA BOLSONARO
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, rebateu neste sábado, dia 8, o presidente Jair Bolsonaro e cobrou uma retratação pública dele. A reação do chefe da agência reguladora aconteceu dois dias depois de Bolsonaro levantar suspeitas sobre a diretoria do órgão, ao reclamar do aval da Anvisa para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19. Em entrevista a uma emissora de rádio de Pernambuco, Bolsonaro perguntou, em tom insinuativo, "qual o interesse da Anvisa por trás disso aí?".
12 MINISTROS VÃO SE CANDIDATAR
Presidente Bolsonaro e o ministro dp STF Luis Barroso
O presidente Jair Bolsonaro admitiu neste sábado (8) que até 12 ministros devem deixar o governo nos próximos meses para concorrerem a cargos públicos nas eleições deste ano. O prazo para a desincompatibilização dos ministros vai até abril e o presidente disse esperar que todos fiquem nos cargos até lá.
"Gostaria que eles saíssem somente um dia antes do limite máximo, para não termos qualquer problema. Já começamos a pensar em nomes para substituí-los, e alguns já estão mais que certos. A maioria será por escolha interna, até mesmo porque seria um mandato tampão até o fim do ano", respondeu, ao participar da festa de aniversário do advogado Geral da União, Bruno Bianco.
MORO QUE JUDICIÁRIO MAIS EFICIENTE E BARATO
Durante sua viagem pela região Nordeste, o pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro, reafirmou a disposição de implementar uma reforma do Poder Judiciário caso seja eleito. Moro confirmou que Joaquim Falcão, professor de direito constitucional e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), será o responsável pela coordenação do time de juristas chamados por ele para elaborar as propostas.
"Hoje você tem dificuldade de cobrar uma dívida", disse o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça em entrevista à rádio Correio, de João Pessoa, na Paraíba. "Há uma situação de insegurança jurídica que impacta nos investimentos. É preciso ter um judiciário mais eficiente e menos custoso."
Neste primeiro fim de semana do ano de 2022, um fato político ocorrido em Gurupi, começou a abrir caminho para uma reviravolta na situação de Mauro Carlesse, afastado do governo pelo Pleno do STJ até o próximo mês de abril, e com um processe de impeachment contra si, correndo na Assembleia Legislativa.
Por Edson Rodrigues
O Diário Oficial da prefeitura de Gurupi trouxe, na sua edição do último dia sete de janeiro, a nomeação de Juliana Passarin como secretária municipal de Administração. Passarin era secretária estadual de infraestrutura no governo de Mauro Carlesse, e pediu exoneração, de forma irrevogável, uma semana após a decisão que afastou Carlesse.
Vista aérea da cidade de Gurupi
Vale ressaltar que o afastamento de Carlesse pela Corte Especial do STJ, o Superior Tribunal de Justiça foi motivado pela acusação de atrapalhar as investigações que tentam esclarecer um suposto esquema de corrupção relacionado ao plano de saúde dos servidores do estado e outros atos não republicanos que levaram ao afastamento, também pelo STJ do secretário de Segurança Pública, um delegado da própria Polícia Federal, em licença do cargo para comandar a secretaria de Segurança Pública.
Em outra instância, a Justiça Eleitoral cassou os diplomas da prefeita Josi Nunes e do vice-prefeito Gleydson Nato, ambos sentenciados por abuso de poder político durante as eleições de 2020. O juiz Nilson Afonso da Silva, da 2ª Zona Eleitoral de Gurupi, foi autor. Também na mesma oportunidade foi contemplada, além da cassação, a inelegibilidade dos gestores de Gurupi e do governador afastado do Tocantins Mauro Carlesse, todos por oito anos.
A sentença contra Josi e Gleydson só vai poder ser cumprida depois que todo processo tiver seu trânsito em julgado, ou seja, após todos os recursos serem esgotados – e isso costuma durar mais que o tempo de mandato –, mas Mauro Carlesse continua afastado do governo do Estado, e com ações de sua defesa que podem trazê-lo de volta ao governo, uma vez que, em se falando de STF, onde se concentram as atenções dos advogados de Carlesse, não se pode fazer previsões.
ACOMODAÇÃO DE FORÇAS
Segundo os bastidores políticos do Tocantins, a nomeação de Juliana Passarin na prefeitura de Gurupi pode ser avaliada como o primeiro passo para uma acomodação de forças – e recursos – do grupo político de Mauro Carlesse, que pode, inclusive, emplacar outros ex-secretários e assessores na administração de Josi Nunes (Gurupi é, nada menos, que a terceira maior cidade e o terceiro maior colégio eleitoral do Estado ).
Ao mesmo tempo, é uma demonstração de lealdade de Josi Nunes, e serve de “recado” ao Palácio Araguaia – direto ao governado em exercício, Wanderlei Barbosa, candidato á reeleição – de que não deve contar com o patrimônio político de Josi Nunes em seu palanque pela reeleição e que o relacionamento entre os dois será apenas institucional e protocolar.
Josi, inclusive, dá sinais de que deve promover, nos próximos 20 dias, uma profunda reformulação no seu quadro de auxiliares, abrindo espaço para acolher mais ex-colaboradores da gestão de Carlesse, muitos já com residências em Palmas ou buscando imóveis em Gurupi.
Há um grande suspense na cidade acerca dessa ação, mas, pelo sim e pelo não, fontes muito confiáveis já confirmaram as mudanças e que serão profundas.
Vale ressaltar que Juliana Passarin e outros ex-componentes da equipe de governo de Mauro Carlesse nada têm contra si na Justiça, e nada impede que Josi Nunes os “agasalhe” em sua administração que, ao mesmo tempo, passaria a contar com uma equipe de excelentes técnicos em suas funções, ganhando força de trabalho e experiência para realizar uma grande administração. Seria como quase todo o primeiro escalão de um governo estadual a serviço de uma administração municipal.
CARLESSE E SEU “PLANO B”
Já é considerada opinião unânime nos bastidores políticos e entre os principais analistas políticos do Tocantins que, após conversas em absoluto anonimato com deputados estaduais e federais advogados da área eleitoral, Mauro Carlesse pode estar colocando em prática seu “plano B”, com o apoio de Josi Nunes.
Com seus principais técnicos e assessores garantidos em funções de destaque em Gurupi, Mauro Carlesse renunciaria ao governo do Estado. Com essa renúncia, ele perderia o foro privilegiado, e o processo que corre contra si no STJ, “cairia” para a Justiça comum, ainda em primeira instância, no Tocantins, voltando, praticamente, á estaca zero.
Com a tramitação do processo de volta ao início e com todas as possibilidades de recursos em aberto (assim como acontece com a decisão que “cassou e afastou” Josi Nunes, Gleydson Nato e o próprio Carlesse, tomada pela Justiça Eleitoral do Tocantins) , Mauro Carlesse se candidataria livremente a deputado federal, com todos os seus direitos políticos garantidos, sem nada que impeça o registro de sua candidatura no TRE.
Por outro lado, o processo de impeachment que corre contra Carlesse na Assembleia Legislativa deixaria de ter finalidade política ou jurídica, pois ele não seria mais governador. Aliás, sobre a tramitação desse processo, com o relacionamento que Carlesse tinha com a grande maioria dos deputados estaduais, nenhum palpite será certeiro até que se apresentem as denúncias no relatório da Comissão Investigativa, assim como as peças de defesa.
Logo, de atual “pária” político, Mauro Carlesse passaria a ser uma grande força nas eleições de outubro, e abrirá uma grande cisão e uma grande dúvida junto aos deputados estaduais e federais que o apoiavam enquanto governador: quem terá a coragem de voltar a apoiá-lo, após todas as movimentações de reaproximação com o novo governo de Wanderlei Barbosa.
O certo é que a lealdade, a honestidade e o caráter de muita gente seria colocada à prova caso essa movimentação de Carlesse realmente ocorra.
Caberá ao eleitor decidir se Carlesse merece ou não retornar à vida pública e, pela opinião massiva dos analistas políticos, muito provavelmente, ele não ficaria sem mandato em caso de candidatura a deputado federal.
Após as convenções as respostas ficarão claras ao eleitorado tocantinense, quando os “santinhos” começarem a sair das gráficas, explicitando as dobradinhas para deputado estadual e federal.
Como em se tratando de política, tudo pode acontecer, principalmente quando há STF e seus membros envolvidos, é melhor e mais aconselhável que não se façam apostas, pois existem as tais “decisões monocráticas”, que são imprevisíveis. Agora, em se tratando de decisões do Pleno, as coisas são mais tradicionais.
Enquanto isso, o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, vem destravando a máquina estatal, começando a dar a sua cara ao governo, buscando solucionar os problemas administrativos mais urgentes e tentando a liberação de empréstimos no banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, para ter obras com a sua chancela e deixar o seu legado de forma indelével.
Tomar que tudo o que vier a acontecer resulte em melhorias para o povo tocantinense.
É assim que penso!
Uma brutal onda de calor de temperatura extremamente elevada e por período prolongado atingirá o Centro da América do Sul nesta segunda semana de janeiro e na metade do mês. São esperadas marcas extremas de temperatura em grande parte da Argentina, no Uruguai, e no Sul do Brasil e Paraguai. Recordes de máximas de décadas devem cair nos territórios uruguaio e argentino que devem sofrer o pior da onda de calor, mas marcas históricas também podem ser alcançadas no Rio Grande do Sul.
Por Estael Sias
Todos os modelos numéricos de previsão do tempo convergem em indicar um evento de calor com força incomum com valores de temperatura muitíssimo acima da climatologia normal do mês de janeiro com máximas que podem alcançar valores de 10ºC a 15ºC acima das médias históricas desta época do ano. Será a segunda onda de calor generalizada na parte central da América do Sul desde o começo do verão e mais forte que a da virada do ano que chegou a ter máxima de 46,6ºC em Rivadavia, na Argentina.
O que os modelos discrepam é sobre a magnitude da onda de calor. Projeções do modelo GFS da NOAA (Estados Unidos), que é base para prognósticos automáticos de muitos aplicativos e sites, com máximas de 45ºC a 50ºC numa extensa área que compreende o Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai, não encontram sustentação em outros modelos e parecem claramente superdimensionar a intensidade do calor (ler análise).
No melhor cenário, conforme as simulações feitas por supercomputadores, a onda de calor seria muito intensa. No pior, o evento de calor teria magnitude sem precedentes na história recente em várias localidades com temperatura jamais vista em décadas com quebra de vários recordes de temperatura máxima na região a partir de marcas próximas ou acima de 40ºC de forma generalizada e acima de 45ºC em alguns pontos.
Os dados, em geral, indicam que o pior do calor ocorrerá na Argentina e no Uruguai, onde os desvios em relação à climatologia histórica devem ser maiores e imensos, entretanto o Rio Grande do Sul vai sentir com muita força o episódio, especialmente em cidades do Oeste e do Sul do estado que estarão mais próximas do centro da bolha de calor que vai se instalar sobre a parte central da América do Sul.
Pode o Rio Grande do Sul ter a maior temperatura da sua história?
Um episódio de calor muito intenso a extremo vai se instalar no decorrer desta semana no Rio Grande do Sul com temperatura muito alta a excepcionalmente elevada em algumas regiões do estado. Máximas acima de 35ºC devem ser generalizadas no final da semana no estado gaúcho e muitas cidades terão máximas perto ou acima de 40ºC. Mesmo cidades da Serra Gaúcha podem ter marcas extremas no final da semana com máximas de até 37ºC em Caxias do Sul e ao redor dos 40ºC nos vales de Farroupilha e Bento Goncalves, dentre outras cidades da região com acentuada variabilidade microclimática por relevo.
O Oeste e o Sul do Rio Grande do Sul sentirão com mais força a magnitude incomum da onda de calor pela sua maior proximidade da bolha de ar extremamente quente que deve se centrar na região do Rio da Prata no final desta semana. O Oeste será a primeira região a registrar as temperaturas mais extremas à medida que o aquecimento mais intenso vai se iniciar a partir do Norte e do Nordeste da Argentina.
Na região de Uruguaiana e Quaraí, conforme a análise da MetSul a partir de conjunto amplo de dados, as máximas devem atingir 37ºC nas tardes de hoje e amanhã, 39ºC na terça, 41ºC a 42ºC na quarta, 42ºC a 43ºC na quinta, e 43ºC na sexta. O próximo fim de semana é ponto em aberto na região com alguns dados reduzindo o calor por instabilidade e outros mantendo a grande intensidade.O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) chega a ser mais agressivo em seu prognóstico para o Oeste do Rio Grande do Sul e indica 45ºC.
Na fronteira com o Uruguai e na Campanha, nas áreas de Bagé, Jaguarão, Dom Pedrito e Quaraí, marcas de 40ºC a 42ºC, ocasionalmente superiores, devem ser esperadas no final da semana pela previsão da MetSul. Pelotas, no sábado (15) poderia atingir 41ºC ou 42ºC.
Com base nestes valores, é factível que o Rio Grande do Sul possa ter a maior temperatura de toda a sua série observacional e se o recorde não for atingido ficará perto de ser alcançado. Desde que tiveram início as medições meteorológicas regulares no estado gaúcho em 1910, as maiores máximas oficiais foram de 42,6ºC em 1917 (Alegrete) e em 1943 (Jaguarão), ambos verões de forte estiagem como 2022. O modelo europeu, que tem um índice de acerto muito alto para o Oeste gaúcho, está indicando marcas de 42ºC a 43ºC, logo dentro da faixa de possibilidade de estabelecimento de um novo recorde de máxima histórica para o Rio Grande do Sul.
Comentários frequentes em redes sociais são do tipo “mas todos os anos faz 43ºC a 45ºC aqui na minha cidade”, mas o que as pessoas observam são medições feitas em termômetros de rua que não são calibrados nem observam os parâmetros para que sejam medições válidas para fins meteorológicas.
Em Meteorologia, a temperatura é medida por estações automáticas ou convencionais que observam uma série de critérios técnicos de instalação e neste tipo de equipamento mantido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), responsável pelas medições oficiais e usadas para fins de estatística histórica, marcas de 42ºC ou superiores – como as que podem ocorrer nesta semana – são extremamente raras.
Calor deve superar 40ºC na Grande Porto Alegre
Em Porto Alegre e região metropolitana, o calor será extremo no final da semana. As máximas superam os 35ºC na Grande Porto Alegre já na terça ou quarta-feira, mas o pior do calor vai se dar na sexta e no sábado. Para a sexta, a previsão para a capital gaúcha é de 38ºC ou 39ºC com marcas ao redor de 40ºC no Vale do Sinos. O sábado é um ponto em aberto. Os dados oscilam entre indicar a diminuição do calor por instabilidade e aumenta-lo no dia 15 com máxima de 39ºC a 40ºC em Porto Alegre e 40ºC a 42ºC na região metropolitana, o que será refinado em prognóstico no decorrer da semana.
De momento, com base nos dados hoje disponíveis, não haveria a quebra do recorde histórico de temperatura máxima em Porto Alegre de 40,7ºC de 1º de janeiro de 1943. Tampouco a onda de calor seria tão intensa como a de fevereiro de 2014 na capital que trouxe 40,6ºC, a segunda mais alta temperatura da história da cidade.
Da mesma forma, o calor extremo não seria prolongado como na onda de janeiro de 2006. Se os modelos no decorrer da semana firmarem uma tendência sobre o sábado e indicarem a possibilidade de uma máxima de 40ºC em Porto Alegre seria um fato notável porque raras as ocasiões desde o começo das medições em 1910 que a capital gaúcha atingiu a marca oficialmente.
Madrugadas muito quentes
Chamamos a atenção que o calor não será sentido apenas com força durante o dia. As noites vão ser muito quentes no final da semana e no próximo fim de semana. No Oeste gaúcho é até possível que ocorram recordes de mínimas altas, uma vez que os dados hoje indicam que na região de Uruguaiana as madrugadas podem transcorrer inteiramente com temperatura em 30ºC ou mais ou com valores muito perto de 30ºC. Madrugadas muito quentes vão ocorrer também nas demais regiões gaúchas no fim de semana que vem, mas sem os valores extremos de mínima do Oeste.
Calor excepcional na Argentina e no Uruguai
As maiores máximas nesta onda de calor vão ocorrer na Argentina, no Oeste (Cuyo), Centro, Norte e Nordeste do país, entretanto os maiores desvios de temperatura em relação ao normal vão ocorrer na província de Buenos Aires e no Uruguai, onde estará o núcleo da bolha de ar extremamente quente. Ontem, o Norte da Patagônia já anotou máximas perto de 40ºC.
O Serviço Meteorológico Nacional da Argentina já publicou um informe especial sobre a onda de calor em que destaca que as temperaturas começam a subir lentamente a partir deste fim de semana, primeiro nas províncias de Rio Negro, Neuquén, Mendoza, La Pampa, Oeste de Buenos Aires, San Luis, San Juan, La Rioja, Catamarca, Tucumán e Leste de Salta, Jujuy, Santiago del Estero, Chaco e Formosa. Depois, no início da semana, as altas temperaturas se expandirão para o Leste, afetando as províncias de Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé, Entre Ríos, Chaco, Corrientes e Misiones.
“Dessa forma, toda a região vai registrar condições de muito calor ao longo da semana, com temperaturas máximas que ficarão entre 35ºC e 42°C, podendo ser superadas em alguns locais”, assinala o SMN. “Por outro lado, as temperaturas mínimas ficarão entre 25ºC e 30°C, e é possível que ainda sejam superiores a 30°C. Essa situação será acompanhada por uma escassez de chuvas – apenas com algumas tempestades isoladas – o que vai intensificar as condições de estiagem que já existem em algumas regiões, e o consequente risco de incêndios”, advertiu o órgão oficial de Meteorologia da Argentina.
A MetSul antecipa máximas acima de 40ºC em grande número de províncias da Argentina com extremos em algumas que pode superar os 45ºC, não se descartando máximas tão altas em alguns pontos como 46ºC e 47ºC. A cidade de Buenos Aires pode registrar 39ºC ou 40ºC, por exemplo, na sexta. Existe a chance de a capital argentina ter seu primeiro registro oficial de máxima de 40ºC desde 1995. Na Grande Buenos Aires, algumas cidades podem anotar entre 41ºC e 43ºC. No interior da província de Buenos Aires, máximas tão altas quanto 43ºC a 45ºC.
No Uruguai, o calor será extremo. Mesmo departamentos do Sul e do Leste do país, próximos do oceano e do Rio da Prata, como Montevidéu, Canelones, Maldonado e Rocha podem ter máximas próximas ou acima de 40ºC. O pior do calor, entretanto, ficará para departamentos do Oeste e do Norte do país como Salto, Artigas e Rivera com máximas de 41ºC a 43ºC, mas que podem ser isoladamente superiores.
Onda de calor é perigosa e traz muitos riscos
A grande magnitude desta onda de calor que vai se instalar faz dela perigosa e típica de alerta vermelho em escala de risco meteorológico. As temperaturas extremas que se antecipa vão causar danos e transtornos para a população, além de risco de saúde e à vida. Diferentemente de Europa e Estados Unidos, a América do Sul não contabiliza por registros médicos mortes em consequência de ondas de calor, mas este será episódio capaz de fazer vítimas entre pessoas vulneráveis – como idosos – pela temperatura excepcionalmente alta.
O calor extremo pode afetar ainda a rotina das pessoas, uma vez que sob temperatura muito alta a rede de energia sofre problemas e ocorrem cortes de luz pontuais. O risco maior para o setor elétrico em razão de demanda será na Argentina que terá o seu sistema testado neste evento com prováveis interrupções – mesmo prolongadas – do serviço de energia elétrica em diversas províncias, inclusive na capital Buenos Aires.
É muito provável que os argentinos enfrentem cortes programados de luz (rolling blackout) para evitar o colapso do sistema com carga recorde ou perto do recorde sob um cenário de geração hídrica reduzida pela seca. O calor excessivo pode levar ainda à falta de água pelo altíssimo consumo, situação agravada neste ano pela estiagem que provocou a diminuição dos níveis dos reservatórios.
A temperatura alta excepcional pode eventualmente afetar mesmo modais de transporte à medida que é sabido que calor excessivo pode afetar operações aéreas ou de trens, neste caso por dilatação dos trilhos. Na onda de calor de 2014, voo chegou a ser cancelado em Porto Alegre pela alta temperatura.
Um dos maiores riscos neste evento de calor excessivo no Centro da América do Sul será o de incêndios em vegetação. Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul enfrentaram grandes incêndios na virada do ano durante a primeira onda de calor deste verão. Com o calor em nível fora do normal e a seca severa, o risco de fogo em vegetação será extremo em patamar tão alto quanto é possível atingir.
Devem ser transferidos à União trechos de seis rodovias, entre eles, a Transcolinas e a TO-050
Por Laiane Vilanova
O governador em exercício do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, encaminhou para a Assembleia Legislativa nesta sexta-feira, 7, o Projeto de Lei nº 1 que autoriza o Poder Executivo transferir, aos domínios do Governo Federal, trechos das rodovias estaduais: TO-336, TO-335, TO-164, TO-010, TO-130 (Transcolinas) e TO-050 (Palmas/Porto Nacional).
Os trechos apresentados no projeto de federalização formam uma importante rota para o escoamento de produções agrícolas e industriais, bem como, para o deslocamento e trânsito de pessoas. Com isso, o objetivo do PL é permitir que esses trechos recebam os investimentos necessários do Governo Federal a fim de melhorar a malha viária dessas regiões.
“Nós já estamos tratando desse assunto com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, há algum tempo e ele reconhece a necessidade da federalização dessas estradas. O que precisamos agora é que a Assembleia seja favorável ao projeto, para que possamos fazer tudo dentro da legalidade e em breve devolver para a população tocantinense, caminhoneiros, empresários e todos os segmentos que dependem das nossas rodovias, uma malha viária de qualidade”, destacou o governador Wanderlei Barbosa.
Com a federalização desses trechos, os custos de manutenção também serão reduzidos, permitindo uma desoneração dos cofres públicos e consequentemente, possibilitando que os recursos que seriam alocados nessa tarefa possam ser aplicados em outras atividades igualmente importantes para o desenvolvimento do Tocantins.
Com Folha de São Paulo
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, rebateu hoje — de forma direta — os ataques feitos nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), negando haver qualquer interesse oculto do órgão por trás da aprovação da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19.
Na quinta (6), em entrevista à TV Nova, Bolsonaro sugeriu que a Anvisa e "pessoas taradas por vacina" poderiam ter "interesses" no aval à vacinação infantil, que já acontece em países como Chile e Estados Unidos. O presidente, porém, não apresentou provas de suas alegações. Mais tarde, durante sua live semanal, Bolsonaro ainda chamou a agência de "dona da verdade".
Hoje, Barra Torres rejeitou a acusação e cobrou uma retratação por parte de Bolsonaro.
"Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, senhor presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa", disse o presidente da Anvisa. "Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate."
"Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário", finalizou.
Como cristão, senhor presidente, busquei cumprir os mandamentos, mesmo tendo eu abraçado a carreira das armas. Nunca levantei falso testemunho. (...) Vou morrer sem conhecer riqueza, senhor presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso à frente da Anvisa.
Barra Torres, em nota a Bolsonaro
Leia, na íntegra, a nota divulgada hoje por Antonio Barra Torres e endereçada ao presidente Jair Bolsonaro:
Em relação ao recente questionamento do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quanto à vacinação de crianças de 5 a 11 anos, no qual pergunta "Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí?", o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, responde:
Senhor presidente, como oficial-general da Marinha do Brasil, servi ao meu país por 32 anos. Pautei minha vida pessoal em austeridade e honra. Honra à minha família que, com dificuldades de todo o tipo, permitiram que eu tivesse acesso à melhor educação possível, para o único filho de uma auxiliar de enfermagem e um ferroviário.
Como médico, senhor presidente, procurei manter a razão à frente do sentimento. Mas sofri a cada perda, lamentei cada fracasso, e fiz questão de ser eu mesmo, o portador das piores notícias, quando a morte tomou de mim um paciente.
Como cristão, senhor presidente, busquei cumprir os mandamentos, mesmo tendo eu abraçado a carreira das armas. Nunca levantei falso testemunho.
Vou morrer sem conhecer riqueza, senhor presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meus pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter.
Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, senhor presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa, aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar.
Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate.
Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente.