Marina Silva deve apoiar o candidato Ciro Gomes do PDT nas eleições de 2022
Com Yahoo notícias
A Rede Sustentabilidade decidiu apoiar a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta última quinta-feira (28), o apoio vem de uma “frente ampla” apoiada também pelo PSOL. Mas, o partido fez um pedido de “salvo-conduto” ao Partido dos Trabalhadores. As informações são da coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles.
Uma das principais lideranças do partido, a ex-ministra Marina Silva e a ex-senadora Heloísa Helena devem apoiar Ciro Gomes do PDT para à Presidência da República. Ambas não compareceram na cerimônia organizada pelo senador Randolfe Rodrigues que contou com a presença de Lula.
Segundo a coluna, o ex-presidente lamentou a ausência de Marina em seu discurso: “Minha relação com ela é muito antiga, é muito grande. Não sei porque, às vezes, ela demonstra momentos de raiva” disse Lula.
Marina foi ministra do Meio Ambiente no governo do petista. Marina Silva e Heloísa Helena devem concorrer a vagas na Câmara dos deputados por São Paulo e Rio de Janeiro.
PSOL também vai apoiar Lula
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) oficializou por meio de uma conferência, neste sábado (30), apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente e classificou como “união das esquerdas para derrotar Bolsonaro”.
Desde que o partido foi criado em 2005, essa é a primeira vez que o PSOL apoia desde o primeiro turno o Partido dos Trabalhadores (PT), e não decide lançar candidato próprio para concorrer à presidência. O partido já lançou Heloísa Helena em 2006, Plínio Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e Guilherme Boulos em 2018.
As centrais sindicais promoveram um ato esvaziado de 1º de Maio neste domingo em São Paulo, e as falas dos participantes foram marcadas por pedidos de voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que falou ao final e manteve o tom de campanha durante seu discurso aos poucos presentes.
Com Estadão
O ato ocorreu na praça em frente ao estádio do Pacaembu e teve ainda uma série de ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula foi recepcionado no palco por dirigentes sindicais que puxaram coros de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula" e logo no início de sua fala sugeriu estar preocupado com eventual punição da Justiça Eleitoral por propaganda antecipada.
A lei eleitoral diz que não pode ocorrer pedido explícito de voto antes do início da campanha, o que ocorrerá somente em 16 de agosto. Mas, na prática, a Justiça tem sido tolerante e com raras punições para quem desrespeita a regra.
"Eu fiquei um pouco atrás [dos dirigentes] porque eu não posso falar de eleição. Eu estou aqui num ato de 1º de Maio para discutir o problema dos trabalhadores e das trabalhadoras desse país", afirmou Lula.
"Eu ainda não sou candidato, só dia 7 eu vou ser pré-candidato. Mas se preparem porque alguém melhor do que esse presidente [Bolsonaro] vai ganhar as eleições", acrescentou, para logo adotar um tom eleitoreiro e falar de projetos para um eventual governo seu.
A pré-candidatura do petista à Presidência será lançada no próximo sábado (7) em um evento em São Paulo. O provável vice do petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também deve participar.
"Logo, logo vai estar tudo formalizado e nós vamos acordar num belo dia do mês de outubro, agradecendo a Deus e agradecendo à liberdade. E vamos agradecer porque a liberdade finalmente abriu as asas sobre o povo brasileiro, e nós vamos voltar a ter um país civilizado", afirmou o petista.
Pela programação original, Lula falaria às 13h, após discursos de presidentes de centrais e representantes de partidos.
No entanto, como o público presente era abaixo do esperado, colaboradores do ex-presidente decidiram postergar sua participação para as 15h30, mais próximo ao show da cantora Daniela Mercury.
A ideia era atrair mais público para o pronunciamento, reunindo os militantes e sindicalistas com os fãs da cantora baiana. Lula começou a discursar por volta das 15h50.
As centrais chegaram a sugerir que o ato ocorresse na praça da República, menor e de fácil acesso, mas a assessoria direta de Lula insistiu para que fosse na praça Charles Miller, diante do Pacaembu.
Presidente da UGT, Ricardo Patah reconheceu que os organizadores esperavam mais participantes na manifestação. "Não adianta choramingar. Esse é o exército com que contamos para ir às ruas em defesa da democracia e do trabalhador", diz.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que não se trata de quantidade, mas de qualidade da presença.
"Aqui não tem sorteio de carro, nem mega-show, para atrair gente. É a qualidade de público". Durante o ato, organizadores pediram que presentes fossem para a lateral do palco.
O ato, contudo, não contou com a participação de todas as centrais sindicais. A CSB, ligada ao PDT de Ciro Gomes, não participou. Ciro disse que enviaria uma carta para ser lida durante os discursos, mas o documento não foi recebido.
Antes da fala de Lula, outros nomes do PT e da esquerda discursaram no ato. Fernando Haddad, pré-candidato do PT ao Governo de São Paulo, convocou os apoiadores presentes a conquistarem votos para derrotar Bolsonaro no pleito deste ano e a "botar os fascistas para correr".
Haddad discursou ao lado de petistas como a deputada federal e presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR), o ex-ministro Aloizio Mercadante e o presidente estadual do PT paulista, Luiz Marinho.
"O que fez Bolsonaro nesses dias? Convocou para um ato contra o STF. Vocês acham que a causa da tristeza do povo brasileiro é o Supremo Tribunal Federal?", questionou Gleisi, presidente do PT, que ouviu um "não" como resposta da plateia.
"A causa da tristeza do povo brasileiro é não ter um projeto para esse país, é ter gasolina cara, é ter óleo diesel caro, é ter gás de cozinha caro. É as pessoas irem no mercado e não conseguir comprar o necessário para poder dar sustentação às suas famílias", disse ainda a deputada.
O pré-candidato a deputado federal e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos (PSOL), chamou a reforma trabalhista realizada no governo Michel Temer de "criminosa" e fez um paralelo entre as condições de trabalho de motoristas de aplicativos e os primórdios do 1º de Maio.
"O 1º de Maio começou lá em 1886 com uma greve de trabalhadores lutando pela jornada de oito horas. E quando a gente olha hoje, quase 150 anos depois, tem jovens trabalhando 12 horas por dia em cima de uma moto ou atrás de um volante de um Uber sem ter um direito trabalhista. Essa é a nossa realidade. E é por isso que nós estamos aqui hoje", disse Boulos.
No início do ato, Bolsonaro foi repetidamente chamado de "fascista" e "genocida" pelos presentes.
"Tudo o que ele [Bolsonaro] faz é para o mal da população. Gera desemprego, tira a renda, ataca a saúde, ataca o meio ambiente. Traz a fome de volta para a vida dos brasileiros. Para solucionar isso, só tem um jeito: olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", cantou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, o Chicão dos Eletricitários.
Prevista para acontecer às 13 horas, fala de ex-presidente em ato organizado por centrais sindicais foi adiada para às 15h30. Organizados colocaram o discurso do petista para ocorrer mais perto do show de Daniela Mercury
Por Cilene Pereira
Por causa da falta de público expressivo até o início da tarde no ato do Dia do Trabalho organizado pelas centrais sindicais, em São Paulo, neste domingo, 1, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu atrasar sua participação. Seu pronunciamento estava programado para acontecer ás 13 horas, mas agora está planejado para às 15h30, quando os organizadores esperam já ter mais gente na Praça Charles Miller, no Pacaembu, na capital paulista, onde o ato está sendo feito.
Mais cedo, passaram pelo local o ex-prefeito e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT Fernando Haddad e o pré-candidato a deputado federal pelo Psol Guilherme Boulos. Perguntado sobre a ida do presidente Jair Bolsonaro à manifestação organizada pelo deputado Daniel Silveira na manhã de hoje em Brasília, Haddad disse se tratar de mais um ato contra a democracia. “Vamos tirar esse homem”, afirmou. Boulos chamou Bolsonaro de “presidente miliciano”. “Vamos trabalhar para que seja o último Primeiro de Maio com Bolsonaro na presidência”, disse.
Com Estadão
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou, em suas redes sociais, manifestações "ilegítimas e antidemocráticas, como as de intervenção militar e fechamento do STF". Hoje, atos organizados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) pediram "destituição" de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em sua postagem, Pacheco disse que "manifestações populares são expressão da vitalidade da democracia. Um direito sagrado, que não pode ser frustrado", e reforçou que o 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores, sempre foi marcado por reivindicações no Brasil. "Isso serve ao Congresso, para a sua melhor reflexão e tomada de decisões", afirmou.
Pacheco aponta, contudo, que manifestações como as que pedem intervenção militar e fechamento do STF, "além de pretenderem ofuscar a essência da data, são anomalias graves que não cabem em tempo algum".
O presidente do Senado não citou nomes ou manifestações específicas, mas atos mobilizados por apoiadores de Bolsonaro hoje deixaram clara uma oposição ao STF e apoio ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pela Corte a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia e por incitar violência física contra ministros.
O vermelho não deve sumir, mas pode perder a preponderância para o verde e amarelo. O discurso, hoje voltado às bases, como movimentos sociais e sindicatos, deve mudar e fazer acenos, também, ao empresariado. Sócio de empreendimentos de cifras milionárias e ligado a políticos de centro-direita do PSDB e do União Brasil, o publicitário Sidônio Palmeira – recém-contratado – quer dar à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um tom que amplie seu alcance para além dos militantes, grupo que considera “fechado” e “à esquerda”, segundo apurou o Estadão
Por Luiz Vassalo e Beatriz Bulla
Sidônio foi escolhido semana passada para assumir a campanha petista ao Planalto. O publicitário sabe que o percurso rumo ao centro para atrair os “não convertidos” tem de passar pelo aval do ex-presidente e não pode ser radical.
Amigos próximos afirmam que, além de deixar o PT “menos vermelho”, Sidônio deve buscar mais apelo emocional na campanha. Trata-se de uma mudança de rumos em relação ao trabalho de Augusto Fonseca, seu antecessor na função e demitido pela cúpula do partido na semana passada, sob críticas.
Em um primeiro orçamento apresentado ao PT, Sidônio estimou um preço de R$ 44,5 milhões. O valor é próximo dos R$ 45 milhões pedidos por Augusto Fonseca. Ainda não está fechado e deve ser negociado.
ACM Neto ex-prefeito de Salvador é pré-candidato ao governo da Bahia
A saída de Fonseca expôs a disputa interna no PT pela comunicação da campanha. O setor absorverá a maior fatia do dinheiro do fundo eleitoral de R$ 500 milhões da legenda. Conselheiro próximo de Lula, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Franklin Martins havia bancado a contratação de Fonseca. O secretário nacional de Comunicação, Jilmar Tatto, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e deputados petistas, por sua vez, cobravam sua substituição.
Sidônio chega com o apoio, sobretudo, do senador Jaques Wagner (PT-BA), para quem fez a campanha eleitoral vitoriosa de 2018. O parlamentar também passará a ser coordenador de Lula em 2022. O publicitário havia participado da licitação que levou à escolha de Fonseca. O ex-ministro chegou a propor que ambos dividissem o comando da comunicação. Sidônio não aceitou.
Carreira
Nascido em Vitória da Conquista (BA), Sidônio tem 63 anos e é formado em Engenharia pela Universidade Federal da Bahia, mas nunca exerceu a profissão. Militou no movimento estudantil. Sua primeira campanha foi para a ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata (PSB), nos anos 1990. À época, enfrentou forte oposição de Antonio Carlos Magalhães.
Ao longo dos anos, Sidônio cultivou forte amizade com ACM Neto, de quem é sócio em um fundo imobiliário. Também é amigo e sócio da irmã do ex-prefeito de Salvador Renata Magalhães e do deputado João Gualberto (PSDB) em outra empresa de investimentos em imóveis. Em março, a sociedade arrematou por R$ 9,2 milhões o Palácio dos Esportes, edifício do governo da Bahia. O prédio abriga a sede da Federação Bahiana de Futebol, entre outras entidades. Será transformado em um hotel.
A relação de Sidônio com o esporte é mais profunda. Torcedor fanático do Bahia, integrou o movimento de democratização do clube, que permitiu a eleição de presidentes por voto direto de torcedores e foi assessor da presidência do “Esquadrão de Aço”. Foi sócio do presidente do clube, Guilherme Bellintani. Em 2020, com apoio de Rui Costa e Jaques Wagner, Bellintani cogitou disputar a prefeitura de Salvador pelo PT, mas desistiu.
Mídia
A Leiaute, agência de Sidônio, é uma das quatro escolhidas para o contrato com o governo baiano. O valor chega aos R$ 170 milhões para as agências, que produzem a publicidade estatal. Também há repasses aos veículos de comunicação.
Segundo dados do Estado, desde 2016, a Leiaute é a agência líder no recebimento de verbas de publicidade. Foram R$ 504 milhões pagos à empresa, conforme o Portal da Transparência. O governo da Bahia afirmou, em nota, que houve licitação para a contratação da Leiaute, e que o “objeto da licitação foi adjudicado a quatro agências de publicidade que faturarão no mínimo 15% do montante efetivamente executado”.
Procurado, Sidônio não se manifestou.